Pedro Marques defende taxas europeias para empresas transnacionais
O cabeça de lista do PS às Europeias diz que a "alternativa a taxas europeias é aumentar impostos nacionais". Já sobre o lugar de comissário europeu, diz apenas "não quero apoucar estas eleições".
O cabeça de lista do PS às eleições europeias defende “o aumento de receitas próprias da UE“, “a única forma de ter um orçamento europeu mais ambicioso” através da taxação de empresas transnacionais.
Pedro Marques adianta, em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, que “não vale a pena agitar papões da criação de impostos europeus que nem sequer estão previstos nos tratados“. Mas garante que defende “o aumento das receitas próprias da UE que é a única forma de ter um orçamento europeu mais ambicioso sem estarmos a pedir mais impostos aos cidadãos ou às empresas portuguesas”.
O ex-ministro sublinha que “estamos disponíveis para discutir receitas próprias da UE que correspondam a novas contribuições de empresas do setor digital ou das transações europeias. Aliás, nunca conseguiremos taxar essas empresas se avançar um país individualmente. Se determinarmos que taxamos essas multinacionais que hoje pagam pouco ou quase nada em sítio nenhum, fazendo dessa uma receita europeia, não temos que criar nenhum imposto adicional ou aumentar impostos no país”.
“Se determinarmos que taxamos essas multinacionais que hoje pagam pouco ou quase nada em sítio nenhum, fazendo dessa uma receita europeia, não temos de criar nenhum imposto adicional ou aumentar impostos no país”, acrescenta.
Questionado sobre se a UE está preparada para uma nova crise, Pedro Marques salienta que “a Europa fez um caminho importante na preparação de estímulos económicos mas também dos instrumentos de estabilidade que possam vir a ser necessários no caso de acontecer uma outra crise assimétrica como aconteceu em 2008”.
“Há vários países da UE com excedentes orçamentais. E nós estamos mais bem preparados porque temos um défice a caminho de zero. Se se confirmar uma situação de abrandamento económico prolongada, os países que têm excedentes orçamentais devem certamente fazer mais pelo recuperar dessa situação”, refere.
Pedro Marques diz ainda que o aumento do populismo é justificado pela crise económica que se verificou na Europa. Nesse sentido defende “uma grande coligação de europeístas e progressistas a defender o projeto europeu”.
Comissário Europeu? “Não quero apoucar esta eleições”
Já sobre o seu futuro como eventual comissário europeu, substituindo Carlos Moedas, Pedro Marques recusa-se a responder. “Não quero apoucar estas eleições ao responder a essa pergunta”, afirma. Mas garantiu que, ” fruto do trabalho de António Costa nestes anos, do prestígio que alcançou a nível europeu, deste exemplo que a nossa forma de governar pôde representar, tenho para mim a profunda convicção de que Portugal estará certamente muito bem representado no papel que terá na futura Comissão Europeia.”
Sobre a futura liderança do PS, diz que a questão não se coloca nem no curto nem no médio prazo. “Temos um secretário-geral que é um orgulho para os socialistas, que será primeiro-ministro por muitos mais anos. Não há uma questão de liderança no PS.”
De resto, salienta que o PS não quer ser a Europa da troika, nem a Europa do Brexit. “Não somos a direita europeia que procurou sancionar Portugal, a quem tivemos de resistir, nem essa Europa do Brexit, dos aventureirismos, de preparação de saídas que ninguém sabe o que seriam. Ou dessa insatisfação com o projeto europeu que parece que está sempre a raiar a ideia da saída da União Europeia”, afirma.
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