Acordo do Brexit é “justo e equilibrado”
Antes de o Conselho Europeu discutir o acordo alcançado entre os negociadores, Boris Johnson e Jean-Claude Juncker satisfeitos com acordo justo e equilibrado. Não haverá adiamento, diz Juncker.
“Temos um acordo e este acordo significa que não há necessidade de qualquer adiamento. Este é um acordo justo e equilibrado”, foi assim que Jean-Claude Juncker anunciou o acordo alcançado entre os negociadores europeus e os negociadores britânicos sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro britânico. Boris Johnson diz que o acordo é “muito bom” para as duas partes.
Depois de semanas intensas de negociações, volte-faces e acusações em público de parte a parte, os negociadores europeus e os negociadores britânicos chegaram a acordo para a revisão do acordo técnico e da declaração política que estipula a forma como o Reino Unido sairá da União Europeia e as bases para a discussão sobre a futura relação comercial futura entre as duas partes.
Numa conferência de imprensa sem direito a perguntas, que decorreu em Bruxelas, Jean-Claude Juncker disse que o acordo revela o empenho das duas partes e que garante a paz na ilha da Irlanda.
“É um testamento ao nosso compromisso para alcançar soluções. Garante certeza onde o Brexit cria incerteza, protege os direitos dos nossos cidadãos, e protege a paz e a estabilidade na ilha da Irlanda. Não haverá uma fronteira física na ilha da Irlanda e o mercado único será protegido. O acordo não é sobre nós, é sobre as pessoas e a paz”, disse Jean-Claude Juncker.
O presidente cessante da Comissão Europeia adiantou que, à luz deste acordo, as negociações para a futura relação entre a União Europeia e o Reino Unido começam no dia 1 de novembro, o dia seguinte a concretizar-se a saída, mas também fez questão de sublinhar que não é só o Parlamento do Reino Unido que tem de aprovar este acordo. Também o Parlamento Europeu também de ratificar o acordo para que ele se torne efetivo. “Os nossos dois parlamentos terão a última palavra”.
Boris Johnson também saudou o acordo, embora numa perspetiva diferente. “É um acordo muito bom tanto para a União Europeia como para o Reino Unido. É um resultado razoavelmente justo e reflete uma grande quantidade de trabalho feito pelos dois lados”, disse.
“Para nós, no Reino Unido, significa que podemos concretizar um verdadeiro Brexit que cumpre os nossos objetivos, o que significa que o Reino Unido sai por completo e inteiramente a 31 de outubro e que a Irlanda do Norte e todas as outras partes do Reino Unido podem fazer parte de acordos comerciais. Também significa que podemos tomar decisões juntos, como um único Reino Unido, decisões sobre as nossas fronteiras, o nosso dinheiro, e essas decisões serão tomadas no Reino Unido pelas pessoas do Reino Unido”, disse.
O chefe do Governo britânico disse que com a saída da União Europeia o país pode concentrar-se “nas prioridades do povo britânico, investir no Serviço Nacional de Saúde e na polícia”, dois mantras que repetiu durante a campanha que fez pelo referendo.
Na conclusão da conferência de imprensa, Jean-Claude Juncker fez questão de deixar a sua opinião sobre todo o processo, à semelhança do que já tinha feito: “Tenho de dizer que estou feliz por existir um acordo, mas triste por haver o Brexit”.
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