Cortar nas agências e no pessoal não é suficiente para bancos compensarem custos com a digitalização, alerta DBRS
Os bancos investem cada vez mais na digitalização e para compensar esses custos, cortam nas agências e no pessoal. Mas, para a DBRS, esse esforço pode não valer a pena.
A banca investe cada vez mais na digitalização, com o objetivo de competir face a certos países. Mas, para compensar esses investimentos, opta por cortar custos noutro lado: fecha agências e reduz o número de funcionários. Para a DBRS, esse tipo de cortes não vai ser suficiente para reduzir os custos operacionais no futuro e a aposta no digital pode ser não suficientemente relevante para abdicar das sucursais e do pessoal.
Foram várias as instituições financeiras que fecharam balcões e reduziram o número de funcionários, tudo com o objetivo de cortar custos. Através de cortes como estes, a maioria dos bancos europeus conseguiu reduzir os custos, nomeadamente entre janeiro e setembro deste ano, diz a DBRS numa nota publicada esta quarta-feira. E, embora admita que alguns deles continuam a enfrentar aumentos de custos operacionais, relacionados com medidas extraordinárias devidas às reestruturações ou com o crescimento da atividade, “a maioria mostrou uma melhoria da eficiência, impulsionada, sobretudo, por uma redução no pessoal”, conclui a agência canadiana.
A chave para o setor bancário continua a ser “melhorar a eficiência operacional”. Desde a crise financeira, refere a DBRS, muitos bancos europeus esforçaram-se para aumentar a eficiência operacional e reduzir os custos inerentes, dada a pressão que existia em gerar lucros. Nos últimos dois anos, a maioria destas instituições continuou a reduzir o número de agências e de funcionários. No entanto, apesar de todos esses cortes, os custos permaneceram fixos, apesar de todos esses esforços.
No futuro, a DBRS acredita que os bancos não conseguirão reduzir substancialmente estes custos, especialmente devido ao investimento que é feito na digitalização e, embora em menor peso, aos custos associados a isso. “A maioria dos bancos está num processo de melhoria dos sistemas de tecnologias devido aos desenvolvimentos tecnológicos intensificados”, diz a agência de notação financeira.
Num cenário mais amplo, a DBRS nota um aumento dos gastos com o aperfeiçoamento das tecnologias de informação e com as despesas relacionadas com as equipas — que precisam de ser cada vez mais especializadas. Isto porque os bancos querem progredir no digital. Mas, embora reconheça que a digitalização pode ser uma vantagem competitiva em alguns países, e que angaria certos clientes, defende que nem sempre é uma forma de reduzir custos. Conclusão: o digital pode não ser necessariamente importante a ponto de substituir as sucursais dos bancos.
“Os bancos estão a investir nas tecnologias, ao mesmo tempo que continuam focados na redução dos custos”, lê-se na nota. No entanto, daqui para a frente, dado os investimentos que são necessários e os custos de manutenção que lhes estão associados, a DBRS acredita que os custos operacionais não se deverão reduzir substancialmente. Num ambiente com taxas de juro persistentemente baixas, em que a pressão para obter lucros vai continuar, o foco na manutenção dos custos deverá permanecer fundamental.
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