Chineses contratam mais um banco americano para assessorar OPA à EDP
China Three Gorges contratou mais um assessor americano na oferta de 9,1 mil milhões sobre a EDP. Citigroup junta-se ao Bank of America para ajudar chineses a concluírem operação que EUA podem travar.
A China Three Gorges reforçou a equipa que presta assessoria financeira na oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP, apurou o ECO. Inicialmente, os chineses tinham como assessor único o Bank of America Merril Lynch nesta operação que inclui ainda uma oferta sobre a subsidiária EDP Renováveis. Mas perceberam que vão precisar de mais suporte e contrataram mais um banco norte-americano, o Citigroup, para ajudar a concluir um negócio de 9,1 mil milhões de euros que, face aos moldes atuais, não terá autorização… norte-americana.
Os responsáveis do Citigroup já participaram inclusivamente nas últimas reuniões com o grupo chinês e outros assessores para avaliarem quais os próximos passos a dar no processo.
Uma coisa fica à vista: os chineses não estavam a contar com uma operação tão exigente do ponto de vista da assessoria financeira e por isso reforçaram a equipa com mais um banco norte-americano quando têm perfeitamente claro que o principal obstáculo à concretização da operação virá justamente dos EUA. Sabem, sobretudo, que não haverá remédio possível senão desfazerem-se de todos os ativos norte-americanos que estão concentrados na EDP Renováveis EDPR 0,00% se quiserem ser bem-sucedidos na OPA sobre a casa-mãe.
Para controlar uma posição maioritária na EDP EDP 0,00% , há uma série de autorizações regulatórias em vários países que a China Three Gorges terá de obter. Uma dessas autorizações terá de vir do Comité para o Investimento Externo dos EUA, que tem apertado as regras às companhias chinesas sobretudo quando se tratam de investimentos em setores estratégicos como a energia.
EUA riscados do mapa. É neste cenário base que a China Three Gorges está a trabalhar atualmente. E daí se percebem as últimas movimentações dos chineses que têm sido notícia lá fora. O grupo asiático que já controla direta e indiretamente cerca de 29% da EDP não descarta uma venda direta dos ativos americanos da elétrica, que estão avaliados em cerca de 6,5 mil milhões de euros. Mas esta é uma opção de último recurso.
Uma troca de ativos com outro player serve melhor os interesses dos chineses e foi nesta perspetiva que a China Three Gorges andou a sondar outras grandes utilities como a Iberdrola e Engie nos últimos meses. O objetivo era este: perceber que ativos as outras empresas tinham como moeda de troca para juntarem ao offshore (em mar aberto) eólico chinês, como o grupo assegurou no plano industrial para a elétrica liderada por António Mexia.
A China Three Gorges tem como condição de sucesso adquirir pelo menos 50% e mais uma ação da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros. A EDP, por sua vez, controla 83% a EDP Renováveis. Ou seja, mandando na EDP, os chineses também passariam a ter um controlo maioritário na subsidiária liderada por Manso Neto — pese embora a outra OPA que está em cima da mesa sobre a EDP Renováveis com os chineses a proporem 7,33 euros.
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