Direção do ARBITRARE reeleita para triénio 2018-2020

Os membros da direção do Arbitrare, centro de arbitragem, foram reeleitos por unanimidade, com a presidência a manter-se a cargo de Joana Borralho de Gouveia.

Deu-se hoje a Assembleia Geral do ARBITRARE, onde foram reeleitos os membros da direção deste centro de arbitragem para o triénio de 2018 a 2020.

A presidência do centro mantém-se, assim, a cargo de Joana Borralho de Gouveia. Permanecem como vogais a Associação da Economia Digital (ACEPI) e a Associação Industrial Portuguesa & Câmara de Comércio e Indústria (AIP/CCI).

Sobre o ARBITRARE

O ARBITRARE é, desde 2009, um centro de arbitragem institucionalizada orientado para a resolução de conflitos em matérias de propriedade industrial, nomes de domínio de .pt e firmas e denominações. Atua através de meios de resolução alternativa de litígios, como a mediação e a arbitragem.

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PSD destaca confusão no anúncio de António Costa para as artes

  • Lusa
  • 5 Abril 2018

Os valores anunciados esta quinta-feira pelo primeiro-ministro para o setor das artes devem ser explicados, defende a vice-presidente da bancada parlamentar do PSD.

A vice-presidente da bancada parlamentar do PSD Margarida Mano disse à Lusa que os valores anunciados esta manhã de quinta-feira pelo primeiro-ministro para o setor das artes devem ser explicados e que se justificam esclarecimentos no Parlamento.

“Eu não sei se o anúncio feito esta manhã é novo ou se é o mesmo feito há 15 dias depois de o ministro da Cultura ter estado no parlamento (14 de março). Depois de o ministro da Cultura ter vindo ao parlamento, o primeiro-ministro anunciou um milhão e meio e depois a Direção Geral das Artes anunciou mais 700. Entretanto há uma semana, quando houve algum clamor do setor, o primeiro-ministro anunciou 2,2 milhões de euros e hoje mais 2,2 milhões. Para já é preciso saber se são seis milhões ou dois milhões”, disse Margarida Mano.

O primeiro-ministro anunciou hoje um novo reforço de 2,2 milhões de euros, este ano, no financiamento do programa de apoio às artes, atingindo agora 19,2 milhões de euros, valor que afirmou ultrapassar o referencial de 2009.

Esta decisão foi transmitida por António Costa através de uma carta aberta que dirigiu ao setor da cultura.

“Se se tratar dos mesmos dois milhões anunciados há 15 dias – um milhão e meio mais 700 mil da Direção Geral das Artes – obviamente que tal como o primeiro-ministro sabe não é com este aumento de orçamento que se vai tranquilizar o setor porque a questão é muito mais profunda. Não é uma questão orçamental”, afirma a vice-presidente da bancada parlamentar do PSD.

Para a deputada, em termos orçamentais, “estes 2,2 milhões são insuficientes e recorda que o setor não desmobilizou sublinhando que “do ponto de vista do parlamento faz todo o sentido” colocar todas as questões ao ministro da Cultura e ao primeiro-ministro.

No mesmo documento, divulgado hoje, o primeiro-ministro elogiou “o intenso trabalho” do ministro e do secretário de Estado da Cultura na criação do novo regime de apoio às artes e defendeu que o atual modelo teve a participação da comunidade artística do país.

Para Margarida Mano não há motivos para um elogio que qualificou de “estranho”.

“Nós achamos muito estranho porque a verdade é que tivemos nos últimos dias o primeiro-ministro a dizer que não conhecia o problema, um secretário de Estado que diz que não sabe como o primeiro-ministro não conhecia o problema porque estava a par e um ministro [Cultura] completamente ausente que não diz que conhece ou que não conhece”, disse a vice-presidente da bancada parlamentar social democrata.

Margarida Mano que critica o novo modelo de apoio às artes — que considera “fracasso” — insiste que a questão ultrapassa o Ministério da Cultura e que atinge o chefe do Executivo.

“Aqui a questão não é do ministério (Cultura), é uma questão do Governo que não está a merecer elogios dos agentes culturais até porque se trata de um Executivo que na campanha eleitoral fez promessas no âmbito da cultura. Se o primeiro-ministro elogia é um pouco incompreensível e a questão provavelmente não está só no ministério está no primeiro-ministro”, afirmou.

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Cartaxo assegura que à data de hoje não se encontra em rutura financeira

  • Lusa
  • 5 Abril 2018

Município foi apontado pelo Conselho das Finanças Públicas como um dos cinco em rutura financeira em 2014/2016. Presidente da Câmara diz que essa "já não é a realidade do concelho".

O presidente da Câmara do Cartaxo afirmou que, “à data de hoje”, o município, apontado pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP) como um dos cinco em rutura financeira tendo por referência o período 2014/2016, não estaria nesse grupo.

Pedro Magalhães Ribeiro (PS) disse à Lusa que, quando assumiu a presidência deste município do distrito de Santarém em 2013, os fundos disponíveis eram de 55,7 milhões de euros negativos, valor que no final de 2017 se situava nos 237.000 euros negativos e que é agora positivo.

Também a dívida, que em outubro de 2013 (quando tomou posse) era de 29,1 milhões de euros, baixou para os 16,1 milhões de euros no final de 2016, sendo de apenas 706.000 euros a 31 de dezembro de 2017, ao mesmo tempo que a taxa de execução orçamental subiu dos 21,2% em 2013 para os 49,3% em 2016 e os 88,2% em 2017, segundo um quadro comparativo dos principais indicadores financeiros do município facultado à Lusa.

O resultado líquido passou de um valor negativo em 2013 (1,9 milhões de euros) para positivo em 2017 (1 milhão de euros), evoluindo os pagamentos em atraso dos 22,1 milhões de euros para os 351.000 euros no mesmo período, com o prazo médio de pagamentos a baixar dos 373 dias para os 42 dias.

As contas relativas ao exercício de 2017, que deverão ser submetidas à apreciação do executivo municipal dentro de duas semanas, mostrarão que a situação apontada no relatório divulgado quarta-feira pelo CFP “já não é a realidade do concelho”, salientou.

Esta evolução “revela bem a dimensão da pesada herança” recebida dos executivos passados (liderados por Paulo Caldas e Paulo Varanda, ambos igualmente eleitos pelo PS) e o “enorme esforço” em tirar o município da “rutura financeira e da falta de credibilidade”, afirmou.

No relatório sobre a ‘Execução Orçamental da Administração Local 2017’, divulgado na quarta-feira pelo Conselho das Finanças Públicas, o Cartaxo é um dos cinco municípios que apresenta uma dívida total superior em 3 vezes a média da receita corrente líquida entre 2014 e 2016 (rácios de 300%), o que, segundo a Lei das Finanças Locais, representa uma situação de rutura financeira.

Os outros são Fornos de Algodres, Nordeste, Vila Franca do Campo e Vila Real de Santo António.

A Lei das Finanças Locais (LFL) estabelece que a dívida total do município (que inclui a dívida de entidades participadas pelo município) não pode ultrapassar, em 31 de dezembro de cada ano, 1,5 vezes a média da receita corrente líquida cobrada nos três exercícios anteriores.

Vila Real de Santo António também nega

A Câmara de Vila Real de Santo António considerou, esta quinta-feira, que o relatório do Conselho de Finanças Públicas (CFP) que coloca o município em situação de rutura financeira “não reflete, de forma real”, a sua verdadeira situação económica.

Com dívida total superior em 3 vezes a média da receita corrente líquida entre 2014 e 2016 (rácios de 300%), ou seja, que segundo a Lei de Finanças Locais (LFL) estão em rutura financeira, estão os municípios de Cartaxo, Fornos de Algodres, Nordeste, Vila Franca do Campo e Vila Real de Santo António, precisou o CFP.

Questionada pela agência Lusa sobe os dados do CFP, a Câmara de Vila Real de Santo António respondeu por escrito que o município “está a desenvolver um conjunto de medidas de contenção financeira, há vários anos, com vista a reduzir a sua dívida” e o relatório em causa “baseia-se em dados de anos anteriores (2014 a 2016) que não refletem, de forma real, as medidas de redução da dívida em curso na autarquia de VRSA”.

A autarquia presidida pela social-democrata Conceição Cabrita argumentou que está “em renegociações com a banca” para tentar baixar as taxas de juro dos empréstimos que contraiu, à semelhança do que já foi feito por “outros municípios em situação análoga de saneamento financeiro”.

A Câmara de Vila Real de Santo António, que foi um dos municípios que aderiu ao Fundo de Apoio Municipal (FAM), referiu também que tem “grande parte da dívida consubstanciada em investimento e em despesas de capital” e aumentou o seu património “de 15 para 200 milhões de euros” desce que o PSD assumiu a condução da autarquia, em 2005.

“Nos últimos anos, foram investidos 65 milhões de euros em novas redes de água, esgotos e drenagem de águas pluviais, 17 milhões na educação e 20 milhões de euros na área da saúde. Somam-se a estes valores mais 100 milhões em infraestruturas básicas para o concelho, como são os casos das novas escolas, das piscinas, da casa mortuária, da requalificação da antiga EN 125 ou do edifício da Câmara Municipal”, justificou ainda a Câmara do distrito de Faro.

O município assegurou que tem controlado a despesa corrente, que tem feito uma “especial contenção de gastos” nos combustíveis e transportes, impressões, comunicações, iluminação pública, horas extraordinárias e fornecimento de bens serviços externos e que realiza “há mais de cinco anos” um Plano de Contenção Financeira que “já permitiu uma poupança superior a 12 milhões de euros”.

“Através deste conjunto de ações, procura-se a regularização e normalização da situação económico-financeira da autarquia, respondendo, de uma forma eficaz, à situação conjuntural de crise, que foi o principal fator responsável pela redução das receitas municipais nos últimos anos”, considerou.

O executivo social-democrata culpou ainda os anteriores executivos de terem deixado “tudo por fazer” no saneamento e águas residuais, responsabilizou o PS por grande parte da dívida atual e frisou que teve de contrair um empréstimo de cerca de 60 milhões de euros para pôr termo às descargas que eram realizadas no rio Guadiana e que levaram a União Europeia a aplicar multas diárias ao Estado português até o problema ser resolvido.

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IGCP vai emitir até 4.250 milhões em dívida de curto prazo no segundo trimestre

Estão previstas emissões de OT através da combinação de emissões sindicadas e leilões, com colocações de 1.000 a 1.250 milhões por leilão. Está programada ainda a colocação de até 4.250 milhões em BT.

Já está desenhado o calendário de emissões de dívida soberana para o segundo trimestre deste ano. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) prevê emissões de obrigações do Tesouro (OT) através de operações sindicadas e de leilões, bem como colocações de bilhetes do Tesouro (BT) com um montante máximo previsto de 4.250 milhões de euros.

“No próximo trimestre, o IGCP prevê emissões de OT através da combinação de sindicatos e leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão”, começa por dizer a entidade liderada por Cristina Casalinho em comunicado, nesta quinta-feira. À semelhança do habitual, o IGCP calendariza os leilões de OT para a segunda, a quarta ou quinta quarta-feira de cada mês.

No que respeita ao agendamento de colocações de BT, aquilo que está previsto é a colocação de um montante global máximo de até 4.250 milhões de euros. Tal será feito maioritariamente pela reabertura de linhas, estando ainda programado o lançamento de uma nova linha a 12 meses.

De acordo com o calendário do IGCP, o próximo leilão de BT realiza-se a 18 de abril. Tratar-se-á da reabertura de duas linhas — uma a três meses e uma a 11 meses — com um montante de colocação entre mil milhões e 1.250 milhões.

Para 16 de maio está prevista uma nova colocação de BT, através da reabertura de uma linha a seis meses e o lançamento de uma nova a 12 meses. Nesta operação, o montante de colocação previsto cai no intervalo entre 1.500 milhões e 1.750 milhões de euros.

Na terceira colocação, prevista para 20 de junho, o programado será colocar entre mil milhões e 1.250 milhões de euros. Será feita a reabertura de uma linha a três meses e de outra a 11 meses.

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Empresas de elevado crescimento aumentam 14% na UE

  • ECO
  • 5 Abril 2018

Portugal ocupa a 10ª posição, acima da média da União Europeia. Dados são do Eurostat e reportam a 2016.

O número de empresas de elevado crescimento aumentou 14% na União Europeia, indicam os dados do Eurostat relativos a 2016. Portugal ocupa a 10ª posição, acima da média europeia.

Os dados, ainda preliminares, apontam para 180 mil empresas de crescimento elevado na União Europeia em 2016, o que compara com 158 mil um ano antes. Em causa estão 15 milhões de empregados, um aumento de 13%.

O avanço do número de empresas é visível em 23 Estados-membros. Chipre destaca-se pela subida de 104%, mas, em número absoluto, a dimensão é relativamente reduzida, diz o Eurostat (de 48 para 98). A Roménia surge em segundo lugar com um aumento de 34%, seguindo-se Eslovénia (29%), Espanha (27%), Itália e França (26%). Em 10º lugar está Portugal, já abaixo de 20%.

Por outro lado, quatro Estados-membros registaram reduções, com a Letónia a verificar a maior quebra (38%). Estónia, Malta e Finlândia também contam com descidas.

Todos os setores económicos registaram subidas, mas é a área de alojamento e restauração que conta com o crescimento mais significativo.

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EDP Renováveis ultrapassa preço da OPV

As ações da empresa liderada por Manso Neto atingiram um máximo histórico. Os títulos já estiveram a negociar nos 8,08 euros, nível nunca alcançado em dez anos em bolsa.

A EDP Renováveis tem estado no foco das atenções dos investidores, o que está a refletir-se em bolsa. As ações da empresa liderada por Manso Neto atingiram esta quinta-feira um valor nunca alcançado em quase dez anos de vida em bolsa.

As ações da EDP seguem a valorizar 0,56%, para os 8,05 euros. Este valor está acima dos oito euros a que entraram em bolsa na Oferta Pública de Venda (OPV) realizada no início de junho de 2008, mas o título já chegou a negociar nos 8,08 euros, uma cotação nunca alcançada.

Ventos favoráveis na EDP Renováveis

Fonte: Reuters

São novos marcos para uma empresa que nos últimos tempos tem estado no centro das atenções. Após o falhanço da OPA da EDP em agosto do ano passado, a subsidiária da EDP para as energias renováveis tem-se destacado pela positiva.

A potencial entrada de um conjunto de fundos de investimento na sua administração, é um desses elementos. Entre eles está o MSF, que foi contra o preço oferecido por António Mexia na OPA. A MFS estimava que, ponderando os ativos da empresa, as ações da EDP Renováveis deveriam ser negociadas em bolsa a mais do dobro dos 6,75 euros por ação oferecidos pela EDP.

Tal acontece também depois de o diretor financeiro da EDP, Nuno Alves, ter admitido numa entrevista à Bloomberg que a empresa liderada por António Mexia não desistiu de assumir o controlo de 100% do capital da EDP Renováveis. O responsável da elétrica disse que o objetivo era alcançar essa meta até 2020. “Tornou-se um negócio tão importante que queremos ter a maioria, se não mesmo 100%, dessas empresas”, afirmou Nuno Alves, em meados de março.

As pretensões da EDP de recuperar o controlo da área das renováveis acontece num período de mudanças no setor. A mais recente é o negócio entre a E.On e a RWE. A E.On vai comprar a Innogy, empresa de energia renovável da RWE, numa operação avaliada em 22 mil milhões de euros. Ou seja, estão todos a olhar para o setor das renováveis.

Em bolsa, a EDP Renováveis tem tirado partido de todos estes ventos favoráveis. Desde o início do ano, as suas ações valorizaram 15,5%.

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Há mais de 1.000 “multas da Uber”. Menos de 10% foram pagas

Os motoristas da Uber, Cabify e Taxify aguardam a aprovação da lei que regula a sua atividade. Entretanto, a PSP já conta 1.110 multas por falta de licença, das quais 103 terão sido pagas.

As empresas e motoristas que trabalham ao serviço de plataformas como Uber, Cabify e Taxify já foram alvo de 1.110 multas relativas a infrações à lei que regula a atividade dos transportes em táxi, de acordo com dados da PSP, obtidos pelo ECO. A grande maioria destas multas foi passada em Lisboa, seguindo-se as cidades de Porto e Faro. Mais de uma centena não chegaram ao IMT, o que indica que terão sido pagas voluntariamente pelas plataformas, numa altura em que a lei que deverá regular o setor se encontra a caminho de Belém.

Entre os autos de contraordenação elaborados pela PSP relativos a infrações à lei de 21 de novembro, que regulamenta o acesso à atividade e ao mercado dos transportes em táxi e define as coimas a aplicar aos motoristas que transportem passageiros sem alvará — num total de 1.110 –, e aqueles remetidos pela mesma autoridade ao IMT, nota-se uma diferença de 103.

Os [Autos de Notícia por Contraordenação] não enviados ao IMT correspondem, em princípio, a situações em que houve o pagamento voluntário da coima”, explicou ao ECO fonte oficial da PSP. Ou seja, menos de 10% das multas aplicadas foram efetivamente liquidadas por parte das empresas parceiras e dos motoristas.

Lisboa lidera nas multas

Registo das infrações da Uber, Cabify e Taxify entre os dias 26 de novembro e 4 de abril | Fonte: PSP

Como o ECO noticiou em janeiro do ano passado, a PSP tem instruções para aplicar coimas a motoristas ao serviço destas plataformas. Isto porque, na prática, estes não são considerados motoristas das plataformas, por estarem a trabalhar para uma empresa parceira ou mesmo por conta própria. As multas são passadas ao abrigo de uma alteração legislativa de novembro de 2016, que passou a considerar ilegal este tipo de atividade à luz da lei que se aplica ao setor do táxi. Ainda assim, as plataformas têm prestado algum apoio jurídico, quando os motoristas e as empresas lhes pedem ajuda.

Contactada, a Uber não confirma nem desmente ter conhecimento do pagamento destas coimas. Diz apenas que “tanto a Uber como os seus parceiros operam de acordo com as leis portuguesas em vigor”. E acrescenta: “Estamos naturalmente atentos a esta situação”, diz fonte oficial.

No caso da Taxify, a empresa informa que “até agora não fez pagamento de qualquer multa” mas ressalva que a “plataforma não fica encarregue da contestação judiciária das multas e não tem ação no que toca ao pagamento das mesmas”. Já a Cabify afirma que “apesar de acompanhar de perto os seus parceiros e operação, a Cabify reconhece também que não é a entidade diretamente afetada pelas referidas multas” pelo que “apenas pode reforçar o seu voto em ver esta situação esclarecida, à luz da regulação de TVDE [Transporte em Veículos Descaracterizados]”.

Contactado pelo ECO, um parceiro que opera para a Uber e Taxify, explica que nunca chegou a pagar uma multa, mas que estas se vão acumulando no seu escritório. À medida que as vai recebendo, vai notificando as plataformas e estas têm dado o apoio jurídico. Contudo, caso o tribunal decida que deve cobrar as multas, os encargos deverão ser suportados pelos parceiros.

“Recentemente deu-se um passo decisivo para modernizar a mobilidade em Portugal e dar estabilidade à atividade de parceiros e motoristas”, diz a Uber, referindo-se precisamente à lei que regula os TVDE e que foi aprovada no Parlamento.

É este o cenário, numa altura em que surge a luz ao fundo do túnel para este setor. O Parlamento aprovou há cerca de duas semanas uma nova lei que vai regular a atividade das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros em viaturas ligeiras descaracterizadas. Para além de uma contribuição entre 0,1% e 2% sobre as receitas das plataformas com cada viagem, a lei vem propor um dístico no carro para identificação, curso para motoristas e limite de horas ao volante, entre outras alterações que aguardam promulgação por parte do Presidente da República para entrarem em vigor.

Muitas fiscalizações, algumas infrações ao Código

Para detetar estas mais de 1.100 infrações à lei datada de 21 de novembro, que regulamenta o acesso à atividade e ao mercado dos transportes em táxi, foram realizadas 654 ações de fiscalização por parte da PSP. Estas ações culminaram num total de 1.869 infrações, com a maioria a ser resultado da ausência de alvará. As outras infrações são muito menos.

Fora a questão dos alvarás, os motoristas das plataformas de transporte, como a Uber, Cabify e Taxify, cometeram um total de 759 infrações de diferente natureza, podendo muitas delas serem resultantes do incumprimento do Código da Estrada.

De recordar que o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, José Mendes, já veio a público defender o perdão destas coimas aos parceiros e motoristas das plataformas. “Sou da opinião de que se trata de um momento zero”, disse, numa audição no Parlamento em meados de janeiro, gerando contestação por parte de partidos da ala mais à esquerda, como o PCP. “Nunca sugeri que houvesse um perdão de multas a multinacionais, ou à Uber. As multas estão a ser passadas aos motoristas e outros pequenos operadores”, acrescentou.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 5 Abril 2018

No dia em que Lula e Zuckerberg dominam as manchetes mundiais, a incipiente guerra comercial entre Trump e a China também atrai atenção. Leia as cinco notícias que marcam a atualidade.

A prisão preventiva de Lula da Silva e a conferência de imprensa de Mark Zuckerberg sobre o escândalo de fuga de dados do Facebook dominam as manchetes internacionais, mas há espaço para falar ainda da luta de tarifas comerciais entre os Estados Unidos e a China. Em Espanha, a presidente de Madrid enfrenta duras críticas e uma moção de censura pelo seu mestrado que será fraudulento, enquanto a Uber se retira da Grécia devido à aprovação de novas regulamentações sobre o seu setor. Leia as cinco notícias que marcam a atualidade mundial.

The New York Times

Casa Branca tenta acalmar medos de guerra comercial com a China

Perante tarifas e contra-tarifas implementadas pela China em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos, a Casa Branca tentou dar segurança aos norte-americanos reforçando que as taxas são uma “ameaça” que servirá para melhorar a economia dos EUA. A China deve parar as suas práticas comerciais “injustas”, disseram fontes da Casa Branca. Leia a notícia completa no New York Times. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

El Mundo

PSOE avança com moção de censura à líder de Madrid por mestrado falso

A presidente da região de Madrid, Cristina Cifuentes, domina a atualidade espanhola com o escândalo à volta do seu mestrado, que será fraudulento. Cifuentes apresentou-se no Parlamento regional ontem para tentar comprovar que o seu mestrado era verídico, mas os partidos não ficaram convencidos. O PSOE decidiu por unanimidade apresentar uma moção de censura. Leia a notícia completa no El Mundo. (Conteúdo em espanhol / Acesso livre)

The Guardian

Rússia pretende descredibilizar Reino Unido em caso de espião envenenado

A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas onde vai tentar descredibilizar o Reino Unido, devido a falhas de Boris Johnson e do ministério dos Negócios Estrangeiros que têm acontecido ao redor do caso do envenenamento com arma química do antigo espião russo Sergei Skripal, em Inglaterra. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso livre)

Cinco Días

Banca espanhola vai lançar cartão de crédito a competir com Visa

Três métodos de pagamento a operar em Espanha foram fundidos pela Comissão Nacional de Mercados e Concorrência, e agora, juntos, tencionam criar um cartão de crédito espanhol para competir com a Visa e a Mastercard. As três empresas trabalham sob a marca Sistema de Tarjetas y Medios de Pago, e já começaram a fazer estudos de mercado para o novo cartão. Leia a notícia completa no Cinco Días. (Conteúdo em espanhol / Acesso livre)

Kathimerini

Uber para serviço na Grécia após novas regulamentações ao setor

A Uber vai suspender o seu serviço na Grécia agora que foram aprovadas regulamentações que obrigam a plataforma a garantir que, por exemplo, todas as viagens comecem num local designado para estacionamento da frota parceira, e a manter registos de todos os condutores e utilizadores da plataforma. A Uber decidiu parar as operações para avaliar estas novas leis. Leia a notícia completa no Kathimerini. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

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Mais de 600 mil já entregaram o IRS

  • ECO
  • 5 Abril 2018

Período de entrega começou no domingo. Mais de 600 mil contribuintes já entregaram a declaração de IRS, mas muitos não conseguiram aceder ao portal. Reembolso segue já para 100 mil pessoas.

Mais de 600 mil portugueses entregaram o IRS, ainda que muitos não tenham conseguido aceder ao portal, escreve o Correio da Manhã (acesso pago). Os reembolsos seguem já para 100 mil pessoas.

De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal, as dificuldades na entrega continuavam ontem. Centenas de contribuintes tiveram de recorrer às repartições de finanças, mas até aí os funcionários enfrentaram dificuldades em aceder ao sistema informático. Abril é também o mês de pagamento da primeira prestação do IMI e em maio as empresas têm de entregar o novo modelo 22, relativo ao IRC.

O jornal contactou várias repartições de Finanças, que confirmaram a demora no acesso ao sistema. Numa das mais movimentadas da capital, os funcionários só tinham conseguido entregar três declarações durante a tarde.

Ainda de acordo com o Correio da Manhã, foram enviadas esta quarta-feira as primeiras 100 mil ordens de pagamento para a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), a entidade que emite os cheques e as ordens de transferência bancária. Em média, o IGCP demora três dias a emitir os cheques ou a processar as transferências bancárias.

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Governo quer pontos de venda específicos para alimentos em fim de prazo de validade

  • Lusa
  • 5 Abril 2018

O objetivo desta medida é garantir que bens alimentares próximos da data limite de validade tenham um circuito comercial que facilite o seu consumo.

O Governo quer que sejam criados pontos de venda específicos de produtos alimentares em fim de prazo de validade e propõe também a criação de uma plataforma que junte doadores de excedentes alimentares e beneficiários.

São duas das medidas que integram a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar que vai ser analisada esta quinta-feira pelo Conselho de Ministros, segundo fonte oficial do Governo. A Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar propõe um conjunto de 14 medidas que visam não só o combate ao desperdício de alimentos, mas também a promoção da doação de alimentos, tendo como objetivo a redução do desperdício alimentar para metade em 2030.

Uma das medidas propostas é a promoção de locais específicos para venda de produtos em risco de desperdício. Segundo fonte oficial do Ministério da Agricultura, o objetivo desta medida é garantir que bens alimentares próximos da data limite de validade tenham um circuito comercial que facilite o seu consumo.

A ideia é que surjam pontos de venda reconhecíveis pelo consumidor, assegurando as condições de segurança alimentar. Até final de julho deste ano deve ser criado um enquadramento regulador desta medida, com orientações aos operadores económicos da distribuição alimentar.

Outra das propostas que integra a Estratégia de Combate ao Desperdício Alimentar é a criação de uma plataforma colaborativa que permita identificar disponibilidades por tipo de géneros alimentícios e que junte doadores e beneficiários. Um projeto-piloto desta plataforma prevê-se que seja implementado até outubro deste ano. Esta plataforma deve integrar os vários sistemas de informação já existentes e permitir uma fácil interação entre a oferta e a procura.

A Estratégia considera que existem potenciais novos doadores, incluindo grandes empresas, que não concretizaram ações de doação de alimentos por receio ou desconhecimento das regras aplicáveis, nomeadamente no caso das refeições preparadas, como no caso das cantinas. Por isso, um dos objetivos é facilitar e incentivar o regime de doação, tornando o ambiente regulatório de fácil execução e perceção. Contudo, os procedimentos devem respeitar as normas de segurança alimentar e garantir que se cumprem as regras de higiene de quem manuseia alimentos e das instalações.

Outra das medidas é a criação de um selo distintivo para as empresas ou operadores que levem a cabo iniciativas pioneiras no combate ao desperdício alimentar. É também proposto rever e difundir das linhas de orientação da segurança alimentar para combater o desperdício, a promoção de ações de sensibilização junto dos consumidores, nomeadamente junto das escolas.

Segundo a mesma fonte, definem-se também ações de formação técnica aos diferentes elos da cadeia sobre segurança alimentar.

Pretende-se igualmente criar no portal do Instituto Nacional de Estatística uma área com indicadores dedicados ao desperdício alimentar, projeto que deve estar concluído até 2020.

Segundo estimativas das Nações Unidas, cerca de um terço dos alimentos produzidos anualmente para consumo humano são perdidos ou desperdiçados anualmente. Na União Europeia, as estimativas apontam para um desperdício de cerca de 20% dos alimentos produzidos. Em todo o mundo calcula-se que atualmente 795 milhões de pessoas não ingiram alimentos suficientes para uma vida saudável e ativa, número que corresponde a quase a toda a população residente nos Estados Unidos e na União Europeia.

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Marca Jumbo vai desaparecer. Cadeia fica só com a insígnia Auchan

A marca Jumbo vai desaparecer e vai passar a ser substituída pela marca Auchan. Esta aposta da cadeia de supermercados tem que ver com o desejo de criar uma marca única e "igual em todos os países".

A marca Jumbo vai deixar de aparecer nos produtos que os portugueses compram, a cadeia de supermercados vai adotar unicamente a marca Auchan. Com o objetivo de “apostar numa marca global e mais forte”, o grupo francês anunciou ainda um investimento de 90 milhões de euros nos próximos dois anos e a entrega de 14,5 milhões de euros a todos os colaboradores.

“As marcas Jumbo e Pão de Açúcar vão ter uma evolução, vão passar a ser marca Auchan”, anunciou Pedro Cid, diretor geral da cadeia francesa, esta quinta-feira. A cadeia de hipermercados francesa vai passar a ter uma insígnia única a partir do próximo ano, em linha com a abertura de novas lojas My Auchan no país ainda este ano. “A marca Auchan é uma marca mundial, igual em todos os países. Adapta-se muito bem aquilo que temos vindo a fazer em Portugal nos últimos anos e é uma marca mais jovem e mais adaptada ao nosso perfil e ao que queremos construir”, disse.

O responsável referiu ainda que a cadeia tem disponíveis 90 milhões de euros que serão usados em investimentos durante este e o próximo ano, nomeadamente remodelações de lojas, a abertura de 25 a 30 novas lojas My Auchan — nas quais serão gastos cerca de 40 milhões de euros –, e os restantes 50 milhões servirão para as novas mudanças na marca, que arrancarão no próximo ano. “Este ano, espero abrir entre 25 a 30 novas lojas, com cerca de 300 metros quadrados”, afirmou Pedro Cid.

Relativamente ao ano passado, Pedro Cid sublinhou que “foi um ano extremamente positivo“. De acordo com os dados da marca francesa, esta semana foram entregues 14,5 milhões de euros a todos os colaboradores, representando o “valor mais alto de sempre, que equivale a uma média de 2,2 salários para cada colaborador”.

Questionado se estas novas mudanças da cadeia Auchan estão relacionadas com chegada da espanhola Mercadona a Portugal, o responsável não hesitou na resposta. “Fazemos o projeto a quatro anos e, por isso, não tem nada que ver com a Mercadona. É mais um player no mercado“, disse, reiterando que a marca Auchan tem um “formato totalmente diferente hoje em dia”.

(Notícia atualizada às 10h52 com mais informação)

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A carta de António Costa à Cultura em cinco pontos

  • Marta Santos Silva
  • 5 Abril 2018

Embora sublinhando que não houve redução mas sim um aumento na dotação para os apoios à Cultura, o primeiro-ministro anuncia um novo incremento. E explica porquê.

A política cultural do Governo não se esgota no orçamento, assinala António Costa, na carta em que reage à polémica da semana sobre a dotação orçamental para os agentes culturais. É uma “carta aberta à cultura”, assinada pelo primeiro-ministro, em que anuncia um reforço de mais 2,2 milhões para os apoios anuais aos agentes culturais, mas justifica e defende as escolhas do Governo que o trouxeram até aqui.

A controvérsia instalou-se na sexta-feira passada, dia em que foram divulgados os resultados preliminares — havendo ainda hipótese de recurso –, dos apoios quadrienais da Direção-Geral das Artes, ou DGArtes, a projetos culturais. Especialmente na área do teatro, havia vários projetos e agentes considerados de grande importância histórica ou local que não tinham recebido apoios governamentais, dos quais muitos dependem para se manterem de portas abertas. O ministro da Cultura já foi, entretanto, chamado para uma audição no Parlamento, mas António Costa antecipou-se anunciando, esta quinta-feira, um aumento de 2,2 milhões de euros na subvenção, num total agora de 19,2 milhões, permitindo assim dar apoio a algumas das estruturas que ficaram excluídas no projeto.

No entanto, Costa escreveu uma carta, publicada esta manhã no Portal do Governo, na qual explica a decisão de conceder este apoio orçamental, defendendo as escolhas do Governo: o novo modelo concursal ainda está a ser estudado, esclareceu, e deverá ser avaliado após os resultados iniciais. Fique a conhecer a carta do primeiro-ministro em cinco pontos.

  1. Dotação aumentou, não diminuiu
    “Comecemos pelos factos”, escreve António Costa. Após acusações de que o Governo tinha reduzido o financiamento para os apoios da DGArtes, o primeiro-ministro traz números que diz desmentirem essa perspetiva. “Não é verdade que tenha havido qualquer corte ou diminuição no apoio às artes. Pelo contrário, do anterior ciclo de financiamento para o atual, houve, desde o início, um aumento de 41%”, explica. E mesmo para além disso, foi anunciado em março um apoio adicional de dois milhões por ano para o quadriénio, para tentar garantir que existiam poucas exclusões por falta de orçamento.
  2. Mais de metade das candidaturas foram apoiadas
    Das 242 entidades escolhidas, 140 foram aprovadas pelo júri e tiveram apoio. É “a maioria”, assinala António Costa. Acrescenta ainda que das candidaturas que tiveram apoio, 82 recebem mais do que no último quadriénio, e 48 são novas entidades que não recebiam apoio antes.
  3. Modelo de seleção ainda está a ser testado
    “O modelo não sofreu contestação na fase de aprovação do Decreto-Lei, mereceu algumas observações no período de elaboração do regulamento, a maioria delas incorporadas na versão final, e o concurso abriu sem contestação a este novo modelo, ao seu regulamento ou à composição dos júris das diferentes disciplinas artísticas”, escreve António Costa. Apesar de tudo, o novo modelo de concurso ainda está em fase de avaliação, acrescenta, o que requer resultados. É para assumir as críticas feitas que o Governo decidiu aumentar o financiamento da DGArtes para garantir fundos às entidades escolhidas pelo júri que não receberam apoio por falta de dinheiro. “É certo que não há apoios vitalícios, mas julgo que é justo que possamos aumentar o orçamento de forma a viabilizar as candidaturas de entidades anteriormente apoiadas e que, neste concurso, mais uma vez o júri considerou elegíveis”, fundamenta António Costa.
  4. Aumento do financiamento permite avaliar falhas do modelo
    Assim, o aumento de fundos é feito tendo em conta as avaliações feitas pelo júri e a história de algumas das entidades que ficaram de fora. “Tudo visto, e para podermos ter a serenidade necessária à correta avaliação deste novo modelo e sua eventual correção, devemos aumentar a dotação orçamental. Foi isso que decidimos”, explica o primeiro-ministro. “Com esta solução não pomos em causa o modelo com base no qual o concurso foi realizado, não prejudicamos as 140 entidades que beneficiaram do apoio, não alteramos a avaliação do júri e respetiva hierarquização, e criamos aqui o espaço necessário para uma reflexão serena sobre o novo modelo de concurso que deve ser consolidado”, conclui.
  5. A política cultural do Governo não se mede pelo orçamento
    António Costa aproveitou ainda para defender o Governo das acusações de não dar prioridade à cultura, sublinhando em primeiro lugar que passou a haver ministro da Cultura, ao contrário do que acontecia no Governo anterior, e depois referindo algumas decisões feitas pelo Estado durante esta legislatura: “como o Estado ter decidido não alienar a coleção Miró, e tê-la colocado, numa política de descentralização, na cidade do Porto”, ou como “o investimento que tem sido feito no património cultural, com a aquisição pelo Estado das obras de Maria Helena Vieira da Silva ou a “Aparição” de Álvaro Pires de Évora, recentemente exposto no Museu Nacional de Arte Antiga”.

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