Quatro horas e meia depois, Conselho de Estado apela à coesão na negociação dos próximos fundos europeus

  • Lusa e ECO
  • 19 Janeiro 2018

Esta sexta-feira a Provedora da Justiça entrou para o Conselho de Estado. A primeira reunião de 2018 incidiu sobre o Portugal 2030.

O Conselho de Estado analisou esta sexta-feira o tema do Portugal pós-2020 e defendeu que as “complexas negociações” do próximo quadro de fundos europeus devem ter em atenção a coesão económica, social e territorial.

Esta posição consta de uma nota com quatro parágrafos distribuída aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, no final da reunião do órgão político de consulta presidencial, que começou pelas 15:05 e durou cerca de quatro horas e meia.

Segundo essa nota informativa, o Conselho de Estado “realçou o papel crucial da coesão social e territorial para Portugal, papel esse necessariamente presente nas complexas negociações do Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia“.

O Conselho de Estado “analisou, também, circunstanciadamente, as incertezas e dificuldades no mundo como na Europa” e “destacou, ainda, a importância da coesão económica e social para a própria Europa, até para evitar riscos adicionais de vária natureza”, lê-se no documento.

Esta sexta-feira a Provedora da Justiça entrou para o Conselho de Estado. “O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa conferiu posse, em cerimónia realizada no Palácio de Belém, à Provedora de Justiça, Professora Doutora Maria Lúcia Amaral, como membro do Conselho de Estado”, lê-se num comunicado publicado no site da Presidência.

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Altice cria conselho consultivo para mediar relação com os sindicatos

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

A Altice anunciou a criação de um novo órgão interno que servirá de ponte entre a empresa e os representantes dos trabalhadores. Novo conselho consultivo pretende alcançar "paz social" na empresa.

A Altice Portugal vai criar um conselho consultivo para as relações laborais e sindicais, órgão que vai servir de ponte entre os trabalhadores e a empresa, numa tentativa de conseguir “paz social” e de gerar “consensos”, anunciou a empresa esta sexta-feira. “Com a criação do novo órgão, […] a Altice Portugal pretende aumentar a eficiência nas relações entre os trabalhadores e a empresa, promovendo uma maior capacidade de alcançar paz social, o estabelecimento de pontes e geração de consensos”, informa a empresa, em comunicado.

A Altice acrescenta que “este conselho consultivo atuará no âmbito das funções que lhe foram destinadas num regime de independência e imparcialidade”. O anúncio foi feito numa reunião que ocorreu durante a tarde entre estruturas representativas dos trabalhadores e o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, contando ainda com o membro do comité executivo e diretor do departamento institucional, João Zúquete da Silva.

“No desenrolar da ordem de trabalhos, foi pedida a necessária flexibilidade e esforço no entendimento sobre as diferentes matérias numa conjuntura económico-social que exige lealdade e responsabilidade”, refere a empresa na nota de imprensa. Citado no comunicado, Alexandre Fonseca diz esperar que, “em estreito entendimento com os representantes sindicais”, seja possível “acrescentar, construir e aproximar ainda mais as perspetivas e decisões da empresa dos colaboradores e das suas ambições”.

A reunião, a terceira desde que Alexandre Fonseca tomou posse, foi solicitada pelas estruturas representativas dos trabalhadores para discutir o regime de dispensa de assiduidade respeitante aos colaboradores em mobilidade. Sobre esta questão, a Altice garante “total normalidade e licitude da renovação da dispensa de assiduidade devidamente enquadrada na lei laboral”.

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Administração e trabalhadores da Autoeuropa retomam negociações na segunda-feira

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

Independentemente das negociações, o novo horário transitório, que inclui o trabalho aos sábados, vai mesmo entrar em vigor no final do mês de janeiro.

A Administração e a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa prosseguem na segunda-feira as negociações para o novo acordo laboral, mas o movimento Juntos pelos Trabalhadores da Autoeuropa promete manifestar-se domingo contra a imposição do novo horário transitório.

“No domingo, pelas 11:00, vamos fazer uma vigília, junto ao portão de entrada da fábrica, contra a imposição do novo horário, que não agrada aos trabalhadores e que não cumpre o artigo 233 do Código de Trabalho, porque não respeita as 35 horas de descanso na transição entre turnos”, disse à agência Lusa um trabalhador da Autoeuropa que integra aquele movimento.

“A empresa não dimensionou a fábrica para o volume de produção do novo veículo T-Roc. Os trabalhadores esperavam ter uma melhoria das condições de trabalho com a vinda de um veículo com este volume de produção, mas, o que está a acontecer é que vamos ficar ainda pior do que estávamos”, lamentou.

Independentemente das negociações sobre o acordo laboral e da contestação aos novos horários impostos pela empresa, após a rejeição de dois pré-acordos negociados com a Comissão de Trabalhadores, o novo horário transitório, que inclui o trabalho aos sábados, vai mesmo entrar em vigor no final do mês de janeiro.

Os trabalhadores da Autoeuropa, que serão distribuídos por três turnos – 07:00/15:30, 15:20/23:50 e 23:40/07:10 -, foram consultados pela empresa sobre a possibilidade de a rotação no turno da noite se fazer de semana a semana, mas a maioria ter-se-á pronunciado a favor da solução inicial proposta pela empresa, ou seja, pela rotação de três em três semanas.

A contestação aos novos horários poderá subir de tom nos próximos plenários que deverão ter lugar no dia 26 de janeiro, em que os trabalhadores da Autoeuropa deverão reapreciar uma proposta que já tinha sido aprovada nos plenários de 20 de dezembro, para a realização de uma greve nos dias 2 e 3 de fevereiro.

A administração da Autoeuropa e os representantes dos trabalhadores reuniram-se esta sexta-feira para discutir o novo acordo laboral, mas nenhuma das partes divulgou qualquer informação sobre a forma como estão a decorrer as negociações, que serão retomadas já na próxima segunda-feira.

A Autoeuropa deverá produzir este ano mais de 240.000 veículos, o maior número de sempre de veículos produzidos na fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela.

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Ana Trigo de Morais sai da APED para a Sociedade Ponto Verde

A ocupar o cargo de diretora-geral da APED, Ana Trigo de Morais está de saída para a Sociedade Ponto Verde, onde vai ocupar o cargo de CEO.

Ana Trigo Morais está de saída da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), onde ocupava o cargo de diretora-geral, para se tornar CEO da Sociedade Ponto Verde, apurou o ECO.

A nova CEO vem substituir o atual diretor-geral, Luís Veiga Martins, cujos motivos de saída ainda não são conhecidos. Contactada, a APED não quis fazer qualquer comentário. Ana Isabel Trigo Morais entrou para a APED em 2010, como diretora-geral, altura em que esta atravessava uma crise financeira.

Foi sob a alçada de Ana Isabel Trigo Morais que a APED lançou campanhas como “Procuram-se equipamentos em fim de vida, recompensa – a reciclagem merecida”, em 2013, ou reciclagem de óleos alimentares usados. “Pretendemos que os consumidores, em vez de terem coisas lá em casa que lhes ocupam espaço e os incomodam no dia-a-dia, encaminhem esses equipamentos que já não têm vida, já não servem para nada, para reciclagem”, explicou a responsável à Lusa, nessa altura. Segundo Ana Isabel Trigo Morais estes gestos “podem ajudar o ambiente e contribuir para a sustentabilidade do nosso planeta”.

Recorde-se que em 2014, Ana Isabel Trigo Morais era contra a introdução de uma taxa para a utilização de sacos plásticos. No final, defendia, “quem paga este tipo de iniciativas fiscais é o consumidor”. “Este não é o caminho mais adequado. Defendemos liberdade a cada um dos operadores para desenvolverem as suas campanhas e políticas”, disse em declarações citadas pelo Público.

Licenciada em Direito e com uma vasta experiência na área da gestão, Ana Trigo Morais esteve também no Centro Cultural de Belém, durante seis anos como membro do conselho de administração e passou ainda pelo Teatro Nacional de São Carlos e pelo Teatro Nacional de São João.

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Novo hotel abre em março no edifício do café A Brasileira no Porto

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

A unidade conta com 90 quartos e ‘suites’ distribuídos por seis pisos temáticos. O Pestana Porto - A Brasileira localiza-se junto ao Teatro Sá da Bandeira

Um novo hotel abre em março no edifício do antigo café “A Brasileira”, anunciou esta sexta-feira a cadeia de hotéis Pestana responsável pela reabilitação do espaço, em parceria com a OPPA – A BRASILEIRA e o Grupo de Dionísio Pestana.

Em comunicado, o Grupo Pestana informa que o novo hotel Pestana Porto – A Brasileira City Center & Heritage Building “resulta da reabilitação do edifício que há mais de um século foi construído para acolher a célebre Cafetaria Portuense A Brasileira“. A unidade conta com “90 quartos e ‘suites’ distribuídos por seis pisos temáticos”, relacionados com as “especiarias importadas nos séculos XV e XVI durante a expansão marítima portuguesa, nomeadamente: Café, Canela, Chá, Chocolate, Anis e Pimenta Rosa”, informa ainda o grupo.

Anunciando terem sido “preservadas as características da fachada e a imagem das salas do rés-do-chão – cafetaria e restaurante – com a sua traça original”, o comunicado acrescenta, quanto ao restaurante, manter-se a “capacidade para mais de uma centena de pessoas” bem como “o desenho original do arquiteto Januário Godinho”, que será liderado pelo ‘chef’ Rui Martins e com uma oferta gastronómica inspirada na “cozinha tradicional portuguesa, mas com uma vertente contemporânea”.

A cafetaria, com mais de 115 anos de história, “mantém a traça original e reabre com uma esplanada para acolher os visitantes e fazer justiça ao velho ‘slogan’ – ‘O melhor café é o da Brasileira’, já que esta foi a primeira cafetaria a servir café em chávena no início do século XX”, lê-se ainda no comunicado.

O Pestana Porto – A Brasileira localiza-se junto ao Teatro Sá da Bandeira, perto da Estação de São Bento, e dista cerca de 50 metros da Avenida dos Aliados, ficando a dez minutos da zona histórica da Ribeira.

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A tarde num minuto

  • Rita Frade
  • 19 Janeiro 2018

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

O Ministério Público pediu, esta sexta-feira, pena de prisão para o ex-presidente do Banco Privado Português. Os partidos da esquerda desenharam uma proposta conjunta para que os trabalhadores possam opor-se em caso de transmissão do estabelecimento ou parte da empresa.

O Ministério Público pediu pena de prisão entre sete e nove anos para o ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro. Para os outros ex-administradores, Paulo Guichard e Salvador Fezas, o MP pediu uma pena de prisão de 7 a 8 anos.

Os trabalhadores vão passar a ter o direito de se opor quando estiver em causa a transmissão de estabelecimento ou parte da empresa. Estas alterações ao Código do Trabalho constam de uma proposta conjunta do PS, Bloco de Esquerda, PCP e PAN.

Na sétima avaliação pós programa de assistência financeira — que estará em debate na próxima reunião do Eurogrupo, a primeira presidida pelo ministro português Mário Centeno — a Comissão Europeia reconhece que o país tem feito progressos. No entanto, pede um “reforço do ímpeto reformista”.

Perante a queda dos preços do petróleo nos mercados internacionais, tanto o gasóleo como a gasolina ficam mais baratos, com o diesel, o combustível mais utilizado pelos portugueses, a recuar um cêntimo por cada litro, corrigindo de máximos de 2015.

Na próxima semana, mais de 800 mil funcionários públicos norte-americanos podem ver os seus serviços paralisados, sendo obrigados a tirar licença sem vencimento, porque os congressistas ainda não conseguiram chegar a um consenso em relação ao financiamento federal para 2018.

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Bancos prometem cortar rácio do malparado de 22% para 10% até 2021

A Comissão Europeia considera que o plano de reduzir em mais de dez pontos percentuais o rácio de crédito malparado num prazo de três anos é "ambicioso mas realista".

Os bancos portugueses, nomeadamente os que têm níveis mais elevados de Non Performing Loan (NPL) como é o caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD), do BCP e do Novo Banco, fizeram uma promessa aos reguladores: reduzir em mais de dez pontos percentuais o rácio de crédito malparado num prazo de três anos. Um problema que continua a pesar no balanço das entidades bancárias e a penalizar a rentabilidade das instituições financeiras. Apesar de a Comissão Europeia reconhecer que foram feitos progressos, as autoridades dizem que é preciso continuar.

“Os seis bancos portugueses com os níveis mais elevados de NPL apresentaram planos a cinco anos para a redução do malparado ao Banco de Portugal e ao Mecanismo Único de Supervisão. Estes bancos tinham um rácio médio de NPL de 22% até ao final de 2016 e estão a planear reduzi-lo para 10% até 2021″, lê-se na sétima avaliação da Comissão Europeia referente ao pós-programa de assistência financeira publicado esta sexta-feira.

"Os seis bancos portugueses com os níveis mais elevados de NPL apresentaram planos a cinco anos para a redução do malparado ao Banco de Portugal e ao Mecanismo Único de Supervisão. Estes bancos tinham um rácio médio de NPL de 22% até ao final de 2016 e estão a planear reduzi-lo para 10% até 2021.”

Comissão Europeia

Segundo as autoridades europeias, “os bancos têm vendido portefólios de NPL, fizeram progressos a nível das execuções hipotecárias e na diminuição dos créditos em incumprimento”. Isto fez com que, desde junho de 2016, estes ativos em incumprimento tenham diminuído cerca de 10,5 mil milhões de euros para perto de 40 mil milhões.

“O Banco de Portugal e o Mecanismo Único de Supervisão consideram que os planos são ambiciosos mas realistas, e a implementação está, até agora, no bom caminho”, nota ainda a Comissão Europeia. Apesar de as autoridades reconhecerem que foram feitos “progressos palpáveis”, o documento alerta para a persistência de alguns problemas: baixa rentabilidade, almofadas de capital limitadas e rácios de malparado ainda elevados, embora estejam a diminuir. É nesse sentido que Bruxelas pede que se mantenha “o ímpeto na redução do malparado”, bem como na reestruturação dos empréstimos das empresas.

Esta posição é partilhada pela Fitch. Josu Fabo, o responsável da agência pelo rating das instituições financeiras, reconheceu as iniciativas que os bancos têm feito para resolver o malparado, como foi o caso da criação da plataforma para resolver estes créditos em incumprimento, mas afirmou que estas medidas não vão resolver o problema “por magia”.

A Comissão Europeia também afirma que a “plataforma não vai afetar muito o processo de redução dos NPL, uma vez que os empréstimos vão continuar no balanço dos bancos”. Mas a autoridades “referem que [esta iniciativa] deve ajudar no médio prazo”.

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Momento de referência, o que é?

  • ECO
  • 19 Janeiro 2018

O que é e para que serve um 'momento de referência'? Memorize: é tudo uma questão de tempo.

O momento de referência é o intervalo de tempo ou data específica a que se refere um dado estatístico. Tome nota dos exemplos.

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Afinal, de quantos crimes é acusado João Rendeiro do BPP?

Burla qualificada, falsificação de contabilidade, desvio de prémios. Estes são alguns dos processos de que foi alvo o ex-presidente do BPP, João Rendeiro, desde que abandonou o cargo em 2008.

O fundador e ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, à saida do Campus de Justiça onde decorre o julgamento do processo relacionado com o veículo criado no universo BPP para investir especificamente em ações do Banco Comercial Português (BCP), onde é acusado pelo Ministério Público de burla qualificada, em Lisboa, 12 de fevereiro de 2014.MÁRIO CRUZ / LUSA

Uma, duas, três… já se perdeu a conta de quantas acusações já foi alvo João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP). Desde que renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração, em 2008, o gestor teve cinco acusações. Primeiro foi o Banco de Portugal (BdP) a avançar com um processo sancionatório contra os administradores, depois foi a vez de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) imputar 35 violações do Código de Valores Mobiliários. Mas não fica por aqui. Só no Ministério Público (MP) há três acusações em cima da mesa: burla qualificada, falsificação de contabilidade e o desvio de prémios e remunerações. Ainda estão todos a correr nos tribunais.

Voltemos um pouco atrás. Foi em novembro de 2008 que João Rendeiro, fundador, maior acionista e então ainda presidente do conselho de administração do BPP, solicita a garantia do Estado para um empréstimo de 750 milhões de euros junto do Citigroup. Quatro dias depois, o então governador do banco central, Vítor Constâncio, anuncia que o BdP vai dar parecer negativo ao pedido de garantias estatais.

Isto ao mesmo tempo que a agência de notação financeira Moody’s corta não só o rating da instituição como o indicador da solidez financeira, que mede a probabilidade de um banco vir a precisar de recorrer à ajuda de terceiros (acionistas ou instituições oficiais). Acontecimentos que levaram Rendeiro a renunciar ao cargo durante uma reunião de acionistas. Desde então, o ex-BPP não parou de somar acusações, seja por parte dos reguladores ou do MP. Ou até dos próprios clientes.

BdP acusa Rendeiro e administradores de má gestão

O banco liderado por Carlos Costa foi a primeira entidade a avançar com uma acusação contra João Rendeiro e os outros ex-administradores por ter detetado infrações na gestão do BPP, algumas especialmente graves. O BdP acusou os 11 arguidos do caso BPP em junho de 2012 a multas que ascenderam a cerca de dez milhões de euros. Mas o Tribunal de Supervisão reduziu este montante para cerca de 8,1 milhões de euros, aplicando ainda sanções acessórias de inibição de funções em instituições de crédito e sociedades financeiras para os mesmos arguidos.

Ao presente processo foi aplicada a lei vigente à data da prática dos factos, tendo sido aplicadas coimas num valor global de cerca de 11 (onze) milhões de euros.

Banco de Portugal

Segundo o tribunal, o BdP acusou o BPP de ter criado um veículo, conhecido por Leaving Seagull, com sede nas ilhas Virgens Britânicas, que fez emissões “fictícias” de 50 milhões de euros. Isto porque os títulos nunca tiveram qualquer movimento de compra, venda ou transferência. Segundo a acusação, foram vários os alertas para as “graves consequências” que podiam advir da manutenção do veículo.

CMVM diz que houve violação do dever de qualidade de informação

“Violação a título doloso, do dever de qualidade de informação” e do “dever de o intermediário financeiro atuar de modo a evitar ou a reduzir ao mínimo o risco da ocorrência de conflitos de interesses” estão entre as várias infrações detetadas pela CMVM entre 2002 e 2008 na gestão do banco liderado então por João Rendeiro. Um processo que se arrastou. O gestor chegou a dizer que não tinha conhecimento da acusação, afirmando apenas que em “dois anos nunca fui ouvido sobre esta matéria, portanto não faço ideia do que seja”.

A partir do momento em que Rendeiro recebeu a acusação, a defesa iniciou uma avalanche de novos requerimentos: primeiro porque o acórdão da Relação continha diversas nulidades e violava algumas disposições constitucionais. Depois alegou, além de inconstitucionalidades, a omissão de pronúncia sobre um pedido de realização de audiência. Meses depois, a defesa de João Rendeiro insistiu nas inconstitucionalidades e na omissão de pronúncia. É na sequência deste último requerimento que os juízes Vasco Freitas e Rui Gonçalves decidem colocar um ponto final na sucessão de incidentes.

Os sete arguidos neste caso acabaram por ser condenados ao pagamento de coimas globais de 4,4 milhões de euros, dos quais Rendeiro teve de pagar um milhão. Além da coima, o gestor recebeu ainda como sanção acessória a inibição do exercício de funções na banca por um período de cinco anos.

MP acusa Rendeiro de burla, falsificação e desvio de prémios

Ao mesmo tempo que decorriam os processos contraordenacionais dos dois reguladores, o MP iniciava a sua investigação, mais conhecida por “caso BPP”. E, desta investigação, surgiram três acusações diferentes. A justiça começou por acusar João Rendeiro, Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital de burla qualificada em regime de coautoria por alegadamente terem atraído de forma fraudulenta investidores para um aumento de capital de uma sociedade veículo do BPP chamada Privado Financeiras. Isto porque alegadamente a empresa já estaria tecnicamente falida na altura da operação de aumento do capita social. A operação terá alcançado cerca de 100 milhões de euros, tendo os investidores sido prejudicados num montante total de cerca de 40 milhões de euros.

O processo em que o ex-banqueiro foi acusado de burla qualificada está ainda à espera do recurso do MP. Em primeira instância, João Rendeiro foi absolvido. O MP recorreu nessa altura para o Tribunal da Relação que decidiu que o processo baixasse de novo à primeira instância, para que uma última testemunha fosse ouvida. Mas a decisão de absolvição manteve-se. Agora, o Ministério vai interpor um segundo recurso.

João Rendeiro, ex-presidente do BPP.Mário Cruz / Lusa

O julgamento que se seguiu prendeu-se com o chamado processo principal do BPP. Nestes autos investigou-se a alegada falsificação da contabilidade do banco. O ex-presidente executivo foi acusado, em junho de 2014, pelo Departamento de Investigação e Ação Penal, de seis crimes de falsidade informática e um crime de falsificação de documento. Um processo que teve desenvolvimentos esta sexta-feira, com o MP a pedir pena de prisão entre sete e nove anos para Rendeiro, nas alegações finais do julgamento no Tribunal Criminal de Lisboa. Para os outros ex-administradores, Paulo Guichard e Salvador Fezas, o MP pediu uma pena de prisão de sete a oito anos.

Mas não acaba aqui. Há um outro processo que diz respeito à terceira acusação produzida no âmbito do chamado caso BPP pela 9.ª secção do DIAP de Lisboa, num despacho. Estava em causa o alegado desvio de prémios e remunerações aprovadas pela Comissão de Vencimentos daquele banco, mas sem que os acionistas tivessem conhecimento. Além disso, Rendeiro e os restantes ex-administradores terão, de acordo com a acusação, utilizado fundos do banco para a concretização de investimentos pessoais.

Um conjunto de acusações a que se juntam ainda os clientes do banco. No chamado processo dos clientes estão em causa centenas de queixas por alegada burla que foram concentradas num inquérito no DIAP de Lisboa. Os clientes alegavam que tinham sido convencidos a investir em produtos vendidos como depósitos a prazo quando se tratavam na realidade de produtos estruturados de alto risco. Um capital que tem sido recuperado parcial ou totalmente, o que levou a maioria dos clientes a desistir das queixas.

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BPP pede que Rendeiro seja “severamente sancionado”

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

O advogado considerou que estes arguidos têm de ser “severamente sancionados” porque casos de bancos com erros de gestão que levam ao seu fim “não podem voltar a repetir-se”.

O advogado do BPP defendeu esta sexta-feira que João Rendeiro, ex-presidente do banco, e outros dois administradores devem ser “severamente sancionados” com penas de prisão efetiva pelos atos praticados enquanto geriam a instituição que foi à falência.

“O dr. João Rendeiro, o dr. Paulo Guichard e o dr. Salvador Fezas Vital têm de ter pena de prisão efetiva, não há outra alternativa, porque este tribunal tem de demonstrar – depois de Banif, […] BES – que tem de haver uma altura em que temos de dizer que já chega”, afirmou Miguel Pereira Coutinho em tribunal, na primeira sessão das alegações finais.

Há pessoas que são ‘too big to go to jail’, que acham que ninguém lhes vai tocar e esse sentimento tem que ser atacado. Onde fica a fidúcia? A confiança no sistema, nos bancos? Como queremos que isto não volte mais a acontecer”, questionou o causídico.

O representante do Banco Privado Português (BPP) – que intervém neste processo como assistente – considerou que as declarações públicas que João Rendeiro tem feito revelam que este não demonstra “autocensura pelos atos praticados” e citou uma entrevista de 2016 de Rendeiro ao portal Sapo24 em que diz que continua a “exercitar” os seus “dons”, nomeadamente através de serviços de consultoria.

Na sessão desta sexta-feira houve ainda as alegações finais do Ministério Público, com a procuradora a pedir pena de prisão entre sete e nove anos para João Rendeiro. O fundador e ex-presidente do BPP não se encontrava na sala de audiências. A Lusa questionou a advogada sobre o motivo da ausência em tribunal, mas esta não quis prestar declarações.

Há pessoas que são ‘too big to go to jail’, que acham que ninguém lhes vai tocar e esse sentimento tem que ser atacado.

Miguel Pereira Coutinho

Advogado do BPP

Já para os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital foi pedida prisão entre seis e oito anos. Nas alegações finais, a procuradora considerou que estes três administradores são “as peças-chave, os líderes” de um esquema fraudulento, “predominantemente o dr. Rendeiro”. Quanto aos ex-administradores Fernando Lima e Paulo Lopes, o Ministério Público pediu pena suspensa.

Este processo criminal diz respeito a alegada falsificação de contabilidade pelo banco BPP, estando em causa crimes de falsidade informática e falsidade de documentos em factos ocorridos entre 2001 e 2008.

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Lisboa inverte queda e fecha semana em alta

EDP e CTT ajudaram o PSI-20 a fechar a semana em alta. A impedir maiores ganhos estiveram a Jerónimo Martins e a Nos.

A bolsa de Lisboa inverteu as perdas que registou na abertura da sessão e fechou em alta ligeira, acompanhando a tendência positiva do resto da Europa. EDP e CTT levaram o PSI-20 para os ganhos.

O PSI-20 encerrou a valorizar 0,31%, para os 5.689,21 pontos, com 11 cotadas em alta, seis em queda e uma inalterada. O principal índice acionista português soma, assim, a terceira sessão consecutiva de ganhos.

A contribuir para este desempenho estiveram os CTT, que avançaram 2,83%, para os 3,63 euros por ação, e a EDP, que somou 0,56%, para os 2,88 euros por ação. Ainda na energia, a Galp também fechou em alta ligeira, a valorizar 0,09%, enquanto a EDP Renováveis e a REN registaram quedas.

Também o BCP contribuiu para os ganhos do PSI-20, ao subir 0,36%, para os 30,4 cêntimos por ação.

A impedir maiores ganhos estiveram a Jerónimo Martins e a Nos, que recuaram ambas mais de 0,5%.

No resto da Europa, o dia também foi positivo. Destaque para a praça francesa, que valorizou mais de 0,5%, enquanto o Stoxx 600 acabou por avançar também 0,5%.

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Fitch melhora rating da Brisa Concessão Rodoviária

  • ECO
  • 19 Janeiro 2018

A agência de notação financeira decidiu melhorar o rating da empresa que já estava no grau de investimento. A decisão acontece depois de em dezembro a Fitch ter tirado a República de 'lixo'.

A Fitch melhorou o rating da Brisa Concessão Rodoviária de BBB para BBB+ com um outlook estável, segundo a Reuters. A empresa opera em cerca de 40% da rede rodoviária de Portugal numa concessão que expira em dezembro de 2035. A dívida da empresa mantém-se assim na categoria de investimento para a Fitch Ratings, mas com uma melhor classificação.

O rating de BBB+ reflete o desempenho financeiro e operacional robusto que está a verificar-se na Brisa Concessão Rodoviária“, explica a agência de notação financeira, citada pela Reuters. A Fitch considera que a atual estrutura da dívida protege mais os seus credores.

A agência explica que a recuperação económica e o aumento do consumo interno levaram a um aumento do tráfego no país. “O tráfego atual é 7% inferior ao de 2007, tendo ainda espaço para crescer a médio prazo”, lê-se no relatório.

A empresa controla uma rede de 1.100 quilómetros ao longo do território português. A Fitch refere que a concorrência tem vindo a diminuir desde 2010 uma vez que o Governo converteu algumas vias em estradas com portagens. No ano passado, apenas no primeiro trimestre, o tráfego aumentou 3,3% nas autoestradas da Brisa. A Fitch prevê um crescimento do tráfego de 4,6% em 2018, desacelerando para 2,1% depois de 2021.

O relatório da Fitch explica ainda que atualmente existe uma necessidade de investimento “moderada”, dado que a maior parte foram feitos no passado.

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