Conheça os cinco argumentos da Sonae para convencer os investidores a apostarem no IPO do retalho
Maior visibilidade, dividendos, setor em crescimento, líder de mercado e solidez financeira. A Sonae tem uma mão cheia de argumentos para convencer os investidores a apostar no IPO do ano em Lisboa.
Vem aí o IPO (initial public offering) do ano em Lisboa. A Sonae sempre vai colocar o seu negócio de retalho na bolsa portuguesa. A oferta será dirigida para todo o tipo de investidores (pequenos e grandes, portugueses e internacionais) e a Sonae MC apresenta uma mão cheia de argumentos para não ficar de fora da operação que vai acontecer até final do ano.
Continente ganha visibilidade. E dá descontos
Ao separar o negócio do retalho da holding e colocando-o numa estrutura mais simplificada, a Sonae acredita que vai cristalizar valor para os seus acionistas “através da maior visibilidade dada à valorização da Sonae MC e potencialmente através da redução do desconto de holding do grupo”.
Na última nota de research sobre a Sonae, os analistas do BPI Caixabank dizia que a cotada liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério “sempre foi percecionada como uma estrutura complexa”, razão pela qual aplicava um desconto de holding de 10% sobre o preço das ações. Mas com a simplificação do negócio por via deste IPO os acionistas poderão ter uma borla.
Distribuir metade dos lucros
É o principal interesse dos investidores quando apostam na bolsa: os dividendos. A Sonae MC garante que vai manter um perfil financeiro sólido e um nível de endividamento conservador, mas promete simultaneamente uma política de remuneração acionista “em linha com as melhores práticas do mercado”.
O objetivo passa por ter um rácio de payout entre 40% a 50% do lucro ajustado e após interesses minoritários. Ou seja, assumindo os resultados do ano passado, em que a Sonae MC registou um lucro de 115 milhões de euros, isto significaria que entre 46 milhões e 57 milhões de euros iriam para os bolsos dos acionistas (incluindo a Sonae, que vai ficar com 75% da nova cotada) sob a forma de dividendo, caso a empresa mantivesse esta política de remuneração de capital.
A Sonae MC alerta, porém, que estes “objetivos financeiros presumem que não existirão mudanças materiais a nível político, legal, fiscal ou das condições de mercado ou económicas que poderão afetar as operações”.
Empresa sólida e a gerar dinheiro
A Sonae MC está bem e recomenda-se, nota a Sonae. O negócio do retalho alimentar tem crescido a nível sustentável nos últimos anos, o que tem permitido à empresa “manter um perfil financeiro forte”.
Em concreto, a Sonae MC viu a sua faturação aumentar 5,6% entre 2015 e 2017, “em resultado da combinação de um robusto crescimento like-for-like e de uma contínua expansão da rede de lojas”. A margem de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) fixou-se nos 7,4% no ano passado, “o que a coloca entre os mais rentáveis operadores cotados do retalho alimentar na Europa”. Simultaneamente, a retalhista apresentou uma “robusta capacidade de gerar fluxos de caixa com 53% de cash conversion“, apesar do forte plano de investimento para melhorar a rede de lojas.
A Sonae considera ainda que a estratégia de deter a propriedade de pelo menos 40% dos seus ativos imobiliários permite uma melhor gestão da sua rede de lojas, contribuindo para cimentar a posição financeira do seu negócio.
Em relação ao nível de endividamento da Sonae MC, o perfil financeiro da retalhista será “suportado por uma estrutura conservadora de capital com um rácio máximo de dívida líquida sobre o EBITDA de duas vezes”.
Retalho com potencial de crescimento
A Sonae fala em “atrativo mercado de retalho alimentar português” e justifica-se sobretudo com duas razões. Por um lado, a economia portuguesa está finalmente a crescer após uma recessão económica severa, “suportado por uma melhoria das exportações, uma redução significativa do endividamento e uma melhoria contínua da taxa de desemprego”. Com isto, o rendimento disponível e a confiança das famílias vão melhorar substancialmente nos próximos anos, dois bons tónicos para impulsionar ainda mais o consumo privado que “já se encontra em níveis acima dos registados antes da crise e que se estima que cresça a uma taxa anual nominal de 3,4% até 2020”, contextualiza a empresa.
Por outro lado, o próprio contexto do setor também oferece uma janela de oportunidade para os investidores. É uma indústria “em crescimento e com baixa taxa de penetração, estimando-se que cresça a 2,9% por ano até 2022″, argumenta a Sonae.
Líder com 22% de quota de mercado
Se o setor do retalho alimentar em Portugal apresenta um elevado potencial de crescimento, nada melhor do que apostar no líder de mercado para aproveitar os bons ventos que se avizinham, diz a Sonae.
A Sonae MC é o maior operador do retalho alimentar português, tendo uma quota de mercado de quase 22%. Apesar de operar num “ambiente altamente competitivo”, a retalhista tem conseguido reforçar a sua posição em Portugal devido ao seu “negócio de retalho alimentar único, multi-formato e omnicanal com uma rede de hipermercados urbanos, supermercados e lojas de proximidade, complementado por um portefólio diversificado de formatos adjacentes e uma plataforma de e-commerce em rápido crescimento”.
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A nível físico, destaca a “elevada capilaridade” da rede de lojas, com uma cobertura nacional que “abrange 567 lojas de retalho alimentar e 487 lojas de formatos adjacentes localizadas em áreas premium espalhadas pelo país”, incluindo parafarmácias, restaurantes e supermercados orgânicos, cafés, papelaria, entre outros. Quanto ao comércio eletrónico, “a sociedade detém uma quota de mercado de 70%, alavancando na sua presença pioneira neste canal”.
Outros dois pontos a favor: o programa de fidelização de clientes que conta com 3,7 milhões de utilizadores ativos e a forte notoriedade da marca Continente, “a marca mais reconhecida em Portugal com 100% de notoriedade”.
Portefólio da Sonae MC
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