Só 6,3% das empresas em Portugal são exportadoras
Em 2017, mais de metade do crescimento da economia veio das exportações líquidas. As empresas exportadoras são poucas em número mas valem mais de um terço do volume de negócios do total de empresas.
As empresas exportadoras representam uma pequena parcela do total de empresas em Portugal, mas são responsáveis por uma parte importante do volume de negócios gerado pelo conjunto de empresas, mostram dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em 2017, existiam em Portugal 394.967 empresas, das quais apenas 24.784 tinham um perfil exportador. Ou seja, apenas 6,3% tinham a sua atividade mais virada para o exterior, o que compara com 6,2% um ano antes.
Os dados fazem parte de uma publicação do INE sobre as empresas em 2017 e deixam de fora as empresas financeiras, como os bancos, concentrando-se apenas nas empresas não financeiras. O INE considera que uma empresa tem um perfil exportador quando cumpre um dos dois critérios:
- Pelo menos 50% do volume de negócios vem da exportação de bens e serviços
- Pelo menos 10% do volume de negócios resulta da venda de bens e serviços para o exterior e o valor destas exportações é superior a 150 mil euros.
Apesar de serem poucas em número, estas empresas têm um peso mais significativo quando se olha para outros indicadores. As exportadoras são responsáveis por 34,9% do volume de negócios da totalidade das empresas, 33% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) e 23% da mão-de-obra a trabalhar nas empresas não financeiras.
Estes dados ganham especial relevância já que em 2017 a economia cresceu 2,8%, com 54% deste crescimento veio das exportações líquidas das importações. Segundo dados do Banco de Portugal, do Boletim Económico revelado em dezembro, em 2017 as exportações pesavam 43% no PIB.
O retrato tirado pelo INE às empresas em 2017 mostra uma melhoria nos principais indicadores. O volume de negócios, o VAB e Excedente Bruto de Exportação (que mede o valor que afeto à remuneração do capital) cresceram 9,1%, 8,5% e 9,4%, o que compara com 2,7%, 6% e 8,4% em 2016. Esta melhoria aconteceu no ano em que o PIB cresceu ao ritmo mais elevado desde 2000.
No ano em análise nasceram 36.908 empresas e morreram 22.091. “Pela primeira vez nos últimos cinco anos, a dimensão média das sociedades nascidas excedeu a dimensão média das que morreram (2,1 face a 1,8 pessoas ao serviço por sociedade, respetivamente)“, destaca o instituto estatístico.
Por setor de atividade, os dados do INE mostram ainda uma realidade muito diferente. O volume de negócios no setor do alojamento e restauração subiu 18,6%, ao passo que na energia e água este aumento foi de apenas 4,1%. No entanto, quando se analisa a rendibilidade das vendas a relação é outra. O setor da energia e água apresentou uma rendibilidade de vendas de 7,7%, com o alojamento e restauração a ficar pelos 5,6%.
Estes dados atualizam dados provisórios avançados em outubro em 2018 e revelam uma melhoria dos indicadores.
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