Novos imigrantes aumentam 51%. Estão a vir mais do Bangladesh e Nepal
Mais de 93 mil estrangeiros adquiriram autorizações de residência em Portugal em 2018, mais 51,7% que em 2017. Entre os novos destacam-se os cidadãos do Bangladesh e Nepal.
Mais de 93 mil estrangeiros adquiriram novas autorizações de residência em Portugal em 2018, que aumentaram 51,7% em relação a 2017, e entre os novos imigrantes destaca-se os cidadãos oriundos do Bangladesh e Nepal, segundo um relatório do SEF.
“No que diz respeito ao fluxo migratório, mantém-se a tendência de subida de novos títulos emitidos (93.154), com um aumento de 51,7% face ao ano anterior (61.413) e perto do dobro em relação a 2016 (46.921)”, indica o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA) de 2018, divulgado por ocasião do 43.º Aniversário do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que se assinala esta sexta-feira.
O relatório sustenta que este aumento é explicado “em grande medida pelo crescimento do número de nacionais da União Europeia a residir em Portugal (33,7% do total). Apesar das nacionalidades mais relevantes que adquiriram novos títulos em 2018 serem a brasileira (28.210), italiana (6.989), francesa (5.306) e britânica (5.079), os cidadãos oriundos do Bangladeche aumentaram 165,1% no ano passado face a 2017, totalizando 5.325.
O RIFA indica também que os cidadãos oriundos do Nepal aumentaram 141,2% no ano passado (11.489) e os indianos subiram 127,3% (11.393), bem como os venezuelanos, que cresceram 83,2% (4.740). Segundo o mesmo documento, os motivos mais relevantes para atribuição de novas autorizações de residência foram o reagrupamento familiar, o exercício de uma atividade profissional e o estudo.
Como noticiou o Público (acesso pago), muitos cidadãos do Bangladesh e Nepal têm vindo a Portugal para trabalhar em atividades de exploração agrícola, a regiões como Odemira. Em destaque, as explorações de morangos, mirtilos e tomates.
No âmbito do regime especial de autorização de residência para atividade de investimento (ARI), conhecido por vistos gold, o relatório refere que em 2018 foi concluída a instrução com decisão favorável de 1.409 processos de ARI e de 2.500 referentes a reagrupamento familiar. No final de 2018 foram ainda emitidos 1.256 primeiros títulos de residência a investidores e 2.292 a familiares.
Segundo o SEF, o investimento total realizado ascendeu a cerca de 848 milhões de euros, dos quais aproximadamente 762 milhões de euros referentes às 1.332 operações de aquisição de imóveis. As 72 operações de transferência de capital em valor igual ou superior a um milhão de euros totalizaram cerca de 76 milhões de euros e no ano passado foram concedidas cinco ARI pela criação de pelo menos 10 postos de trabalho.
Pedidos de nacionalidade em máximos de cinco anos
Mais de 41 mil cidadãos estrangeiros pediram a nacionalidade portuguesa em 2018, o valor mais elevado dos últimos cinco anos, revela o mesmo relatório.
Foram registadas no ano passado um total de 41.324 pedidos de aquisição de nacionalidade portuguesa, verificando-se “um aumento expressivo” face a 2017 (10,9%). O relatório adianta que o SEF emitiu 33.839 pareceres, 32.414 dos quais positivos e 1.425 negativos.
Segundo o documento, quem mais adquiriu a nacionalidade portuguesa em 2018 foram os naturais do Brasil (11.586), Israel (4.289), Cabo Verde (4.259), Angola (1.953) e Ucrânia (1.849).
Num outro indicador, o relatório do SED revela que os estrangeiros barrados nos postos de fronteira, principalmente no aeroporto de Lisboa, por não reunirem as condições legais para entrar no país aumentaram 75,4% em 2018 face a 2017. O relatório avança que cerca de 75% das recusas de entrada incidiram sobre cidadãos do Brasil (2.866), Angola (168), Paraguai (121), Guiné-Bissau (58) e Moldávia (52).
(Notícia atualizada às 10h48 com mais informações)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Novos imigrantes aumentam 51%. Estão a vir mais do Bangladesh e Nepal
{{ noCommentsLabel }}