Dívida pública dá impulso aos lucros do Totta. Ganha mais 5% para 276 milhões no semestre
Banco liderado por Pedro Castro e Almeida registou uma subida do resultado líquido nos primeiros seis meses do ano. Ganhou mais 4,7% para 275,9 milhões de euros.
O Santander Totta registou uma subida do lucro em 4,7% para 275,9 milhões de euros na primeira metade do ano, anunciou esta quarta-feira o banco liderado por Pedro Castro e Almeida. Resultado foi muito impulsionado pela “gestão das carteiras de dívida pública”, que gerou um rendimento de 100 milhões de euros.
Este valor compara com os 263,4 milhões de euros de resultado líquido apurado no mesmo período do ano passado.
“É um bom resultado. É o melhor resultado de uma operação em Portugal. Reflete a eficiência, terminámos com um cost-to-income de 42,5%, o que é um indicador muito bom”, começou por explicar Pedro Castro e Almeida, CEO do banco desde o início do ano. “O banco continua a crescer, é eficiente e continua a ser muito rentável”, acrescentou.
A explicar a subida dos resultados está o crescimento do produto bancário, que aumentou 7,5% para 708 milhões de euros. O banco aumentou o negócio sobretudo devido à subida das receitas com comissões (+5,8% para 193 milhões de euros) e da atividade seguradora (+17,3% para 12 milhões de euros). Já a margem financeira — que resulta da diferença dos juros cobrados nos créditos e nos juros pagos nos depósitos — contraiu 3,4% nos seis primeiros meses do ano, para 430 milhões de euros.
Já outros bancos também viram a margem financeira pressionada devido à ação de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que sinalizou recentemente que pode voltar a baixar as taxas de juro de referência e durante mais tempo.
“Nos últimos três meses houve uma série de acontecimentos que nos próximos três anos vão condicionar muito. Quando fazemos um plano a três anos, quando víamos a taxa Euribor a 12 meses em terreno positivo no final de 2019, e ainda mais positivas em 2020 e 2021, agora só teremos lá para 2024. Isto condicionará muito a atividade dos bancos”, explicou Castro e Almeida. “O nosso mandato é preparar o banco para os tempos de vêm”, acrescentou.
Dívida dá brilho aos resultados
Há um outro fator a dar força aos lucros estão ainda os resultados em operações financeiras, que dispararam 142% para quase 100 milhões de euros, “fruto da gestão das carteiras da dívida pública”. Este fator já tinha sido anunciado nos resultados do primeiro trimestre.
Manuel Preto, administrador financeiro do banco, explicou que este resultado “inclui 70 milhões de gestão de dívida pública e privada. Faz parte da gestão normal das carteiras dos bancos. O objetivo de termos dívida pública é termos uma estabilização da margem financeira“. Acrescentou ainda que os títulos de dívida pública (que têm taxa fixa) servem de hedging para a carteira de crédito (que tem taxa mais variável).
O banco destaca ainda o decréscimo dos custos operacionais: desceram 3,2% para 303 milhões de euros, “refletindo a redução dos custos com pessoal (-3,2%) e a redução dos em gastos gerais (-6,8%).
Evidencia-se ainda a melhoria da qualidade da carteira de crédito, com o rácio de non performing exposure a atingir os 3,3%.
De resto, no lado do balanço, o stock de crédito cai 2% no período em análise, ascendendo a 40,5 mil milhões de euros com o segmento de empresas a contrair 4% para 18,2 mil milhões. Os recursos (depósitos) avançam 4,5% para 41,9 mil milhões de euros.
(Notícia atualizada às 13h06)
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