Tusk diz que “curto adiamento” do Brexit só é possível se Reino Unido aprovar acordo
O presidente do Conselho Europeu mostrou abertura para aceitar um adiamento do Brexit, mas apenas se os deputados britânicos aprovarem o acordo de saída.
Donald Tusk admite que os 27 Estados membros concedam uma “curta extensão” da data de saída do Reino Unido da União Europeia na condição de o Acordo do Brexit ser aprovado na Câmara dos Comuns na próxima semana. É o derradeiro apelo do presidente do Conselho Europeu para tentar quebrar o impasse político em Londres.
“À luz das consultas que tive nos últimos dias, acredito que uma curta extensão do Brexit é possível, mas estará condicionada ao voto positivo do Acordo de Saída na Câmara dos Comuns”, na última semana de março, disse o responsável polaco que coordena os trabalhos dos líderes europeus.
À luz das consultas que tive nos últimos dias, acredito que uma curta extensão do Brexit é possível, mas estará condicionada ao voto positivo do Acordo de Saída na Câmara dos Comuns.
Numa breve declaração à imprensa sem direito a perguntas, Donald Tusk confirmou ter recebido a carta de Theresa May a pedir uma extensão por três meses do Artigo 50.º – o adiamento da saída –, até 30 de junho.
“A questão permanece aberta em relação à duração de tal extensão”. “A proposta da primeira-ministra [May], de 30 de junho, que tem os seus méritos, cria uma série de questões de natureza legal e política”, sublinhou. Tusk não afastou claramente a possibilidade de uma extensão do prazo de saída ser ainda maior.
Os líderes europeus preparam-se para uma discussão sobre o assunto na cimeira que amanhã começa em Bruxelas e que será novamente marcada pela crise em torno do processo do Brexit.
Por agora, Donald Tusk não prevê uma cimeira extraordinária na próxima semana. “Se os líderes aprovarem as minhas recomendações, podemos finalizar e formalizar a decisão sobre a extensão por procedimento escrito”. Mas acrescentou que não hesitará em convocar os líderes europeus para uma reunião em Bruxelas, se necessário.
Apesar do “cansaço do Brexit” estar a aumentar e da esperança no êxito do processo “parecer frágil e até ilusória”, Tusk considera necessário persistir em alcançar uma “solução positiva”, “sem voltar a abrir as negociações sobre o acordo”. “Não faltará da parte dos 27 “paciência e boa vontade”, assegurou.
(Notícia atualizada)
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