Berardo recusa enviar ao Parlamento atas das reuniões da “golpada” à banca
O Parlamento solicitou à Associação Coleção Berardo uma série de documentos sobre a vida da instituição que detém as obras de arte. Mas viu o pedido negado. CDS vai forçar envio da documentação.
O Parlamento solicitou à Associação Coleção Berardo uma série de documentos sobre a vida da instituição nos últimos anos, entre os quais as atas das assembleias gerais que terão diluído o poder dos bancos credores, mas viu o pedido negado pela associação que detém as obras de arte.
“Não se alcança qual o objetivo da comissão de inquérito com o seu requerimento, pois que a Associação Coleção Berardo em nada poderá contribuir para o inquérito em causa”, justifica a associação que é liderada por Joe Berardo em resposta ao requerimento apresentado pela comissão de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Alega ainda que é um “pedido que extravasa o objeto legalmente fixado pela comissão” e que a “Associação Coleção Berardo não é, nem nunca foi cliente da CGD, nem existiu qualquer concessão de crédito da CGD à Associação Coleção Berardo”.
Entre os documentos que foram solicitados à Associação Coleção Berardo — e que agora o CDS volta a pedir em novo requerimento — estão as “atas das assembleias gerais e anexos, lista de presenças nas respetivas assembleias gerais, os estatutos atuais e todas as versões anteriores, a lista de associados (em todas as qualidades) e detentores de títulos de participação, anual, de 2009 até à última assembleia geral, relatórios de atividades e contas desde 2009, estrutura de participação antes e depois do aumento de capital mencionado pelo senhor José Berardo”, lê-se no requerimento apresentado pelos centristas.
Como o ECO explicou, a Associação Coleção Berardo fez alterações aos seus estatutos e realizou “aumentos de capital” em 2016, operações que terão blindado as obras de arte face à eventual execução por parte da CGD, BCP e Novo Banco, que ficaram com o penhor dos títulos de participação daquela associação pela dívida da Metalgest e da Fundação Berardo.
Quando foi questionado pelos deputados sobre se os bancos estariam em maioria nas assembleias gerais caso executassem o penhor dos títulos, Joe Berardo soltou um riso largo: “Ah-ah-ah”. Os deputados acusaram Berardo de ter dado golpada aos bancos com estas mudanças.
(Notícia atualizada às 19h03)
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