Final do G7: “Faremos todos os possíveis para reduzir barreiras alfandegárias”
Os países do G7 assinaram o documento final onde assumem um compromisso de fazer "todos os possíveis" por reduzir barreiras alfandegárias e abrir comércio internacional.
Os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) assinaram este sábado um texto no qual defendem um comércio internacional com “regras” e se comprometem a tentar “reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios”.
Apesar de persistir a disputa sobre taxas alfandegárias com os Estados Unidos, os sete países mais industrializados do mundo conseguiram assinar um “texto comum” depois de dois dias de cimeira em La Malbaie, no Canadá. Apenas as questões ambientais não contaram com a assinatura do presidente norte-americano, Donald Trump.
“Faremos todos os possíveis para reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios”, diz o comunicado final de 28 pontos e oito páginas assinado pelos Estados Unidos da América, Alemanha, Canada, França, Reino Unido, Itália e Japão. “Nós enfatizamos o papel crucial de um sistema de comércio internacional baseado em regras e continuamos a lutar contra o protecionismo”, refere o documento, que menciona a importância de existirem “regras” coletivas tal como vinha sendo defendido pelos europeus, que têm denunciado constantemente as ameaças da guerra comercial levada a cabo por Donald Trump.
Os sinais de tensões comerciais foram sendo percetíveis ao longo da cimeira em várias declarações de governantes, tais como a feita este sábado no final do encontro pelo primeiro-ministro do Canada e anfitrião da cimeira, Justin Trudeau, que disse que a partir do dia 1 de julho o Canadá começará a impor represálias comerciais aos Estados Unidos.
Também o presidente francês Emmanuel Macron confirmou que as taxas decididas pela União Europeia contra os Estados Unidos vão começar a ser aplicadas no próximo mês. Já ausente da cimeira, Donald Trump afirmou no Twitter que “os Estados Unidos não permitirão que outros países imponham tarifas e tarifas massivas aos seus agricultores, seus trabalhadores e suas empresas”.
Faremos todos os possíveis para reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios.
No comunicado divulgado, os líderes do G7 dizem-se ainda “comprometidos com a modernização da Organização Mundial de Comércio, de forma a torná-la mais justa o mais rapidamente possível”. Segundo o documento final, comprometeram-se ainda a defender o papel das “regras comerciais coletivas” e a denunciar situações de protecionismo. Outro dos pontos em que os líderes conseguiram chegar a acordo diz respeito à questão do Irão: os países do G7 comprometem-se a impedir que o Irão consiga obter armas nucleares.
Tal como a chanceler alemã Angela Merkel já havia anunciado anteriormente, também o presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que a reunião no Canadá “conseguiu uma declaração conjunta sobre o comércio”, mas “não resolve tudo”: “O nosso desejo é continuar a trabalhar nos próximos meses”, disse o presidente francês. Entre as questões mais fraturantes destaca-se a última medida comercial imposta unilateralmente pelos norte-americanos, que veio impor taxas alfandegárias às importações de aço e alumínio da União Europeia, Canadá e México.
Ainda durante a cimeira, Trump anunciou o desejo de ver o G7 “remover as taxas, remover as barreiras não tarifárias e remover outros mecanismos”, tendo ainda enaltecido a qualidade das relações com os outros dirigentes que integram o G7, nomeadamente com o primeiro ministro canadiano, o presidente francês e a chanceler alemã.
Mundo está a perder batalha contra poluição dos oceanos, diz Guterres na cimeira do G7
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse, num evento no âmbito da cimeira do G7, que o mundo está a perder a batalha contra a poluição dos oceanos em todas as frentes. António Guterres falava numa sessão subordinada ao tema “Oceanos, mares, costas e comunidades saudáveis, produtivas e resistentes”, realizada durante a cimeira do G7.
Nesta sessão em que participaram os líderes do G7, países convidados e organizações internacionais, o chefe da ONU, num discurso divulgado pelo jornal da organização, lembrou que todos os anos são lançadas aos oceanos oito milhões de toneladas de plástico e sublinhou que, se nada for feito, até 2050 os oceanos terão mais plástico do que peixes. Guterres acrescentou que atualmente são encontrados plásticos “nas áreas mais remotas do planeta” e que, no oceano Pacífico, já existe uma massa de plástico “maior do que a França”. “Todos precisam de fazer mais, não apenas em relação aos plásticos, mas em todos os assuntos sobre oceanos”, alertou.
"Todos precisam de fazer mais, não apenas em relação aos plásticos, mas em todos os assuntos sobre oceanos.”
Pesca em excesso, descargas de água sem tratamento, acidificação dos oceanos e mudanças climáticas foram outros dos temas abordados pelo secretário-geral da ONU na sua intervenção. Referiu ainda o facto de 40% da população mundial residir a menos de 100 quilómetros da costa, o que faz com que “muitas dessas pessoas sejam vulneráveis não apenas a tempestades, mas também à subida dos oceanos e erosão da costa”.
Todavia, o chefe da ONU afirmou que o mundo tem um plano para melhorar esta situação, exemplificando com a Agenda 2030, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. “Nenhuma destas iniciativas e declarações tem valor se não se admitir que esta é uma emergência global”, sustentou, justificando a sua presença no encontro com a necessidade de “fazer soar o alarme” e “injetar um sentimento de urgência nas deliberações e processos de decisão”. No final do discurso, Guterres apelou aos líderes presentes na cimeira do G7 para encararem estas “ameaças com seriedade e percebam que o futuro coletivo está em risco”.
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