Portugueses esperam um ano e nove meses por novos medicamentos
A demora para que os doentes assistidos no Serviço Nacional de Saúde tenham acesso à inovação terapêutica é cinco vezes superior ao que espera um doente alemão.
Em Portugal é preciso esperar 634 dias para que os doentes assistidos no Serviço Nacional de Saúde tenham acesso à inovação terapêutica. A demora é cinco vezes superior ao que espera um doente alemão e até quase duas vezes mais do que os vizinhos espanhóis. A conclusão é do Observatório Português dos Sistemas de Saúde e consta do Relatório de Primavera 2019, divulgado esta quinta-feira, e citado pelo Expresso (acesso livre).
A consequência dessa demora de acesso acaba por restringir a utilização dos medicamentos alertam os responsáveis pelo estudo. No ano passado, apenas 40% a 43% dos remédios aprovados estavam já disponíveis no SNS, sublinham os peritos citando um estudo da Associação Europeia da Indústria Farmacêutica.
Os responsáveis pelo estudo apontam o dedo aos dirigentes, falando num “insuficiente exercício de antecipação e previsão dos ciclos de inovação” que depois gera uma “excessiva interferência do quadro de decisão orçamental imediato no acesso à inovação”. “Um exemplo paradigmático e extremo foi o tempo de decisão no âmbito da introdução das terapias inovadoras da hepatite C, mas outros poderiam ser frequentemente apontados”, acrescentam.
Apontam assim para a necessidade de planear melhor essa gestão, mas propõem também que seja revisto o que o SNS paga pelos fármacos conforme os ganhos obtidos e a “passagem do Infarmed a entidade reguladora independente” agregando mesmo competências da própria Entidade Reguladora da Saúde.
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