“Imparidades no Novo Banco estão em linha com sistema”, diz Fundo de Resolução
Luís Máximo dos Santos, presidente do Fundo de Resolução, garantiu aos deputados que não há imparidades a mais no Novo Banco. "Estão em linha" com os outros bancos.
O Fundo de Resolução assegura que o Novo Banco não está a criar imparidades a mais do que aquelas que os outros bancos portugueses também estão a criar. Luís Máximo dos Santos, que lidera aquela entidade, lembra que só agora o banco está a registar perdas volumosas com o processo de “imparização” porque antes da venda ao Lone Star era um banco de transição e a gestão dos seus ativos tóxicos estava muito limitada.
“Considerando as características da carteira e os colaterais que estão associados, a imparização do Novo Banco está em linha com o sistema bancário“, disse Máximo dos Santos esta quarta-feira no Parlamento, onde está a ser ouvido por causa da injeção de capital do Fundo de Resolução no valor de 1.150 milhões de euros no banco.
Mais tarde, explicou esses dados: “Os níveis de cobertura da carteira de crédito por imparidade e garantia não são superiores à média do sistema. Isso podemos garantir”. “O Fundo de Resolução tem procurado confirmar se existem estes excessos ou não”, notou ainda.
Foram vários os deputados que questionaram Máximo dos Santos se a mudança de acionista ocorrida com a venda de 75% do banco ao Lone Star , em outubro de 2017, trouxe uma política de imparidades mais agressiva e que tem levado o Novo Banco a registar prejuízos avultados para poder recorrer ao mecanismo de capital contingente de 3,9 mil milhões de euros — em 2018, o banco liderado por António Ramalho apresentou prejuízos de 1.412 milhões de euros, depois de um resultado líquido negativo superior a 2.000 milhões em 2017.
Máximo dos Santos lembrou que, quando o Novo Banco era um banco de transição (antes da venda), o “cenário era diferente” e não havia margem para se constituir imparidades.
“Fazer imparização traz custos. E o Fundo de Resolução estava impedido de colocar recursos no banco de transição. As prioridades foram diferentes. Naquela altura, o banco vivia uma situação muito difícil. A gestão de um banco de transição tem constrangimentos próprios“, explicou.
(Notícia atualizada às 19h39)
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