Moody’s alerta que dívida elevada continua a ser travão ao rating de Portugal, Espanha e Itália

O nível de endividamento do Estado português promete ser um entrave a futuras mexidas no rating nacional. O alerta não é novo, mas volta a ser salientado pela Moody’s que inclui Portugal, bem como Espanha e Itália, no conjunto dos países em que revela preocupações nesse campo.

O aviso chega através de uma nota divulgada, nesta terça-feira, em que a agência de notação financeira se debruça sobre a dívida soberana dos países da Zona Euro, cujo outlook começa por dizer ser globalmente estável e assente no crescimento da economia e alívio ligeiro do fardo da dívida agregada dos governos do espaço do Euro.

“Embora o crescimento económico na Zona Euro vá abrandar em 2019, a 1,9% irá manter-se robusto o suficiente para suportar o crédito”, diz Steffen Dyck, vice-presidente e responsável pela área do crédito da Moody’s.

Relativamente à dívida soberana da região, a perspetiva da agência de notação financeira vai no sentido de este “fardo continuar a diminuir gradualmente“, lembrando contudo que 84% do PIB é ainda um nível muito mais elevado do que o que se registava antes da crise financeira.

Neste âmbito foca a sua atenção nos países periféricos, incluindo Portugal, considerando o nível da respetiva dívida pública como uma limitação a mexidas de rating. “O elevado endividamento do Governo continuará a ser uma restrição de rating para vários países da área do euro, como a Itália, Portugal e Espanha“, diz especificamente a agência de notação financeira.

Dentro de pouco mais de um mês, será possível conhecer em mais detalhe a posição da Moody’s relativamente a Portugal. Será a primeira agência de notação financeira a pronunciar-se em 2019 sobre o rating nacional tal acontecerá a 15 de fevereiro.

Ou seja, quatro meses depois de a Moody’s ter revisto a classificação do país, colocando-a em “Baa3”, o primeiro nível fora de “lixo”.