Paulo Macedo lamenta saída da CGD de Espanha mas considera medida necessária
O presidente da CGD lamentou a saída do banco de Espanha, mas considerou a medida necessária para apoiar a sustentabilidade e reduzir a probabilidade de o banco voltar a pedir dinheiro emprestado.
O presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, lamentou esta segunda-feira em Madrid a saída do banco de Espanha, mas considerou a medida necessária para apoiar a sustentabilidade e reduzir a probabilidade de o banco voltar a pedir dinheiro emprestado.
“A Caixa Geral de Depósitos (CGD) no mundo ideal preferia estar e manter-se em Espanha”, disse Paulo Macedo na conferência de imprensa que assinalou a conclusão da venda da filial espanhola, Banco Caixa Geral (BCG) ao Abanca.
O presidente executivo da CGD explicou que a venda foi feita como “uma condição da capitalização da própria Caixa” e estava prevista no Plano Estratégico de 2017 do banco.
Paulo Macedo insistiu que a CGD “não sai com gosto” do mercado espanhol, mas acrescentou que, de qualquer forma, “não é sustentável” a prazo a presença de um banco como o BCG que tem apenas 0,25% da quota de mercado do setor em Espanha.
“A CGD não está efusiva mas a Caixa não tem nenhuma dúvida que estar mais focada e ser mais sustentável e ter menores probabilidades de pedir dinheiro aos contribuintes é um fator positivo”, concluiu Paulo Macedo.
A CGD formalizou a venda definitiva de ações representativas de 99,79% do capital do BCG, sociedade de direito espanhol, ao grupo bancário espanhol Abanca por 384 milhões, segundo informação publicada hoje na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) português.
O novo dono da que foi até agora a filial portuguesa da CGD, através do seu presidente, Juan Carlos Escotet Rodríguez, considerou que o BCG é um banco “são, capitalizado e muito bem gerido”, tendo assegurado que a intenção é “preservar o mais possível o talento humano” e manter “o maior número de pessoas” entre os atuais funcionários.
De acordo com previsões do Abanca, a integração informática, jurídica e financeira das duas entidades deverá ser realizada “no primeiro trimestre de 2020”.
A entidade bancária espanhola revelou que, através da integração do BCG, o Abanca irá adicionar um volume de negócios de 7.000 milhões de euros e 131.000 clientes.
Paulo Macedo assegurou que as 100 empresas portuguesas com crédito adquirido no BCG e os 300 clientes privados com contas também em Portugal “vão continuar a ser apoiados” a partir de Lisboa, através da sucursal que vai manter em Espanha e ainda através de um acordo comercial que foi assinado entre a CGD e o Abanca.
As duas entidades formalizaram esse acordo de cooperação comercial, o qual define os termos em que irão colaborar em várias áreas de negócio, nos segmentos de empresas e de particulares com atividade no mercado ibérico e nos mercados internacionais onde os dois grupos bancários estão presentes de forma direta.
O processo de venda do BCG iniciou-se em 2017, como parte do Plano Estratégico aprovado no âmbito do processo de recapitalização da CGD, tendo culminado com a seleção em Conselho de Ministros, em novembro de 2018, do Abanca como comprador das ações.
Por outro lado, a CGD informa que a alienação do BCG teve um impacto positivo global de cerca de 110 pontos base no rácio CET 1 consolidado da CGD, sendo que 30 pontos já foram refletidos nas contas consolidadas de junho de 2019.
Esta tarde realiza-se em Vigo, na Galiza, uma assembleia-geral extraordinária de acionistas do BCG para nomear a nova administração do banco, composta por Juan Carlos Escotet Rodríguez, Francisco Botas, Alberto de Francisco, José Luis Vázquez, Luis Beraza, José Luis López e José María Benavent.
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