Centeno responde a Rio: “não acho nada que haja uma crise de regime”
O ministro das Finanças respondeu a Rui Rio, que disse este sábado que a crise não era da direita, mas sim de todo o regime. Centeno diz a Rio que "o regime está muito bem estabelecido".
Marcelo Rebelo de Sousa disse na sexta-feira que a direita portuguesa poderia entrar em crise nos próximos anos, o presidente do PSD respondeu sábado a dizer que a crise não era da direita, mas de todo o regime, mas o ministro das Finanças discorda completamente de Rui Rio: “Não acho nada que haja uma crise de regime”.
Mário Centeno foi este domingo à feira do livro para uma conversa sobre a Europa, mas no final, questionado pelos jornalistas, mostrou-se em total desacordo com o presidente do PSD e disse que a representação está muito bem desenhada na democracia e que o que será preciso é capacidade de decisão e fazer compromissos.
“Não acho nada que haja uma crise de regime. A representação está muito bem desenhada na nossa democracia, são 19 democracias maduras na área do euro. Portugal orgulhosamente faz parte desse grupo, temos apenas que com os instrumentos que temos, com base na situação económica e financeira muito positiva que hoje todos os países vivem, reduzir a incerteza política”, disse o ministro das Finanças, vestindo a pele de presidente do Eurogrupo e falando do impacto de decisões políticas como o Brexit e o aumento do protecionismo têm nas economias, e consequentemente nas opiniões políticas dos eleitores.
Mário Centeno não quis comentar as declarações do Presidente da República sobre uma eventual crise na direita portuguesa — apesar de ser um dos ministros Governo mais abertamente críticos da anterior governação –, mas para Rui Rio deixou mais um recado: “o regime está muito bem estabelecido, a representação não tenho dúvida nenhuma sobre como é que se faz. É preciso apenas que se use a tal palavra, compromisso, e capacidade de decisão”.
O presidente do PSD disse este sábado que Portugal precisa de “reformas profundas no regime” e que todos os partidos deviam conversar, caso contrário a tendência é para que a abstenção continue a aumentar. “Os portugueses não estão descontentes com os partidos da direita, estão descontentes com os partidos como um todo”, disse.
As palavras do presidente do PSD, que falava em Albufeira, surgiram em resposta a Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que havia uma possibilidade forte de haver uma crise na direita portuguesa e aludiu mesmo a dois partidos que agora não se falam.
“Portanto, eu diria que há uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos. Isto, para ser muito realista. Isto explica por que é que o equilíbrio de forças está como está. E um bocadinho também por que é que o Presidente, pelo menos neste momento, é importante para equilibrar os poderes”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, numa intervenção em inglês, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa.
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