António Godinho lança segunda candidatura contra Tomás Correia nas eleições para a Associação Mutualista
Listas derrotadas nas últimas eleições já têm candidato para concorrer contra Tomás Correia e Ribeiro Mendes na corrida à liderança da Associação Mutualista Montepio Geral: António Godinho.
Falhado o objetivo de uma solução única alternativa contra Tomás Correia, as listas derrotadas nas últimas eleições da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) vão concentrar esforços numa única candidatura e já estão fechados os nomes que vão concorrer aos vários órgãos sociais da instituição no próximo ato eleitoral agendado para dezembro. António Godinho, que já tinha sido candidato nas eleições de 2015, é o cabeça de lista para o conselho de administração. O economista Eugénio Rosa concorre para o conselho fiscal. De fora ficará Bagão Félix por opção pessoal.
Foi durante os últimos dias que tudo ficou acertado no seio deste grupo de associados descontentes com a atual gestão da AMMG, depois de não ter havido um entendimento com o único candidato assumido à liderança da mutualista, Fernando Ribeiro Mendes, para se avançar apenas com uma candidatura, tal como o ECO já tinha avançado. Vão avançar em conjunto sob o lema: “Juntos pelo Montepio. Recuperar a Confiança”.
Da candidatura de António Godinho fazem parte ainda Alípio Dias, que concorre para a liderança do conselho geral, e o general José Pinto Ramalho, presidente da Liga Amizade Portugal-China, que procurará eleger-se para a liderança da assembleia geral da AMMG. Contactado pelo ECO, António Godinho confirmou composição da sua lista, remetendo detalhes do programa para mais tarde.
Em relação a Bagão Félix, que concorreu nas anteriores eleições para o conselho fiscal na lista de António Godinho, o antigo ministro da Segurança Social e do Trabalho vai ficar fora da corrida eleitoral por opção pessoal, mas deverá publicar uma carta de manifestação de apoio a esta candidatura, segundo apurou o ECO.
António Godinho iniciou a sua vida profissional na Caixa Económica Montepio Geral em 1996, tendo fundado dois anos depois a OneBiz, uma empresa de franchising de serviços presente em mais de 30 países e que chegou a deter 50% da SAD do clube de futebol do Leixões. É ainda autor do livro “Renovar Montepio”, publicado em 2015, juntamente com Alexandre Abrantes.
Em 2015, liderando a lista D, António Godinho recebeu 21,5% dos votos, tendo ficado em segundo lugar nas eleições, atrás de Tomás Correia, que reuniu quase 60% dos votos, e à frente da lista C de Eugénio Rosa, que ficou em terceiro com 16,3%.
António Godinho volta agora a concorrer ao conselho de administração com uma equipa que integra os nomes de António Couto Lopes (diretor da Montepio Holding), Nuno Monteiro, Lúcia Gomes e Tânia Flores. Alguns destes nomes concorreram nas últimas eleições.
Numa carta dirigida aos associados, a que o ECO teve acesso, Eugénio Rosa justificou por que razão este grupo de associados decidiu avançar com a sua própria lista. “É urgente afastar a administração e resgatar o Montepio de gente que tem alguns processos na justiça ou colocados pelo Banco de Portugal, e que tem afetado gravemente a reputação do Montepio e determinado a perda de confiança no Montepio por parte de um grande número de associados”, disse o economista afeto ao PCP.
“Não foi possível a unidade com a lista de Ribeiro Mendes porque este pretendia, por um lado, incluir apenas um representante destas três listas no conselho de administração; por outro, ter o poder para escolher essa pessoa; e, finalmente, incluir na sua lista pessoas que sempre estiveram com Tomás Correia e que são também responsáveis pela situação a que o Montepio se encontra”, explicou ainda Eugénio Rosa na missiva.
Tudo aponta para que a corrida para a liderança da AMMG seja feita a três: além de Fernando Ribeiro Mendes e de António Godinho, deverá surgir uma terceira lista encabeçada ou apoiada por Tomás Correia. O atual presidente da AMMG tem mantido tabu em relação a uma nova candidatura para um quarto mandato, mas já assegurou que o atual conselho de administração deverá apresentar uma lista própria. Para já, apenas Ribeiro Mendes anunciou publicamente a sua candidatura, tendo apresentado já os nomes de João Costa Pinto (antigo vice-presidente do Banco de Portugal), João Proença (ex-secretário-geral da UGT) e João Carvalho das Neves (professor no ISEG) para os vários órgãos da mutualista.
Os candidatos terão de formalizar as suas candidaturas para o triénio 2019-2021 até final deste mês. As eleições na mutualista que conta com mais de 620 mil associados terão lugar no próximo dia 7 de dezembro.
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