Lucro dos CTT cai 49,3%. Ganha menos de 10 milhões
Os CTT registaram uma quebra de 49,3% no lucro nos primeiros nove meses do ano, comparativamente com 2017. A empresa lucrou 9,9 milhões de euros.
Os CTT CTT 0,00% lucraram menos nos primeiros nove meses do ano. Os resultados líquidos da empresa liderada por Francisco de Lacerda encolheram para praticamente metade, cifrando-se em 9,9 milhões de euros, penalizados pelo plano de restruturação.
Os custos não recorrentes, resultantes do plano de reestruturação, pesaram nas contas da empresa. Entre janeiro e setembro, os CTT pagaram 15,8 milhões de euros em indemnizações a trabalhadores que aceitaram rescindir os contratos por mútuo acordo (a empresa tinha menos 253 trabalhadores em setembro de 2018 do que tinha no final do mesmo período do ano passado).
Estes custos acabaram por penalizar o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) da empresa. O indicador recuou 22,7%, para 45,8 milhões de euros, mesmo com as receitas a aumentarem.
Os rendimentos operacionais cresceram 1,3%, para 524,9 milhões de euros, fruto do aumento de 14,7% nas receitas com o segmento de Expresso e Encomendas, que contribuiu em 110,4 milhões de euros para as receitas da empresa. No segmento do Correio, as receitas aumentaram 0,9%, para 396,8 milhões de euros.
As cartas continuam a ser, por isso, o principal negócio da empresa liderada por Francisco de Lacerda. E um ano depois de os CTT terem emitido o histórico profit warning (que levou as ações em bolsa a afundarem quase 40% em 13 sessões no ano passado), o correio continua a cair acima das estimativas da empresa.
O intervalo indicado no guidance para os primeiros nove meses do ano situava-se entre 5% e 6%, mas o volume do correio endereçado recuou 7,1% nesse período, face ao período homólogo do ano passado. Até setembro, os CTT entregaram 515,7 milhões de objetos de correio endereçado. Quanto ao correio não endereçado, caiu 14%, para 316,8 milhões de objetos nos mesmos nove meses.
Os serviços financeiros também renderam menos aos CTT. As receitas com este negócio recuaram 29%, para 30,7 milhões de euros. A empresa explica o desempenho mais fraco com o “efeito da diminuição da colocação de um dos produtos de dívida pública que foi substituído em outubro de 2017 por outro de rendimento inferior”. Contas feitas, a quebra nas comissões foi de 52,3% para 12,2 milhões de euros.
Concessão de crédito em “máximos de sempre”
O Banco CTT também continuou a rota de crescimento, melhorando os rendimentos em 26,6% no acumulado do ano até setembro, para 17 milhões de euros. A empresa destaca, contudo, o desempenho registado no terceiro trimestre, que foi o trimestre “mais forte” de 2018 para os CTT ao nível da concessão de crédito.
Entre julho e setembro, concretizaram-se “os máximos de sempre de produção de crédito habitação (com 54,6 milhões de euros) e de crédito ao consumo (com 11,6 milhões de euros)”, refere a empresa na nota enviada esta terça-feira à CMVM. Também foi o melhor trimestre em abertura de contas.
“Foi o trimestre mais forte ao nível da colocação de crédito à habitação e de crédito ao consumo. Foram abertas 91.000 contras entre janeiro e setembro no Banco CTT, ou seja, uma média de 500 novas contas por dia útil”, frisou Francisco de Lacerda, presidente executivo da empresa, em conversa com o ECO após a divulgação dos resultados da companhia.
(Notícia atualizada às 17h38 com mais informações)
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