Fasquia está nos 66%. Abstenção ensombra eleições europeias

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 26 Maio 2019

Desde as primeiras eleições europeias por sufrágio universal direto, em 79, que a abstenção tem vindo a aumentar. Este domingo haverá uma inversão de tendência? Fomos falar com quem estuda o fenómeno.

A dimensão da abstenção estará mais uma uma vez no centro das atenções na noite eleitoral deste domingo. É pouco provável que haja uma mobilização que inverta radicalmente a tendência que ensombra as eleições para o Parlamento Europeu nas últimas décadas, segundo opiniões ouvidas pelo ECO. Mas se houver uma primeira inversão em 40 anos, então será um dado histórico.

Desde as primeiras eleições europeias por sufrágio universal direto, em 1979, que a abstenção tem vindo a aumentar e que o desinteresse dos cidadãos aumenta. Naquele ano, a taxa de participação foi em média de 61,99% tendo caído sucessivamente em todas as eleições até atingir 42,61% há cinco anos.

É uma tendência geral nos diferentes países, mesmo nos dois Estados-membros onde o voto é obrigatório –Bélgica e Luxemburgo –, a participação desce ligeiramente. Portugal não é exceção. Nas primeiras eleições após a adesão, a taxa de participação dos portugueses atingiu 72,42%, mas foi caindo — exceto em 1999 — até chegar a 33,67% em 2014 (o que correspondeu a uma taxa de abstenção superior a 66%). Nesse ano, ficou abaixo da média da UE, registando a oitava maior taxa de abstenção. Ainda assim muito à frente dos países cujos eleitores menos participaram: Eslováquia (13,05%) e República Checa (18,2%).

Esta tendência nas europeias está em linha com o descida geral da participação eleitoral na maior parte dos países do G20, segundo uma nota do Serviço de Estudos do Parlamento Europeu. No entanto, as taxas de participação nas eleições nacionais são superiores, entre outras razões, porque os cidadãos decidem quem vai governar.

Mas não deixa de ser um dado curioso que o alheamento e desinteresse dos europeus aumente ao mesmo tempo que o Parlamento Europeu tem visto os seus poderes reforçados com as sucessivas alterações aos Tratados e ser hoje legislador numa série de áreas que afetam diretamente a vida dos cidadãos.

O facto de as eleições este ano se realizarem num contexto em que a UE está sob pressão — com o processo do Brexit — e enfrenta movimentos que pretendem acabar com o atual projeto europeu não deverá ser suficiente para suscitar uma maior mobilização dos cidadãos, segundo os especialistas ouvidos pelo ECO. Isto apesar de alguns políticos e líderes europeus tentarem transformar o ato eleitoral numa espécie de plebiscito à UE.

Spitzenkandidaten vai ajudar a mobilizar o eleitorado?

Éric Maurice, da Fundação Robert Schuman, diz que uma dos principais questões destas eleições consiste em saber se é possível estancar a abstenção e se o processo de Spitzenkandidaten mobilizou o eleitorado. Através deste processo os partidos políticos europeus apresentam os seus candidatos principais à presidência da Comissão Europeia, permitindo aos cidadãos ter uma palavra nesta escolha.

No entanto, Maurice admite existir um “forte desinteresse” pelas eleições para o Parlamento Europeu apesar do interesse dos cidadãos pelas questões europeias e pela UE. E diz que a abstenção funciona também como “voto de protesto” nestas ocasiões.

Face ao atual contexto na UE e aos populismos crescentes, haverá desta vez maior participação do eleitorado? “Não creio”, afirma Pascal Delwit, professor no Centro de Estudos de Vida Política da Universidade Livre de Bruxelas. “Não acredito que a lógica de mobilização de progressistas contra populistas seja uma ideia com eco no eleitorado”. Especialista em processos eleitorais na UE, Delwit considera que as eleições para o Parlamento Europeu são em geral “mal entendidas e mal apreendidas” pelo eleitorado e, por vezes, até pelos próprios protagonistas políticos, pelo que estas europeias voltam a enfrentar o desafio da abstenção.

No mesmo sentido, Éric Maurice considera que muitas vezes são os partidos e os responsáveis políticos nos Estados-membros que contribuem para a abstenção ao apresentarem os candidatos às europeias já muito em cima das eleições ou em função de critérios nacionais. Maurice diz que em muitos países é difícil ter uma relação de proximidade com os eleitos pelo que há um défice de visibilidade dos deputados.

O investigador na Fundação Schuman sublinha também que há confusão na forma como os políticos nacionais apresentam os temas europeus, misturados com política interna, o que não favorece uma leitura política clara do que está em causa. E reconhece que se a taxa de abstenção for muito elevada este domingo, isso será um fracasso para todos os agentes políticos na UE e nos Estados-membros.

“É muito pouco provável que os níveis de abstenção sejam muito diferentes dos que tivemos em outras eleições”, diz por seu turno o sociólogo Pedro Magalhães, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa – ressalvando que os valores oficiais em Portugal podem sobrestimar a abstenção real.

Pedro Magalhães afirma que há “um grande alheamento e desinteresse” em relação às eleições europeias e dá como exemplo a recente sondagem do ISCTE/ICS para o Expresso/SIC, segundo a qual 69% dos portugueses não são capazes de indicar o nome de um eurodeputado português.

Instado a comentar as razões mais específicas que podem explicar as elevadas taxas de abstenção nas europeias em Portugal, aponta dois fatores. Em geral, a abstenção está associada aos níveis de instrução e o baixo nível de instrução adulta em Portugal pode levar a um menor envolvimento cívico e baixa participação nas eleições. Por outro lado, a sindicalização e o associativismo também podem potenciar a mobilização eleitoral. Mas Portugal tem baixas taxas de sindicalização quando comparado com outros países europeus.

 

Fonte: Parlamento Europeu

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Praia pode tramar as Europeias? Cinco dicas para um voto rápido

A taxa de abstenção nas eleições europeias, que ocorrem entre maio e junho, tem sido elevada. Há quem prefira passar o dia na praia, mas é possível votar e ir a banhos.

Domingo é dia de eleições europeias. Será também um dia em que os termómetros vão subir, com as temperaturas a aproximarem-se dos 30 graus. Historicamente, as eleições para o Parlamento Europeu são marcadas por altos níveis de abstenção e a preocupação com a influência de fatores como o tempo quente até já chegou às campanhas.

António Costa apelou ao voto no último almoço da campanha socialista para as eleições europeias, tendo em mente o calor que se vai sentir. “Há tempo para tudo. Aqueles que querem celebrar a vitória na taça que a celebrem, aqueles que querem ir à praia podem ir à praia. Há tempo para tudo. Por favor, dediquem meia hora para irem votar”, disse, citado pela agência Lusa.

Mas será que a vontade de ir à praia influencia a participação nas eleições europeias? Nas últimas duas eleições, em 2009 e 2014, as temperaturas rondavam os 22 graus, menos apelativas do que este ano. No entanto, existe outro fator, também mencionado pelo primeiro-ministro, que costuma entrar em jogo na hora de eleger os deputados para o Parlamento Europeu. Tipicamente realizadas no fim de maio ou em junho, coincidem muitas vezes com eventos desportivos, que movem multidões.

Em 2004 teve lugar em Portugal o Campeonato Europeu de Futebol, que tinha dado o pontapé de partida precisamente no dia antes das eleições. Já 2014, quando se atingiu uma taxa recorde de abstenção no país, de 66,3%, foi ano de mundial. Para este domingo estava também marcada a final da Taça de Portugal, mas a partida foi adiantada para sábado, precisamente para não coincidir com as eleições.

Taxa de abstenção em Portugal nas eleições europeias

Podem existir vários motivos que afastam os portugueses das urnas de voto, mas estes, o calor e o desporto, apresentam-se como marginais para os politólogos. O professor universitário e investigador de ciência política José Adelino Maltez aponta o facto de as pessoas não “sentirem a cidadania europeia” como uma das principais razões que desmotivam a participação nestas eleições.

“Os eurodeputados fecham-se. O povo não os conhece”, continua. De facto, uma sondagem realizada pelo ISCTE/ICS para a SIC e Expresso revela que 69% dos portugueses não conhecem um único eurodeputado português. “O sistema não apela à participação”, continua Adelino Maltez.

O politólogo António Costa Pinto lista também a “grande distância da cidadania europeia no geral e do Parlamento Europeu” como um fator de alienação dos eleitores. Para além disso, refere ainda como justificação para a abstenção o “desconhecimento que os portugueses têm dos poderes do Parlamento Europeu”.

Se olharmos para as taxas de participação dos portugueses nas eleições europeias, estas têm vindo a diminuir desde 1999. A partir dessas eleições, a abstenção esteve sempre acima dos 60%. As sondagens apontam para que, neste ano, se verifique uma subida ligeira da abstenção em relação às últimas europeias. “Quando as coisas são dramáticas, o povo participa, quando sente que não vale a pena, não participa”, atira Adelino Maltez.

Voto rápido… antes da praia

As temperaturas podem ter, habitualmente, um impacto marginal na elevada abstenção nas eleições, mas este ano, tendo em conta que em Lisboa as máximas serão de 29 graus, em Albufeira chegam aos 30 graus e em sítios do país como Santarém, Setúbal ou Évora vão mesmo alcançar os 32 graus, até podem ajudar a agravar o resultado.

Com estas previsões, grande parte dos portugueses pensará, obviamente, em praia. Mas, votar não tem de ser um ato demorado. E há alguns truques para evitar que o cumprimento de um direito, que é ao mesmo tempo um dever, possa encaixar nos planos daqueles que pretendem ir banhos. Aqui estão cinco dicas:

  • Urnas abrem logo às 8h00. Se quer aproveitar o dia de praia, pode aproveitar para votar logo de manhã cedo. As urnas abrem às 8 horas da manhã, permitindo aproveitar o resto do dia. Como só fecham às 19 horas — e se já estiver dentro da assembleia de voto a esta hora ainda pode votar –, também pode depositar o voto no regresso da praia.
  • Ter os documentos necessários. O número de eleitor foi abolido, por isso é menos um documento que tem de carregar. Basta ter consigo um documento de identificação civil, como o cartão de cidadão. Mas mesmo se se esquecer da identificação não tem de voltar atrás. Pode votar desde que a sua identidade seja reconhecida unanimemente pela mesa ou por dois eleitores devidamente identificados.
  • Saber antecipadamente onde vota. Para chegar e dirigir-se logo ao local onde irá votar é muito simples. Pode enviar um SMS grátis para o 3838, onde escreve “RE (espaço) número CC ou BI (espaço) data de nascimento (anomêsdia)”, ou ver online no Portal do Recenseamento. Também pode descarregar a app MAI Mobile, ou ir ver à Junta de Freguesia.
  • Aproveitar as promoções. Para incentivar o voto, algumas empresas de transportes oferecem descontos para facilitar a deslocação até às urnas. É o caso da Lime, que está a oferecer viagens gratuitas. O código estará na newsletter enviada aos utilizadores, e é válido entre as 6h e as 21h. Já a myTaxy oferece um desconto de 50%, ao inserir o código “EUVOTO19”. “A promoção é válida uma vez por passageiro, até cinco euros de desconto, em pagamentos feitos através da App e para as primeiras mil pessoas que usarem o código”, explica a empresa em comunicado.
  • Ter a decisão preparada. Para não hesitar quando olhar para o boletim de voto, existem algumas ferramentas a que pode recorrer. Para além de pesquisar sobre os partidos, pode fazer alguns questionários que irão indicar com que candidatos e partidos se alinham mais as suas opiniões. Um deles é o “euandi2019”, desenvolvido pelo Instituto Universitário Europeu, em colaboração com a Universidade de Lucerna. Existe também o questionário “Your Vote Matters”, desenvolvido no âmbito do Programa de Justiça da União Europeia (2014-2020) e do Programa Direitos, Igualdade e Cidadania (2014-2020), promovidos pela Comissão Europeia.

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Portugal já gastou todos os recursos naturais deste ano, diz associação ZERO

  • Lusa
  • 25 Maio 2019

Associação Zero aponta que a partir deste sábado Portugal já está “a usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 01 de janeiro de 2020”.

A associação ambientalista ZERO alertou este sábado que Portugal já gastou todos os recursos naturais disponíveis para este ano, 21 dias mais cedo do que no ano passado.

“Se todos os países do mundo consumissem como Portugal, o cartão de crédito ambiental teria que ser acionado este domingo”, indicou, em comunicado, a ZERO-Associação Sistema Terrestre Sustentável, que, em parceria com a Global Footprint Network, atualiza os dados relativos à pegada ecológica.

Se cada pessoa no planeta “vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria mais de dois planetas para sustentar as suas necessidades de recursos”, comparou a associação.

“Tal implicaria que a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos a nível mundial esgotar-se-ia no dia 26 de maio”, acrescentou, recordando que, em 2018, isso aconteceu a 16 de junho.

Portanto, a partir de sábado, 25 de maio, já estamos “a usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 01 de janeiro de 2020”, sublinhou a ZERO.

Portugal é, há já muitos anos, deficitário na sua capacidade para fornecer os recursos naturais necessários às atividades desenvolvidas (produção e consumo)”, destacou a associação, realçando, porém, que “o mais preocupante é que ‘dívida ambiental’ portuguesa tem vindo a aumentar”.

Para inverter esta tendência, a associação propõe a adoção de “novas práticas”, nomeadamente na alimentação e na mobilidade.

“O consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) encontram-se entre as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal”, referiu.

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Europeias: “Quem não for votar, depois não venha dizer que se arrepende”, diz PR

  • Lusa
  • 25 Maio 2019

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que as suas intervenções no último mês "foram todas elas para apelar ao voto”. E alertou: desperdiçar uma oportunidade de votar é um erro enorme.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez hoje um apelo ao voto nas eleições para o Parlamento Europeu (PE), no domingo, e afirmou que quem optar pela abstenção não deve, depois, vir “dizer que se arrepende”.

“O voto é de cada qual e desperdiçá-lo é verdadeiramente, em todos os momentos, mas agora em particular, penso eu, um erro enorme”, afirmou o chefe de Estado, à margem de um encontro na União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa.

Questionado pelos jornalistas sobre se espera uma grande abstenção nas eleições europeias, Marcelo Rebelo de Sousa vincou: “quem não for votar, depois não venha dizer que se arrepende.” O chefe de Estado lembrou ainda que as intervenções que fez, “no último mês, foram todas elas para apelar ao voto”.

“Quem não for votar, depois não venha dizer que outros acabaram por fazer escolhas que não foram aquelas que queria”, reafirmou o Presidente da República.

Os eleitores com capacidade eleitoral ativa são 10.761.156 – em Portugal e no estrangeiro -, quando nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu, em maio de 2014, eram 9.696.481.

Deste total, 14.909 pessoas já exerceram o direito de voto antecipadamente, em Portugal continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, segundo dados enviados à agência Lusa pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

O número de eleitores residentes no estrangeiro passou de menos de 300 mil nas eleições de 2014 para 1.431.825, resultado do processo de recenseamento automático, de acordo com o MAI.

Deste total de cerca 1,4 milhões, 583.680 são residentes fora da Europa e 848.145 estão inscritos como residentes na Europa, segundo os dados publicados no ‘site’ da Secretaria Geral da Administração Interna.

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Reino Unido. Cidadãos europeus que não conseguiram votar vão processar governo

  • ECO
  • 25 Maio 2019

Campanha de crowdfunding quer angariar cem mil libras para apoiar cidadãos da UE que não conseguiram votar. Foi "uma negação sistemática e discriminatória de um direito fundamental", diz advogado.

Os cidadãos europeus que vivem no Reino Unido e viram recusado o direito a votar nas eleições vão processar o governo de Londres, avança este sábado o The Guardian (conteúdo em inglês).

“O direito ao voto é a base de todos os direitos de cidadania”, refere John Halford, especialista em Direito Público que está a apoiar os cidadãos da UE afetados. “Na última quinta-feira houve uma negação sistemática e abertamente discriminatória desse direito. O caso que procuramos levar à Justiça mostrará que isso é algo que não será tolerado pela Lei e que devem ser apuradas responsabilidades e consequências.”

Várias centenas de cidadãos europeus apresentaram queixa na última quinta-feira à Comissão Eleitoral britânica por não terem conseguido votar nas eleições europeias no Reino Unido. A Comissão Eleitoral justificou os problemas com o curto espaço de tempo que teve para organizar o escrutínio.

Para financiar o processo legal, foi lançada este sábado uma campanha de crowdfunding para apoiar todos os europeus que desejarem processar o governo britânico por negação do direito de voto. O objetivo é angariar 100 mil libras para financiar as despesas judiciais e analisar a melhor forma de cada um dos afetados ser ressarcido “por tratamento desigual” e “sofrimento emocional”.

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Um SUV ou um desportivo? É o I-Pace

Um SUV que não parece ser. Um desportivo, mas que é elétrico. E barulho? Faz. Faz mais quanto mais se acelera, procurando fazer jus aos 400 cv que vêm com o I-Pace.

Não é um F-Pace, nem mesmo um E-Pace. Também não é um F-Type. O I-Pace, da Jaguar, é um mix entre os SUV e a garra do desportivo da marca felina, com um twist: é totalmente elétrico. Estranha-se mas, como diz o provérbio popular, acaba por se entranhar este look disruptivo com que a marca britânica, detida pela indiana Tata, decidiu atacar o crescente apetite pelos modelos movidos a energias alternativas.

À primeira vista é um SUV. Num segundo relance, já não o é. Depende da perspetiva com que se finta este Jaguar. Tem pose de SUV, mas todos os traços apontam para um desportivo. Os faróis rasgados, mas principalmente a grelha de grandes dimensões com uma entrada de ar que provoca um enorme rasgo no capot, vincam o look agressivo deste novo modelo da marca.

É por aquela entrada na grelha, que cria um “buraco” no capot, que passa todo o ar que apanha em estrada. Ar que sobe pelo para-brisas, desliza pelo tejadilho e desaparece no vidro traseiro sobejamente inclinado para garantir, quando visto de perfil, uma linha desportiva. As jantes de 22 polegadas (sim, são enormes, mas o preço delas também: é um extra de mais de 6.000 euros) enchem as enormes cavas das rodas, mostrando a fibra do felino.

Até ruge. A sério!

Todos os detalhes estéticos, que revelam o tempo que a marca dedicou para criar um modelo que vem concorrer num mercado em que muitas outras fabricantes estão a apostar, criam grande expectativa sobre como será estar ao volante. Antes disso, contudo, é preciso apreciar o deslizar dos puxadores já utilizados no Velar — a Jaguar pertence ao mesmo grupo da Land Rover.

sentados nas backets forradas a pele, com uma mão a abraçar o volante, a outra vai direta ao “Power”. E liga-se tudo. Desde os três ecrãs (um com o conta-quilómetros, outro, o maior, com o infotainment, e ainda outro, abaixo deste, com o sistema de ventilação, mas também de comunicação e de audio), até aos motores do I-Pace. É mesmo no plural.

Quase não há barulho. Mas há. Há um rugido suave que não vem dos motores síncronos de íman permanente, mas sim do sistema de som. Se não fosse um elétrico, seria de esperar um rugido forte tendo em conta a potência combinada de 400 cv apresentada por este modelo de tração integral. São muitos cavalos, mas mais impressionante são os 696 Nm. Disparam.

Jogo da regeneração. E um truque

Com tanta potência, o que apetece é pôr pé a fundo no acelerador. E o I-Pace encosta-o mesmo ao banco. Seja num arranque num qualquer semáforo — faz 0 aos 100km/h em 4,8 segundos –, seja quando já se está a rolar na estrada. Com o modo mais desportivo selecionado, é ver o conta-quilómetros a somar km/h, mas também o da autonomia a encolher, encolher, encolher…

O gozo do encostar ao banco em aceleração acaba assim que se tira o pé do acelerador. Praticamente não é preciso colocar o pé no travão no I-Pace. A desaceleração é forte, sendo toda essa energia utilizada para garantir mais uns quilómetros de autonomia. É fácil perceber como funciona o sistema da Jaguar.

Atestado, o I-Pace dizia 442 quilómetros e autonomia — carrega até 80% em 40 minutos num posto rápido e em dez horas num normal. Um valor que enche o olho, mas é de desconfiar. Alguns quilómetros rolados e rapidamente passámos para 350. Com um consumo médio de 22,9 kW/100 km, em 293 quilómetros percorridos, sobraram 40 de autonomia quando desligámos o “motor”.

Esses 40 eram, na realidade, um pouco mais, já que durante estas quase três centenas de quilómetros percorridos foi possível gerar 23,5 kW. Para os descobrir, contudo, há um truque: com o carro parado, basta carregar no travão e acelerador ao mesmo tempo para reclamar o prémio pela condução eficiente.

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Pagamentos do crédito de 125 milhões à CGD estão “em dia”, diz Isabel dos Santos

  • Lusa
  • 25 Maio 2019

Posição, através da sua conta oficial no Twitter, surge depois de, na sua edição de hoje, o Correio da Manhã fazer manchete com um empréstimo de 125 milhões de euros concedido pela CGD.

A filha do ex-Presidente de Angola e empresária angolana Isabel dos Santos garantiu hoje ter “todos os pagamentos em dia” relativamente ao crédito de 125 milhões de euros contraído junto da CGD em 2009.

A posição, através da sua conta oficial na plataforma Twitter, surge depois de, na sua edição de hoje, o jornal Correio da Manhã fazer manchete com um empréstimo de 125 milhões de euros concedido pela Caixa Geral de Depósitos a Isabel dos Santos.

Através da sua conta, a empresária angolana afirma que, do financiamento original de 125 milhões de euros, “60% [está] amortizado e todos os pagamentos em dia”.

A notícia do jornal português adianta que o empréstimo em causa foi concedido para a aquisição de ações da operadora Zon (atual NOS) e que a operação teve “um parecer condicionado da Direção-geral de Risco (DGR)”.

No Twitter, Isabel dos Santos precisa ainda que “atualmente, o valor das ações da NOS que servem de colateral têm um valor de mercado cerca de 10 vezes superior ao valor líquido do financiamento”.

Citando um relatório do Banco de Portugal, realizado em 2011, sobre créditos da CGD para a compra de ações, o Correio da Manhã refere que, neste caso, se tratou de um financiamento concedido pelo banco público à Kento Holding Limited, sociedade do Grupo Fidequity, detido por Isabel dos Santos.

O matutino adianta que o referido relatório indica que o crédito foi concedido pelo prazo de sete anos, com três anos de carência de capital, e pagamento de juros à taxa Euribor a seis meses, mais um spread de 2%.

Para pagamento do empréstimo, escreve ainda o jornal citando o relatório, “as garantias consistem no penhor financeiro das ações adquiridas, num depósito a prazo (no valor inicial de 14,425 milhões de euros), a remunerar em condições de mercado, e o aval da Eng Isabel dos Santos, consubstanciado numa livrança subscrita pela Kento e avalizada pela própria”.

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Uber, Bolt, Kapten, Cabify ou Izzy Move. Qual é a opção mais barata para se deslocar em Lisboa?

Com o crescente número de serviços eletrónicos de transporte privado existentes em Portugal, começa a ser difícil escolher. O ECO simulou alguns percursos, para perceber qual fica mais em conta.

Primeiro foi a Uber. Depois veio a Cabify e a estas seguiram-se outras tantas. Agora até os táxis têm uma app para facilitar as viagens dentro da cidade. Depois da myTaxi, os taxistas da Associação Nacional de Transporte Rodoviário em Automóveis Ligeiros (Antral) juntaram-se para lançar a Izzy Move. Funciona praticamente da mesma forma que as restantes, mas a grande questão é: consegue competir no preço?

Passaram cinco anos desde que a empresa norte-americana chegou. A Uber veio mudar a forma como nos deslocamos, criando uma alternativa aos táxis no transporte individual na cidade. Depois de muitas manifestações, surgiram as regras para que todos possam operar no mercado, mas aos taxistas faltava a inovação. Agora que têm uma app, o ECO foi comparar as diferentes ofertas.

Primeiro fomos ver quanto custa uma viagem num percurso mais tradicional, à hora de almoço de uma sexta-feira. São cerca de dez quilómetros de viagem desde o Campo Grande até ao Cais do Sodré, mas se a distância é a mesma, o valor a pagar varia bastante. Nas simulações encontrámos opções desde 7,85 euros até doze euros.

A Uber e a Cabify, que estão cá há mais tempo, fazem-se cobrar por isso. São as mais caras para realizar este trajeto. Mais barata é a Bolt, mas o táxi nem fica mal. Pela Izzy Move, a viagem ficaria a cerca de nove euros, um euro mais cara do que a opção mais em conta. Já na myTaxi, outra aplicação onde se podem reservar táxis, não é apresentada uma estimativa nos passos iniciais para chamar uma viatura.

Sendo uma zona relativamente concorrida, a maioria das aplicações não tem um tempo muito elevado de espera para a chegada do motorista, demorando em média cerca de três minutos. Já para quem chamar a Izzy Move, a estimativa aponta para que o táxi demore aproximadamente nove minutos a chegar ao ponto de encontro.

E se formos para fora de Lisboa?

O teste recaiu depois sobre um trajeto que se fará com menos regularidade. Fomos ver como seria sair dos limites da cidade, indo, por exemplo, do Cais do Sodré até a Carcavelos, que é agora casa do campus da Nova SBE, na mesma altura do dia. Nesta viagem, os taxistas saem vencedores. A tarifa da Izzy Move, de cerca de 12 euros, é a opção mais barata.

Seguem-se a Bolt e a Kapten, também entre as mais baratas na última simulação, com preços a rondar os 13 euros. Na ponta oposta desta simulação, encontram-se novamente a Uber e a Cabify, onde os custos já ascendem aos 19 euros, seis euros acima das opções mais em conta.

Nesta localização, existem vários motoristas disponíveis das várias apps, mas se chamar um Kapten poderá demorar mais tempo. A antiga Chauffeur Privé apresenta um tempo médio de espera pelo motorista de nove minutos, para uma viagem iniciada no Cais do Sodré.

A conta do taxímetro

A app dos taxistas, de acordo com as simulações feitas, posiciona-se entre as mais acessíveis, apresentando mesmo a tarifa mais barata para a viagem até Carcavelos. Mas não está garantido que o que paga no final da viagem é o apresentado na app, já que o montante final a pagar é introduzido pelo próprio motorista, quando terminar o percurso, com base no valor apresentado no taxímetro.

Acrescenta-se ainda a esse número o custo de chamada do táxi, 80 cêntimos. Os valores apresentados são assim uma estimativa, que tem já em conta os fatores que a afetam. Os preços dos táxis são tabelados por lei e o setor está impedido de praticar tarifas dinâmicas, como faz a Uber.

Nos táxis, o tempo de espera conta, no geral, mais do que nas apps de transportes. São 14,80 euros por hora, o que dá cerca de 24 cêntimos por minuto. Na Kapten a tarifa é detalhada na app, com uma base de 0,80 euros, 0,08 euros por minuto e 0,52 euros por quilómetro. Pela Cabify, a tarifa base é de 50 cêntimos, 0,72 euros por quilómetro e 0,12 euros por minuto, de acordo com o site da empresa.

Na Uber, “o custo da viagem é baseado na estimativa de distância e duração da mesma e também tem em conta o número de utilizadores e motoristas que estão a usar a aplicação nesse momento”, a companhia liderada por Dara Khosrowshahi. Também na Bolt, o preço predefinido tem em consideração fatores como o trânsito, portagens e preços dinâmicos.

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Startup Visa atribuiu 49 vistos a empreendedores estrangeiros desde novembro

De novembro a maio deste ano registaram-se na plataforma 767 empreendedores e foram submetidas 103 candidaturas. Dessas, 49 foram aprovadas.

Entre novembro de 2018 e maio de 2019 foram aprovadas 49 candidaturas ao Startup Visa, programa do Governo para atrair e facilitar a entrada de empreendedores estrangeiros em Portugal que queiram montar os seus negócios no nosso país. Os dados foram revelados ao ECO pela Startup Portugal, associação de promoção e apoio ao empreendedorismo, em Toronto, à margem da primeira edição do Collision no Canadá.

Entre o Web Summit do ano passado e o final de maio deste ano, foram submetidas 103 candidaturas das quais 14 estão ainda em análise e 40 receberam resposta desfavorável.

Durante esse período, entraram na plataforma e iniciaram processo de candidatura ao programa 767 pessoas de 83 países diferentes. Entre os que mais procuram Portugal para criar empresas estão empreendedores do Brasil (34%), da Índia (12%) e do Irão (6%).

“Como é completamente novo, a nossa abordagem ao programa foi a aplicada a uma startup. Testámos e validámos nesta que foi a fase alpha do programa. Estamos agora prontos para passar a uma fase beta, com campanhas mais direcionadas a mercados específicos porque, até agora, foi tudo feito de uma forma mais contida, para vermos se todo o processo funcionava”, explica ao ECO João Borga, diretor da Startup Portugal.

Anunciado no Web Summit de 2017, o Startup Visa é um visto de residência para fundadores de startups de venham de fora da União Europeia e criado para ajudar os seus negócios a crescer, ao mesmo tempo que desenvolve o ecossistema empreendedor português.

Na prática, o programa é executado pelo Iapmei e envolve a Rede Nacional de Incubadoras (RNI), através das quais o Startup Visa garante espaço físico aos empreendedores estrangeiros para desenvolverem os seus negócios. Neste momento, da rede de incubadoras parceiras fazer parte 66 entidades.

O processo de candidatura e atribuição do visto funciona mediante seis passos específicos que vão desde a validação da elegibilidade dos candidatos à exploração das incubadoras aderentes, passando pelo preenchimento do formulário de candidatura, revisão do processo pelo IAPMEI, assinatura do contrato pela incubadora certificada e submissão deste documento na plataforma. O IAPMEI emite no final do processo uma declaração que depois serve de passo pré-visto. O documento final é entregue depois, ou pelo consulado ou pelo SEF.

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Porto e Sporting com 330 milhões de euros em campo a lutar pela Taça de Portugal

No papel, o desequilíbrio é acentuado: o onze provável do Futebol Clube do Porto está avaliado em 230 milhões e o do Sporting em 100 milhões. Mas como a Taça da Liga mostrou, o papel vale o que vale.

O valor acumulado dos onze prováveis de Futebol Clube do Porto e do Sporting Clube de Portugal para a final da Taça de Portugal de este sábado à tarde mostram uma diferença significativa entre os dois emblemas, numa dimensão que, todavia, não ficou evidente ao longo da temporada.

Se os azuis e brancos deverão apresentar no relvado uma equipa avaliada em 230 milhões de euros, o clube de Alvalade terá em campo não mais de 100 milhões de euros, mostram os dados compilados sobre cada um dos plantéis pelo Transfermarkt. Mas há razões que justificam tão larga diferença.

A começar por Bas Dost, que é como quem diz nos 20 milhões de euros do passe do jogador que deve começar o jogo no banco. Luiz Phellype, que tem jogado no lugar do holandês, continua avaliado em 1,5 milhões de euros apesar da boa reta final de temporada que está a fazer no Sporting.

Além disso, e do lado do Porto, Éder Militão já viu a sua avaliação ajustada ao preço que o Real Madrid aceitou pagar pelo defesa central. Já Bruno Fernandes, e apesar de estar a ser negociado por valores superiores, continua avaliado em 35 milhões.

Para estas contas foram considerados os seguintes onzes prováveis:

FCP: Fabiano (0,5M), Éder Militão (50M), Felipe (17M), Pepe (1,5M), Alex Telles (30M), Danilo (28M), Herrera (22M), Brahimi (26M), Otávio (13M), Marega (30M), Soares (12M).

SCP: Renan (2M), Bruno Gaspar (4,5M), Coates (14M), Mathieu (2M), Acuña (15M), Wendel (7,5M), Gudelj (6,5M), Bruno Fernandes (35M), Raphinha (6,5M), Luiz Phellype (1,5M), Diaby (5,5M).

Por setor: Éder Militão vale mais que a defesa do Sporting

Analisemos agora as diferenças de cada um dos clubes por setor. À baliza, a vantagem é verde-e-branca: Renan tem um valor de mercado de dois milhões de euros, contra os 500 mil euros em que o Transfermarkt valoriza Fabiano. Mas esta vantagem é dizimada logo no quarteto defensivo de cada clube.

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Só os 50 milhões de euros de Éder Militão valem mais que os quatro defesas do Sporting. Bruno Gaspar, Coates, Mathieu e Acuña acumulam um valor de mercado de 35,5 milhões. Juntando Alex Telles (30 milhões), Felipe (17 milhões) e Pepe (1,5 milhões) a Éder Militão, conclui-se que a defesa dos dragões vale perto de 100 milhões de euros — quase tanto como todo o XI provável do Sporting.

É no meio-campo que as equipas se apresentam com avaliações mais equiparadas, ainda que com vantagem clara para o Futebol Clube do Porto. Danilo, Herrera, Brahimi e Otávio estão avaliados em 89 milhões de euros — entre os 28 milhões de Danilo e os 13 milhões de Otávio –, o que compara com os 55,5 milhões do meio-campo dos leões, muito inflacionado pelos 35 milhões em que o passe de Bruno Fernandes está, por agora, avaliado.

Mas é lá à frente que os números do Porto mais se afastam dos do Sporting, culpa da ausência de Bas Dost do onze inicial, mas também da falta de uma reavaliação ao passe de Luiz Phellype, que prossegue avaliado em 1,5 milhões. De todas as formas, Marega e Tiquinho Soares significa ter 42 milhões de euros apontados à baliza do Sporting. Do outro lado, a baliza de Fabiano terá de enfrentar um ataque avaliado em sete milhões de euros — somando os 5,5 milhões de Diaby à avaliação de Phellype.

Contudo, e como a final da Taça da Liga demonstrou recentemente, ou mesmo a caminhada do Ajax na Liga dos Campeões desta temporada, todas estas avaliações, contas e demais estatísticas por vezes de pouco importam quando o árbitro apita para o arranque do jogo.

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Secretas já consultam dados de comunicações sem decisão do Constitucional

  • ECO
  • 25 Maio 2019

Elogios do Conselho de Fiscalização ao Sistema de Informações à importância do acesso a metadados pelas autoridades pode ser entendido como pressão política sobre Tribunal Constitucional.

Desde março que os serviços de informação portugueses têm acesso aos dados de tráfego e de duração das comunicações apesar de ainda estar pendente uma decisão do Tribunal Constitucional (TC), noticia este sábado o Público. O TC tem em mãos um pedido de fiscalização sucessiva à proposta aprovada pelo bloco central e o CDS. O pedido foi apresentado pelos partidos mais à esquerda do Parlamento.

Segundo noticia o diário do grupo Sonae, os serviços de informação no SIRP [Sistema de Informações da República Portuguesa] já acedem à consulta de metadados, ou seja, dados de tráfego e duração de comunicações sem intervirem no conteúdo das chamadas, de acordo com o revelado num parecer do Conselho de Fiscalização do SIRP sobre a atividade de Sistema em 2018. E, até ao momento, este acesso têm provado a sua utilidade, diz este Conselho.

De acordo com o parecer, o Sistema de Acesso ao Pedido de Dados aos Prestadores dos Serviços de Comunicações Electrónicas (Sapdoc), ou seja os tais metadados, “foi declarado operacional desde março último”. Desde então, o Conselho de Fiscalização já atestou “nas várias situações em que o mesmo foi chamado a fornecer dados aos Serviços de Informações, a positiva conceção, construção e aplicação do mesmo, bem como a sua inquestionável e inequívoca necessidade (sem sucedâneo disponível), permitindo a Portugal sanar uma grave lacuna, verdadeiramente singular a nível internacional”, descreve o parecer.

Este Conselho de Fiscalização era, à altura da elaboração do parecer, composto por Abílio Morgado, ex-conselheiro de Cavaco Silva, e pelos vogais Neto Brandão, vice-presidente da bancada do PS, e pelo advogado e antigo deputado do PSD António Rodrigues. E estes responsáveis não têm dúvidas em manifestar um apoio quase incondicional ao acesso aos metadados: “Portugal não pode de deixar de ter preparadas linhas de atuação solidamente concebidas e exercitadas para poder enfrentar a delicada questão, tão de segurança e jurídica quanto de humanidade, de regresso de familiares, concluindo crianças, dos chamados combatentes estrangeiros”, dizem no documento.

Contudo, esta posição positiva do Conselho de Fiscalização pode não ter caído bem no seio do Tribunal Constitucional, que pode interpretar a mesma como pressão política. Isto porque ao manifestar de forma tão clara e aberta o apoio à consulta dos metadados, ainda antes de uma decisão do TC, tal posição implica um sentido político do órgão fiscalizador, conclui o Público. O diário lembra que em 2015 uma proposta idêntica acabou chumbada à conta do artigo 34.º da Constituição da República Portuguesa, relativo à ingerência na correspondência, nas telecomunicações.

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FC Porto “cumpriu parcialmente” metas do fair-play financeiro da UEFA em 2018/19

  • Lusa
  • 25 Maio 2019

FC Porto, que em 2017/18 cumpriu com as metas estabelecidas pela UEFA, ficará sob o regime de monitorização até à temporada 2020/21.

A UEFA revelou esta sexta-feira que o FC Porto apenas “cumpriu parcialmente as metas estabelecidas para a época 2018/19” em termos de fair-play financeiro e que vai manter as restrições em vigor para a próxima época.

“O FC Porto cumpriu parcialmente as metas estabelecidas para a temporada 2018/19. Como consequência, as medidas desportivas condicionantes previstas para o FC Porto, como as restrições de transferências e a limitação do número de jogadores na Lista A (competições europeias), continuarão a aplicar-se na temporada 2019/20”, justifica o organismo que gere o futebol europeu.

Deste modo, o FC Porto, que em 2017/18 cumpriu com as metas estabelecidas pela UEFA, ficará sob o regime de monitorização até à temporada 2020/21.

As restrições impostas pela UEFA levaram o FC Porto a iniciar a época 2017/18 sem novas contratações, fazendo apenas regressar à equipa jogadores que estavam emprestados, ainda assim conseguindo ser campeão.

Na atual temporada, os ‘dragões’ atuaram de forma menos limitada no mercado, destacando-se a contratação do internacional brasileiro Éder Militão por 8,5 milhões de euros, meses depois anunciado como reforço do Real Madrid por 50 milhões.

O FC Porto iniciou a época a conquistar a Supertaça frente ao Desportivo das Aves (3-1), perdeu a Taça da Liga para o Sporting no desempate por penáltis, após 1-1 no tempo regulamentar, atingiu os quartos-de-final da Liga dos Campeões, ficou em segundo lugar no campeonato, atrás do Benfica, e sábado disputa a final da Taça de Portugal com o Sporting.

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