Falta de mão-de-obra? Portugal precisa de imigrantes, diz Bloomberg
Portugal captou a atenção de vários estrangeiros, até de Madonna, como um bom país para se viver. Mas os empresários alertam para a necessidade de atrair também mão-de-obra qualificada.
“A Madonna é bem-vinda, mas Portugal quer imigrantes para estimular a economia”, escreve o jornal norte-americano Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês). A necessidade de atrair profissionais qualificados já chegou à imprensa estrangeira, que nota que são vários os exemplos de famosos que escolheram comprar casa no país, uma tendência que não resolve, no entanto, as dificuldades.
O país precisa de “atrair imigrantes qualificados para as necessidades da economia portuguesa”, apontou Jorge Bravo, professor de economia da Universidade Nova de Lisboa, à agência noticiosa norte-americana. Alertas que foram também feitos por empresários, nomeadamente do setor hoteleiro, como foi o caso do CEO do Grupo Pestana. “É urgente introduzir melhorias substanciais nas políticas para receber trabalhadores estrangeiros”, adiantou José Theotónio.
A dificuldade em encontrar profissionais para contratar é um problema que está no caminho de algumas empresas portuguesas, e a solução poderá estar na imigração. Já no ano passado, o coordenador do Observatório da Emigração defendia que Portugal “precisa desesperadamente” de imigrantes e que deve facilitar a entrada de estrangeiros e fazer campanhas de recrutamento no exterior.
O Banco de Portugal também notou, num relatório em junho, as dificuldades das empresas portuguesas em contratarem trabalhadores, “particularmente aqueles com qualificações mais elevadas”. Para além desta dimensão, o envelhecimento da população portuguesa é uma tendência que poderia ser atenuada com a entrada de pessoas no país.
O número de imigrantes no país aumentou no ano passado, mas nem todos vêm trabalhar e são vários os estrangeiros que escolhem Portugal para passar a reforma. Estes, apesar de estimularem alguns setores, nomeadamente relacionados com o turismo, “não são a solução”, argumentou Jorge Bravo.
Tendo em conta este cenário, as políticas para atrair imigrantes, bem como os portugueses que saíram, poderão ser um dos elementos da campanha para as eleições que se realizam em outubro, antecipa a publicação. Neste ano, o Governo avançou já com um programa de apoio ao regresso dos emigrantes, que prevê a entrega de cheques até 6.500 euros.
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