Lisboa fechou o semestre no verde. OPAs dos chineses ajudaram
PSI-20 ganhou fôlego com as ofertas chinesas sobre a EDP e EDP Renováveis. Lisboa ganha mais de 2% desde o início do ano e destaca-se num cenário de perdas nas principais praças europeias.
Foi um primeiro semestre positivo na bolsa portuguesa, impulsionado sobretudo pelas ofertas públicas de aquisição (OPA) da China Three Gorges sobre a EDP e EDP Renováveis. Os chineses colocaram o PSI-20 a brilhar na Europa. Mas foi outro setor que teve o papel principal na praça lisboeta… literalmente.
Ainda que tenha fechado esta sexta-feira a cair quase 0,5% para 5.528,5 pontos, o índice nacional regista uma valorização de 2,6% desde o início do ano. Parece um desempenho modesto face ao disparo de 10% observado no mesmo período do ano passado, mas não deixa de ser um registo positivo face àquilo que foi a evolução dos pares europeus. Aqui ao lado, o madrileno IBEX-35 acumulou perdas de 4,7% no mesmo período. E o índice de referência europeu também está em terreno negativo: o Stoxx 600 cai 3,2% em seis meses.
Lisboa sobe pouco, mas sobe
Fonte: Reuters
“Portugal mantém uma taxa de crescimento do PIB positiva, ainda que o indicador anualizado no primeiro trimestre (2,1%) represente um abrandamento face aos 2,4% apresentados no trimestre anterior. O desempenho económico nacional continuará correlacionado com a evolução económica da Europa”, contextualizam os analistas do banco BiG.
Olhando para os desempenhos individuais no PSI-20, há sobretudo dois destaques. Por um lado, EDP e EDP Renováveis assumem protagonismo com subidas das 27% e 28%, respetivamente, à boleia das propostas de compra que a China Three Gorges tem em cima da mesa e que tem atraído muitos interessados pela unidade de energias limpas nas últimas semanas. E, por causa disso, as ações da EDP Renováveis têm estado nas alturas perto dos nove euros.
Apesar do forte interesse no setor elétrico, é a indústria portuguesa do papel que leva o papel principal no guião bolsista durante o primeiro semestre. A Altri acelera 77% desde janeiro. Semapa e Navigator somam 31% e 27%, respetivamente.
Papel principal é do papel
Fonte: Reuters
“No caso das papeleiras, a sua excelente performance deve-se em grande parte aos aumentos dos preços da pasta e do papel”, explica a equipa de research do BiG. “No caso da EDP e EDP Renováveis, o desempenho positivo decorre das expectativas de mercado relativamente à oferta de aquisição pela China Three Gorges”.
Nem tudo são rosas para as cotadas portuguesas. Que digam Jerónimo Martins e Mota-Engil. Enquanto a retalhista sofre uma desvalorização de quase 18%, a construtora perde mais de 20%
Mota-Engil é o último dos últimos
Fonte: Reuters
Entre as mais penalizadas no semestre estão ainda Nos, BCP e Pharol, com as quedas a situarem-se entre 5% e 8% desde o início do ano. Na próxima segunda-feira inicia-se um novo semestre.
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