Gran Cruz House: a casa para o vinho do Porto chamar sua
Projeto turístico na Ribeira do Porto é o primeiro do grupo que inclui alojamento. Mas há mais: Quinta do Ventozelo, "o Douro numa quinta", abre ao público em setembro deste ano.
Do quarto do último piso da casa vê-se o rio inteiro. Ou, pelo menos, assim parece. O Douro nasce em Espanha mas é no Porto que desagua. E é imediatamente antes do sítio onde o rio passa a mar que a Gran Cruz decidiu abrir a Gran Cruz House, a estreia do grupo português num projeto turístico com alojamento.
A aposta no enoturismo não é nova para a empresa, a maior exportadora nacional de vinho do Porto: o primeiro projeto foi o terraço do edifício Porto Cruz, no cais de Vila Nova de Gaia, um espaço de provas e de experiências que permite aos clientes terem um primeiro contacto com a marca num espaço totalmente pensado para esse efeito. Mas o grupo quis mais. A casa na Ribeira, um prédio que terá origem no final do século XVI, tem sete quartos e um restaurante, o Casario, cuja cozinha a quatro mãos é da responsabilidade dos chefs Miguel Castro e Silva e José Guedes.
“É um projeto de hotelaria e, esperamos, uma mais-valia para a promoção dos vinhos. Não se trata de ter apenas garrafas nas prateleiras mas de envolver os clientes para que eles possam viver a experiência”, explica ao ECO Elsa Couto, diretora de comunicação do grupo.
Não é para menos: a Gran Cruz é a maior exportadora de vinho do Porto, vendendo cerca de 30 milhões de garrafas por ano, entre marcas próprias — 10 milhões de garrafas –, marcas de supermercado e marcas premium, para mais de 50 países espalhados por todo o mundo. Entre os principais mercados estão países como França, Bélgica e Holanda, e ainda o Canadá, o Brasil e a Rússia a ganhar importância.
"Não se trata de ter apenas garrafas nas prateleiras mas de envolver os clientes para que eles possam viver a experiência.”
“É um projeto de hotelaria mas com foco na cultura do vinho”, acrescenta. E os quartos, temáticos, são prova desse esforço.
O Douro numa quinta
O projeto da Gran Cruz House pode ser também considerado uma espécie de laboratório do que o grupo portuense está a programar já para o final deste ano. “Para setembro de 2019 está prevista a abertura da Quinta do Ventozelo, um hotel de 29 quartos que é, também, uma quinta inteira”, adianta Elsa Couto.
Comprada pelo grupo Gran Cruz em 2015, aos espanhóis da Proinsa por cerca de 15 milhões de euros, a histórica quinta do Douro é uma das maiores da região (tem cerca de 400 hectares de terreno dos quais 198 são de vinha) é uma espécie de “joia da Coroa” da empresa. “A quinta é rica em tudo o que se possa encontrar: azeite, fruta, caça, desportos de natureza”, enumera a responsável. A mata mediterrânica, acrescenta, completa o bouquet que quer ser o “Douro numa quinta”.
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