Marcelo pede “bom senso e capacidade de entendimento” sobre convenções com a ADSE

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2019

Exemplo da complexidade da questão é, segundo o Presidente da República, "uma guerra de pareceres jurídicos" e "uma guerra jurídica relativamente ao passado ou ao presente ou às regras".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu esta terça-feira “bom senso e capacidade de entendimento” no conflito entre os grupos privados de saúde e a ADSE, admitindo que se trata de “uma situação muito complexa”. A José de Mello Saúde formalizou a suspensão da convenção com a ADSE (Instituto de Proteção e Assistência na Doença) para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção.

O Grupo Luz Saúde comunicou também aos seus colaboradores o fim das convenções com o subsistema de saúde ADSE a partir de 15 de abril. Questionado pelos jornalistas sobre esta situação do sistema de saúde dos funcionários públicos, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que “haja bom senso e capacidade de entendimento”.

“A ADSE é muito importante, não interessa que entre em crise, no sentido de as pessoas deixarem de acreditar – uma vez que é facultativa – nela e, por outro lado, que não haja a preocupação de não haver uma alternativa que evite a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde, que é uma conquista de Abril e uma realidade que deve ser conservada e defendida”, apelou, admitindo que esta é “uma situação muito complexa”.

Exemplo da complexidade da questão é, segundo o Presidente da República, “uma guerra de pareceres jurídicos” e “uma guerra jurídica relativamente ao passado ou ao presente ou às regras”. Questionado sobre quem tem que ceder para que o entendimento a que apela seja uma possibilidade, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou apenas que não é a primeira vez que fala do tema. “Já falei dele talvez há dois meses ou há três meses, em que temi que se pudesse aproximar de uma situação como esta. Temos de ver se é possível ainda compor a situação. Espero que sim”, disse.

A preocupação do Presidente da República, garantiu, não é tanto que os grupos privados de saúde fiquem sem “um milhão e tal de funcionários públicos”. “Sobretudo, o que me preocupa mais é, por um lado, que aqueles que descontam para a ADSE de repente cheguem à conclusão que não vale a pena e a ADSE seja esvaziada. Isso seria mau para o país”, referiu.

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou apreensão que esse “milhão e tal de pessoas caia em cima do Serviço Nacional de Saúde”, o que representaria “um peso muito considerável” sobre o sistema e “poderia afetar muitos outros portugueses” com essa sobrecarga.

O Grupo Luz Saúde justifica a suspensão, em carta enviada aos trabalhadores a que a agência Lusa teve acesso, com a “impossibilidade de se encontrar um acordo equilibrado na negociação de uma tabela que se encontra desatualizada”. A rede hospitalar justifica também a suspensão com a não aplicação retroativa de regras de regularização de faturação, que considera “manifestamente ilegais”.

Já o grupo José de Mello Saúde justifica que “há uma conjugação de fatores que, individualmente, mas sobretudo de forma cumulativa, tornam insustentável a manutenção da convenção sob pena de colocar em causa os padrões de qualidade e segurança” defendidos.

Na semana passada, o Expresso adiantou que vários grupos privados, entre os quais o grupo José de Mello Saúde e Luz Saúde, pretendiam suspender as convenções com a ADSE, sistema de saúde dos funcionários públicos, a partir de abril. Já no final de dezembro, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada revelou que alguns prestadores admitiam deixar de ter convenção com a ADSE, após esta ter exigido 38 milhões de euros por excessos de faturação em 2015 e 2016, pedindo a anulação desse processo ao Governo.

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Famílias em incumprimento tocam mínimos. Mas ainda são 446 mil

Cerca de 78 mil famílias deixaram de estar em incumprimento com os créditos, em 2018. É quase o dobro das saídas registadas em 2017, com o número de incumpridores a cair para mínimos históricos.

À medida que a economia e as perspetivas das famílias melhoram, diminuem as situações de incumprimento com o crédito. Cerca de 78 mil famílias deixaram de estar em falta com o pagamento das prestações dos seus empréstimos no ano passado, mostram dados do Banco de Portugal. Em resultado disso, o número de famílias em incumprimento caiu para um novo mínimo. Ainda assim são cerca de 446 mil, as famílias que não conseguem assegurar o pagamento das prestações.

As estatísticas trimestrais da Central de Responsabilidades de Crédito (CRC) divulgadas pelo Banco de Portugal, nesta terça-feira, mostram 446.070 famílias estavam em situação de incumprimento com os créditos no final de 2018. Este número corresponde a 10% do total de 4,461 milhões de agregados que nessa altura tinham créditos. Em média, tal significa que por cada 100 devedores, dez estavam em falta com as prestações no final do ano passado.

Constata-se que este número é o mais baixo do histórico da entidade liderada por Carlos Costa, cujo início remonta a 2009, resultando de seis anos consecutivos de alívio no número de incumpridores. Desde 2013, que tem sido essa a tendência. Só no ano passado, 78.098 famílias viraram costas ao incumprimento, a maior saída do histórico do Banco de Portugal.

Número de devedores em queda

Fonte: Banco de Portugal

Esta situação acontece num contexto em que a crise financeira parece estar ultrapassada, a economia recuperou e os rendimentos das famílias também, em paralelo com a queda do desemprego, que se encontra em mínimos de 14 anos.

A quebra do número de devedores em incumprimento é transversal às diferentes finalidades de crédito, mas é mais notória na finalidade de consumo. No ano passado, 65.787 famílias deixaram de ter prestações do crédito ao consumo em atraso, com o número total a cair abaixo da fasquia dos 400 mil, atingindo um mínimo histórico de 399.211.

Tratando-se de créditos mais rápidos quando comparados com a habitação, tal ajuda a explicar o facto de o consumo ser a finalidade em que o número de incumpridores mais se reduziu.

No final do ano passado, este segmento era responsável por 1.983 milhões de euros de crédito malparado, 7,6% face ao total de empréstimos ao consumo. Seria necessário recuar até março de 2009 para ver um montante do incumprimento mais baixo, e até março de 2010 para ver um rácio de malparado semelhante.

Isto apesar de o stock de empréstimos para consumo manter uma tendência crescente, assente no aumento da nova concessão. Em dezembro do ano passado, os bancos detinham um total de 26.121 milhões de euros em créditos com esse fim.

Também no crédito à habitação foi atingido um novo mínimo histórico no número de incumpridores, que pela primeira vez caíram abaixo dos 100 mil. Em 2018, 23.465 agregados deixaram de estar em incumprimento com os créditos, colocando o número total de incumpridores em 88.240, o mais baixo do histórico do Banco de Portugal.

Em dezembro, este segmento era responsável por 2.161 milhões de euros de malparado, 2,2% face ao total do crédito à habitação. Ou seja, níveis mínimos de março de 2010 e setembro de 2012, respetivamente. Em dezembro, o stock do crédito à habitação ascendia a 97.423 milhões de euros.

Apesar dos sinais positivos que estes números denotam também deve ser tido em conta que, para além da melhoria da situação das famílias que as leva a serem mais cumpridoras dos seus compromissos financeiros perante a banca, a venda de carteiras e malparado também ajudará a explicar pelo menos em parte a redução do número de devedores em incumprimento que surgem na CRC do Banco de Portugal.

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Perspetivas de acordos no comércio e no Congresso provocam rally em Wall Street

A Amazon beneficiou do anúncio que a retalhista Walmart terminou a parceria com a empresa de logísticas Devi, com a qual iria desenvolver um serviço concorrente. As ações valorizaram 2,95%.

Wall Street esteve em alta esta terça-feira, com os investidores animados pela tentativa do Congresso de chegar a um consenso sobre as despesas orçamentais (por forma a evitar um novo shutdown do Governo norte-americana) e pelos desenvolvimentos nas negociações comerciais entre EUA e China. Os três principais índices fecharam com ganhos acima de 1%, enquanto o dólar aliviou.

O presidente Donald Trump afirmou estar disposto a abandonar o prazo de dia 1 de março, enquanto altos funcionários dos EUA chegavam a Pequim para negociações no final da semana que poderão resultar numa solução para a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo. No Congresso, um acordo bi-partidário sobre o muro transfronteiriço foi delineado na segunda-feira, mas a Casa Branca indicou que Trump ainda não decidiu se vai apoiá-lo.

“É um pouco confuso que a possibilidade de não haver uma nova paralisação do Governo esteja a fazer subir os preços. Significa que a narrativa está a dominar os fundamentos. Estamos a assistir a movimentações com base somente nas emoções“, afirmou Oliver Pursche, vice-presidente e estrategista-chefe de mercado da Bruderman Asset Management, em declarações à agência Reuters.

O índice industrial Dow Jones — que tem sido especialmente sensível à guerra comercial — subiu 1,49% para 25.425,76 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 avançou 1,29% para 2.744,73 pontos e o tecnológico Nasdaq subiu 1,46% para 7.414,62 pontos. Em termos empresariais, a Amazon beneficiou do anúncio que a retalhista Walmart terminou a parceria com a empresa de logísticas Devi, com a qual iria desenvolver um serviço de entregas rápidas que iria concorrer com a tecnológica. As ações da Amazon valorizaram 2,95% para 1.638,01 dólares.

No mercado cambial, o dólar pôs termo a um rally que durava há oito sessões proporcionado pela Reserva Federal norte-americana. A divisa norte-americana depreciou-se 0,47% contra o euro, para 1,1329 dólares. A yield das Treasuries a 10 anos avançou para 2,6787%.

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Cisão no Bloco de Esquerda. 25 militantes abandonam o partido e acusam liderança de perseguição

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2019

Entre os ex-bloquistas estão dois irmãos do antigo líder Francisco Louçã. Além de à atuação em relação à Bairro da Jamaica e aos "jogos de comunicação burguesa", há acusações de manipulação.

O Bloco de Esquerda está a ser alvo de duras críticas por parte de 25 militantes que decidiram abandonar o partido. Além de desagrado em relação à posição no Bairro da Jamaica, os ex-bloquistas fazem ainda acusações de manipulação de eleições internas, perseguição e expulsão de membros do partido, segundo revela a carta, a que os jornais i e Sol tiveram acesso.

“Resolvemos deixar o Bloco porque não podemos ignorar o caminho de institucionalização dos últimos anos que transformaram o partido, de instrumento de luta política, num fim em si mesmo”, pode ler-se na carta, assinada por 25 pessoas, incluindo os irmãos do antigo líder bloquista Francisco Louçã, Isabel Louçã e João Carlos Louçã. “Para nós, o tempo de militância no Bloco de Esquerda acabou. Começamos de novo quando ainda está tudo por fazer”.

A principal crítica é feita ao curso da liderança de Catarina Martins (sem a mencionar), referindo que as decisões são tomadas de forma estratégica e sem sentido crítico. “É esse taticismo que justifica a posição tíbia a propósito dos incidentes recentes no Bairro da Jamaica no Seixal ou o desconforto sentido por ter sido um seu militante e assessor, Mamadou Ba, que protagonizou a denúncia de serem as forças policiais responsáveis por um racismo sistémico dirigido contra africanos e afrodescendentes dos bairros pobres”, diz.

Este episódio terá sido um dos mais importantes para a decisão, mas as acusações vão mais longe. O grupo que entrou em cisão com o BE acusa a atual liderança de perseguição. “Sem espaço para a construção coletiva, perseguindo e expulsando militantes, manipulando eleições internas de forma a garantir a ficção de um partido coeso, ao mesmo tempo que a grande maioria dos e das aderentes se abstém em todos os processos de debate e decisão onde imperam os acordos de cúpula, o Bloco tornou-se numa organização hierárquica e cristalizada”, acusam.

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ADSE quer dialogar “urgentemente” com hospitais privados

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2019

Apesar da disponibilidade em rever preços, a direção do instituto público que gere o subsistema de saúde dos funcionários públicos também apontou a necessidade de controlar preços.

O Conselho Geral de Supervisão da ADSE quer entrar em “diálogo urgente” com os hospitais privados. O apelo foi feito numa resolução aprovada por unanimidade esta segunda-feira, a que o ECO teve acesso, e segue-se à decisão dos grupos José de Mello Saúde e Luz Saúde em romperam as convenções que tinham com a ADSE. Apesar da disponibilidade em rever os preços acordados com os privados, a direção do instituto público que gere o subsistema de saúde dos funcionários públicos também apontou a necessidade de controlar a despesa.

“O CGS apela aos prestadores de saúde e ao conselho diretivo da ADSE para um urgente diálogo que, respeitando a lei e as convenções, permita encontrar soluções adequadas para a prestação de serviços de saúde de qualidade, a preços justos, sem discriminações e garantindo fiabilidade às diferentes entidades envolvidas”, considerou o órgão num comunicado do presidente, João Proença. No mesmo documento, a CGS reitera que o “reforço do controlo da despesa é um imperativo para a sustentabilidade da ADSE”.

A resolução hoje aprovada reforça ainda que o Conselho Diretivo da ADSE deve retomar a celebração de convenções com os prestadores de saúde, “de modo a garantir uma rede adequada de regime convencionado”, assim como “apresentar ao CGS as orientações que pretende assumir para a celebração de tais convenções”.

A José de Mello Saúde formalizou na segunda-feira a suspensão da convenção com a ADSE para prestação e cuidados de saúde aos seus beneficiários em toda a rede CUF, podendo evoluir para denúncia definitiva da convenção. De acordo com uma nota interna do grupo da CUF, assinada pelo presidente Salvador Mello a que o jornal Expresso teve acesso, a suspensão da convenção com a ADSE tem efeitos a partir do dia 12 de abril. “Esta suspensão poderá evoluir para a denúncia definitiva da convenção”, a 1 de março, caso não sejam encontradas “soluções equilibradas e que defendam os superiores interesses dos beneficiários da ADSE”, é referido.

Já a Luz Saúde diz que tentou “até ao limite” encontrar com a ADSE uma solução que permitisse “um acordo equilibrado” na negociação de uma tabela que “se encontra desatualizada” quer do ponto de vista da prática da Medicina “quer do ponto de vista dos preços”, que não tem alterações “há mais de 20 anos”, de acordo com uma nota a que o ECO teve acesso. A decisão “afetará a vida de mais de 250 mil clientes, beneficiários da ADSE” a partir de dia 15 de abril.

Apesar de os grupos CUF e Luz Saúde terem decidido romperam com a ADSE, não querem perder clientes. Ambos os grupos de saúde privados vão criar um regime próprio para os beneficiários deste subsistema de saúde, que lhes permita continuar a ter acesso à rede de hospitais. Entre essas condições estão os preços a pagar.

(Notícia atualizada às 20h46 com mais informação.)

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Consultora que pagou assessor de Pinho trabalhava também para a EDP

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2019

A BCG assessorava o então ministro da Economia Manuel Pinho como a elétrica. Consultora ganhou centenas de milhares de euros nesses anos, segundo noticia o Expresso.

A Boston Consulting Group (BCG) foi simultaneamente consultora do ministro da Economia, Manuel Pinho, e da EDP em 2007, segundo noticia o jornal Expresso. A revelação é feita em documentos entregues pela EDP à Comissão Parlamentar de Inquérito às rendas da energia, a que o semanário teve acesso.

Manuel Pinho estava a ser assessorado pela BCG, através do consultor João Conceição. Ao mesmo tempo, o mesmo consultor estava a trabalhar para a elétrica, que viria a entrar no regime de remuneração Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC). Para a EDP, o trabalho da consultora era principalmente apresentar “propostas específicas ao futuro modelo de funcionamento do Mibel”.

Para a criação deste mercado único de energia, a EDP teria de abandonar os contratos de aquisição de energia (CAE) de longo prazo que estavam em vigor. Passaria a vender eletricidade no Mibel e era compensada pelo regime CMEC. E contratou a BCG, a quem pagou duas mensalidades de 148 mil euros cada (num total de 296 mil euros) para ajudar a definir os parâmetros. A última fase da consultoria passou por apresentar propostas ao ministério da Economia e à Direção Geral de Energia, de acordo com o Expresso.

O contrato é datado de 4 de janeiro de 2007 e tem um aditamento de dia 31 de janeiro do mesmo ano, que acrescenta mais um consultor ao projeto. Era João Conceição, a quem seriam pagos mensalmente 48 mil euros. O mesmo João Conceição passou, em abril de 2007, a trabalhar no ministério da Economia, mantendo sempre o vínculo laboral com a BCG.

Apesar de não haver registo das funções de João Conceição no ministério então liderado por Manuel Pinho, como tinha noticiado o Observador no final do ano passado, o diretor-geral da BCG, Miguel Abecasis afirmou, a 1 de outubro do ano passado na comissão de inquérito, que “o facto de não ter sido possível localizar qualquer documento de suporte [à colaboração de Conceição com o gabinete de Manuel Pinho] não significa necessariamente que tal documento não tenha existido, mas apenas que o mesmo não se encontra atualmente nos arquivos da BCG”, como relembra o Expresso.

Já João Conceição disse, na mesma comissão e também no ano passado, que entre os trabalhos que desempenhava com Manuel Pinho, estava principalmente focado no Mibel. “Em abril de 2007, na sequência de uma solicitação de apoio de consultoria por parte do ministro da Economia, Dr. Manuel Pinho, fui incumbido, pela BCG, de apoiar o gabinete, como consultor, em diversas áreas do setor. Em concreto, participei inicialmente na coordenação das diversas atividades técnicas necessárias para o arranque efetivo do Mibel, a 1 de julho de 2007”, disse.

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Rodrigo Costa sobre João Conceição, arguido nos CMEC: “Estamos muito contentes com o trabalho que ele faz”

O presidente executivo da REN defende o trabalho feito pelo administrador João Conceição, arguido no caso dos CMEC, que diz ser "uma pessoa muito respeitada no setor".

O presidente executivo da REN garantiu, esta terça-feira, que o contributo do administrador João Conceição, que é arguido no caso dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), é “muito importante” para a empresa e que o gestor “é uma pessoa muito respeitada no setor”. Rodrigo Costa está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade e rejeitou, desta forma, qualquer “conflito de interesses” que João Conceição, que também já foi assessor do Ministério de Economia, possa apresentar.

“João Conceição é um excecional técnico”, começou por frisar Rodrigo Costa, questionado pelo deputado socialista Hugo Costa sobre os potenciais conflitos de interesse deste gestor, que entrou para a administração da REN em 2009, depois de ter sido assessor do antigo ministro da Economia Manuel Pinho.

Ao longo de vários minutos, continuou a elogiar o trabalho do administrador da empresa que lidera: “Tem uma grande dedicação ao seu trabalho, deu um grande contributo a uma empresa que não tinha a eficiência que tem hoje, tem cumprido esse trabalho muitíssimo bem. E tem um percurso que acho que não é nada de diferente do percurso daqueles que trabalham, neste país, na área da energia em cargos importantes”, afirmou, ainda sobre os potenciais conflitos de interesse.

“É uma pessoa muito respeitada no setor. É um grande especialista do setor e estamos muito contentes com o trabalho que ele faz. A única coisa que posso dizer é que, enquanto membro valioso da nossa gestão, está a fazer muitíssimo bem o seu trabalho. É uma pessoa muito válida e importante para nós”, concluiu sobre este assunto.

João Conceição é, juntamente com António Mexia e João Manso Neto, um dos arguidos no âmbito da investigação em torno dos CMEC, onde estão em causa suspeitas de corrupção ativa e passiva e participação económica em negócio.

Depois de ter sido conhecido o envolvimento de João Conceição neste processo, o conselho de administração da REN já tinha feito saber que mantém a confiança dos dois gestores da empresa que foram constituídos arguidos (Pedro Furtado é o segundo gestor em causa). “Continuamos a ter confiança nas nossas pessoas. Temos muita confiança nessas pessoas”, disse Rodrigo Costa em maio do ano passado.

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135 municípios vão cobrar derrama do IRC pela taxa máxima

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2019

As autarquias usam a derrama que incide sobre o lucro tributável em IRC para reforçar as receitas municipais. 135 câmaras vão aplicar a taxa máxima de 1,5%.

Dois terços das autarquias vão cobrar derrama do IRC às empresas instaladas nos seus concelhos e, destas, 135 vão aplicar a taxa máxima de 1,5% prevista na lei, segundo mostra a listagem divulgada pelo fisco esta terça-feira.

Dos 308 municípios do país há 204 que vão aplicar aquela derrama que incide sobre o lucro tributável em IRC relativo o exercício de 2018, usando esta solução para reforçar as suas receitas. Nos restantes casos, a opção passou por prescindir da derrama.

O número dos que vão cobrar derrama municipal é idêntico ao observado no ano passado. Sem alterações face a 2018 ficou também o universo das capitais de distrito que decidiram não a aplicar e que são Bragança, Castelo Branco e Portalegre. A lei prevê que a derrama municipal incide sobre o lucro tributável (e não isento) de IRC que corresponda à proporção do rendimento gerado na área geográfica do município. A taxa não pode ir além de 1,5%, sendo possível às autarquias ‘encostarem-se’ a este teto ou escolherem um valor inferior.

Além disto, é ainda possível aplicar uma taxa reduzida de derrama às empresas que no ano anterior não tenham tido um volume de negócios superior a 150 mil euros ou conceder isenções. No ofício que acompanha a listagem das taxas de derrama para o lucro tributável de 2018, a Autoridade Tributária e Aduaneira esclarece que “a taxa reduzida da derrama municipal é aplicada quando o volume de negócios no período anterior não ultrapasse 150 mil euros e o sujeito passivo não reúna os requisitos para aproveitar algumas das isenções lançadas pelo município”.

Ainda que mais de dois terços tenham decidido aplicar a taxa normal de derrama, muitas autarquias optaram por combiná-la com taxas reduzidas ou isenções. Braga, por exemplo, optou por não aplicar taxa reduzida, mas decidiu atribuir isenção às empresas com um volume de negócios inferior aos já referidos 150 mil euros. Já a Figueira da Foz vai ter uma taxa reduzida (que fixou em 0,75%) mas não contempla isenções.

As isenções de derrama municipal incidem sobre os contribuintes que se enquadrem nos critérios definidos por cada município. No caso de Miranda do Corvo, este benefício abrange os que faturem menos de 150 mil euros e também os que tenham instalado a sua sede social no concelho nos anos de 2015, 2016 e 2017, desde que tenham criado e mantido neste período um mínimo de três postos de trabalho.

A derrama municipal é um dos argumentos fiscais a que as autarquias podem recorrer para tentarem atrair investimento. No ano passado, esta derrama gerou uma receita de 312,8 milhões de euros para as administrações regional e local, segundo indica a síntese de execução orçamental.

No ano anterior, o valor tinha sido de 324,2 milhões de euros. As empresas têm de entregar até ao dia 31 de maio a declaração Modelo 22, onde têm de reportar o valor pago em derrama de IRC.

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Ministro da Economia diz que é preciso continuar a intensificar o apoio ao investimento

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2019

O ministro da Economia diz ser essencial reforçar o investimento para que se possam aumentar salários e evitar que se perca mão de obra.

O ministro da Economia defendeu, esta terça-feira, que é preciso “continuar a intensificar o apoio ao investimento” e sublinhou que aumentar a produtividade “é essencial” para criar emprego de qualidade e subir salários, “uma batalha que tem de ser de todos”.

Pedro Siza Vieira falava no almoço da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, que decorreu hoje em Lisboa. No final do almoço, o ministro Adjunto e da Economia respondeu a algumas questões colocadas por participantes no evento, tendo afastado o cenário de um referendo sobre a regionalização e destacado o esforço das empresas e das famílias em reduzir o nível de endividamento, apontando também a “intolerância” perante a corrupção.

Apesar do crescimento do investimento estar a ser muito significativo, ele não foi sequer suficiente para repor a depreciação de capital que se verificou durante esta década e, portanto, claramente temos que continuar a intensificar o apoio ao investimento”, considerou o governante.

Por isso, “num país que tem pouca poupança, num país que viveu anos muito intensos de destruição de capital pelos fenómenos que conhecemos, o apoio ao investimento tem que ser muito significativo“, defendeu.

Pedro Siza Vieira salientou também que as famílias continuam a reduzir o nível de endividamento. “Ouvimos falar muito do crescimento dos fluxos do crédito à habitação, ao consumo, mas a verdade é que os fluxos de crédito novo são ainda inferiores à redução do endividamento das famílias. As famílias continuam a fazer um esforço muito intenso de redução do seu endividamento”, apontou.

Além disso, “as empresas estão a reduzir também o seu endividamento, fizeram grande esforço de redução do endividamento“, sublinhou o ministro com a pasta da Economia, considerando que Portugal “está numa situação em que a redução da dívida pública tem que continuar a ser uma prioridade da política financeira do Estado”.

“E é isso que, pelo menos enquanto este Governo for Governo, continuará a fazer”, garantiu. O ministro contou ainda um episódio com um investidor que contava que apostava em Portugal porque os salários no país eram baixos. “E a ironia cruel desta conversa é esta: a melhor mão-de-obra da Europa não pode ser mais bem remunerada“, comentou o governante.

Isto é um problema terrível porque também significa que os nossos melhores trabalhadores vão para fora, emigram“, por isso “se não conseguimos trabalhar nos vários custos de contexto, se não conseguirmos aumentar a produtividade, nós não vamos conseguir pagar melhores salários, nós não vamos reter aquilo que é o nosso maior ativo que é a mão-de-obra”, apontou Pedro Siza Vieira.

"E a ironia cruel desta conversa é esta: a melhor mão-de-obra da Europa não pode ser mais bem remunerada.”

Pedro Siza Vieira

Ministro da Economia

Este trabalho de crescimento da produtividade “é essencial para conseguirmos criar emprego de qualidade e para conseguirmos subir os salários, que é uma batalha que tem de ser todos”, rematou. “Aquilo que vemos é que, entre os 28 países da União Europeia, Portugal está em 13.º lugar entre os menos corruptos, acima de nós estão os países do norte da Europa Ocidental, abaixo de nós estão todos os países da Europa do sul e todos os países da Europa de Leste, tirando a Estónia”, salientou, quando falava de corrupção.

“Portanto, o que é que acho que é importante nós dizermos: Temos de continuar a ser absolutamente exigentes e intolerantes, cada vez mais intolerantes, àquilo que são práticas menos transparentes, à informalidade administrativa e tudo aquilo que propicia a corrupção”, sublinhou o ministro.

Na sua intervenção inicial, o governante destacou que “Portugal está num momento em que se apresenta na Europa e no mundo com confiança nas mudanças por que o país passou”.

“Passámos momentos de grande dificuldade, mas soubemos atravessá-lo e sair dele com outro tipo de dinamismo e de capacidade, estamos estruturalmente capacitados e estamos irmanados com Espanha neste mesmo momento económico e também numa perspetiva comum sobre qual deve ser o futuro da Europa e do mundo para enfrentarmos os desafios que inevitavelmente se vão colocar”, considerou Pedro Siza Vieira.

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A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Os grupos CUF e Luz Saúde romperam com a ADSE mas não querem perder clientes. Os privados vão criar uma regime próprio para os beneficiários deste subsistema de saúde.

O grupo Luz Saúde já comunicou aos seus colaboradores que vai romper o acordo de convenção com a ADSE a partir de 15 de abril. A decisão afeta mais de 250 mil beneficiários da ADSE.

Assunção Cristas diz que o CDS avançará, “muito provavelmente ainda nesta legislatura”, com uma proposta para que o governador do Banco de Portugal passe a ser nomeado pelo Presidente da República.

Toda a atividade da REN já é totalmente controlada pelo Estado e, por isso, não haveria “vantagem” em haver de novo uma participação pública, defende Rodrigo Costa.

Através do site ou da aplicação do PayPal já é possível transferir dinheiro entre os vários países da UE de forma imediata e sem quaisquer custos associados. Só precisa do endereço de email.

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Banco de Inglaterra adverte para perigos globais de “hard Brexit”

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2019

O governador do Banco de Inglaterra diz que o Brexit vai ser o primeiro teste à globalização e alerta que o Reino Unido deve evitar o protecionismo.

O governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, avisou esta terça-feira que um “Brexit” sem acordo causará um “choque económico” que pode ter consequências globais, num momento crítico da economia mundial.

Num discurso em Londres, Carney instou o Parlamento britânico a resolver o “impasse” sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o designado “Brexit”, após a rejeição no passado dia 15 de janeiro do acordo apresentado pelo Governo britânico e alcançado em negociações com Bruxelas. “É do interesse de todos, de todas as partes”, que se alcance uma solução, afirmou o governador.

“Uma situação de não-acordo seria um choque económico para este país e enviaria um sinal a nível global sobre a refundação da globalização. Isso seria lamentável”, considerou. Os efeitos de uma separação desordenada da UE iriam juntar-se ao abrandamento da economia chinesa e à guerra comercial entre Pequim e Washington, apontou.

Carney disse que a tensão comercial, o aumento do protecionismo e o “Brexit” são “manifestações de pressões fundamentais para reorganizar a globalização”.

O governador do banco central salientou que o processo do ‘Brexit’ gerou “um alto nível de incerteza” e que “as empresas estão à espera para tomar decisões importantes”, considerando fundamental que se alcance uma saída ordenada da UE.

Na passada quinta-feira, o Banco de Inglaterra reviu em baixa para 1,2% a previsão de crescimento da economia britânica para este ano, o ritmo mais baixo desde 2009. Em novembro, a previsão do banco central antecipava um crescimento de 1,7%. Num documento divulgado no final do ano passado, o banco central advertiu que um ‘Brexit’ sem acordo e sem um período de transição poderia levar a uma descida de 8% do Produto Interno Bruto (PIB), levando o país à recessão.

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Privados que romperam com ADSE vão ter preços especiais para os funcionários públicos

Os grupos CUF e Luz Saúde romperam com a ADSE mas não querem perder clientes. Os privados vão criar uma regime próprio para os beneficiários deste subsistema de saúde.

Os beneficiários da ADSE vão continuar a ter acesso à rede de hospitais da CUF e da Luz Saúde mas com condições de acesso diferentes das atuais. Os grupos privados de saúde comunicaram esta terça-feira que romperam as convenções que tinham com a ADSE, mas ambos decidiram criar condições especiais para estes clientes. Entre essas condições estão os preços a pagar.

“É fundamental que seja indicado a todos os nossos clientes beneficiários da ADSE que, para poderem continuar a recorrer aos serviços de saúde em que sempre confiaram, os Hospitais e Clínicas da Rede Hospital da Luz criaram condições especiais de preços e de financiamento de cuidados”, lê-se no comunicado do grupo liderado por Isabel Vaz.

Também o comunicado do grupo José de Mello adianta que “a CUF disponibilizará uma tabela de preços específica e ajustada, ficando estes atos sujeitos ao pedido de reembolso à ADSE ao abrigo do regime livre”.

Esta tabela passa a vigorar para os atos médicos posteriores a 15 de abril, no primeiro caso, e 12 de abril no segundo.

Os comunicados não revelam detalhes sobre que regime ou condições especiais são estas, mas sugerem que, apesar do rompimento das convenções com a ADSE, os beneficiários não pagarão sozinhos os atos médicos a que pretendam aceder na CUF e na Luz Saúde.

Os beneficiários da ADSE representam uma parcela importante do negócio dos privados e, por isso, o rompimento levou os grupos de saúde a pensar em soluções que minimizem a perda de clientes. O ECO apurou que os números mais globais mostram que, no total, os hospitais privados tratam quatro milhões de pessoas por ano, dos quais 800 mil são beneficiários da ADSE.

No comunicado, o grupo Luz Saúde revela que são “mais de 250 mil” os beneficiários da ADSE que frequentam os 14 hospitais e 13 clínicas”. A CUF não revela qual o número de beneficiários da ADSE que são atendidos por ano nas suas unidades, mas o ECO sabe que serão cerca de 185 mil.

Além da tabela de preços praticada pela ADSE, os grupos de saúde contestam os prazos de reembolso da ADSE aos privados. “As unidades da rede CUF são obrigadas a faturar todos os atos à ADSE em sete dias, sendo o prazo de pagamento de 120 dias (…). Contudo, na prática, o prazo médio de pagamento às unidades CUF situa-se atualmente em 283 dias, após a prestação do ato clínico ao beneficiário”, explica o grupo José de Mello, no comunicado.

Com esta decisão de terminar com as convenções, os grupos privados de saúde tentam transferir a demora do reembolso para os beneficiários da ADSE que terão de pedir o reembolso das despesas efetuadas na CUF e na Luz Saúde diretamente à ADSE.

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