Afinal são 30% os doentes à espera de cirurgia fora do prazo. Em 2018 houve melhorias
Relatório de Acesso ao SNS de 2018 mostra dados novos sobre tempos de espera dos utentes em lista para cirurgia. Com regras novas, números são piores mas houve melhorias.
A percentagem de utentes inscritos para cirurgia e que já ultrapassaram o tempo recomendado para a operação foi de 30% em 2018, revela o Relatório Anual de Acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) referente ao ano passado, a que o ECO teve acesso. O número mostra uma melhoria face ao que se passou em 2017, mas evidencia também que, tendo em conta as novas regras para os tempos recomendados para cirurgia, o peso dos utentes à espera fora de tempo é maior do que o reportado até agora.
“Em relação à percentagem de inscritos para cirurgia que ultrapassam os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG), regista-se uma redução, em 2018, tendo em conta os novos tempos que entraram em vigor a 1 de janeiro desse ano”, diz o relatório que o Governo já enviou para o Parlamento. Em 2017, foi de 32,2% a percentagem de inscritos para cirurgia já fora dos prazos, sendo preciso recuar a 2011 para encontrar um registo pior.
Apesar da melhoria, os novos dados do Ministério da Saúde traçam um cenário pior da percentagem de utentes em lista de espera e já fora de prazo para a operação face ao que era conhecido até agora. As informações publicadas no relatório anterior indicavam que em 2011 esta percentagem era de 15,8%. O último valor, que dizia respeito a 2017, apontava para 14,5% dos utentes em lista de espera que ultrapassam os TMRG. Números publicados no Portal da Transparência — que compila informações com mais detalhe — indicavam que em 2018 aquela percentagem tinha evoluído para 17,4%.
No entanto, no início do ano passado houve alterações nos tempos de resposta que o SNS tem de dar aos utentes, tendo sido fixados prazos de resposta mais curtos. Por exemplo, uma cirurgia programada de nível 1 (o menos grave) deve ser feita em 180 dias. Antes desta alteração, o tempo recomendado era de 270 dias.
Em relação à percentagem de inscritos para cirurgia que ultrapassam os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG), regista-se uma redução, em 2018, tendo em conta os novos tempos que entraram em vigor a 1 de janeiro desse ano.
O mesmo relatório revela que no ano passado o SNS fez 672 mil cirurgias, abaixo das 674 mil feitas no ano anterior. No entanto, o número de cirurgias feitas em ambulatório apresentou progressos. “O ano de 2018 registou a percentagem mais elevada de sempre de cirurgias de ambulatório no SNS (65,5% do total de intervenções cirúrgicas), um aumento de 2 pontos percentuais relativamente a 2017, demonstrando a significativa evolução nesta área, quando se compara com os 49,5% observados em 2010 ou com os 10% de 2000, por exemplo”.
O Ministério da Saúde argumenta que a cirurgia de ambulatório representa um “menor risco de infeção e um maior conforto e comodidade para o doente, uma vez que o tempo passado no hospital é menor, podendo o período de recuperação ser realizado no seu meio ambiente com o apoio de familiares ou amigos”. “A estes fatores acresce uma maior eficiência na prestação, uma vez que os custos incorridos para o SNS são menores.”
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