Portugal deve fazer “desmame” dos fundos europeus para formação, diz Correia de Campos
"O problema da aprendizagem ao longo da vida é o facto de as nossas intenções, como país, estarem nesta matéria profundamente dependentes dos fundos europeus", afirmou Correia de Campos.
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia da Campos, considerou esta terça-feira que a melhoria dos salários depende sobretudo da aposta na formação profissional, mas sublinhou que Portugal tem de fazer o “desmame” dos fundos europeus nesta área.
“O que é que pode fazer com que se ofereçam salários melhores aos trabalhadores? Formação profissional, não há outra solução”, disse Correia de Campos no Parlamento, numa audição conjunta das comissões de Trabalho e Segurança Social e Economia e Inovação, no âmbito da sua indigitação para mais um mandato à frente do CES.
Perante os deputados, o presidente do CES disse que o aumento do salário mínimo constitui um “esforço importante” para a melhoria geral de salários, mas é “insuficiente”, já que a aposta numa fase de transição digital deve ser na aprendizagem ao longo da vida e na formação profissional, tema que vai gerar preocupações “nos próximos 15 ou 20 anos”.
“O problema da aprendizagem ao longo da vida é o facto de as nossas intenções, como país, estarem nesta matéria profundamente dependentes dos fundos europeus”, afirmou Correia de Campos. “Temos de, aos poucos, praticar um ‘desmame’ dos fundos europeus nesta matéria”, frisou o presidente do CES.
O ex-ministro da Saúde socialista disse ainda à Lusa que o referencial de 2,7% que está a ser discutido na Concertação Social para aumentar salários no privado “é interessante” mas tem dúvidas sobre a sua eficácia.
“Não sei se vai ser isso [o referencial] o motor da questão” pois a melhoria dos salários depende, além da aposta na formação, de vários fatores como “a competitividade da empresa, o seu papel no mercado” mas também “pelas cabeças dos próprios empresários”.
Correia de Campos é o candidato único a um novo mandato à frente do órgão que reúne a Concertação Social.
Em 12 de dezembro, o PS propôs a recondução de António Correia de Campos como presidente do Conselho Económico e Social (CES), disse então à Lusa a líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes.
A eleição será feita pelos deputados da Assembleia da República em 20 de dezembro.
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