Lucros do BPI caem 60% para 49,2 milhões até março. Efeitos não recorrentes pesam
Os resultados do banco reduziram-se em 60% no primeiro trimestre devido a resultados positivos não recorrentes no período homólogo. Portugal contribuiu com 45,5 milhões para os lucros.
O BPI registou nos três primeiros meses de 2019 um lucro consolidado de 49,2 milhões de euros, uma queda de 60% face ao período homólogo. A quebra de resultados resulta do impacto positivo de dois factos não recorrentes ocorridos no primeiro trimestre do ano passado, deu conta o banco nesta quinta-feira. A atividade de Portugal contribuiu com 45,5 milhões de euros para os lucros do banco.
Os lucros de 45,5 milhões de euros registados na atividade em Portugal até março representam uma quebra de 62% ao compararem com os 118,4 milhões de euros do período homólogo.
O banco liderado por Pablo Forero enumera a venda da participação na Viacer e a reversões de imparidades de 11 milhões de euros registadas nos três primeiros meses do ano passado como os fatores que “em grande medida” contribuíram para a redução do lucro consolidado.
Ainda assim a atividade em Portugal contribuiu para 92,5% dos lucros consolidados do BPI. Quanto à participação financeira do BPI em Moçambique, o BCI gerou um contributo positivo de 3,7 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.
A margem financeira (os juros recebidos dos empréstimos menos os juros pagos nos depósitos) subiu 5,2%, para 106,8 milhões de euros, “apoiada pelo crescimento da carteira de crédito”, dá conta o banco.
As receitas de comissões líquidas no entanto desceram 5,2 milhões face ao período homólogo, para 60,4 milhões de euros. “Excluindo o efeito decorrente das vendas dos negócios de cartões, acquiring e banca de investimento, as comissões aumentaram (perímetro comparável) em 3,3 milhões de euros“, salienta no entanto a instituição.
O produto bancário recorrente em Portugal registou assim um abrandamento, ao cair 4,4%, oito milhões de euros, para 174,1 milhões de euros, em resultado sobretudo da diminuição dos resultados em operações financeiras e outros proveitos operacionais (-8,1 milhões de euros).
Já os recursos totais de clientes aumentaram. “Os bons resultados da atividade comercial do BPI no mercado doméstico estão refletidos no aumento de 427 milhões de euros (+1,3% desde o início do ano) dos recursos totais de clientes, que incluem recursos com registo fora do balanço, totalizando 33.622 milhões de euros no final de março deste ano.
Os depósitos de clientes cresceram 152 milhões de euros para 21.312 milhões de euros (+0,7%), com estes a representarem 71% do ativo e a constituírem a principal fonte de financiamento do balanço.
O crédito concedido aumentou 0,3% para 23.546 milhões de euros, com o banco a destacar o “crescimento assinalável de 8,5%” no crédito às empresas, que atingiu 9.349 milhões de euros.
No que respeita à qualidade dos ativos, o BPI diz que o rácio de NPE – Non-performing Exposures (que inclui o crédito malparado) baixou de 3,5% para 3,3%, salientando que a “elevada qualidade da carteira de crédito permitiu a recuperação de 3,3 milhões de euros de créditos anteriormente abatidos ao ativo”.
Já o rácio de CET1 (fully loaded) ascendeu a 13,5% e o rácio total (fully loaded) ascendeu a 15,2%.
(Notícia atualizada às 8h00)
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