Ataque a refinarias na Arábia Saudita pesa em Wall Street

O "buraco" na oferta de petróleo ao nível mundial está a preocupar os investidores norte-americanos. Os três principais índices em Wall Street iniciaram a sessão em queda.

O ataque com drones às instalações da petrolífera estatal saudita Aramcoque fez com que, de um momento para o outro, a Arábia Saudita perdesse metade da sua capacidade de produção de petróleo — está a preocupar os investidores. As bolsas norte-americanas iniciaram a primeira sessão da semana em queda.

Desapareceram mais de cinco milhões de barris diários nos ataques levados a cabo por rebeldes do grupo Houthi (do Iémen, mas que tem apoio do Irão), o que comprometeu metade da produção diária de petróleo da Arábia Saudita e 5% de toda a oferta mundial, criando um “buraco” na oferta de petróleo ao nível mundial que só as reservas podem agora mitigar.

E, apesar de a empresa ter tentado acalmar os receios dos investidores, anunciando uma rápida reparação das instalações afetadas, já surgiram várias fontes a alertarem para a dificuldade de voltar ao normal em breve. À Reuters, duas fontes próximas da Saudi Aramco, revelaram que foram informadas de que o regresso à produção em pleno poderá “levar meses”.

Com o comprometimento da produção saudita e com os preços do petróleo a disparar, o presidente dos EUA, Donald Trump, já autorizou a utilização do stock do país de petróleo para casos de emergência, avança a agência Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Neste contexto, o S&P 500 está a recuar 0,37% para os 2.996,41 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desvaloriza 0,27% para os 27.146,06 pontos e o tecnológico Nasdaq desce 0,67% para os 8.121,64 pontos.

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Berardo vai contestar arresto de obras de arte na próxima segunda-feira

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

A Associação Coleção Berardo vai ser ouvida em tribunal e, nessa altura, será o juiz a decidir se o arresto será levantado ou é mantido.

A Associação Coleção Berardo (ACB), proprietária das obras de arte do empresário José Berardo, vai contestar de hoje a uma semana o arresto de cerca de 2.200 peças, disse à agência Lusa fonte próxima do colecionador.

A ACB “vai ser ouvida em tribunal e, nessa altura, será o juiz a decidir se o arresto será levantado ou é mantido“, disse a mesma fonte sobre este processo interposto pelo Novo Banco, CGD e BCP, para recuperar uma dívida superior a 962 milhões de euros.

Na última sexta-feira, o Jornal Económico noticiou que a associação tinha sido notificada da finalização do arresto das obras de arte, cerca de mil, das quais 862 no Centro Cultural de Belém (CCB), e as restantes 1.200 do jardim Bacalhôa Buddha Eden, no Bombarral, e na Aliança Underground Museum, museu nas caves Aliança-Vinhos de Portugal, em Aveiro.

As obras foram apenas referenciadas para o arresto. Elas continuam no mesmo sítio“, indicou a mesma fonte à Lusa.

As obras arrestadas no CCB estão ao abrigo do acordo estabelecido em 2006 entre o Estado português e o comendador José Berardo para a exibição da coleção de arte moderna e contemporânea no CCB.

"As obras foram apenas referenciadas para o arresto. Elas continuam no mesmo sítio.”

Fonte próxima de Joe Berardo

Lusa

A coleção possui, entre outras, obras raras de Jean Dubuffet, Joan Miró, Yves Klein e Piet Mondrian, consideradas muito importantes na História da Arte do século XX pelos especialistas.

O arresto tinha sido decretado no final de junho deste ano e, na altura, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, garantiu à Lusa que esta decisão da justiça não punha em causa a existência do Museu Coleção Berardo.

“Para que a decisão do tribunal seja verdadeiramente eficaz, há um conjunto de iniciativas que o tribunal tem de fazer. […] Nesta fase qualquer palavra a mais pode estragar tudo”, afirmou a ministra, na altura.

As obras de arte que desde 2006 compõem o acervo do Museu Coleção Berardo são propriedade da Associação Coleção Berardo e, segundo fonte ligada ao processo, só estas estão abrangidas pelo arresto decretado na sequência de uma providência cautelar interposta pela CGD, pelo BCP e pelo Novo Banco, credores do empresário José Berardo, conhecido como Joe Berardo.

No dia 5 de julho foi noticiado que os títulos da Associação Coleção Berardo, dados como garantia aos bancos credores de entidades ligadas a José Berardo, foram penhorados por ordem judicial.

No final do Conselho de Ministros do passado dia 16 de maio, a ministra Graça Fonseca garantiu que o Governo usaria “as necessárias e adequadas medidas legais” para garantir que a chamada coleção Berardo de arte moderna continuasse inteira e acessível ao público.

Graça Fonseca indicou então que Cultura, Justiça e Finanças estavam articulados para defender a “imperiosa necessidade de garantir a integridade, a não-alienação e a fruição pública” das obras expostas no CCB.

Questionada então sobre que medidas estavam em cima da mesa, Graça Fonseca afirmou que o Governo não iria dar a José Berardo “a satisfação de as antecipar”, frisando que as hipóteses ao dispor do executivo são suficientes para garantir a integridade da coleção.

Numa audição no parlamento, em 10 de maio, o empresário disse que a garantia que os bancos têm é dos títulos de participação da Associação Coleção Berardo, e não das obras em si.

Na mesma audição, Berardo revelou que houve um aumento de capital na associação, numa reunião que não contou com a presença dos bancos credores, que diluiu os títulos detidos pelos bancos como garantia.

Berardo disse, então, que não tinha de ter convocado os credores, e remeteu para uma ordem do tribunal de Lisboa.

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Juncker recorda a Johnson que cabe ao Reino Unido apresentar propostas

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

"É da responsabilidade do Reino Unido apresentar soluções legalmente operacionais que sejam compatíveis com o Acordo de Saída", afirmou Juncker.

O presidente da Comissão Europeia recordou esta segunda-feira ao primeiro-ministro britânico que cabe ao Reino Unido apresentar “soluções legalmente operacionais” e compatíveis com o Acordo de Saída, reiterando a disponibilidade europeia para apreciar se estas são conciliáveis com o backstop.

“O presidente [Jean-Claude] Juncker lembrou que é da responsabilidade do Reino Unido apresentar soluções legalmente operacionais que sejam compatíveis com o Acordo de Saída. O presidente Juncker sublinhou a permanente disponibilidade e abertura da Comissão para examinar se essas propostas correspondem aos objetivos do ‘backstop’”, pode ler-se num curto comunicado divulgado pelo executivo comunitário após a conclusão do almoço de trabalho entre os dois líderes no Luxemburgo.

A nota recorda que “tais propostas ainda não foram realizadas” e vinca que a Comissão Europeia está disponível a trabalhar “24 horas por dia” para desbloquear o impasse registado no processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE). “O Conselho Europeu de outubro será um marco importante no processo. Os 27 mantêm-se unidos”, conclui o comunicado divulgado após aquele que foi o primeiro encontro entre Jean-Claude Juncker e Boris Johnson desde que o britânico assumiu a liderança do Governo daquele país em julho.

Bruxelas tem-se mostrado aberta a debater qualquer proposta apresentada por Londres, desde que esta respeite as diretrizes negociadores da União Europeia e seja “legal e viável”, incluindo eventuais novas soluções para o mecanismo de salvaguarda, comummente conhecido por ‘backstop’, desenhado para evitar o regresso de uma fronteira física na ilha da Irlanda.

Na quinta-feira, o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, que também participou no almoço de trabalho de hoje, já tinha reconhecido que, até ao momento, o Reino Unido não tinha apresentado qualquer nova proposta para desbloquear o impasse registado a pouco mais de um mês da data do ‘Brexit’, agendado para 31 de outubro.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tem-se manifestado convicto de que é possível conseguir alterações ao Acordo de Saída firmado em novembro por Bruxelas e a sua antecessora, Theresa May, nomeadamente substituir o ‘backstop’, e obter um acordo até ao Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro.

“Se forem registados progressos suficientes nos próximos dias, tenho a intenção de participar na cimeira decisiva de 17 de outubro e de finalizar um acordo que proteja os interesses das empresas e dos cidadãos dos dois lados da Mancha e os dois lados da fronteira irlandesa”, escreveu numa coluna de opinião publicada no domingo no Daily Telegraph.

Se não conseguir um acordo até 19 de outubro, nem conseguir autorização do parlamento para uma saída sem acordo, terá de cumprir a lei promulgada na segunda-feira que obriga o governo a pedir um adiamento da saída por três meses, até 31 de janeiro. Os restantes 27 Estados membros da UE têm depois de concordar unanimemente com uma extensão do processo.

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Petróleo a 70 dólares pode agravar preço dos combustíveis até 12 cêntimos por litro

Preços da matéria-prima disparou nos mercados internacionais após um ataque a refinarias na Arábia Saudita. Da última vez que esteve nos níveis atuais, os combustíveis estavam bem mais caros.

O petróleo está a disparar nos mercados internacionais. Chegou à fasquia dos 70 dólares após um ataque ao maior produtor do mundo ter eliminado mais de metade da capacidade da Arábia Saudita, deixando antever um impacto expressivo nos preços dos combustíveis no mercado nacional. Há margem para subidas de vários cêntimos no valor por litro do gasóleo, mas ainda mais no caso da gasolina, caso a tendência de subida se mantenha.

O Brent, que serve de referência às importações nacionais, esteve a subir mais de 19% para 71,95 dólares por barril nas primeiras negociações da madrugada. Entretanto aliviou ligeiramente a valorização, mas continua acima dos 65 dólares em Londres, estando ligeiramente acima dos 60 dólares em Nova Iorque.

Quebras de produção fazem subir preços

A última vez que o Brent atingiu a fasquia dos 70 dólares foi há seis meses. No total do mês de maio, o barril fechou abaixo desta barreira apenas em três sessões, o que se refletiu nos preços nas bombas. O preço médio da gasolina simples de 95 octanas foi, na altura, de 1,599 euros, enquanto o do gasóleo de 1,424 euros, com base no histórico da Direção-Geral de Energia e Geologia.

O preço de referência da gasolina situa-se atualmente em 1,475 euros por litro, após cinco semanas de queda. Ou seja, há uma diferença de 12,4 cêntimos por litro. No caso do gasóleo (que está em máximos do início de agosto), a diferença é menor, mas expressiva: são 6,7 cêntimos entre os valores de maio e os atuais 1,357 euros por litro.

Os preços dos combustíveis em Portugal são atualizados semanalmente, com base na evolução média dos preços do petróleo e derivados nos mercados internacionais na semana anterior, pelo que aumentos desta dimensão só acontecerão se a tendência de subida das cotações se mantiver. Este ajustamento feito pelas petrolíferas tem também em conta as variações nas moedas.

A diferença entre o dólar (divisa em que é transacionado o petróleo) e o euro (em que os combustíveis são comprados nas bombas) também não deverá ajudar os consumidores. Em maio, um euro equivalia a 1,12 dólares, enquanto atualmente um euro vale 1,10 dólares, penalizado pelos novos estímulos anunciados pelo Banco Central Europeu. Ou seja, é preciso um montante mais elevado em euros para comprar a mesma quantidade de petróleo em dólares e as empresas fazem refletir esse agravamento nos preços finais.

Assim, se o valor do barril continuar a subir, os consumidores poderão esperar que se torne mais caro abastecer o carro na próxima semana. A evolução irá depender da capacidade dos produtores de acalmarem os receios com um desequilíbrio entre a oferta e a procura.

A subida da cotação do petróleo deve-se a um ataque com drones às instalações da petrolífera estatal do reino saudita Saudi Aramco. Os ataques levados a cabo por rebeldes do grupo Houthi (do Iémen, mas que tem apoio do Irão) comprometeu metade da produção diária de petróleo da Arábia Saudita e 5% de toda a oferta mundial.

A Saudi Aramco está a tentar restabelecer a produção e a Arábia Saudita já disse estar disponível para usar as reservas que detém (tanto no reino como as que tem no Egito, Japão e até na Holanda) para compensar a quebra na produção diária. Os EUA, segundo maiores produtores de petróleo do mundo, também já se mostraram disponíveis para colocar reservas no mercado.

Em Portugal, a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) disponibilizou-se igualmente para mobilizar reservas de petróleo caso se prolongue o corte temporário. Em comunicado, a ENSE afirma que “dispõe de reservas estratégicas que podem ser mobilizadas para suprir uma falta eventual” e precisa que tem “à sua disposição 538,1 mil toneladas de crude em reservas físicas e 373,5 mil toneladas em tickets que representam direitos de opção sobre crude armazenado em Portugal e noutros países da União Europeia”.

“Estas quantidades estão à disposição da ENSE para mobilização imediata, caso se entenda necessário”, sublinha a ENSE, acrescentando que “é importante destacar neste momento que, caso o impacto sobre a oferta seja persistente e os operadores que importam petróleo para Portugal tenham alguma dificuldade temporária para obter crude, o país através da ENSE dispõe de reservas estratégicas”.

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Portugal pronto para mobilizar reservas de petróleo após corte da produção da Arábia Saudita

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

A Entidade Nacional para o Setor Energético tem "à sua disposição 538,1 mil toneladas de crude em reservas físicas e 373,5 mil toneladas em tickets".

A Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) disponibilizou-se esta segunda-feira para mobilizar reservas de petróleo caso se prolongue o corte temporário para metade do fornecimento da Arábia Saudita, que representa 5% da oferta mundial de petróleo.

Num comunicado divulgado esta se, a ENSE afirma que “dispõe de reservas estratégicas que podem ser mobilizadas para suprir uma falta eventual” e precisa que tem “à sua disposição 538,1 mil toneladas de crude em reservas físicas e 373,5 mil toneladas em tickets que representam direitos de opção sobre crude armazenado em Portugal e noutros países da União Europeia”.

“Estas quantidades estão à disposição da ENSE para mobilização imediata, caso se entenda necessário“, sublinha a ENSE, adiantando que “é importante destacar neste momento que, caso o impacto sobre a oferta seja persistente e os operadores que importam petróleo para Portugal tenham alguma dificuldade temporária para obter crude, o país através da ENSE dispõe de reservas estratégicas”.

O fornecimento de petróleo da Arábia Saudita, maior exportador mundial, sofreu temporariamente um corte para metade (cerca de 5,7 milhões de barris diários) depois de duas refinarias do gigante saudita Aramco em Abqaiq e Khurais na Arábia Saudita terem sido alvo de um ataque no sábado.

Neste contexto, o barril de petróleo Brent para entrega em novembro abriu esta segunda-feira em forte alta, a cotar-se a 66,45 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, mais 6,23 dólares do que no fim da sessão anterior.

Entretanto, Washington acusou o Irão de ter “lançado um ataque sem precedentes contra o fornecimento energético mundial” e autorizou a libertação de reservas de petróleo do país para que, se necessário, as mesmas garantam o fornecimento mundial, atingido por estes ataques.

Os ataques foram reivindicados pelos rebeldes iemenitas Huthis, apoiados politicamente pelo Irão, grande rival regional da Arábia Saudita.

Os Huthis reivindicam regularmente lançamentos de mísseis com drones contra alvos sauditas e afirmam que agem como represália contra os ataques aéreos da coligação militar liderada pela Arábia Saudita, que intervém no Iémen em guerra desde 2015. Analistas citados pela Efe afirmam que a forte subida do preço do petróleo pode afetar a evolução económica.

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Marsh Portugal lança área de Private Equity e M&A

  • ECO Seguros
  • 16 Setembro 2019

Aproveitando a sua experiência mundial em consultoria de riscos, a filial portuguesa da corretora autonomizou o negócio e nomeou Pedro Pereira para o gerir.

A Marsh Portugal lançou uma nova área de negócio de Private Equity e Mergers & Acquisitions (PEMA) e, segundo a empresa, é “das primeiras entidades do país a apresentar uma equipa dedicada a esta prática”.

Pedro Pereira foi a escolha da Marsh Portugal para liderar esta nova área, para a qual desenvolveu a sua expertise no desenho de soluções para riscos transacionais, com especial enfoque em Manifestações e Garantias (Warranties & Indemnities). Vai aproveitar a experiência da Marsh, que está há mais de 20 anos nesta área de negócio a nível mundial, na prestação de serviços de consultoria de riscos a compradores e vendedores em operações de fusão e aquisição.

De acordo com Pedro Pereira, “a estruturação de operações de fusões & aquisições em Portugal com recurso a soluções de risco transacional são cada vez mais frequentes, refletindo o reconhecimento que as partes envolvidas atribuem a estes mecanismos como verdadeiras plataformas de aproximação entre vendedor e comprador no âmbito das manifestações e garantias prestadas e na gestão de risco de eventuais contingências identificadas, potenciando, assim, a conclusão da transação”.

Licenciado em Gestão no ISCTE-IUL, Pedro Pereira é pós-graduado em finanças e controlo empresariais no INDEG e em Direito das Sociedades Comerciais e das Sociedades Abertas pela Universidade Católica, tendo iniciado a sua carreira na Deloitte em 2007 onde permaneceu até 2012. Posteriormente acumulou experiência na estruturação de Programas de D&O, Infidelidade e Crime Informático e Responsabilidade Civil Profissional para Instituições Financeiras a atuar em Portugal.

A Marsh é uma das líderes mundiais em corretagem de seguros e em consultoria de riscos. Tem mais de 35 mil colaboradores a operar em mais de 130 países. Pertence ao grupo Marsh & McLennan Companies que ainda inclui a Guy Carpenter, a Mercer e a Oliver Wyman.

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Bruxelas dá 2,3 milhões para apoiar desempregados da Ricon e antiga Triumph

Bruxelas deu quase 4,7 milhões do Fundo de Ajustamento à Globalização para apoiar a formação e integração no mercado de trabalho de jovens nem-nem e trabalhadores despedidos do setor têxtil.

Portugal está entre os dez Estados-membros que, entre 2017 e 2018, apresentaram candidaturas ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEG), tendo recebido de Bruxelas quase 4,7 milhões de euros para apoiar a integração no mercado de trabalho de jovens que nem trabalham nem estudam (conhecidos como “nem-nem”) e de 730 dos 1.161 trabalhadores despedidos pela falida Ricon e pela antiga Triumph. Os ex-trabalhadores destas duas empresas do setor têxtil recebem 2,3 milhões.

De acordo com o relatório de atividades enviado, esta segunda-feira, ao Parlamento Europeu, a candidatura lusa foi apresentada a 24 de abril de 2018. Nessa ocasião, Portugal defendeu que os despedimentos em causa estavam relacionados “com importantes mudanças estruturais nos padrões do comércio mundial devido à globalização, nomeadamente as graves perturbações económicas que afetaram o setor do vestuário, incluindo o declínio da quota de mercado da União Europeia“.

Aproveitando a possibilidade de juntar à candidatura jovens afastados do mercado de trabalho e da educação, Portugal incluiu neste projeto também mais de sete centenas de pessoas nessas circunstâncias, que já estavam previamente sinalizadas.

A Comissão Europeia acabou por dar “luz verde” à ajuda solicitada, tendo atribuído 4.655.883 euros a Portugal. Desse montante, metade, ou seja, 2,3 milhões de euros, dirigiu-se a 730 dos 1.161 trabalhadores despedidos pela falida Ricon e pela Têxtil Gramax Internacional (sociedade de investimento que detinha a Triumph). A outra metade foi atribuída a 730 jovens que nem trabalham nem estudam. No total, 1.460 pessoas beneficiaram deste apoio europeu, tendo cada um delas recebido, em média, 3.189 euros para apoiar a sua formação e entrada no mercado de trabalho.

Segundo o relatório da candidatura portuguesa, os 4,7 milhões conseguidos para os trabalhadores despedidos pela falida Ricon e da antiga Triumph e para os jovens “nem-nem” estão a servir para três tipos de ações: formação e reconversão, promoção de empreendedorismo e subsídios (de formação, mobilidade e refeição).

O grupo Ricon fechou todas as suas operações de indústria e retalho no início de 2018, face ao “desinteresse do principal parceiro empresarial [a Gant] em viabilizar uma solução que permitisse a não liquidação do grupo”. Refém do grupo Gant — que lhe cortou as encomendas –, a Ricon apresentou-se à insolvência em dezembro de 2017, tendo fechado atividade efetivamente em janeiro de 2018.

No caso do Têxtil Gramax Internacional, a sua insolvência ditou a venda das instalações em Sacavém da alemã Triumph. A fábrica acabou por ser comparada por 4,2 milhões de euros por um fundo espanhol.

De acordo com o relatório enviado ao Parlamento Europeu, no total, o FEG abrangeu, entre 2017 e 2018, 14 mil beneficiários. Destes, 12.896 trabalhadores que tinham sido despedidos e 1.155 jovens “nem-nem”. Foi a Finlândia o país que conseguiu apoio para o maior número de beneficiários (mais de seis milhões de euros para cerca de 2.500 pessoas), seguida da Bélgica (4,6 milhões de euros para 2.285 pessoas) e de França (quase 9,9 milhões de euros para 1.858 trabalhadores despedidos pela AirFrance).

Entre os países que incluíram jovens “nem-nem” nas suas candidaturas, Portugal foi o que mais pessoas nessas circunstâncias juntou ao projeto. De resto, das 13 candidaturas apresentadas, apenas três incluíram jovens “nem-nem”.

O FEG foi criado em 2007 para apoiar os trabalhadores despedidos e a trabalhadores por conta própria cuja atividade tenha cessado na sequência de importantes mudanças estruturais nos padrões do comércio mundial devidas à globalização, da persistência da crise económica e financeira mundial ou de uma nova crise económica e financeira mundial. Desde então foram feitas 161 candidaturas e 635 milhões de euros foram distribuídos por mais de 151 mil trabalhadores e mais de quatro mil jovens que nem estudam nem trabalham.

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Ageas e Teatro D. Maria II vão atribuir prémio Revelação

  • ECO Seguros
  • 16 Setembro 2019

O grupo segurador é o principal patrocinador do Teatro Nacional e ambas as instituições querem premiar jovens que se destacarem no início da sua carreira artística.

O Teatro Nacional D. Maria II e o Grupo Ageas Portugal apresentaram no Salão Nobre Ageas, a primeira edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II que pretende reconhecer e promover os talentos emergentes no panorama teatral, motivando os jovens a desenvolverem o seu percurso profissional neste setor.

O prémio resulta de uma parceria estabelecida a três anos entre a Ageas e o Teatro Nacional D. Maria II, com o objetivo de “fortalecer o serviço público de cultura prestado pelo Teatro”. Para além deste Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II, a parceria estende-se ao projeto Rede Eunice Ageas, amadrinhado pela atriz Eunice Muñoz, e que se desenvolve em parceria com municípios que queiram proporcionar às suas comunidades um reforço da oferta teatral de qualidade.

Inês Simões, Diretora Comunicação Corporativa e Marca do Grupo Ageas Portugal, afirma que “este prémio é mais um passo do Grupo Ageas Portugal no incentivo do trabalho artístico, mas é também “uma das muitas iniciativas do Grupo no apoio a jovens talentos, que noutros projetos estendemos a áreas tão variadas como as artes, a literacia, projetos sociais ou mesmo na área do desporto”.

O Prémio, no valor de 5000 euros, será atribuído a um profissional de teatro, que tenha até 30 anos de idade, completos até 31 de dezembro de 2019, e cujo trabalho artístico se destaque durante este ano. O vencedor, eleito por um júri composto por 15 representantes do meio artístico e cultural português, será anunciado no próximo Dia Mundial do Teatro, a 27 de março de 2020.

Para Tiago Rodrigues, Diretor Artístico do Teatro Nacional D. Maria II, “É de extrema importância a criação de um Prémio anual, atribuído por um júri de pares, que dá expressão ao modo como a comunidade teatral portuguesa valoriza os jovens criadores”.

O júri do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II é constituído por quinze profissionais, representativos de diversas áreas associadas ao meio artístico e cultural português: Albano Jerónimo, Álvaro Correia, Beatriz Batarda, Carlos Avilez, Catarina Barros, Cristina Carvalhal, Inês Barahona, John Romão, José António Tenente, Marta Carreiras, Mónica Garnel, Nuno Cardoso, Tónan Quito, Rui Horta e Rui Pina Coelho.

A Ageas é um grupo segurador internacional, sediado em Bruxelas. Tem 190 anos e está presente em 14 países da Europa e da Ásia, contando com cerca de 13 mil colaboradores. Opera em Portugal desde 2005 através das marcas Ocidental e a Médis, às quais se juntaram em 2016 a Ageas Seguros e a Seguro Directo.

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Produção de petróleo pode demorar meses a ser reestabelecida. E não há “almofada”

Saudi Aramco poderá "levar meses" a retomar a produção em pleno, após os ataques. E não há capacidade, no mundo, para tapar o "buraco" de mais de cinco milhões de barris diários.

A Arábia Saudita perdeu, de um momento para o outro, metade da sua capacidade de produção de petróleo. Desapareceram mais de cinco milhões de barris diários num ataque perpetrado com drones que poderá levar meses a reparar. Criou-se um “buraco” na oferta de petróleo mundial, sendo que não há capacidade extra no mundo para o “tapar”. Só as reservas podem mitigar este desequilíbrio entre a oferta e a procura, mas invariavelmente os preços vão ficar mais caros.

De cerca de dez milhões de barris diários, a Saudi Aramco, a companhia estatal do reino saudita, viu a sua capacidade de produção de petróleo reduzida a metade após o ataque às instalações da empresa em Abqaiq e Khurais. Apesar de a empresa ter tentado acalmar os receios dos investidores, anunciado uma rápida reparação das instalações afetadas, surgem agora várias fontes a alertarem que será complicado que consiga voltar ao normal em breve. As nuvens de fumo vistas do espaço mostram que o impacto dos ataques foi significativo.

À Reuters, duas fontes próximas da Saudi Aramco, revelaram que foram informadas de que o regresso à produção em pleno poderá “levar meses”. E enquanto isso não acontece, procuram-se formas de tentar compensar a redução da produção por parte do maior produtor de petróleo do mundo. Mas não é uma tarefa fácil.

Não há, no mundo, “almofada” para absorver um impacto na produção como este. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tinha, em junho, uma capacidade de produção de petróleo extra em torno dos 3,2 milhões de barris por dia, inferior à perda agora registada. E destes 3,2 milhões, cerca de dois milhões de barris extra vinham da Arábia Saudita. Sobra menos de um milhão de barris de capacidade adicional.

Mesmo outros países fora da OPEP, como a Rússia, têm pouca margem para aumentar a oferta, sendo que para muitos outros não é de todo viável explorar poços de petróleo simplesmente porque o custo não é compensado com o preço atual da matéria-prima. Entre esses produtores estão os de petróleo de xisto, dos EUA.

Petróleo dispara com ataque na Arábia Saudita

Há uma quebra de produção efetiva, que não será reposta em breve, que deverá afetar a oferta, mesmo num contexto de abrandamento do crescimento da procura. Para evitar o desequilíbrio nos mercados internacionais, a Arábia Saudita está a libertar reservas, sendo que também os EUA vão fazer o mesmo. E poderá haver um esforço global que será coordenado pela AIE para que vários países coloquem parte dos barris que detêm no mercado para evitar uma escalada das cotações.

Mesmo com os esforços para manter a oferta, as perspetivas de menor produção de petróleo nos próximos tempos estão a levar as cotações da matéria-prima a disparar. O Brent chegou a ganhar quase 20%, a maior subida de 1991, para superar os 70 dólares, tendo aliviado, entretanto, a tendência positiva, mas segue nos 65 dólares. E nos EUA, o West Texas Intermediate está nos 60 dólares.

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Grupo Dia multiplica por 14 prejuízos no primeiro semestre para 418 milhões de euros

  • Lusa
  • 16 Setembro 2019

A empresa considera que o despedimento coletivo em Espanha, outras medidas na estrutura do Brasil e o encerramento de 663 lojas deficitárias podem, entre outros fatores, explicar estes resultados.

O grupo de supermercados espanhóis Dia, dono do Minipreço em Portugal, teve prejuízos de 418 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, multiplicando por 14 os resultados negativos apresentados há um ano.

“Na primeira metade do ano, as receitas da Dia foram afetadas por uma série de fatores negativos e extraordinários. Como resultado, registou-se uma perda líquida atribuível de 418 milhões de euros”, explica a empresa em comunicado.

Estes são os primeiros resultados anunciados depois de o russo Mijaíl Fridman ter passado a controlar a empresa em maio passado e, segundo fontes da empresa, refletem a mudança de estratégia que a nova administração tem imprimido.

Entre os fatores que levaram a estes resultados, a empresa sublinha, entre outros, o despedimento coletivo em Espanha e outras medidas na estrutura do Brasil para melhorar a produtividade, o encerramento de 663 lojas deficitárias com uma contribuição negativa permanente e a interrupção de atividades não estratégicas para reduzir a complexidade e melhorar a eficiência.

“A nova administração do Dia está plenamente consciente da exigente situação. A equipa tem os conhecimentos e a experiência para colocar o negócio de novo em andamento e continuar a tomar as medidas necessárias para colocar a Dia numa posição de força para alcançar o êxito a longo prazo. Todos os dias haverá melhorias e mudanças, o que levará ainda algum tempo”, assinala Karl-Heinz Holland, presidente executivo (CEO) do grupo.

De acordo com a informação enviada à Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV), o regulador de mercados espanhol, o grupo Dia registou vendas líquidas de 3.400 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, uma descida de 7% em relação ao mesmo período de 2018.

A empresa destaca que conta agora com um ‘cash-flow’ (dinheiro em caixa) “estável e um sólido” fundo de manobra que, juntamente com uma clara estrutura de capital, liquidez e uma reputada equipa de gestão, “está capacitado para reforçar o seu balanço financeiro”.

O Grupo Dia já tinha anunciado no início de setembro que desistiu de vender a Clarel, empresa especializada em cuidados pessoais de beleza e cosmética com 1.300 lojas em Portugal e Espanha, que tinha sido posta à venda no início do ano.

A possível venda da Clarel, com 71 lojas em Portugal, fazia parte do plano estratégico dos anteriores responsáveis pela gestão do grupo, mas a nova direção nomeada por Mikhail Fridman, que agora detém 70% do grupo, acredita no potencial da empresa.

A empresa anunciou ainda que a Clarel terá uma estrutura “que funcionará independentemente da empresa-mãe [Dia]” e que para gerir esta nova unidade de negócio foi nomeado um novo presidente executivo (CEO), Paul Berg, com mais de 25 anos de experiência em cadeias alimentares e de consumo e “um perfil muito internacional e versátil”.

Em Portugal, o Grupo Dia tinha no final do ano passado 223 estabelecimentos próprios e 309 franchisados com as marcas Minipreço, Mais Perto e Clarel.

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Cascais propõe investir seis milhões para recuperar forte de Salazar

  • ECO
  • 16 Setembro 2019

A Câmara de Cascais propõe investir seis milhões de euros no Forte Velho de Santo António da Barra. O projeto de reabilitação pretende promover o mar e a língua nos próximos 50 anos.

A Câmara Municipal de Cascais quer investir seis milhões de euros no Forte Velho de Santo António da Barra. O local, conhecido como forte de Salazar, por ser o local escolhido pelo antigo chefe de Governo do Estado Novo para passar férias, tinha sido colocado na lista de imóveis a serem vendidos ao abrigo da Lei das Infraestruturas Militares, mas o Ministério da Defesa já veio esclarecer que não está à venda.

A confusão instalou-se quando, na passada sexta-feira, o Ministério da Defesa publicou em Diário da República a Lei de Infraestruturas Militares (LIM), a qual prevê rentabilizar os imóveis devolutos afetos à Defesa Nacional e às Forças Armadas através da venda, arrendamento ou permuta dos espaços, entre outras fórmulas. Segundo, fonte do Ministério da Defesa, citada pelo Diário de Notícias (acesso livre), o imóvel não está a venda, acrescentado que apenas apareceu na LIM porque o protocolo de cedência à autarquia tem validade anual, sem explicar, no entanto, porque é que o forte foi cedido sem constar na lista de imóveis a alienar.

A integração do forte de Salazar na LIM não caiu bem ao presidente da Câmara de Cascais. Carlos Carreiras considera que “não faz sentido” quando existe um protocolo de cedência em vigor e com cláusulas específicas para a sua possível renovação após 2020.

O plano de reabilitação do forte é avançado pelo próprio presidente da autarquia, ao DN, referindo que, ao contrário das propostas iniciais que previam que fosse fechado ao público e transformado na sedes das Conferências do Estoril, a Câmara de Cascais apresentou um projeto de reaproveitamento ao Estado com um investimento de seis milhões de euros e tendo como contrapartida a utilização do forte por 50 anos. A ideia é transformar o imóvel num espaço “dedicado ao mar e à língua, dois patrimónios desaproveitados”.

A autarquia espera agora pela resposta do Executivo para saber se concorda ou não com o projeto camarário. “Aguardamos que nos digam se aceitam ou não, ou se têm alguma sugestão”, explica o autarca social-democrata. Mas as condições do Ministério são claras: o município terá de manter o forte aberto ao público, reabilitá-lo e apresentar um projeto de utilização futura cujo investimento permita “estimar o seu tempo de cedência por um prazo maior”.

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Turismo abranda em julho. Nórdicos procuram menos Portugal

Crescimento do alojamento turístico trava com cada vez menos turistas alemães, holandeses, suecos ou dinamarqueses a visitar Portugal, mostram dados do INE. Madeira intensifica quebra na procura.

O setor do alojamento turístico em Portugal contou com 2,8 milhões de hóspedes, responsáveis por 8,2 milhões de dormidas, em julho de 2019, números que representam um crescimento de 5,4% e 2,2%, respetivamente, e que comparam com as evoluções de 10% e 6,1% registadas em junho, segundo dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística esta segunda-feira, com o organismo a salientar o “abrandamento no ritmo de crescimento da atividade de alojamento turístico” no período.

Contabilizando as estadias em hotéis, aparthotéis, apartamentos e aldeamentos turísticos, pousadas, quintas, alojamentos locais ou turismos rurais ao longo do mês de julho, o INE salienta que se registou nesse mês uma redução de 3% na estada média dos turistas, sobretudo à conta dos visitantes não residentes (-3,6%), destacando igualmente uma quebra na taxa líquida de ocupação, que se ficou pelos 60%, menos 1,7 p.p. face a julho de 2018, isto quando em junho a variação homóloga tinha mostrado uma ligeira melhoria de 0,3 p.p..

À boleia do recuo nas estadas médias de turistas, também a evolução dos proveitos abrandou em julho, crescendo 6,2% contra os 11,8% de junho, “atingindo 537,8 milhões de euros”. Com estadas mais curtas e taxas de ocupação mais reduzidas, o “rendimento médio por quarto disponível” e “por quarto ocupado” também sofreram, evoluindo apenas 0,7% no primeiro caso, valor que compara com o salto de quase 7% registado em junho, e 1,2% no segundo caso — contra 6,2% em junho.

Em relação a tipologias, o INE aponta que “as dormidas na hotelaria (82,2% do total) registaram um ligeiro aumento de 0,8% em julho. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,5% no total) cresceram 11,4% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,2%) aumentaram 2%”.

Cada vez menos nórdicos em Portugal

Os 2,8 milhões de hóspedes contabilizados nos diversos destinos portugueses no mês de julho representaram um crescimento de 5,4% face a julho de 2018, salto para o qual foram especialmente importantes os visitantes residentes no estrangeiro, que aumentaram 5,8%, ainda que também seja de salientar a subida de residentes em Portugal registados em alojamentos turísticos em julho — cresceram 4,7%.

Mas apesar do crescimento no total de visitantes estrangeiros em julho, os dados do INE evidenciam um crescente desinteresse por parte de alguns mercados europeus face ao ‘destino Portugal’. O mercado alemão, responsável por 10% dos turistas que visitam Portugal, prolongou a tendência de decréscimo em julho, com menos 3,8% de visitantes — alargando a quebra para 6,2% entre janeiro e julho –, sendo também de destacar a quebra de turistas oriundos dos Países Baixos, que se acentuou em julho, para -8,7%, valor que no acumulado do ano está em -7,6%.

Além destes dois mercados emissores, também há cada vez menos turistas belgas a procurar Portugal (-8,1% em julho, -5,4% no total do ano), assim como suíços (-1,9% e -1,7%), suecos (-11,5% e -3,2%) ou dinamarqueses (-7,1% e -2,1%), tudo mercados onde o poder de compra é superior à média europeia.

Em sentido contrário, destaca o INE, evoluíram os mercados brasileiro, norte-americano e chinês. No caso dos dois primeiros, registaram-se subidas de 18,3% e 10,3%, respetivamente, com estes dois países a responderem agora por 5,9% e 5,7% do total, e acumulando subidas de 13% e 19% entre janeiro e julho. “São também de salientar os aumentos em julho nos mercados chinês (+15,6%) e irlandês (+11,7%)”, sublinha o INE.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Norte destaca-se em julho, Madeira intensifica quebra

Em termos regionais, o INE salienta que todas as regiões do país tiveram aumentos na procura de dormidas à exceção da região autónoma da Madeira, onde o total de dormidas em julho caiu 4,1% face ao mesmo mês do ano passado, com o arquipélago a assistir assim a uma intensificação da quebra que já vem sentindo este ano. Em sentido contrário, o Alentejo (+3,3%) e a área metropolitana de Lisboa e a região autónoma dos Açores (ambas com +2,3%) foram quem registou as maiores subidas em julho.

Ao todo, e entre janeiro e julho, Portugal registou 38,7 milhões de dormidas em estabelecimentos de alojamento turístico, mais 4,2% que nos primeiros sete meses de 2018, com todas as regiões a contabilizarem crescimentos na procura à exceção da Madeira, que desde o início do ano acumula uma quebra de 3,4% no total de dormidas, com cada vez menos visitantes não residentes em Portugal — menos 4,4% desde janeiro.

Segundo o INE, no total de dormidas registadas em julho 16,3% concentraram-se em Lisboa, o que denota uma tendência para um menor centralismo da capital nesse mês, já que no total do ano Lisboa concentra 20% das dormidas. Lado a lado com os números da capital fica Albufeira, que em julho respondeu por 15% das dormidas registadas.

Na análise mais global aos sete primeiros meses do ano, o INE aponta que a hotelaria foi o segmento que tem vindo a registar o crescimento mais contido em termos de dormidas, com apenas mais 2,5%, valor que compara com a subida de 15,2% no alojamento local e de 7,5% no turismo rural e de habitação. Já os “designados como hostel“, aponta o instituto, estão a registar um crescimento de 25,4%. Ainda assim, os hotéis ainda respondem por mais de 80% das dormidas de visitantes.

“No segmento do alojamento local, desde o início do ano, a AM Lisboa concentrou 38,7% das dormidas, seguindo-se o Norte (quota de 21,2%). No que respeita ao turismo no espaço rural e de habitação, o Norte concentrou 29,6% das dormidas totais nos primeiros sete meses do ano, seguindo-se o Alentejo (24,3%) e o Centro (20,8%)”, detalha ainda ao INE.

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