Empresas da construção já podem aceder a 100 milhões de euros em garantias, diz COSEC
"Para exportar pequenos equipamentos e garantir financiamento ao importador temos uma linha de crédito de 100 milhões de euros" já está em vigor e que deverá ser anunciada em julho, disse Hagatong.
A linha de crédito de 100 milhões de euros para pequenos equipamentos e financiamento aos importadores na área da construção já está operacional, disse a presidente da Companhia de Seguros de Créditos (COSEC), Celeste Hagatong, à Lusa. “Para exportar pequenos equipamentos e garantir financiamento ao importador temos uma linha de crédito de 100 milhões de euros que já está em vigor e que deverá ser formalmente anunciada no próximo mês”, afirmou, a propósito da comemoração dos 50 anos de atividade da primeira agência de seguros de crédito em Portugal.
“Esta linha tem um interesse muito grande porque o financiamento externo é mais barato em Portugal que nos países de destino. É mais barato os importadores financiarem-se em Portugal, uma vez que a taxa de juro cá não se compara à de lá [que é mais alta]”, acrescentou a responsável, referindo-se essencialmente a países africanos, e apontando que “uma proposta fica mais competitiva se houver um banco em Portugal, e com garantia do Estado, do que se for com financiamento de um banco angolano”, por exemplo.
O lançamento desta linha é um dos vários projetos que a COSEC tem em curso ou já implementados, como a COSEC €xpress, lançada a 3 de abril e vocacionada “para as pequenas empresas com faturação entre 80 mil e cinco milhões de euros”, aponta Celeste Hagatong, lembrando que o mercado dos seguros de crédito teve um crescimento muito rápido na última década não só pela crise económica em Portugal, mas também pela difícil situação dos bancos no princípio da década.
“Houve um crescimento muito rápido nos seguros de crédito não só pelas dificuldades bancárias, mas também porque a existência de um seguro baixa o risco do investimento, e estas duas características, juntas, levaram a um crescimento muito grande do mercado”, lembra.
Questionada sobre se a COSEC é mais útil às pequenas ou às grandes empresas, Celeste Hagatong responde que é importante para todas e lembra o grande papel que a companhia tem na relação entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
“As grandes empresas precisam imenso de nós, primeiro porque tomamos o risco e depois porque gerimos o crédito que, se não for pago, a cobrança será acompanhada por nós”, diz, vincando que o facto de a COSEC “trabalhar com a base de dados da Euler Hermes, a maior companhia de seguros de crédito do mundo, dá informação às empresas, em tempo real, de qualquer ameaça e sinistro de qualquer empresa, em qualquer parte do mundo, que tenha uma relação com a empresa segurada, e faz parte da rede internacional de recuperação de créditos”.
A COSEC tem um capital social de cerca de 46,5 milhões de euros e segura anualmente transações que equivalem a 10% do PIB português, lê-se no livro lançado para assinalar os 50 anos da companhia, no qual se escreve que “em 2018 foi atingido o valor mais alto em termos de exposição ao risco, de 13 mil milhões de euros, e de transações comerciais cobertas de cerca de 20 mil milhões de euros”.
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