Há um novo Model nas estradas. Chegou o 3 da Tesla
O Model 3 é um "mini" Model S, mas o familiar compacto da Tesla tem os seus próprios argumentos para provar que pode fazer concorrência aos rivais germânicos.
Milhares e milhares de pré-encomendas em todo o mundo, muitas delas no mercado nacional. Era, por isso, grande a expectativa daqueles que compraram um automóvel apenas com base num protótipo e muitas promessas. Apesar dos atrasos, Elon Musk cumpriu. E o Model 3 chegou finalmente às estradas. É um “mini” Model S, mas tem os seus truques para convencer os condutores.
É impossível não ver no 3 a inspiração do familiar da marca norte-americana. É quase um decalque à escala… Estão lá as linhas fluidas, mas também o estilo quase desportivo que tantas cabeças faz virar de cada vez que se anda a passear o Tesla pela cidade. A frente é menos incisiva que a do S, mas o 3 lá consegue mostrar que faz parte da família de um dos elétricos mais desejados do mercado.
Há uma dianteira selada, sem entradas de ar desnecessárias já que não há motor para arrefecer. E há uma lateral sem qualquer protuberância. Os puxadores das portas estão escondidos, mas no caso do 3 perde-se um pouco a piada de vê-los aparecer como que por magia. Aqui é carregar num lado para puxar no outro e entrar finalmente no 3. E aqui a Tesla mudou quase tudo, com todos os prós e contras que isso possa ter.
O primeiro “choque” quando nos sentamos ao volante é… Bem, na realidade são dois. O volante em si, faz confusão pela reduzida dimensão, mas também porque por trás dele não há nada. Há um tablier que parece mais baixo do que num qualquer outro automóvel. E depois só se vê capot. Dá a sensação de se estar num kart, mas neste caso é um carro com espaço de sobra para cinco passageiros.
Não há um pequeno ecrã atrás do volante, mas há um de grandes dimensões (15 polegadas) bem a meio do tablier. Parece um ecrã de computador, sensação para a qual contribui o facto de estar na horizontal, ao contrário do que acontece no S. E é lá que está tudo. Desde a velocidade ao computador de bordo, das luzes ao sistema de ventilação, passando pelo rádio, Spotify, mapa de navegação e até a navegação na Internet. E, claro, todos os controlos do carro. Basta o ecrã.
Botões? No Model 3 são quase uma miragem (dois no volante, quatro na porta para os vidros e outro para abrir a porta…). E barulho? Também há muito pouco, como acontece em praticamente todos os elétricos. Com um toque na manete direita põe-se o Tesla em D, depois temos um arranque suave. Mas é preciso ter cuidado para garantir que é mesmo suave, caso contrário “colamos” todos os ocupantes aos bancos. É mesmo essa a sensação, tal a potência que temos debaixo do pé direito.
Há o Standard Plus, o mais barato, que só tem um motor elétrico. Depois há o Long Range, com uma autonomia anunciada de 560 km, mas o “crème de la crème” é o 3 Performance de travão integral, equipado com motor duplo que apresenta uma potência de 462 cv capaz de acelerar dos 0-100 km/h em apenas 3,4 segundos. E 261 km/h de velocidade máxima. É uma flecha na estrada.
A rapidez com que acelera torna-o quase perigoso para andar em estrada. Não por ser difícil de controlar, mas sim pela facilidade com que se supera os limites legais. Uma simples ultrapassagem com um pouco de mais vigor atira rapidamente o 3 para os 150 km/h. Depois é tirar rapidamente o pé do acelerador para voltar a velocidades mais civilizadas, aproveitando para regenerar alguma energia. No 3 acaba por ser um pouco mais percetível do que no S, mas não é suficientemente brusco que se torne incómodo.
O melhor, para evitar infrações por distração, é mesmo usar o Autopilot. É o mesmo sistema que se encontra no S ou no X, funcionando perfeitamente em cidade, fazendo pequenos ajustes na direção para seguir as marcações na estrada. É um must, mas é para ser utilizado com cuidado. E o 3 vai lembrando que não é um autónomo. Pede, de tempos a tempos, para assumirmos o controlo do volante.
Com a ajuda eletrónica é mais fácil controlar também os consumos para evitar ter de o estacionar num qualquer carregador. E assim evitar também perder a poupança que os elétricos oferecem face aos motores de combustão. Uma poupança que só se consegue na utilização já que para comprar o Model 3 é preciso passar um cheque de 48.900, para o modelo base. O Performance custa 69.700 euros, um valor que até está em linha com o dos modelos germânicos com que a Tesla quer rivalizar na Europa e no resto do mundo. É uma fatura ainda elevada para um particular, mas para empresas o valor acaba por cair expressivamente com a recuperação do IVA.
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