7 tendências do mercado imobiliário para 2018

  • ECO
  • 18 Janeiro 2018

As precisões apontam para o aumento, tanto no consumo privado como no número de turistas em Portugal. Por isso, as vendas de comércio e de retalho deverão aumentar na ordem dos 2,5%.

Mais edifícios nas zonas históricas das cidades, empresas a montar escritórios em antigos armazéns e fábricas em novas zonas da cidade e até maior disponibilidade de oportunidades nas zonas prime.

De acordo com um estudo realizado pela CBRE em parceria com o Expresso, estas são algumas das tendências do mercado imobiliário para 2018 apresentado esta quinta-feira.

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PS não convence partidos sobre projeto dos cobradores do fraque

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2018

PSD, CDS e PCP recusaram a ideia do PS de tirar o "fraque" aos cobradores por ser uma forma de legalizar a atividade.

PSD, CDS-PP e PCP manifestaram-se esta quinta-feira contra o projeto do PS sobre cobrança extrajudicial de créditos vencidos por entenderem que legaliza a procuradoria ilícita, invocando, inclusivamente, a discordância já manifestada pela ministra da Justiça. Estas posições foram transmitidas em plenário, no parlamento, pelos deputados Andreia Neto (PSD), Vânia Dias da Silva (CDS-PP) e António Filipe (PCP), com o BE, por intermédio de Paulino Ascenção, a admitir com reservas a discussão sobre esta matéria em sede de especialidade.

O PS, perante uma posição maioritária no parlamento contra o seu projeto – à qual acrescem críticas provenientes das ordens dos Advogados e dos Solicitadores -, admite agora que o seu diploma, durante as votações de sexta-feira, baixe diretamente a comissão de especialidade sem votação na generalidade.

No curto debate travado em plenário, o vice-presidente da bancada socialista Pedro Delgado Alves advertiu que “nada fazer sobre esta matéria continuará a desproteger os consumidores face a uma atividade que carece de regulação” e que, muitas vezes, os expõe em relação “a práticas invasivas e agressivas”.

“Estamos perante uma prática que existe e que não se confunde com as atividades próprias dos advogados e dos solicitadores. São precisas regras claras e é necessário proibir o chamado cobrador de fraque, com práticas agressivas que fazem a vida negra aos consumidores“, sustentou. Na resposta, a deputada social-democrata Andreia Neto classificou como “imprudente” o diploma dos socialistas, advogando que colide com o recente Pacto da Justiça e tem mesmo a discordância da própria ministra Francisca Van Dunem.

Nada fazer sobre esta matéria continuará a desproteger os consumidores face a uma atividade que carece de regulação.

Pedro Delgado Alves

Deputado do PS

Neste contexto, Andreia Neto salientou que a cobrança de créditos vencidos só pode ser feita por via de negociações por parte dos advogados, ou por via dos tribunais. “O PS, no fundo, quer caucionar a chantagem [de empresas de cobranças difíceis] junto dos consumidores”, acusou Andreia Neto, numa posição que foi logo depois partilhada por Vânia Dias da Silva (CDS-PP), dizendo que os socialistas pretendem “legalizar outro tipo de cobradores de fraque” na ação de cobrança de créditos vencidos.

Numa alusão à posição já manifestada pela ministra da Justiça, a deputada democrata-cristã deixou a seguinte recomendação: “Melhor faria o PS se optasse antes por se articular primeiro com o Governo socialista e abdicasse desta via ligeira“, disse. As críticas mais duras partiram do deputado do PCP António Filipe, considerando que o PS “pretende com o diploma legalizar a procuradoria ilícita” na cobrança de dívidas.

Melhor faria o PS se optasse antes por se articular primeiro com o Governo socialista e abdicasse desta via ligeira.

Vânia Dias da Silva

Deputada do CDS

“O PS não quer proibir o cobrador de fraque. Quer antes que o fraque mude de cobrador, que o cobrador mude de aparência“, declarou, numa nota irónica. Para o deputado do PCP, a solução “não é tornar lícitas atividades ilícitas por parte das chamadas empresas de cobranças difíceis, com prejuízo dos advogados, e dos solicitadores e agentes de execução”. “Não podemos apoiar esta iniciativa legislativa”, concluiu António Filipe.

Pela parte do BE, o deputado Paulino Ascenção demarcou-se do teor global do diploma do PS, mas manifestou-se disponível para discutir em sede de comissão uma “solução que contribua para melhor proteger os consumidores”. “Não podemos continuar com este problema nos braços”, rematou o socialista Pedro Delgado Alves na sua segunda e última intervenção.

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Rui Rio vê “alguma turbulência” na transição no PSD

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2018

Pedro Passos Coelho quer que a transição decorra "com naturalidade". Já Rui Rio admitiu que existe "alguma turbulência". "Não sei se a turbulência é real ou é mais na comunicação social", disse Rio.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, desejou esta quinta-feira que a transição para a nova liderança se possa fazer “com naturalidade”, tal como Rui Rio, embora o líder eleito considere que existe “alguma turbulência”.

Pedro Passos Coelho e Coelho estiveram esta quinta-feira reunidos durante mais de hora e meia na sede nacional do PSD, em Lisboa, e no final fizeram breves declarações aos jornalistas no pátio lado a lado mas escusaram-se a detalhar os temas discutidos no encontro.

Sobre a liderança parlamentar, Rui Rio afirmou que a conversa com Hugo Soares ainda não está marcada mas disse acreditar que decorrerá “com frontalidade, sem hipocrisia e com sinceridade de parte a parte”.

Questionado se tem sentido unidade, desde que foi eleito no sábado com 54,1% dos votos, Rui Rio respondeu: “Alguma turbulência mas a gente vai resolver essa pequena turbulência, não sei se a turbulência é real ou é mais na comunicação social”, afirmou.

Depois de prestarem breves declarações aos jornalistas, Passos Coelho deixou a sede do partido para ir à Assembleia da República, enquanto Rui Rio voltou a entrar no edifício, acompanhado do deputado Feliciano Barreiras Duarte – antigo chefe de gabinete do ainda presidente do PSD – e da assessora de imprensa.

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Lisboa brilha na Europa. BCP foi a estrela com uma subida de mais de 3%

  • ECO
  • 18 Janeiro 2018

O banco liderado por Nuno Amado registou uma das melhores sessões do ano, valorizando mais de 3%. Brilhou com a revisão em alta da sua avaliação por parte da JB Capital.

Depois de recuperar de várias sessões consecutivas em queda, a bolsa nacional acelerou os ganhos. O índice de referência encerrou a sessão com uma valorização de quase 1%, destacando-se entre as principais praças europeias. Uma forte subida explicada, essencialmente, pelo bom desempenho dos títulos do BCP.

O índice de referência nacional valorizou 0,82% para os 5.664,47 pontos, com a maioria dos seus 18 títulos a negociar bem acima da linha de água. Na Europa, o Stoxx 600 somou 0,1%, mas vários índices acabaram por perder valor, acompanhando a tendência que se verifica do outro lado do Atlântico, em Wall Street.

A estrela desta sessão foi o banco liderado por Nuno Amado. As ações do BCP subiram 3,76% para os 30,34 cêntimos, animadas por uma nota de “research” do JB Capital Markets. O banco de investimento reviu o preço-alvo das ações de 0,33 euros para 0,40 euros, isto por considerar que o banco está “bem encaminhado para cumprir o guidance para 2018, com melhorias na atividade doméstica e progresso ao nível dos NPEs“. “O BCP continua barato, na nossa opinião”, sublinhou a mesma entidade.

Também os CTT tiveram uma boa prestação, valorizando 1,38% para os 3,54 euros. A acompanhar esta tendência, os títulos da Novabase aumentaram 2,61% para os 3,14 euros e a Sonae Capital valorizou 1,97% para os 0,98 euros.

À parte destes ganhos, quinta-feira não foi um bom dia para o universo EDP. Do lado das perdas, estiveram a elétrica comandada por António Mexia — que perdeu 0,80% para 2,87 euros — e a EDP Renováveis — que desvalorizou 0,42% para os 7,07 euros. A REN também perdeu, enquanto a Galp Energia conseguiu escapar com uma subida de 0,16%.

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Pacto. Marcelo diz que “agora é tempo de não abrandar”

Chefe de Estado defende que acordos para a Justiça são "arrojados" e "semente para o futuro". E exorta os grupos parlamentares a tomarem uma posição. E sublinha: "agora é continuar".

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu – na abertura do ano judicial, em Lisboa – que a Justiça é “uma trave mestra num Estado democrático”. E assume que a sociedade se encontra “desperta” na área da Justiça. “Numa palavra: mais atual se apresenta, ainda que lançado por mim, um acordo na Justiça”.

O Chefe de Estado centrou o seu discurso todo no Pacto da Justiça e admite que “a maioria esmagadora dos protagonistas da Justiça entendeu o apelo, a urgência e o alcance nacional”. E não deixou de lançar o recado: “o poder político só ganha em contar com o contributo vital que os operadores estão a dar. Há que aproveitar estes ventos”. Lança ainda o recado: “agora é tempo de não abrandar, de não parar”. Dizendo que está lançada “a semente do futuro”. E exorta os partidos políticos a avançarem e a tomarem uma posição.

Em causa os “Acordos para o Sistema de Justiça” que foram entregues a semana passada a Marcelo Rebelo de Sousa por todos os operadores judiciários. Acordos concretizados em 89 medidas.

“Avançamos com medidas urgentes em áreas mais sensíveis, demos passos conjuntos corajosos e consistentes a pensar no médio e longo prazo. Estes acordos merecem uma palavra de reconhecimento: trazem originalidade, empenho, abertura ao diálogo, arrojo, são a semente de futuro, numa postura de interesse coletivo que evitou chamar à colação matérias de estatuto e dignificação das magistraturas”, sublinhou o Chefe de Estado relativamente aos primeiros acordos entre cinco parceiros da Justiça.

“Arrojo em propostas de estimulante controvérsia como a jurisdição comum e fiscal ou a especialização na área da família e o escalonamento dos custos da justiça. Importa conhecer o posicionamento dos partidos na Assembleia da República e ouvir de espírito aberto o que resultou dos acordos dos operadores judiciários”, disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

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Totta sobe salário dos trabalhadores do ex-Popular para 1.200 euros

O Santander Totta decidiu aumentar o salário mínimo do ex-trabalhadores do Banco Popular Portugal. Passam a receber o mesmo que os funcionários do Totta: 1.200 euros.

O Santander Totta decidiu aumentar o salário mínimo aos trabalhadores do ex-Banco Popular Portugal. Os funcionários passam agora a receber o mesmo que recebem os do banco liderado por António Vieira Monteiro. Ou seja, 1.200 euros por mês. Isto depois de a instituição financeira ter anunciado uma subida de 20% do ordenado mínimo no verão do ano passado “para todos os trabalhadores a tempo completo”.

“O Banco Santander Totta acaba de integrar o Popular Portugal e decidiu, entre outras medidas, aumentar o ordenado mínimo dos ex-colaboradores efetivos do Banco Popular Portugal para o valor que é pago atualmente no Santander Totta, ou seja 1.200 euros”, de acordo com uma nota enviada pelo Totta às redações. Uma medida que entra em vigor já durante este mês, refere a instituição financeira.

"O Banco Santander Totta acaba de integrar o Popular Portugal e decidiu, entre outras medidas, aumentar o ordenado mínimo dos ex-colaboradores efetivos do Banco Popular Portugal para o valor que é pago atualmente no Santander Totta, ou seja 1.200 euros.”

Santander Totta

Segundo o banco liderado por António Vieira Monteiro, “esta medida vai ao encontro da estratégia definida pelo banco ao longo dos anos para ser um empregador de referência, com um modelo de gestão de recursos humanos muito orientado para as pessoas e para o seu bem-estar”.

Esta medida é tomada depois de, em junho do ano passado, o Totta ter decidido subir o salário mínimo no banco de 1.000 para 1.200 euros mensais, mais 20% “para todos os trabalhadores a tempo completo”.

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Sindicato dos Oficiais de Justiça anuncia greve de três dias

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2018

Os oficiais de Justiça acusam o Governo de "falta de vontade política" e de "eventual falta de vontade financeira".

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) anunciou esta quinta-feira uma greve de 3 dias, a 31 de janeiro, 1 e 2 de fevereiro, para protestar contra a falta de resposta do Ministério da Justiça aos problemas. A greve de três dias dos oficias de justiça foi anunciada no dia da abertura do ano judicial.

“O Ministério da Justiça, independentemente dos seus titulares, não tem respondido atempada e adequadamente aos problemas que lhe têm sido submetidos pelos oficiais de justiça”, refere o sindicato, em comunicado.

Segundo aquele sindicato, a “falta de vontade política, que se traduz também numa eventual falta de vontade financeira”, coloca os tribunais e os oficiais de justiça “desprovidos de condições para potencializar a realização da justiça”.

"[Os oficiais de justiça não podem e não querem (…) ser o elo mais fraco das cogitações do Governo.”

Sindicato dos Oficiais de Justiça

Comunicado de imprensa

O SOJ refere que “não é de ânimo leve” que avançam para a greve, mas sublinham que os oficiais de justiça “não podem e não querem continuar a constituir, no prisma dos Ministérios da Justiça e das Finanças, o elo mais fraco das cogitações do Governo”.

De acordo com o sindicato, os oficiais de justiça reivindicam a contagem do tempo em que a carreira esteve congelada, um “regime de aposentação justo, reconhecendo a exigência da carreira”, uma compensação pelas exigências decorrentes da especialização dos tribunais, formação contínua e a revisão e valorização do estatuto socioprofissional, bem como a colocação a concurso para promoção dos lugares vagos e a abertura de concurso para ingresso na profissão.

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Santander Totta já permite comprar moedas virtuais na Coinbase

A partir desta quinta-feira o banco deixou de travar as transferências dos seus clientes para a Coinbase, a plataforma mais utilizada internacionalmente para a compra e venda de bitcoins.

Após a notícia de que o banco estava a travar a compra de bitcoin através da Coinbase desde o final do ano passado, a instituição liderada por Vieira Monteiro voltou, a partir desta quinta-feira, a permitir transferências para a plataforma, apurou o ECO. Os clientes do banco podem ainda sentir algumas dificuldades nos próximos dias dado que as transações começaram a ser desbloqueadas recentemente e o processo não é imediato. Um cliente do Santander confirmou ao ECO que conseguiu fazer uma transferência para a Coinbase esta quinta-feira à tarde.

A Coinbase é uma das plataformas mais utilizadas mundialmente pelos investidores de criptomoedas. No final do ano passado, os clientes do Totta começaram a sentir dificuldades nas transferências de e para essa plataforma que lhes permite, por exemplo, comprar e vender bitcoins, a mais famosa das moedas digitais. O ECO teve acesso a respostas oficiais do Santander a clientes onde o banco justificava o bloqueio dizendo que a entidade transacionava “produtos financeiros não regulamentados”.

Um cliente contou ao ECO que, através do serviço Superlinha (atendimento personalizado do banco), um funcionário do Santander confirmou que existia uma diretiva interna para bloquear transferências com o IBAN da Coinbase. Nessa altura, o banco recusou-se a comentar oficialmente as queixas dos clientes.

Já esta quarta-feira decidiu reagir: “O Banco Santander Totta não adotou quaisquer medidas contrárias às criptomoedas ou a quem com elas opera”. “Não podendo naturalmente comentar a atividade dos seus clientes, o Banco Santander Totta reafirma que acompanha todas as operações feitas no seu âmbito, cumprindo sempre os normativos de supervisão e legais aplicáveis a cada caso”, acrescentou a instituição liderada por Vieira Monteiro na única declaração oficial que fez sobre o tema.

A reação chegou no mesmo dia em que a Deco considerou que não havia uma justificação legal que permitisse ao Santander travar a compra de moedas digitais. “A postura da instituição não se encontra sustentada em nenhuma base legal conhecida”, escreveu a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor num artigo no seu site.

A questão do fundamental legal ganha outra dimensão quando se verifica, através do site do Banco de Portugal, que a Coinbase é uma das instituições de moeda eletrónica com sede na União Europeia que o regulador autoriza. A Coinbase está sediada em Londres e tem 15 de maio de 2017 como a data de início de atividade e está ativa. Na mesma página do site do BdP é possível verificar que, até ao momento, não existe nenhuma decisão pública relacionada com esta plataforma.

Já estava em curso uma petição relacionada com o caso que, caso tivesse 1.000 assinaturas, teria de ir à Assembleia da República. Os autores da petição com o nome “Banco Santander Totta proíbe saída de dinheiro para criptomoedas” alegam que a decisão do banco “é uma medida que visa manter Portugal na idade medieval”, acusando a entidade de não servir os interesses dos clientes. Até ao momento, a petição foi assinada apenas por 188 pessoas.

(Notícia atualizada às 17h20 com mais informação)

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Conteúdos subscritos na net e cobrados sem autorização podem valer multas às operadoras

ASAE e Anacom podem vir a multar empresas e operadoras que cobrem por conteúdos subscritos na net e que os consumidores não autorizaram. Provedora de Justiça está atenta ao tema.

A ASAE e a Anacom poderão vir a multar as operadoras de telecomunicações e empresas que podem estar a violar a lei ao cobrarem por conteúdos de entretenimento que os consumidores, alegadamente, não subscreveram. Já se sabia que o tema está na agenda do regulador das comunicações. No entanto, agora, é também motivo de preocupação para a Provedora de Justiça.

Numa nota publicada esta quinta-feira, Maria Lúcia Amaral dá conta de “queixas” de cidadãos sobre “situações de subscrição e cobrança indevidas de serviços e/ou conteúdos de entretenimento, incluindo toques, jogos, imagens e concursos que violam as disposições legais da proteção do consumidor”. Neste contexto, de acordo com a provedora, “a ASAE informou estar a analisar a possibilidade de iniciar procedimentos contraordenacionais, estando em contacto com a Anacom (…) com vista a uma atuação articulada”.

Ainda segundo a provedora, “as empresas prestadoras destes conteúdos podem estar a violar o dever de informação pré-contratual dos consumidores”, enquanto “também as operadoras de telecomunicações podem estar a desrespeitar a proibição de cobrança de qualquer tipo de pagamento relativo ao fornecimento não solicitado de conteúdos digitais”. Multas podem estar a caminho.

A Anacom já tinha dado conta, em novembro de 2017, de que recebeu reclamações de consumidores que se queixam de pagar por serviços móveis que não subscreveram, nomeadamente conteúdos de entretenimento e jogos, entre outros. Desta feita, a entidade recomendou às operadoras que “apenas exijam o pagamento nos casos em que os clientes o tenham autorizado prévia e expressamente”.

A ASAE informou estar a analisar a possibilidade de iniciar procedimentos contraordenacionais, estando em contacto com ANACOM, enquanto entidade reguladora do sector das telecomunicações, com vista a uma atuação articulada.

Maria Lúcia Amaral

Provedora de Justiça

Serviços subscritos “com um simples clique”

Como explica a Provedora de Justiça, estes são “serviços que frequentemente se adquirem de forma inadvertida através do WAP billing, mecanismo que permite aos consumidores comprarem conteúdos nos sites WAP (Wireless Application Protocol) sem necessidade de registo”. “Com um simples ‘clique’, o utilizador subscreve o serviço, podendo logo depois aceder aos conteúdos que lhe são cobrados diretamente na conta do telemóvel”, acrescenta.

Na visão de Maria Lúcia Amaral, “a facilidade com que se efetuam estas transações abre espaço para práticas abusivas e fraudulentas, ao mesmo tempo que não garante que os consumidores sejam devidamente informados das condições contratuais e deem o seu expresso consentimento à aquisição”. Mais: considera a situação “tão mais preocupante por qualquer criança poder facilmente, e de forma involuntária, subscrever estes conteúdos”.

A provedora conclui, recordando que os consumidores lesados neste tipo de situações podem pedir o cancelamento destes serviços à operadora, bem como a “devolução das quantias indevidamente cobradas” pelas operadoras. “A Provedora de Justiça continuará a acompanhar a situação e intervirá novamente caso se venha a justificar”, finaliza.

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Uma a uma, energéticas sentam Estado no banco dos réus

Depois da EDP, da REN e da Galp, agora foi a vez da Endesa colocar o Estado português em tribunal. A elétrica liderada por António Mexia também voltou hoje à carga, com uma nova ação judicial.

Fotomontagem/Ana Raquel Moreira

Já lá vão quatro. Depois da EDP, da Galp e da REN, a Endesa torna-se, esta semana, a quarta energética a levar o Estado português a tribunal. Nas primeiras três, em causa estava sobretudo o pagamento da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE). Desta vez, a Endesa revolta-se, mas por outros motivos. Atrás, foi novamente a EDP.

O Fisco notificou, pela primeira vez, as três primeiras empresas a pagarem a CESE no final de 2014. A EDP começou por pagar, a REN também, apesar de ter contestado o pagamento. Por sua vez, a Galp não pagou, visto que era alvo de duas CESE. 2018 começa por recordar esses tempos ao Governo português, com mais duas ações interpoladas por duas energéticas — Endesa e EDP.

EDP: Após três ações públicas, chega mais uma em 2018

Esta quinta-feira, após a Endesa anunciar que iria avançar com uma ação judicial contra o Estado, a EDP decidiu seguir-lhe as pisadas e confirmou que também vai impugnar a “execução do decreto-lei de 2013 que criou um mecanismo que visa a reposição do equilíbrio concorrencial entre produtores de eletricidade a operar em Portugal e Espanha”, disse fonte oficial da empresa ao ECO. Mas o historial de ações contra o Estado daquela que é a maior elétrica a operar no mercado nacional é bastante longo.

No passado mais recente, a primeira contenda jurídica mediática remonta a setembro de 2013. Na altura, a elétrica impôs uma ação judicial contra o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade. A ação dava entrada no dia 19 desse mês no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa e tinha sido avançada pela subsidiária EDP Gestão da Produção de Energia. Em causa estava um despacho do, na altura, secretário de Estado, que obrigava a empresa de energia a pagar os custos da tarifa social. A EDP considerava que “esses encargos deveriam ser custos elegíveis para calcular a remuneração das centrais com Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)”, avançava, na altura, o Jornal de Negócios, algo que não recebeu a aprovação do Governo.

Mas as ações não ficaram por aqui. Um dia depois, a 20 de setembro, através da EDP Distribuição, a energética avançava com mais uma ação contra a ERSE — Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, só que por motivos diferentes. A empresa tentava contestar a decisão que a ERSE tinha tomado na altura, em que pretendia obrigar a EDP Distribuição a devolver sete milhões de euros aos seus clientes com tarifas bi e tri-horárias. Uma decisão que surgiu após uma auditoria à empresa e que concluiu que uma parte desses clientes tinha saído prejudicada.

No ano passado, o Estado voltou a ser “atacado” judicialmente com mais uma ação interposta pela EDP. Foi a janeiro de 2017, avançado pelo Público e pelo Jornal de Negócios, que a empresa avançou com uma ação judicial para contestar o pagamento da CESE, que lhe custou 120 milhões de euros em 2014 e 2015, de acordo com uma fonte oficial da empresa. “Ao contrário do inicialmente previsto e estipulado, a CESE tem vindo a ser sucessivamente prorrogada. Neste contexto, e uma vez esgotadas todas as vias alternativas nomeadamente as administrativas, a EDP decidiu avançar pela via judicial para contestar o pagamento da CESE”, explicava, na altura, a empresa em comunicado.

Durante estes anos de idas ao tribunal, a empresa deixava claro as intenções de, em primeiro lugar, dialogar com o Governo. “Nós trabalhamos, não gritamos, não falamos de outros setores, concentramo-nos no que temos a fazer. Procurando sempre encontrar soluções, nós pomo-nos no lugar dos outros“, sublinhava o presidente da EDP, em maio de 2016. Num espaço de três anos, essas decisões do Governo valeram à empresa prejuízos de mais de 200 milhões de euros, de acordo com informações avançadas, na altura, pela mesma.

Galp: Duas CESE? Não vou pagar!

Depois das duas primeiras ações impostas pela EDP, o Estado português via-se novamente nos corredores dos tribunais de Lisboa mas, desta vez, num confronto com a Galp, ou melhor, com a sua empresa de oleodutos. A 24 de fevereiro de 2016, escrevia o Público, a Companhia Logística de Combustível (CLC) colocou o Estado em tribunal. Em causa estava a recente lei de bases do sistema petrolífero, publicada no final de 2015, que declarava as instalações desta empresa como sendo de “interesse público”. A Galp detinha 65%, a BP Portugal 15%, a Repsol outros 15% e a Rubis 5%.

No diploma em causa na altura — que tinha sido aprovado pelo PSD/CDS com o argumento de que isso iria aumentar a concorrência no mercado de combustíveis –, a CLC via-se obrigada a permitir a outros operadores o acesso ao único oleoduto de transporte de combustíveis do país, através de uma tarifa negociada. As novas regras começaram de imediato a ser interrogadas pela empresa no Supremo Tribunal Administrativo, ainda antes de serem regulamentadas pela Entidade Nacional do Mercado de Combustíveis (ENMC). “A nova lei de bases cria significativas limitações à atividade da CLC que a empresa considera injustificadas e que pretende que sejam declaradas ilegais”, disse ao Público, na altura, o administrador-delegado, José Sepodes.

Mas, mais uma vez, as coisas não ficaram por aqui. No final desse mesmo ano, a própria Galp iniciava um braço de ferro com o Governo português. Da mesma forma que a EDP protestou, também a Galp reclamou, uma vez que tinha sido alvo de duas CESE — uma sobre os ativos da energia e outra sobre os contratos de gás natural. Relativamente à primeira, esta dizia respeito à contribuição aplicada aos ativos de energia, equivalente à aplicada às outras empresas do setor. Em 2014, foi fixada em cerca de 30,4 milhões de euros. A segunda contribuição — CESE II, criada em 2015 –, visava taxar o o valor económico dos contratos de compra de gás à Argélia e à Nigéria, de acordo com os lucros obtidos com a venda do produto internacionalmente. Importa realçar que a Galp sempre recusou proceder a esse pagamento.

Conforme constava nos relatórios da Galp, entre 2014 e 2016, a empresa estava obrigada a pagar 81,4 milhões de euros na primeira contribuição inicial. A somar estavam mais 157,8 milhões da CESE II, distribuídos por três prestações anuais de 52 milhões de euros, que deveriam ser entregues entre 2015 e 2017. Ou seja, um total acumulado de 162 milhões de euros.

REN: Paga, mas depois reclama

A REN também se manifestou, mas primeiro optou por pagar. “A REN tem pago e contestado todas as CESE que lhe foram aplicadas em sede própria. Houve uma decisão (não final) desfavorável relativamente à CESE da REN Armazenagem de 2014, que está neste momento pendente de decisão no Tribunal Constitucional”, dizia na altura uma fonte oficial da energética. Mas em março de 2016, avançou com uma ação judicial contra o Estado português, em sede de recurso no Tribunal Constitucional, adiantando que estava “a contestar em sede própria e pelos meios legalmente adequados todas as CESE que foram aplicadas ao Grupo REN”.

Endesa: a última a juntar-se ao grupo dos queixosos

Esta quinta-feira, a Endesa também decidiu impugnar um despacho do secretário de Estado da Energia, que data de outubro do ano passado e que, segundo a energética, “prejudica os consumidores, o tecido empresarial e os produtores de energia elétrica em Portugal”. Este despacho pede a nulidade parcial de um outro de 2015 e, de acordo com o comunicado à imprensa, “vem desvirtuar o mecanismo de equilíbrio concorrencial no mercado elétrico português”, afetando o equilíbrio entre as cargas fiscais e parafiscais que recaem sobre os produtores portugueses e sobre os produtores residentes em países terceiros. A empresa aponta para a influência que estas alterações podem ter no preço praticado no Mercado Ibérico da Eletricidade (MIBEL), no qual Portugal se insere.

De acordo com a energética, por um lado, o despacho “retira competitividade, resultando num aumento das importações de energia elétrica a custos mais elevados para os consumidores”, o que deverá fazer-se notar também no saldo da balança comercial nacional, que verá maiores custos ao nível das importações. E, por outro, provoca um aumento do “custo do gás natural para os consumidores, tanto domésticos como industriais”, e a Endesa acusa o Estado de transferir estes custos das centrais térmicas para as energéticas. Por fim, a energética considera que o despacho, ao anular o anterior, modifica “as regras do mecanismo para o passado”, o que da perspetiva da empresa “representa uma violação do princípio da confiança, basilar num Estado de Direito”.

“A Endesa apresentou atempadamente propostas concretas para mitigar os efeitos negativos”, diz a empresa. Acusa ainda o Estado de não ter tido em consideração estas mesmas propostas “até ao momento”, pelo que a energética “não teve alternativa senão avançar com este processo”. Já de acordo com o texto do despacho que a Endesa vem impugnar, tanto esta energética como a EDP “apresentaram a suas pronúncias em sede de audiência (…) sem que, contudo, tivessem logrado apresentar argumentos que abalassem os fundamentos daquela manifestada intenção”.

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Ministra pede aliança para o futuro na Justiça

Francisca Van Dunem responde ao apelo de Marcelo Rebelo de Sousa e assume: "todos somos poucos para concretizar o desígnio comum de uma justiça acessível, célere segura e compreensível".

A ministra da Justiça Francisca Van Dunem assumiu, na abertura do ano judicial, que a Justiça está numa fase de mudança “que se faz sem ruturas, nem sobressaltos, em modo participativo e que incorpora complexivamente todos os contributos positivos do passado e do presente numa aliança de e para o futuro”.

E é precisamente nesse “contexto colaborativo de favorecimento e abertura ao diálogo que situámos os acordos para o sistema de justiça que respondem ao apelo do Presidente da República. Todos somos poucos para concretizar o desígnio comum de uma justiça acessível, célere segura e compreensível”, disse a titular da pasta da Justiça. Mas enviou o recado: “precisamos de consolidar este caminho; de fixar as fórmulas de não retorno”.

Em causa a entrega na semana passada a Marcelo Rebelo de Sousa dos “Acordos para a Justiça” entregues pelas associações sindicais de magistrados, funcionários judiciais, agentes de execução e pela Ordem dos Advogados. Pacto que inclui 89 medidas com o objetivo de melhor a Justiça. Um Pacto que nasce da última cerimónia de abertura do ano judicial, com o repto lançado pelo Chefe de Estado, em setembro de 2016.

“A dimensão do que hoje se pede aos tribunais e aos agentes do sistema de justiça é incomensurável, pelo que se espera de diversidade e de diferenciação técnica, pelo estatuto exigente de deveres, pela imposição de uma compreensão aguda da mudança que comprime a cada momento a realidade que julgamos conhecer”, diz ainda a ministra da Justiça.

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Trabalhadores da Triumph entregam cinto de ligas ao Governo em protesto contra encerramento de fábrica

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2018

“É uma situação que o Governo está a acompanhar não desde há uma semana a esta parte, mas já há bastante tempo”, disse o Executivo na conferência de imprensa do Conselho de Ministros.

Os trabalhadores da antiga fábrica da Triumph entregaram esta quinta-feira uma peça de lingerie na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, como protesto contra o encerramento da fábrica em Loures e apelaram ao Governo para intervir no processo.

Nós levámos um cinto de ligas para simbolizar a ida do senhor ministro da Economia, [Caldeira Cabral], no dia 07 de janeiro de 2017 à empresa, quando apadrinhou todo este processo, a passagem da Triumph para a TGI-Gramax”, disse à Lusa Mónica Antunes, dirigente do sindicato dos têxteis do Sul, durante a manifestação, que os trabalhadores realizaram em frente à Presidência do Conselho de Ministros.

E prosseguiu: “o senhor ministro da Economia disse [então] que era uma empresa de sucesso, que tinha tudo para dar certo, que a mão-de-obra era qualificada e que íamos ser uma empresa de sucesso”. Agora, na Presidência do Conselho de Ministros, segundo a dirigente sindical, a responsável que recebeu os trabalhadores da antiga Triumph ouviu todos os desabafos sobre a atual situação da empresa e assegurou que iria transmiti-los ao ministro da Economia, que se encontrava numa reunião.

Os trabalhadores da antiga fábrica da Triumph lamentam que a situação se tenha arrastado até aqui, pois dizem estar há 50 dias sem receber salários e mais o subsídio de Natal. Mónica Antunes disse à Lusa que não conhece ninguém interessado em ficar com a empresa. “Nós não vamos poder ficar presos àquele impasse. Resolvam o processo de insolvência e deixem as pessoas seguir a vida delas. Porque as pessoas querem trabalhar. Nós queremos trabalhar, não queremos nada daquilo que não é nosso. Queremos os nossos direitos e queremos trabalhar”, advertiu, lamentando a atual situação.

Estas pessoas não se vão aguentar por muito mais tempo sem receberem.

Mónica Antunes

Dirigente do sindicato dos têxteis do Sul

A delegação sindical que foi recebida na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, lamentou não ter sido recebida pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral. Mas, Mónica Antunes espera ainda que o ministro “dê a cara, assuma as suas responsabilidades e ative os meios necessários para estas pessoas terem os meios de subsistência”. “Estas pessoas não se vão aguentar por muito mais tempo sem receberem”, alertou a dirigente sindical.

Os trabalhadores da antiga fábrica da Triumph vão manter o piquete de vigilância na empresa por um período indeterminado, pois dizem desconhecer “o tempo que isto vai demorar”, e prometem “não arredar pé das instalações”. O sindicato e os trabalhadores dizem que “não vão deixar cair a luta” e que têm ações previstas em vários pontos de Lisboa nos próximos tempos. Lembram ainda que a Triumph e o Governo “têm responsabilidade em tudo isto”.

Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros desta quinta-feira, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, foi questionada sobre este protesto e a situação da fábrica da antiga Triumph, tendo começado por assegurar que “este tema não foi discutido” na reunião do executivo, mas que “é uma situação que o Governo está a acompanhar não desde há uma semana a esta parte, mas já há bastante tempo”.

Esta empresa foi sinalizada como uma empresa com problemas há algum tempo, inclusivamente para a procura de novos investidores e [o Governo] vai continuar a acompanhar, mesmo que a entrada de novos investidores não tenha resolvido o problema como se esperaria aqui há uns tempos que pudesse acontecer”, disse.

A fábrica da antiga Triumph (de roupa interior feminina), sediada na freguesia de Sacavém, concelho de Loures, foi adquirida no início de 2017 pela TGI-Gramax e emprega atualmente 463 trabalhadores. Desabafando, a dirigente sindical Mónica Antunes, terminou dizendo: “Ainda não perdi a esperança que ele [o ministro da Economia] me diga nos olhos aquilo que me disse a 07 de janeiro de 2017. Que tínhamos tudo para ter sucesso”.

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