Maior acionista dos CTT critica Francisco Lacerda
Ao Expresso, Manuel Champalimaud diz que perdeu a confiança em Francisco Lacerda pela forma como reagiu às acusações à empresa, e explica que já havia descontentamento entre os acionistas.
O maior acionista dos CTT, Manuel Champalimaud, diz em entrevista ao semanário Expresso (acesso condicionado) que o seu apoio à liderança de Francisco Lacerda ficou comprometida pela escolha do presidente dos CTT de não defender a empresa de forma mais determinada quando os responsáveis foram acusados no Parlamento de saquear a empresa. Manuel Champalimaud diz ainda que o Estado é bem-vindo no capital dos CTT.
Os CTT têm estado no centro do debate político, devido à redução da presença ao longo do território nacional e à queda nos resultados da empresa. Muito se tem dito no Parlamento, pelos partidos mais à esquerda, sobre a necessidade de o Estado vir a retomar o controlo da empresa.
A empresa tem estado nas notícias também pela saída do seu presidente, Francisco Lacerda, antes do final do seu mandato. Francisco Lacerda disse que, no seu entendimento, não deveria ser o próprio a renegociar o contrato de concessão com o Estado que o próximo presidente teria de gerir.
Nesta entrevista ao semanário Expresso, Manuel Champalimaud, o maior acionista dos CTT, explicou que já havia “descontentamento” relativamente aos resultados da empresa entre uma “base importante de acionistas” e que estes pediam uma intervenção mais agressiva.
Mas o momento chave terá sido quando o Bloco de Esquerda acusou Francisco Lacerda e Manuel Champalimaud de estarem a saquear os CTT. Manuel Champalimaud entendeu que era necessária uma resposta agressiva “firme e pública”, mas Francisco Lacerda recusou e disse que uma reação dessas só iria inflamar mais a situação.
“Francisco Lacerda disse-me que a sua visão era não pôr mais achas na fogueira. Com acusações tão graves não nos defendermos não me deixava satisfeito. Nesse momento a minha perseverança em manter o apoio a Francisco Lacerda ficou comprometida. Pouco tempo depois houve a assembleia-geral e não votei favoravelmente o voto de confiança à gestão. Nem eu nem vários acionistas. Isso criou uma pressão que o levou a tirar as conclusões disso”, disse em entrevista ao Expresso.
Sobre a renegociação do serviço postal universal, Manuel Champalimaud diz que “se o Estado quiser entrar no capital dos CTT, por mim é bem-vindo”, admitindo que seria uma forma de acabar com a “agitação” e “desconforto social”.
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