E vão três. Portuguesa Wyze tem 260 scooters elétricas para partilhar em Lisboa
É uma startup portuguesa e já tem 260 scooters elétricas para partilhar nas ruas da capital. Viagens nas motas da Wyze custam menos um cêntimo por minuto do que na concorrência.
Acaba de ser lançada em Lisboa uma nova empresa de partilha de scooters elétricas. A empresa chama-se Wyze Mobility e vai concorrer com a eCooltra e com a Acciona neste mercado da economia da partilha. As primeiras 60 motas da Wyze já estão disponíveis para serem utilizadas em Lisboa, mas a empresa já tem em território português outras 200 motas na calha para serem postas a circular ao longo das próximas semanas.
O serviço funciona de forma semelhante ao da concorrência: as motas disponíveis — com “cilindrada” equivalente a 50 centímetros cúbicos — são apresentadas num mapa disponível na app da Wyze, sendo o preço cobrado de 25 cêntimos por cada minuto de utilização, menos um cêntimo do que o praticado pela concorrência. Cada mota disponibiliza dois capacetes e a empresa está a oferecer os primeiros 20 minutos de utilização aos novos utilizadores.
Tiago Silva Pereira é o empreendedor por detrás desta nova empresa, tendo recorrido a “capital pessoal e a alguma alavancagem da banca” para lançar as primeiras operações. O projeto começou a ser idealizado há dois anos, tendo o negócio arrancado oficialmente apenas no início deste mês de julho, contou, em conversa com o ECO.
“A missão é claramente oferecer um serviço de mobilidade partilhada que começa nas scooters elétricas, mas que quero que se comece a expandir”, afirmou. Apostar também na nova moda das trotinetas é uma hipótese que está a ser estudada, assim como expandir a empresa para outras cidades, como Porto e Coimbra. “A minha ambição é claramente não me cingir a serviços de mobilidade partilhada através de motas”, sublinhou, apontando para uma eventual expansão internacional no futuro.
Para rentabilizar ainda mais o investimento, a intenção é “transformar as motas em plataformas publicitárias”. A empresa quer pôr publicidade nos veículos, tornando-os numa espécie de anúncio ambulante. “Temos uma parceria com a Galp. A Galp vai estar presente nas nossas motas e nos nossos capacetes”, revelou.
Atualmente, a Wyze Mobility empresa sete pessoas e quer contratar “mais gente” para a área logística. Como fornecedores principais, a startup recorre a tecnologia que está a ser desenvolvida pela GoWithFlow, uma empresa que comercializa a tecnologia do CEiiA, o conhecido centro tecnológico de Matosinhos. As motas são da marca alemã Unu.
Viagens vão dar minutos grátis e uma moeda virtual
Tiago Silva Pereira viu uma oportunidade de negócio numa alternativa mais amiga do ambiente. Agora, o objetivo é “capitalizar fortemente” o conceito de pegada ecológica. “Acumulamos créditos em função disso”, explicou. “Cada viagem que for feita vai gerar uma poupança de CO2 [que não é emitido] e que vai ter uma conversão direta em moeda virtual”, acrescentou.
Como tal, a empresa quer usar a nova plataforma Ayr, desenvolvida pelo CEiiA, que é uma espécie de moeda virtual que vai poder ser transacionada, explicou: “Cada quilograma de CO2 [dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa] equivale a 10 ayr, que podem ser convertidos em minutos grátis”, indicou. Tudo para “contribuir de forma decisiva para a descarbonização do ambiente”.
Questionado sobre se a empresa obteve uma autorização da Câmara Municipal de Lisboa para operar, Tiago Silva Pereira disse que a empresa “não precisa de nenhuma autorização” da autarquia. Mas garantiu que todo o trabalho tem sido feito com o conhecimento do município, através do gabinete do vereador da mobilidade, Miguel Gaspar, informação confirmada pelo ECO junto da assessoria do autarca.
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