BCE mantém juros. Confirma final do programa de compras em dezembro
O banco central manteve a taxa de juro de referência para a Zona Euro inalterada, pelo menos até ao verão do próximo ano. Programa de compra de dívida acaba em dezembro.
Não se esperavam grandes novidades na decisão de política monetária da reunião desta quinta-feira, e o Banco Central Europeu (BCE) não defraudou as expectativas. Manteve as taxas de juro de referência para a Zona Euro, bem como o final do ano como a data para encerrar o programa de compra de ativos.
“O Conselho do Banco Central Europeu BCE decidiu que a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão inalteradas em 0,00%, 0,25% e -0,40%, respetivamente”, começa por dizer o comunicado que quase replica a informação da anterior reunião, nomeadamente onde diz que “espera que as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais, pelo menos, até durante o verão de 2019“.
O banco central manteve ainda os planos no que respeita ao programa de compra de dívida. Ou seja, baixar para metade a partir de outubro o atual ritmo de 30 mil milhões de euros mensais de compras mensais, com este a fixar-se nos 15 mil milhões de euros até dezembro, ocasião em que prevê terminar as aquisições de títulos de dívida.
As atenções vão estar agora centradas na habitual conferência de imprensa com Mario Draghi que começa às 13h30 (hora de Lisboa). Os analistas esperam que o presidente do BCE reveja em baixa as previsões de crescimento para a Zona Euro no seguimento das tensões comerciais globais.
Um dos pontos que promete gerar interesse na conferência de imprensa de Mario Draghi prende-se com uma eventual atualização em baixa das previsões de crescimento para a economia do espaço do Euro, cenário antecipado já por fontes do BCE. Uma eventual revisão em baixa do crescimento será uma consequência do impacto da guerra comercial sobre a procura externa da região, adiantaram fontes com acesso às mais recentes projeções do banco central.
Estas afirmaram ainda que as previsões para a produção na Zona Euro foram reduzidas ligeiramente a contar a partir deste ano, apontando o Reino Unido e a Turquia como os países que mais têm contribuído para a redução da procura, ao mesmo tempo que o outlook para os EUA ainda se mantém positivo.
O comité do BCE responsável pela compilação de previsões vê agora riscos que poderão travar o crescimento da economia da Zona Euro. Em junho, o BCE previu que a economia do Euro venha a abrandar dos 2,1%, este ano, para 1,7% em 2020, com a inflação a ficar numa média de 1,7% nos três anos abrangidos pela previsão.
Projeções de crescimento do BCE em junho
Fonte: BCE
Os analistas antecipam ainda que na conferência de imprensa, o presidente do BCE seja questionado sobre como o banco central prevê reinvestir os títulos de dívida em vencimento. Itália poderá também ser um tema que os jornalistas poderão querer ver falado. Nomeadamente, riscos que possam advir para a estabilidade financeira da Zona Euro de um confronto de questões fiscais entre as autoridades italianas e a comissão.
(Notícia atualizada às 13h12 com mais informação)
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