Faria de Oliveira responde a António Costa. “Tomara que os bancos concedam mais crédito às empresas”, diz o presidente da APB
Faria de Oliveira descarta "comodismo" dos bancos em relação à concessão de crédito às empresas, rejeitando as críticas pelo primeiro-ministro, António Costa. "Não há discriminação", garante.
Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, rejeitou as críticas do primeiro-ministro sobre o “comodismo” da banca na concessão de crédito à economia. António Costa criticou os bancos porque só estão interessados em emprestar dinheiro às famílias, esquecendo-se das empresas. Faria de Oliveira recusou qualquer discriminação e respondeu: “Tomara que o sistema bancário possa conceder muito mais crédito às empresas”.
“Os bancos respondem à procura solvente que existe, às necessidades da economia que lhe são colocadas e são os primeiros interessados nesse sentido”, respondeu o presidente da associação que representa o setor bancário em Portugal. Faria de Oliveira participava na Semana Mundial do Investidor, uma iniciativa organizada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na Nova SBE, em Carcavelos.
“Tem havido um maior aumento do volume de crédito ao consumo e à habitação em função exatamente da situação do mercado e não por haver uma discriminação em relação ao segmento de concessão de crédito por parte do setor bancário”, considerou ainda.
Tem havido um maior aumento do volume de crédito ao consumo e à habitação em função exatamente da situação do mercado e não por haver uma discriminação em relação ao segmento de concessão de crédito por parte do setor bancário.
Em entrevista à TVI, o primeiro-ministro menorizou os alertas sucessivos que têm sido feitos tanto cá dentro como lá fora relativamente aos excessos no mercado de crédito em Portugal. Mas António Costa não deixou de criticar a postura dos bancos em relação às suas políticas de concessão de crédito: “Os bancos têm de ganhar uma cultura de maior risco como é o crédito empresarial e não podem acomodar-se exclusivamente no crédito ao consumo das famílias ou no crédito de compra de habitação”.
Os dados oficiais comprovam as declarações de António Costa de que o crédito às empresas “está muito aquém do que é normal”. Há, efetivamente, menos crédito para as empresas, que veem o ritmo de nova concessão ser insuficiente para compensar a amortização de empréstimos.
Faria de Oliveira lembra que ainda há poucos anos “o sistema bancário foi muito acusado da excessiva concessão de crédito às empresas, na avaliação de risco acomodatícia no período que antecedeu a crise e, como tal, de alguma maneira, foi responsável pela crise”.
Adianta ainda que “não há atualmente nenhum pedido de crédito que não seja analisado em função das condições do cliente“, dizendo que “o sistema bancário é o primeiro interessado na concessão de crédito porque a rentabilidade das instituições bancárias está extraordinariamente ligada à possibilidade de aumentar do volume de negócios.
Faria de Oliveira rematou a sua posição em relação ao tema frisando que os bancos “têm é de ser competentes” na análise do risco quando concedem crédito e devem “procurar que as decisões de concessão de crédito” que apoiem a economia “sem se por em causa a solidez das instituições”.
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