Semana negra nos CTT. Lucros caem, dividendos também, ações afundam 10%
O valor das ações dos CTT afundou mais de 10% em poucas sessões, numa semana em que a empresa revelou uma queda dos lucros e um corte nos dividendos.
Queda nos lucros, corte nos dividendos e uma desvalorização acentuada em bolsa. Juntos, estes três fatores fizeram desta uma semana negra para os CTT. Os títulos da empresa liderada por Francisco de Lacerda fecharam a valer 2,794 euros, acumulando perdas de mais de 10% em poucas sessões, no dia em que o Parlamento acabou por chumbar a proposta para renacionalizar a empresa de correios que foi para a bolsa em 2013.
Os CTT desvalorizaram 2,92% esta sexta-feira. O preço atual das ações da companhia, 2,794 euros, representa uma queda acumulada de 10,79% desde o máximo semanal de 3,118 euros, que foi a cotação de fecho da sessão de quarta-feira — ou seja, em apenas duas sessões.
Evolução das ações dos CTT na bolsa de Lisboa
Já se adivinhava uma semana agitada para a empresa que detém a concessão do serviço postal universal em Portugal. A semana começou com um diferendo entre a empresa e a Anacom, com o regulador setorial a acusar os CTT de divulgarem “informação enganosa” relativa ao número de reclamações recebidas em 2018, acusação que a empresa rejeitou e o regulador, depois, ainda reforçou.
Mas foi na quarta-feira que todos os holofotes incidiram sobre os CTT, dia de apresentação de resultados anuais. Francisco de Lacerda revelou que o resultado líquido em 2018 ficou abaixo dos 20 milhões de euros, uma quebra de 28% face a 2017, explicada com os custos com a reestruturação que tem sido levada a cabo pela companhia.
A queda pressionou a administração a abandonar a política de dar todo o lucro em dividendos que era adotada até aqui. Por isso, foi anunciado um corte de mais de 70% na remuneração acionista, com os CTT a proporem distribuir apenas 10 cêntimos por ação, contra os 38 cêntimos no período anterior.
BCP e Galp pressionam. Lisboa recua e contraria Europa
O fraco desempenho dos CTT foi mesmo o pior de entre todas as cotadas do PSI-20, num dia em que o índice desvalorizou 0,17%, para 5.152,69 pontos, contrariando o sentimento positivo observado nas principais praças europeias. O Stoxx 600 somou 0,29%.
Mas não foi só a empresa de correios a contribuir para o recuo na bolsa de Lisboa. BCP e Galp Energia também pressionaram o índice português. O banco liderado por Miguel Maya derrapou 1,37%, para 23,09 cêntimos, enquanto a petrolífera perdeu 0,41%, apara 14,675 euros por ação.
A travar as perdas estiveram as restantes empresas do setor energético. A EDP subiu 0,53%, para 3,252 euros, enquanto a EDP Renováveis subiu 1,05%, para 8,215 euros. O melhor desempenho acabou por ser o da Pharol, que subiu 1,88%, para 18,4 cêntimos, apoiada no bom desempenho dos títulos da brasileira Oi no Ibovespa, da qual é acionista.
(Notícia atualizada pela última vez às 17h13)
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