Pharol quer aumentar capital até 80 milhões de euros

  • Lusa
  • 1 Novembro 2018

A subida do teto máximo do reforço de capital fica a dever à “imprevisibilidade associada à realização do aumento do capital social da Oi”, explica a Pharol.

A Pharol realiza em 23 de novembro uma assembleia-geral extraordinária para votar a alteração do valor de aumento de capital, passando de um máximo de 55 milhões para até 80 milhões de euros, visando acorrer ao da brasileira Oi.

Segundo a proposta da ex-Portugal Telecom que será discutida na ocasião, e divulgada na quarta-feira à noite ao mercado, “o Conselho de Administração poderá, com o parecer favorável do Conselho Fiscal, deliberar elevar o capital social por uma ou mais vezes e por entradas em dinheiro, em valor até 80.000.000 euros”.

Para isso, é necessária uma “deliberação da assembleia-geral que fixe os parâmetros a que fiquem submetidos o reforço ou reforços de capital que estejam em causa”.

Esta proposta implica também revogar a decisão tomar na assembleia-geral de 07 de setembro passado, através da qual os acionistas da Pharol aprovaram um aumento de capital social da sociedade de 26.895.375,00 euros para até 55.482.427,11 euros para acorrer ao aumento de capital social da operadora brasileira.

A Pharol justifica, na proposta agora divulgada, que a subida do teto máximo se deve à “imprevisibilidade associada à realização do aumento do capital social da Oi” e também à “incerteza quanto à efetiva vantagem em acorrer ao mesmo”.

“Tendo em conta a volatilidade das ações Oi, bem como a variabilidade das circunstâncias que poderão originar a necessidade de aumentar o capital da Pharol, considera-se mais apropriado fixar os parâmetros para um eventual aumento do capital social da sociedade”, reforça a empresa portuguesa.

A Oi está num processo de recuperação judicial desde 2016 com o objetivo de reduzir o passivo, que ronda os 65,4 mil milhões de reais (cerca de 13,4 mil milhões de euros), mas a Pharol tem vindo a mostrar-se contra este Plano de Recuperação Judicial.

A empresa portuguesa era, inclusive, a principal acionista da operadora, detendo 27,18% através da sua subsidiária Bratel, mas, com o Plano de Recuperação Judicial da Oi, passou a ter menos de 8%.

Numa primeira fase, a Pharol optou por não participar na recapitalização da operadora mediante conversão de dívida.

O Plano de Recuperação Judicial propõe-se reduzir o passivo da companhia brasileira, através da conversão de 72,12% da dívida suportada pelos credores, aos quais serão concedidos direitos sobre a empresa.

Na assembleia-geral de dia 23, a Pharol vai também apreciar “a renovação da deliberação da eleição dos membros dos Órgãos Sociais e da Comissão de Vencimentos para o triénio 2018-2020, com alargamento da composição do Conselho de Administração para 11 elementos, mediante a eleição de novo elemento”.

Esta proposta surge depois de o Tribunal do Comércio de Lisboa ter decidido suspender a deliberação de nomeação dos órgãos sociais da Pharol, de 25 de maio e ratificada a 07 de setembro, dando assim razão à Oi, que havia interposto uma providência cautelar por não ter participado da decisão.

A nova administradora, além dos que já tinham sido aprovados, é Maria de Lourdes Vasconcelos Pimentel da Cunha Trigoso.

Entretanto, esta segunda-feira, a Câmara de Arbitragem do Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo suspendeu provisoriamente o aumento de capital da operadora brasileira Oi, na sequência de um pedido apresentado pela Pharol.

Segundo a empresa portuguesa, “os fundamentos para suspensão arbitral da deliberação de aumento de capital foram não só a provável fraude à lei societária de tal deliberação, como ainda o facto de a aprovação do Plano de Recuperação Judicial da Oi por credores não afastar a aplicação da legislação societária brasileira”.

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“Lei da Uber” entrou em vigor. Escolas de condução, plataformas e motoristas ainda têm dúvidas

Ainda há um período de transição, mas as novas regras para as plataformas eletrónicas entraram em vigor esta quinta-feira. Contudo, ainda existem algumas dúvidas sobre alguns aspetos da "lei da Uber".

No dia em que entra em vigor a chamada “lei da Uber”, ainda restam algumas dúvidas em torno da nova regulamentação das plataformas. Só na véspera, esta quarta-feira, é que o Governo publicou a portaria que lança luz sobre a formação dos motoristas, que era o passo que faltava para o mercado ficar a conhecer os últimos pormenores em torno das novas regras. Contudo, existem aspetos que não são claros, o que está a causar preocupação a alguns motoristas e até às escolas de condução.

Do lado das entidades formadoras, que ficarão responsáveis por ministrar a formação aos motoristas, a queixa prende-se com a falta de clareza em torno das competências que os formadores devem ter para poderem ministrar os vários módulos do curso.

A lei previa que fosse o Governo a definir alguns pormenores em torno da formação dos motoristas, como a carga horária dos cursos e os módulos a serem lecionados. Esta quarta-feira, a portaria saiu em Diário da República: os cursos terão uma carga horária mínima de 50 horas e terão uma componente teórica e uma componente prática. A portaria também define a forma como as escolas de condução vão ter de desenhar os manuais para as formações. Mas, em conversa com o ECO, um alto responsável da associação que representa as escolas de condução confessou preocupação.

“Se a entidade formadora é responsável pela elaboração dos manuais, pela elaboração do dossiê formativo, se tem de disponibilizar o espaço e os formadores, porque é que o IMT deve definir se os formadores estão capazes ou não?”, questionou António Reis, vice-presidente da Associação Nacional dos Industriais de Ensino de Condução Automóvel (ANIECA), órgão que representa as empresas que operam escolas de condução em Portugal.

Em causa, explica o responsável, está o ponto da portaria que estabelece que “os formadores devem possuir competências que o IMT considere adequadas às matérias que ministram”. O problema, disse, é que o nível de competências ainda não está definido e as escolas de condução voltam a estar às escuras: “Não existe para já uma orientação do IMT neste aspeto”, garantiu António Reis.

Está definido que o curso terá seis módulos: comunicação e relações interpessoais, normas legais de condução, técnicas de condução, regulamentação da atividade, situações de emergência e primeiros socorros e condução individual de veículos. É um leque alargado de áreas de conhecimento que pode implicar que as escolas de condução tenham de ir buscar formadores de fora.

Isso terá influência no preço final da formação: “Se a escola de condução pode fazer a formação com prata da casa, com pessoal do quadro, é evidente que os cursos ficam mais acessíveis”, comentou o vice-presidente da ANIECA. Sobre se o valor irá rondar os 300 euros, como estimaram fontes do setor ao ECO em abril, António Reis disse acreditar ser um valor que “peca por excesso”. Ou seja, admite que o preço final possa ser mais reduzido.

O ECO contactou o IMT no sentido de obter esclarecimentos sobre as competências concretas que os formadores precisam de ter, bem como se o instituto está a desenhar uma plataforma ou um espaço onde agregue informação sobre o assunto. Por telefone, o IMT recusou-se a prestar esclarecimentos. Por email, o ECO não obteve resposta a tempo de publicação deste artigo.

Já do lado de quem conduz, para além da formação, outra das dúvidas prende-se com o cálculo do limite de horas ao volante. A lei define um máximo de dez horas de condução ao serviço das plataformas. Esse bloqueio já é automático na aplicação da Uber para motoristas, que fica offline após dez horas de condução efetiva. No entanto, são já muitos os condutores que trabalham ao serviço de várias aplicações em simultâneo, como a Taxify e a Chauffeur Privé. E ainda não é certo que mecanismo ou sistema transversal vai contabilizar este número de horas de trabalho: se uma interligação entre as várias aplicações, se um registo manual.

Ao ECO, Vítor Conceição, responsável de uma empresa que tem uma frota de carros ao serviço de plataformas eletrónicas, queixou-se de falta de informação. Questionado sobre se tem recebido orientação na preparação para a nova lei, nomeadamente das próprias plataformas eletrónicas, disse que “até ao momento, é zero”. “Houve alguma comunicação na altura em que foi aprovada a lei, mas neste momento não existe”, afirmou.

Fontes próximas de algumas das principais plataformas também confessaram ao ECO que ainda estão a avaliar como implementar certos aspetos da nova lei. Uma das maiores preocupações é estarem em conformidade dentro do prazo estipulado, que atualmente se cifra em 120 dias, ou seja, quatro meses. Pelo menos uma das plataformas admite vir a procurar parcerias com escolas de condução formadoras, como forma de agilizar o processo de formação dos motoristas, disse uma fonte.

Esta quarta-feira, as associações representativas do setor do táxi também denunciaram que ainda não existem formulários de licenciamento do transporte de passageiros a partir de plataformas eletrónicas. Num comunicado conjunto, a FPT e a Antral indicou que o IMT “ainda não emitiu, por exemplo, o modelo de certificado exigido para o curso de formação rodoviária para motoristas, cujo prazo terminou a 10 de setembro 2018”. “A falta acontece ainda no balcão do empreendedor no site do IMT, onde o processo de licenciamento deve ser realizado, mas que, segundo o próprio instituto, ‘está em fase de testes’”, indicam as entidades rivais do setor da Uber, que consideram que está a existir uma “tentativa de viciação de mercado”.

À Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, garantiu, em contrapartida, que está tudo pronto para a entrada em vigor da nova lei. “Entendemos que estão criadas todas as condições para que, agora sim, de forma regulada, possamos ter um setor a funcionar que traz uma mais-valia para os utilizadores finais, para os cidadãos”, afirmou, citado pela agência. Do lado do IMT, ressalvou ainda que “está tudo a funcionar”.

Depois da entrada em vigor da lei, esta quinta-feira, os vários players têm entre 60 a 120 dias para ficarem em conformidade. Além, disso, a lei também prevê que, caso considere existir uma justificação fundamentada, o IMT também pode alargar o prazo de transição em 180 dias. O ECO preparou um guia com o que vai mudar com a nova lei para motoristas, parceiros, plataformas e passageiros.

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Resultados de empresas fazem a festa em mês vermelho para Wall Street

Os índices norte-americanos foram impulsionados pelos ganhos das empresas que apresentaram resultados trimestrais positivos. O Nasdaq valorizou mais de 2%.

Wall Street fechou a última sessão de outubro numa nota positiva, apesar do balanço final do mês ser negativo. Os índices avançaram com os ganhos das empresas que apresentaram resultados trimestrais positivos. As tecnológicas também ajudaram a animar as praças norte-americanas.

O Facebook anunciou um aumento dos lucros para 5,14 mil milhões de dólares. Apesar de não terem sido uma grande surpresa para os investidores, a empresa liderada por Mark Zuckerberg acabou por encerrar a sessão com ganhos de 3,81% para cotar nos 151,79 dólares.

As outras gigantes tecnológicas também celebraram, nomeadamente a Amazon, que subiu 4,42% para os 1.598,01 dólares, e a Apple, que somou 2,61% para os 218,86 dólares. Com estes desempenhos, o Nasdaq valorizou 2,20% para os 7.319,32 pontos.

A General Motors, que anunciou que conseguiu passar de prejuízos a lucros de 2.534 milhões de dólares no terceiro trimestre, também brilhou e valorizou quase 10% nesta sessão. Os títulos da empresa subiram 9,13% para os 36,59 dólares.

Nota ainda para a Yum Brands, grupo que detém a Pizza Hut, o Taco Bell e o KFC, beneficiou de resultados que agradaram aos investidores, e ganhou 4,57% para os 90,41 dólares.

Depois destes ganhos, o índice de referência S&P 500 fechou a sessão a subir 1,20% para os 2.714,92 pontos e o industrial Dow Jones a somar 0,97% para os 25.115,76 pontos. Valorizações que, contudo, não impediram as praças norte-americanas de registarem o pior mês em sete anos.

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Altice passa a controlar o SIRESP. Vai cooperar com o Estado

  • ECO
  • 31 Outubro 2018

Depois de comprar as participações da ESEGUR e Datacomp, a empresa liderada por Alexandre Fonseca passou a controlar 52,1% do capital social da SIRESP.

A Altice Portugal passou a ser acionista maioritária da rede de comunicações de emergência. Com a compra das participações da ESEGUR e Datacomp, ficou com 52,1% do capital social do SIRESP. Mesmo controlando a rede, promete manter “uma posição de total equilíbrio e cooperação com o Estado Português”.

A empresa liderada por Alexandre Fonseca, que diz ser “o único operador do país com capacidade para projetar este tipo de sistema, por razões de ordem tecnológica e operacional”, acredita que “esta nova estrutura acionista do SIRESP contribuirá para uma resposta mais ágil e mais capaz, conferindo ainda maior capacidade e celeridade na tomada de decisão dos órgãos executivos”.

Tem uma posição de controlo na rede, mas em comunicado garante que “manterá uma posição de total equilíbrio e cooperação com o Estado Português, tal como tem vindo a fazer proativamente no desenho de soluções em conjunto, desde há um ano”. O Estado detém 33% do capital, posição que pertencia à Galilei.

“A Altice Portugal reconhece no Estado Português um parceiro, tendo sempre em vista a defesa dos mais altos interesses dos cidadãos portugueses e da segurança nacional”, remata a empresa.

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Ramada lucra menos, mas vai dar dividendo extraordinário de 1,15 euros

  • Lusa e ECO
  • 31 Outubro 2018

As receitas totais do grupo totalizaram cerca de 98,4 milhões. A sociedade de investimentos informou ainda sobre uma proposta de dividendo extraordinário por distribuição antecipada de resultados.

A Ramada Investimentos totalizou 67,32 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, menos 31,1% em comparação com o período homólogo. Apesar da quebra, a empresa vai dar um dividendo extraordinário. Propõe pagar 1,15 euros por ação.

De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), nos primeiros nove meses do ano, as receitas totais do grupo Ramada ascenderam a cerca de 98,4 milhões de euros, o que se traduz numa subida de 65,5% face às receitas totais registadas em igual período de 2017.

Por sua vez, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) ascendeu a 14,9 milhões de euros, uma subida de 12,7% face ao registado nos primeiros nove meses de 2017.

Dividendo extraordinário de 1,15 euros

A Ramada Investimentos informou ainda a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sobre uma proposta de um dividendo extraordinário, por distribuição antecipada de resultados.

O Conselho de Administração explica, no documento publicado pela CMVM, que “constatando a evolução favorável dos resultados durante a parte já decorrida do presente exercício e a existência de liquidez compatível com adiantamento sobre os lucros, encetou um processo com vista à deliberação de adiantamento sobre os lucros no decurso do exercício”.

O montante global deste adiantamento é de até 29.487.678 euros, a que corresponderá um dividendo de 1,15 euros por ação.

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Sporting já entregou prospeto à CMVM. Emissão de obrigações deve ir a tempo do reembolso de 26 de novembro

O Sporting adiou por seis meses o reembolso de 30 milhões de euros em obrigações colocadas junto de investidores de retalho. Nova emissão deverá avançar a tempo de reembolsar estes aforradores.

O Sporting já entregou o prospeto para a nova emissão de obrigações, apurou o ECO. O documento está nas mãos do regulador do mercado de capitais português, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que tem agora de o aprovar para que a operação avance. Este processo deverá ser célere, permitindo que a SAD verde e branca consiga arrecadar os 30 milhões de euros de que necessita para reembolsar os investidores no final de novembro.

Com a crise na liderança de Bruno de Carvalho, os obrigacionistas aprovaram em assembleia geral realizada em maio o adiamento do reembolso da emissão de obrigações no valor de 30 milhões de euros, para 26 de novembro. Já com Frederico Varandas ao comando, tendo em conta os timings apertados para avançar com a emissão de nova dívida, chegou a estar em cima da mesa o pedido de um novo adiamento. No entanto, Varandas acabou por avançar para a operação.

A 26 de outubro, exatamente a um mês da data de reembolso da anterior emissão, o Sporting anunciou que o “Conselho de Administração se encontra a proceder à estruturação e montagem de um novo empréstimo obrigacionista, a realizar por subscrição pública, no montante de até 30 milhões de euros, o qual poderá ser aumentado, por opção da Sporting SAD”. Logo depois, apresentou as contas do primeiro trimestre, passo essencial para conseguir avançar com a operação. Os lucros encolheram para 16 milhões, mas os capitais próprios passaram para positivo.

Com o requisito cumprido de relevar as contas, faltava ao Sporting apresentar o novo prospeto da emissão de obrigações à CMVM, o que acabou por acontecer, apurou o ECO junto de fontes do mercado. Contactado, não foi possível obter confirmação por parte da SAD leonina.

Gabriela Figueiredo Dias terá agora de dar o seu aval ao documento para que o Montepio ponha a oferta pública de subscrição em marcha. O Montepio Investimento foi o escolhido para a “prestação dos serviços de organização, montagem e colocação do novo empréstimo obrigacionista, operação que é fundamental para o cumprimento de compromissos financeiros da Sociedade”.

A aprovação por parte da CMVM deverá ser rápida, sabe o ECO. O ‘ok’ ao prospeto poderá ser dado já na próxima reunião do regulador, que acontece no arranque da próxima semana, deixando assim tempo suficiente para que sejam recolhidas as manifestações de interesse dos investidores para estes novos títulos de dívida da SAD verde e branca. Tipicamente, o período de subscrição decorrer durante duas semanas, o que poderá ditar que a oferta fique concluída na semana de 19 a 23 de novembro.

Assim, deverá ficar assegurada a verba necessária para que o Sporting possa reembolsar os investidores da anterior emissão obrigacionista realizada em 2015 por um período de três anos mas que acabou por se prolongar mais seis meses. A taxa oferecida aos detentores desses títulos era de 6,25%, juro a que foram remunerados também durante este “tempo extra” de vida das obrigações. Não foi possível apurar qual a remuneração que será oferecida nos novos títulos.

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Défice quase zero é uma “ilusão”, diz Fórum para a Competitividade

  • Lusa
  • 31 Outubro 2018

Para a entidade, a economia Portuguesa "continua muito pouco competitiva, muito exposta e pouco resistente". A instituição liderada por Ferraz da Costa estima também um travão no Produto Interno Bruto

O Fórum para a Competitividade tem dúvidas sobre as expetativas do Governo para o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) e acredita mesmo que o défice quase zero “do ponto de vista nominal é uma ilusão”.

Na nota de conjuntura mensal referente a outubro e assinada por Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos, a entidade deixou várias críticas ao OE2019 e explicou porque é que os valores do défice, que o Governo coloca em 0,2%, levantam dúvidas.

Primeiro, “a economia Portuguesa continua muito pouco competitiva, muito exposta e pouco resistente face a choques assimétricos externos; segundo dado que a consolidação orçamental é sobretudo conjuntural e não estrutural, um excedente nominal em 2019 é manifestamente pouco; terceiro, porque o nível elevado da dívida pública (e externa), bem como a pressão demográfica sobre as contas públicas (em particular saúde e segurança social”, lê-se no documento.

Além disso, trata-se da “mais baixa redução do défice nominal desde 2010. Num período de expansão económica e quebra do desemprego, bem como de redução da fatura de juros e aumento muito significativo dos dividendos e do IRC do Banco de Portugal, o Governo opta por não fazer consolidação orçamental em 2019. Curiosamente o ano de eleições”, critica o Fórum.

A instituição liderada por Ferraz da Costa estima também um travão no Produto Interno Bruto (PIB). “Prevemos que dum crescimento homólogo de 2,3% no segundo trimestre, o PIB desacelere para entre 2,0% e 2,3% (entre 0,3% e 0,6% em cadeia) no terceiro trimestre. Este abrandamento decorre quer de efeitos do quer da oferta, pelo que é reforçado”, garante o Fórum para a Competitividade.

Para a entidade, “a subida, de 6,8% para 6,9%, da taxa de desemprego de agosto de 2018 ilustra os travões ao crescimento económico do lado da oferta”, numa altura em que o próprio Banco Central Europeu (BCE), está “menos otimista”.

Poderia fazer sentido algum adiamento das medidas de política monetária, tendencialmente contracionistas, que estão planeadas, nomeadamente as subidas da taxa de referência em 2019. No entanto, o BCE ainda não deu sinais claros nesse sentido”, diz o Fórum.

Por outro lado, o documento destaca que “até agosto, o saldo externo passou finalmente a positivo (125 milhões de euros), devendo continuar a aumentar até ao final do ano”.

A nota diz ainda que o ministro das Finanças, Mário Centeno “faz um Orçamento do Estado para agradar à extrema-esquerda que sustenta a ‘geringonça’ e depois executa para cumprir com Bruxelas”.

O Fórum alerta ainda para o impacto da crise italiana, “com um ingrediente inquietante: cada vez que a Liga Norte tem um conflito com a União Europeia, sobe nas sondagens”, diz a organização.

A nota realça também que “o mês de setembro foi marcado por uma forte queda nos mercados acionistas mundiais, alimentada por um conjunto alargado de fatores, mas em que terão tido proeminência as perspetivas de maiores subidas de taxas de juro de referência pela Reserva Federal dos EUA”.

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Sem custos de reestruturação, lucros da Cofina mais do que duplicam

Concluída a reestruturação do grupo, a Cofina viu os lucros mais do que duplicarem até setembro. Ganhou 3,7 milhões de euros, mas as receitas com circulação e publicidade recuaram.

A Cofina viu os lucros mais do que duplicarem nos primeiros nove meses do ano. A dona do Correio da Manhã alcançou um resultado líquido de 3,7 milhões de euros, que compara com os lucros de 1,5 milhões de euros alcançados no mesmo período do ano passado, de acordo com informações enviadas esta quarta-feira à CMVM.

Neste período, a empresa já não teve custos de reestruturação e viu o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) melhorar 16,5%, para 10,71 milhões de euros. Contando com o efeito da reestruturação, o EBITDA aumentou 58,8%.

As receitas do grupo de media tiveram um crescimento marginal, de 0,2%, para 67,22 milhões de euros, fruto do aumento das receitas com os produtos de marketing e outros negócios, que dispararam 34,6%, para quase 13,82 milhões de euros.

Em sentido inverso, as receitas com circulação de jornais caíram 6,2%, para 32,9 milhões de euros, e as receitas com publicidade encolheram 5,9%, para 20,5 milhões de euros.

A Cofina fechou o mês de setembro com uma dívida líquida de 43,9 milhões de euros, um decréscimo de 3,4 milhões de euros face ao final de junho deste ano.

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Sporting arrecada 18 milhões com o passe de Rui Patrício

A SAD leonina informou o mercado que celebrou um acordo para a transferência de Rui Patrício para o Wolverhampton. Negócio foi feito por 18 milhões de euros.

A mudança de Alvalade para Wolverhampton de Rui Patrício afinal não foi a custo zero. A SAD do Sporting informou ao mercado que acordou a venda do antigo guarda-redes com o clube britânico, operação que fechou por 18 milhões de euros.

A Sporting Clube de Portugal SAD informa “que, na presente data, celebrou um acordo relativo à transferência de Rui Pedro dos Santos Patrício para o Wolverhampton Wanderers Football Club no valor de dezoito milhões de euros”, começa por dizer em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A SAD leonina dá conta ainda que “por via do acordo celebrado o jogador e a sociedade renunciaram a quaisquer direitos de que
pudessem ser titulares em virtude do contrato de trabalho desportivo e da resolução unilateral promovida pelo Jogador”.

De recordar que Rui Patrício foi o primeiro jogador a rescindir unilateralmente o contrato com Sporting no seguimento do ataque à academia do clube em Alcochete.

Dívida à Gestifute cai de nove para quatro milhões

A SAD leonina dá também conta noutro comunicado enviado ainda esta sexta-feira que celebrou um acordo com a Gestifute que reduziu, de cerca de nove milhões de euros para quatro milhões, a dívida que tinha perante aquela entidade responsável pela gestão de carreiras desportivas.

Esta redução está relacionada com valores que era pedidos pela Gestifute “fruto dos acordos celebrados aquando da renovação de contrato de trabalho desportivo dos jogadores Rui Pedro dos Santos Patrício e Adrien Sébasten Perruchet Silva“, dá conta este segundo comunicado.

(Notícia atualizada às 17h49 com mais informação)

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A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Um mês terrível para os investidores nacionais. Apesar da subida nesta última sessão do mês, a bolsa de Lisboa sofreu em outubro o pior registo mensal desde a vitória do “sim” no referendo ao Brexit. Foram mais de quatro mil milhões de euros que desapareceram num só mês.

É oficial: Heinz-Peter Elstrodt será o novo chairman da Semapa, após a morte de Pedro Queiroz Pereira. João Castello Branco acumulará funções de CEO e chairman na Navigator e Secil.

A Adidas procedeu ao encerramento de 11 lojas em Portugal, tal como à apreensão dos produtos da marca nas lojas do franchisado Adidas, um cliente que representava a marca no país. Em causa estará o incumprimento de contrato.

Tomás Correia já entregou a lista com candidatura a um quarto mandato à frente da Associação Mutualista Montepio Geral, apurou o ECO. Corrida para a liderança da instituição será feita a três.

A startup permite criar uma conta em menos de 120 segundos e apenas a partir do smartphone. Escolheu Portugal para abrir terceiro escritório.

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Primeiro avião elétrico da easyJet levanta voo em 2019

A companhia aérea planeia lançar, em conjunto com a Wright Eletric, uma aeronave de nove lugares. A rota que liga Amesterdão a Londres deve ser a primeira a estrear o veículo elétrico.

Os veículos elétricos estão a tornar-se mais presentes nas cidades, e vão também começar a levantar voo e marcar presença nos céus. A easyJet, em conjunto com a Wright Eletric, prepara-se para lançar uma aeronave de nove lugares alimentada por um motor elétrico. O objetivo é reduzir as emissões de carbono e o nível de ruído das operações.

A rota que deve estrear este veículo é a que liga Amesterdão a Londres, já que a distância que se prevê que a aeronave consiga percorrer é de cerca de 500 quilómetros, indica a companhia aérea em comunicado. O primeiro avião elétrico resultante da parceria deverá levantar voo em 2019, naquela que é a segunda rota mais movimentada da Europa, na qual a easyJet transporta uma média de 1,8 milhões de passageiros por ano.

A Wright Eletric já tinha desenvolvido uma aeronave de dois lugares, com um motor elétrico. Para este novo projeto, o protótipo do sistema de propulsão é quatro vezes mais potente que o sistema instalado no modelo inicial. “Dos aviões de dois lugares, que já estão a voar, para os nove lugares que voarão no ano que vem, o voo elétrico está a tornar-se uma realidade e agora podemos prever um futuro que não seja exclusivamente dependente de combustível”, diz Johan Lundgren, CEO da easyJet, citado em comunicado.

"O voo elétrico está a tornar-se uma realidade e agora podemos prever um futuro que não seja exclusivamente dependente de combustível.”

Johan Lundgren

CEO da easyJet

A escolha da rota não se prende apenas com a capacidade de distância. “A Holanda tem a oportunidade de liderar o caminho se o Governo e os aeroportos incentivarem as companhias aéreas a operarem da maneira mais sustentável através de uma estrutura de cobrança diferente e mais vantajosa”, aponta o líder da easyJet.

A sustentabilidade é um ponto importante para os clientes da companhia. Nesse sentido, Johan Lundgren refere que já foi possível, com os veículos do modelo A320neo, “proporcionar uma redução de 15% nas emissões de carbono e 50% menos ruído”. O CEO da Wright Electric, Jeffrey Engler, transmite também a vontade de “ajudar a introduzir a aviação de baixo ruído e baixa emissão de poluentes na Europa”.

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Heinz-Peter Elstrodt sucede a Queiroz Pereira na Semapa

É oficial: Heinz-Peter Elstrodt será o novo chairman da Semapa, após a morte de Pedro Queiroz Pereira. João Castello Branco acumulará funções de CEO e chairman na Navigator e Secil.

É oficial: Heinz-Peter Elstrodt será o novo chairman da Semapa, após a morte de Pedro Queiroz Pereira, acabou de anunciar a empresa em comunicado ao mercado. João Castello Branco vai acumular o cargo atual de CEO com o de chairman das participadas Navigator e Secil “com efeito imediato”.

“Ambas as nomeações surgem em virtude da morte prematura do presidente do grupo, Pedro Queiroz Pereira em agosto último, que ocupava aqueles cargos”, adianta a Semapa numa nota enviada às redações.

Tal como o ECO avançou em primeira mão, foi escolhido um gestor estrangeiro e independente para liderar o grupo Semapa. Heinz-Peter Elstrodt tem experiência de acompanhamento em temas de governo e estratégia de empresas internacionais relevantes, nomeadamente em “family business”. “Nesta qualidade apoiou empresas líderes de controlo familiar em várias regiões do globo em processos de transição geracional e governo corporativo, matérias nas quais tem vindo a trabalhar nos últimos anos com o grupo“, frisa a Semapa.

O alemão ocupou ainda o cargo de chairman e de administrador não executivo em vários grupos internacionais e leciona na London Business School. Assumirá a presidência do conselho de administração da Semapa a partir do dia 1 de janeiro.

“Continuidade de modelo de separação de acionista e gestão”

O grupo adianta ainda que as alterações “são corolário de um trabalho que já se tinha vindo a desenvolver para preparar a transição geracional antes do falecimento de Pedro Queiroz Pereira”.

“Refletem o desejo acionista de dar continuidade a um modelo de separação entre a esfera acionista e a esfera de gestão e de continuar a apostar na profissionalização do mesmo, não só a nível da gestão executiva mas também em matérias de governo e de gestão não executiva”, acrescenta ainda.

Pedro Queiroz Pereira, o maior industrial português, morreu aos 69 anos, no dia 18 de agosto, no seu iate, estacionado em Ibiza, na sequência de um ataque cardíaco fulminante. Construiu um dos maiores grupos industriais do país, a Semapa, com as posições de controlo da Secil e da Navigator (antiga Portucel), e tratou de acautelar o futuro do grupo, entregando a gestão executiva a profissionais, fora da esfera familiar.

A liderança executiva da Navigator está nas mãos de Diogo da Silveira e a da Semapa (holding que detém as empresas Secil e Navigator e onde a família assegura 70% do capital), entregue a João Castello Branco. Para si, Pedro Queiroz Pereira tinha guardado a presidência do grupo, tendo mesmo este ano decidido alargar o número de membros do conselho de administração de 11 para 14, incluindo assim as três filhas: Filipa, Mafalda e Lua.

Com o seu desaparecimento, o grupo estava obrigado a indicar um novo presidente do conselho de administração que não estava ainda preenchido.

(Notícia atualizada às 17h08)

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