Motoristas mantêm “desafio” à negociação apesar da recusa da Antram
Os motoristas de matérias perigosas, que não aceitam o acordo da Fectrans, mantém o desafio à Antram para uma reunião esta quinta-feira. Isto apesar de a associação já o ter rejeitado.
O “desafio público” mantém-se: o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), um dos dois sindicatos promotores da greve, vai estar esta quinta-feira à tarde na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) à espera da Antram, para negociar as reivindicações dos camionistas e tentar pôr fim à paralisação que se arrasta desde segunda-feira.
A garantia foi dada esta quinta-feira pelo presidente do sindicato, Francisco São Bento. “O desafio foi lançado ontem para as 15h00 de hoje e mantém-se. Continuamos a aguardar. Lá estaremos”, disse, em declarações a partir de Aveiras de Cima, transmitidas pela RTP 3.
A Antram já tinha dito, no entanto, na quarta-feira à noite que não tenciona negociar com o sindicato enquanto a greve não for levantada: “Não reunimos, não podemos reunir, com a espada sobre a cabeça. Não podemos negociar dessa forma”, disse Pedro Colónia, vice-presidente da associação que representa as empresas do setor.
Declarações que surgiram minutos depois de a Antram ter assinado, na presença do Governo, um acordo com a Fectrans que prevê aumentos mínimos de 120 euros no salário global dos motoristas por cima do aumento negociado a 17 de maio, com entrada em vigor prevista para 2020. A Fectrans não aderiu à greve.
Um acordo que não agradou aos motoristas de matérias perigosas, que decidiram manter a greve, promovida em conjunto com o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM). Confrontado com o apelo ao levantamento da greve e a recusa da Antram em negociar enquanto essa condição não for satisfeita, Francisco São Bento descartou responsabilidades.
“Sendo essa a única cedência que a Antram espera da nossa parte, a resposta está dada: a Antram não quer negociar”, afirmou o presidente do SNMMP. E interrogado sobre se a greve continuará sem que haja negociações, Francisco São Bento disse que “aparentemente, por vontade da Antram, sim”.
Para já, se a Antram não comparecer na DGERT esta quinta-feira à tarde, os motoristas ainda estão a decidir o que fazer. “Vamos ponderar serenamente, reunir e tentar chegar a alguns consensos. Posteriormente, vamos reagir”, concluiu.
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