Economia pode abrandar no segundo trimestre? Previsões dizem que sim
O INE divulga esta quarta-feira o valor provisório para o PIB do segundo trimestre. O Governo está confiante, mas não é garantido que a economia continue a acelerar.
O PIB pode ter crescido entre 1,5% a 1,9% no segundo trimestre face ao mesmo período do ano anterior, de acordo com previsões dos analistas. Depois da boa notícia no arranque do ano, a economia portuguesa pode ter apresentado um desempenho igual ou até pior entre abril e junho quando comparado com o período homólogo. Também na variação em cadeia há instituições que veem a economia a crescer abaixo do início de 2019. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela esta quarta-feira o valor provisório para o PIB no segundo trimestre.
No primeiro trimestre do ano, a economia cresceu 1,8% em termos homólogos. O levantamento feito pelo ECO junto de seis instituições que seguem a economia nacional revela que o PIB pode ter crescido entre 1,5% e 1,9%. Mas o melhor dos cenários, um crescimento do PIB que apontasse para uma aceleração face ao início do ano, parece o menos provável já que se trata do ponto mais alto do intervalo previsto pelo Fórum para a Competitividade.
No lado dos mais pessimistas estão a Comissão Europeia e o BCP — ambos acreditam que a economia terá crescido 1,5% em termos homólogos.
Em cadeia, a economia subiu 0,5% no primeiro trimestre. Para os três meses seguintes, as previsões apontam para valores que podem ir de 0,3% até 0,7%.
As previsões das seis instituições apontam para uma média de crescimento de 1,7% em termos homólogos e 0,5% em cadeia.
Previsões do PIB para o segundo trimestre
“Em cadeia, o crescimento do segundo trimestre deverá ter sido suportado, essencialmente, pelo consumo privado, que terá continuado a beneficiar da tendência de redução da taxa de desemprego e pelo aumento do rendimento disponível das famílias”, diz ao ECO o economista-chefe do Montepio.
Rui Bernardes Serra acrescenta que as exportações líquidas “terão regressado aos contributos positivos, depois de terem penalizado bastante o crescimento no primeiro trimestre”, embora lembre que o abrandamento internacional constitua um risco descendente sobre a performance das exportações.
A má notícia virá do lado do investimento. Depois de ter brilhado no primeiro trimestre, entre abril e junho terá apresentado um comportamento mais fraco. “O consumo público deverá exibir um contributo para o crescimento relativamente negligenciável, ao passo que o investimento em capital fixo (FBCF) poderá ter contraído, depois do forte acréscimo do primeiro trimestre“, avisa o economista-chefe do Montepio.
Porém, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, o investimento deverá continuar a apresentar uma tendência favorável. “Face ao trimestre homólogo de 2018, o crescimento da economia portuguesa deverá continuar a beneficiar do vigoroso contributo do investimento, num contexto de dinamismo considerável da construção, de expansão da atividade produtiva, bem como de menores pressões financeiras sobre as empresas.”
O Fórum para a Competitividade — o mais otimista que admite que na melhor das hipóteses a economia pode ter acelerado — baseia os seus cálculos na evolução do indicador coincidente do Banco de Portugal. E, por isso, acredita que o PIB terá crescido mais do que no primeiro trimestre do ano. No entanto, antevê nuvens negras no horizonte — a suavização da política monetária por parte do Banco Central Europeu e da Fed tem provado que a conjuntura internacional se está a deteriorar e existem indicadores que mostram que a segunda metade do ano pode ser pior no motor da economia europeia.
No início de julho, o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, admitiu que a economia fosse mais dinâmica no segundo trimestre do ano. “Os dados que já temos disponíveis antecipam um comportamento dinâmico e provavelmente até uma aceleração relativamente ao trimestre anterior”, disse o governante no Parlamento, citado pela Lusa. Para o conjunto do ano, o Governo aponta para um crescimento de 1,9% mas a maioria das instituições vê o PIB a crescer menos.
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