Sindicatos da Altice Portugal dizem que “largas centenas” de trabalhadores já aderiram ao “Programa Pessoa”
O prazo está prestes a terminar, mas os sindicatos querem mais tempo para que os trabalhadores mais velhos possam pedir a saída voluntária com o pagamento de parte do salário garantido.
Os trabalhadores da Altice Portugal pediram à administração da empresa uma extensão do prazo de candidaturas do “Programa Pessoa”, que viabiliza a saída voluntária a trabalhadores com mais de 50 anos e que foi lançado em meados de janeiro. A empresa promete pagar pelo menos 80% do salário até à reforma, mas os trabalhadores pediram clarificações e atualizações anuais para combater o efeito da inflação, apurou o ECO junto de fonte sindical.
A 16 de janeiro, Alexandre Fonseca, presidente executivo da dona da Meo, anunciou o lançamento do “Programa Pessoa”, com o objetivo de injetar sangue novo e dispensar trabalhadores mais velhos que queiram dedicar-se a outras atividades, continuando a receber pelo menos 80% do salário base até à idade da reforma. “Não há qualquer mecanismo que se aproxime sequer da palavra despedimento. Não há listas. O que existe são condições de elegibilidade”, garantiu o gestor na altura. Na altura, o sindicato dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT) elogiou o programa “há muito solicitado por muitos trabalhadores e várias vezes aconselhado pelos sindicatos”.
Oficialmente, o prazo para as candidaturas termina esta segunda-feira. Mas o ECO sabe que uma frente sindical pediu a extensão desse prazo, numa tentativa de fazer passar junto da administração “condições mais favoráveis” e a introdução de um mecanismo de atualização anual da remuneração para combater a inflação. Segundo a mesma fonte, em alguns casos, os trabalhadores poderão ficar nesta situação por dez anos até à reforma, e a empresa avisou que não iria aumentar o salário desses trabalhadores. Até à hora de publicação deste artigo, os sindicatos ainda não tinham recebido resposta.
Não se sabe se a empresa vai revelar quantas candidaturas recebeu, ou se só vai divulgar, mais tarde, o número de trabalhadores cuja saída fica confirmada — isto porque a Altice Portugal também alertou que tinha o direito de rejeitar algumas candidaturas, mediante uma análise caso a caso, para continuar a garantir a operacionalidade da empresa. Fonte sindical estimou, em conversa com o ECO, que “largas centenas” de trabalhadores com mais de 50 anos se tenham inscrito no “Programa Pessoa”.
O ECO questionou a Altice Portugal sobre se tenciona aceitar o pedido dos sindicatos, mas ainda não tinha obtido resposta no momento de publicação deste artigo.
Mediante as condições anunciadas em janeiro, o “Programa Pessoa” da Altice Portugal divide-se em duas vertentes: os trabalhadores com idade entre 50 e 55 anos até 28 de fevereiro vão poder candidatar-se à suspensão de contrato de trabalho e, se a empresa aceitar, continuarão a receber a totalidade do vencimento base e 50% das remunerações variáveis até à reforma; já os trabalhadores que tenham mais de 55 anos de idade até ao final de fevereiro vão poder candidatar-se à pré-reforma, com a empresa a prometer pagar “80% do valor correspondente à prestação da suspensão do contrato de trabalho” até à reforma.
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