WhatsApp prepara-se para oferecer seguros na Índia

  • ECO Seguros
  • 26 Julho 2020

A aplicação móvel digital vai oferecer seguros e produtos de pensões. Tem por alvo o segmento de consumo de rendimento baixo fora dos grandes centros urbanos indianos.

A WhatsApp, que tem crescido na Índia na área de pagamentos, está agora a trabalhar com instituições financeiras do país com vista a alargar a oferta de serviços financeiros à mediação de seguros e ao crédito.

Segundo anunciado durante o Global Fintech Fest, a iniciativa é dos parceiros locais da plataforma digital e a adesão aos serviços será decisão dos utilizadores, perspetivando-se que o aplicativo funcione como mero intermediário.

Os bancos têm grande dificuldade de penetração e enfrentam uma série de obstáculos que dificultam a abertura de contas e uso dos serviços bancários. A parceria com o WhatsApp tem-se mostrado vantajosa para os bancos na Índia. De acordo com o site TechCrunch, instituições como ICICI Bank e Kotak Mahindra conquistaram três milhões de clientes graças à parceria com a aplicação.

As partes envolvidas no projeto pretendem ajudar à bancarização, não apenas indivíduos, mas incluir também as pequenas e médias empresas do país na digitalização financeira. “Mesmo que seja pequena, uma conversão da procura para a convergência digital irá traduzir-se em grandes economias no sistema financeiro”, disse Abhijit Bose, diretor da WhatsApp na Índia.

Por seu lado, o WhatsApp, em particular depois da introdução do WhatsApp Pay, conta mais de 400 milhões de utilizadores, sendo um dos aplicativos mais usados no país, proporcionando uma abrangência que outros serviços dificilmente conseguiriam alcançar.

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Seguradores britânicos aplaudem projeto-lei de segurança e incêndio em arranha-céus

  • ECO Seguros
  • 26 Julho 2020

Uma proposta legislativa sobre segurança e riscos em edifícios com altura superior a seis pisos está em consulta pública no Reino Unido. Associação de seguradores e a Zurich avançam reação positiva.

Mais de três anos após o incêndio na torre Grenfell, na zona oeste de Londres, de que resultou trágico balanço de 72 mortos, o Governo britânico apresentou a versão preliminar de um projeto de lei, considerado um “marco na legislação sobre Segurança em Edifícios”.

A tragédia também expôs falhas graves no sistema de construção e gestão de edifícios altos (arranha-céus) de uso residencial. Por isso, a proposta de melhoria do sistema é levada a escrutínio público para recolha de contribuições de interessados, antes de seguir para o Parlamento de Westminster.

A Associação de Seguradoras Britânicas (ABI) reagiu com rapidez e já se congratulou com a divulgação do projeto de lei. James Dalton, que dirige área de apólices na ABI, acredita que a iniciativa é um “passo importante” no sentido de assegurar que os regulamentos de edifícios “sejam atualizados e se adequem” ao fim a que se destinam.

“Importante é o facto de proporcionar a clareza muito necessária a todos os envolvidos na garantia de que as pessoas que vivem em edifícios altos estão seguras”, comentou Dalton. “Contudo, instamos o Governo a alargar o âmbito do projeto de lei de modo a abranger edifícios de qualquer altura que acomodem pessoas vulneráveis”.

Lord Greenhalgh, ministro da tutela (Building Safety and Fire) adiantou que a proposta legislativa introduz “as maiores alterações à segurança dos edifícios dos últimos 40 anos“, aplicando-se a edifícios de 18 metros ou mais, ou com mais de seis pisos de altura. Por outro lado, o projeto poderá melhorar se mais riscos forem identificados com ajuda das partes interessadas.

Entretanto, citado num artigo da Insurance Business, Allison Whitting, especialista da seguradora Zurich na área da habitação, comentou que, se a proposta de lei abrange apenas edifícios com mais de 18 metros ou seis andares, “instamos o governo a expandir o âmbito do diploma para incluir toda a construção no Reino Unido.”

Notando que as técnicas modernas e novos materiais de construção mudaram a forma como os edifícios construídos no país reagem a incêndios e outros riscos, Whitting acrescentou que “mão-de-obra de má qualidade e aplicação pouco rigorosa das normas de construção têm frequentemente resultado em edifícios que oferecem baixos níveis de proteção contra incêndios”. A Zurich referiu ainda que “há muito apela a reformas na segurança dos edifícios para assegurar que procedimentos robustos em todas as fases de conceção, construção e ocupação das habitações sejam implementados para melhor proteger os residentes em todos os tipos de empreendimentos, não apenas nos arranha-céus de uso residencial”.

Junto com a publicação do projeto de lei de segurança dos edifícios, o Governo lançou uma consulta específica relativa a segurança contra incêndios com vista a implementar recomendações incluídas no inquérito realizado sobre a tragédia da Torre Grenfell.

A propósito, Whittington declarou: “A consulta sobre reformas na segurança contra incêndios é fundamental para assegurar que a legislação seja bem-sucedida na proteção de vidas e propriedades, e a Zurich aguarda com expectativa a divulgação das conclusões da consulta pública”.

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Moda de quatro patas ganha clientes em tempos de Covid-19

Marca portuguesa de acessórios para os animais de estimação nasceu em plena pandemia, mas nem a Covid-19 prejudicou o negócio. "Pandemia aproximou mais as pessoas dos seus quatro patas", diz a Dashi.

O negócio dos animais de estimação está em ascensão e a moda já chegou a este setor. No final do ano passado, Ricardo Pinto, lançou uma marca portuguesa de acessórios dedicada aos amigos de quatro patas, a Dashi. Apesar do lançamento coincidir praticamente com o início da pandemia, o fundador destaca que a Covid-19 não prejudicou o negócio. Bem pelo contrário.

“Durante esta pandemia as pessoas aproximaram-se mais dos seus animais de estimação, passaram a estar mais tempo em casa e a ter mais disponibilidade para amar e cuidar. Vi pessoas que tinham vontade de ter animais de estimação e viram nesta pandemia uma oportunidade”, conclui o fundador da Dashi.

Já existem muitas marcas que vendem acessórios como coleiras, trelas e peitorais para animais de estimação, mas até nesse mercado este tipo de produtos está a evoluir para acessórios mais personalizados, como diz o fundador “acessórios cheios de pinta”.

Os peitorais com padrões reversíveis são o produto mais vendido, seguido das coleiras e das trelas. A marca já vende para dez países, sendo a Europa o principal mercado. “Os peitorais têm dois designs: de um lado tem uma parte mais figurativa com cores vivas e do outro lado um design menos expressivo”, conta Ricardo Pinto.

Com estilo até no desporto

Os animais acompanham, muitas vezes, os donos nas práticas desportivas, seja a correr, andar de bicicleta ou até mesmo andar de skate e as trelas nem sempre são as mais adequadas. Focado em resolver esse problema, o fundador adianta ao ECO que vão lançar no final do ano uma nova gama de produtos associados às praticas desportivas. “É uma linha desportiva de trelas e arneses mais associadas à prática desportiva”, conta o fundador ao ECO.

“A moda acontece no lançamento da marca, mas estes produtos estão mais focados em inovação e desenvolvimento, vão ter uma componente técnica e uma parte prática. Estamos a desenvolver produtos para encontrar a melhor forma de andar com o cão nas práticas desportivas”, adianta ao ECO, Ricardo Pinto, fundador da Dashi.

 

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TAP garante que “cumpre toda a legislação” sobre direitos dos passageiros

  • Lusa
  • 26 Julho 2020

Transportadora aérea assegura que “os reembolsos em numerário estão disponíveis quando solicitados, como aliás consta na página de internet”.

A TAP assegurou este domingo cumprir “todos os regulamentos e legislação aplicáveis” relativamente aos direitos dos passageiros, depois de a Comissão Europeia ter exortado a uma investigação à transportadora no seguimento dos voos cancelados por causa da covid-19. “A TAP cumpre todos os regulamentos e legislação aplicáveis”, salienta a companhia aérea portuguesa numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

Reagindo à entrevista dada à Lusa pelo comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, na qual o responsável solicitou uma investigação das autoridades portuguesas à TAP sobre o cumprimento das normas comunitárias para proteção dos passageiros, a transportadora aérea assegura que “os reembolsos em numerário estão disponíveis quando solicitados, como aliás consta na página de internet”.

Nos restantes casos, “a TAP entregou vouchers majorados em 20% com validade alargada aos passageiros, quando pedidos e aceites pelos próprios”, ressalva a transportadora.

A Comissão Europeia solicitou este domingo uma investigação das autoridades portuguesas à TAP relativamente à salvaguarda dos direitos dos passageiros, após terem chegado a Bruxelas queixas sobre alegada imposição de vales, em detrimento de reembolsos, e prestação de informações enganosas.

“Recebemos uma notificação da Organização Europeia de Consumidores e a TAP foi uma das oito companhias aéreas envolvidas na discussão. Cabe às autoridades portuguesas responsáveis pela defesa dos consumidores investigar e verificar se se registaram práticas concorrenciais desleais”, afirmou em entrevista à Lusa, em Bruxelas, o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders.

Segundo o responsável, a Bruxelas foi denunciado que a TAP e sete outras companhias aéreas europeias estavam a “impor vouchers, a prestar informações confusas aos consumidores sobre os seus direitos e que, por vezes, era difícil os passageiros receberem ou pedirem reembolsos em dinheiro”, no seguimento do cancelamento de milhares de voos devido às medidas restritivas para conter a covid-19.

É possível que estas empresas recebam milhares de pedidos de reembolso e se não pagam em sete dias [como dita a lei] isso é fácil de compreender”, mas “se o processo de pedidos de reembolso foi, intencionalmente, dificultado ou se adiado […] esse é um verdadeiro problema porque se está a pedir ao consumidor que seja credor da empresa e é nesse âmbito que podem existir investigações”, justificou Didier Reynders.

Por isso, “agora está nas mãos das autoridades nacionais verificarem se houve, de facto, práticas comerciais desleais”, frisou o comissário europeu que tutela a área dos consumidores. Antes, na passada quinta-feira, a Organização Europeia de Consumidores (BEUC, sigla inglesa) acusou oito companhias aéreas europeias, incluindo a TAP Portugal, de violarem os direitos dos passageiros na sequência das viagens canceladas devido à covid-19, e solicitou uma ampla investigação no setor.

Segundo a BEUC – que em Portugal é composta pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) – em causa estão situações como a impossibilidade de solicitar um reembolso por ser difícil contactar o serviço ao cliente, a dificuldade em encontrar informação sobre reembolsos em dinheiro enquanto os vouchers são sistematicamente promovidos e as falhas de informação aos passageiros sobre os seus direitos.

Além da TAP, as visadas foram a Aegean, Air France, EasyJet, KLM, Norwegian, Ryanair e a Transavia, que, de acordo com a organização, foram as oito companhias aéreas com mais queixas. As normas comunitárias preveem que, perante uma viagem aérea cancelada, as companhias tenham de dar a escolher aos passageiros entre um reembolso em dinheiro e um encaminhamento futuro, nomeadamente através da emissão de um vale para posterior uso, além de serem obrigadas a prestar informação clara.

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Bola de Berlim vira iogurte. Danone inova para contrariar quebra de vendas com a Covid-19

Pandemia provocou quebras nas vendas em Portugal, mas a nível mundial a procura cresceu. Para contrair a tendência, a Danone aposta em inovação e vai lançar o Oikos com sabor a Bola de Berlim.

Depois de ter criado um iogurte grego com sabor a Pastel de Nata, a Danone vai lançar em breve um iogurte com um sabor bem característico do verão, o da Bola de Berlim. É com inovação que o grupo responde a uma quebra das vendas sentida em Portugal durante o período de confinamento, contrariamente ao que se verificou a nível mundial.

“Portugal gosta de inovação e nós lançamos, há três semanas, o Oikos Pastel de Nata. Este produto está a ter tanta saída que está a entrar em rutura. Todos os dias temos que aumentar a produção. É um sabor exclusivo em Portugal e está a resultar muito bem. Como tal, daqui a duas semanas, vamos lançar outro sabor que é o Oikos Bola de Berlim”, diz ao ECO o CEO da Danone Portugal, Ludovic Reysset.

Ludovic Reysset conta que em Portugal o negócio não beneficiou com a Covid-19: consumo baixou durante o período de confinamento. A Danone perdeu quota de mercado, nos meses de março, abril e maio, mas apenas em Portugal: “a quebra nas vendas só aconteceu em Portugal, a nível mundial crescemos”. Ludovic Reysset explica que durante o período de confinamento, os portugueses tiveram que apertar o cinto e acabaram por optar por marcas brancas. “Este tipo de marcas está a ganhar quota no mercado”, refere.

“A categoria iogurte sofreu em Portugal porque é considerada um snack e, regra geral, é mais usado mais no trabalho, ao sair de casa, ao contrário do que acontece em França ou em Espanha que é um consumo de sobremesa, de refeição”, conta ao ECO, o country manager da marca em Portugal que fatura mais de 115 milhões de euros, por ano.

Em Portugal, o negócio não beneficiou com a Covid-19 e o consumo baixou durante o período de confinamento, mas esta quebra nas vendas só aconteceu em Portugal, a nível mundial crescemos.

Ludovic Reysset

CEO da Danone Portugal

Apesar desta quebra, a nível de vendas, no mercado português, a Danone decidiu, a nível mundial, que não ia entrar em lay-off nem rescindir contratos de trabalho. Para o country manager da marca salvaguardar postos de trabalho é uma forma de reter talento. “O bem-estar do colaborador é essencial para nós e o nosso objetivo é dar sempre mais que aquilo que a lei exige, seja a nível de salário, licenças de maternalidade/paternalidade”, reforça Ludovic Reysset.

O CEO da marca em Portugal, avança que no mês passado e neste mês, a Danone Portugal já está a recuperar e acredita que a Danone vai dar a volta a esta crise, apesar de estar consciente que é necessário mudar o paradigma, apostar em inovação, produtos com menos açúcar e mais saudáveis, sem nunca esquecer a questão da sustentabilidade.

Danone acaba com tampas de plástico em todas as garrafas de iogurte

As novidades não ficam por aqui. Com vista a reduzir a pegada ecológica, a Danone Portugal vai acabar com todas as tampas de plástico nas garrafas dos iogurtes, a partir de agosto. “60% das vendas de iogurte em Portugal são líquidas e apesar de todos os nossos concorrentes manterem as tampas de plástico nós estamos a retirar essa tampa em todos os produtos”, refere o CEO da Danone.

Ludovic Reysset, CEO da Danone PortugalDanone

Em Portugal, um dos compromissos do grupo até 2024 é trocar o plástico das embalagens por plástico reciclado em todos os produtos do grupo Danone. “A nossa missão passa por ‘One Planet. One Health’, logo o nosso objetivo é termos plástico reciclado em todos os nossos produtos”, destaca Ludovic Reysset.

Da inovação à sustentabilidade, sem esquecer as causas sociais

A Danone acabou de lançar um movimento solidário intitulado de “Juntos”. O country manager da marca em Portugal adianta ao ECO que “quem levar para casa um pack de quatro unidades de iogurtes da gama #juntos, vai ter a oportunidade de doar um iogurte às famílias apoiadas pela Rede de Emergência Alimentar.

É um produto feito em Portugal, com leite 100% português. Para o CEO da Danone, este tipo de iniciativas para além de ajudar as famílias mais carenciadas é “uma forma de ajudar a economia local a recuperar”, conclui Ludovic Reysset.

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Casos de coronavírus em Portugal ultrapassam os 50 mil. Há mais 209 infetados e um morto

Nas últimas 24 horas, foram identificados 209 novos casos do novo coronavírus em Portugal, com o número total de infetados a subir para 50.164.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) identificou 209 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 50.164 o número total de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida de 0,42% face ao dia anterior. Nas últimas 24 horas, morreu uma pessoa com a doença, de acordo com a última atualização das autoridades de saúde.

No seguimento do que se tem vindo a observar desde meados de maio, a maioria das novas infeções foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo. Foram identificados 155 novos casos nesta região, o que representa 74% do total. Ou seja, sete em cada dez novas infeções foram detetadas nesta região.

Lisboa é, assim, a região com mais casos registados até ao momento (25.448 casos de infeção e 586 mortes), à frente do Norte (18.503 casos e 828 mortes), do Centro (4.407 casos e 252 mortes), do Algarve (853 casos e 15 mortes) e do Alentejo (688 casos e 21 mortes). Nas regiões autónomas, os Açores registam 160 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 105 pessoas infetadas.

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 403 estão internados (menos sete face ao dia anterior), dos quais 48 em unidades de cuidados intensivos (menos dois). Há 1.429 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, enquanto 35.157 pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, a 2 de março, morreram 1.717 pessoas vítimas da doença, mais uma nas últimas 24 horas. Quanto ao número de pessoas dadas como recuperadas, são agora 35.217, ou seja, mais 237 que ontem.

Boletim epidemiológico de 26 de julho

(Notícia atualizada às 13h15)

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Trabalhos rurais proibidos até quarta-feira para prevenir incêndios

Incêndios de Ponte de Lima, Vinhais e Vila Flor foram já dominados, mas continua um outro ativo em Castelo Branco. Há 700 bombeiros, 14 meios aéreos e quatro máquinas de rasto em operação.

Todas as atividades dispensáveis em espaços rurais estão proibidas nos próximos dois dias para prevenir os incêndios, anunciou este domingo o ministro de Administração Interna, Eduardo Cabrita. Numa conferência de imprensa em que fez o ponto de situação sobre os incêndios que estão a ser combativos por cerca de sete centenas de operacionais.

“Temos verificado mais uma vez nos últimos dias que grande parte dos incêndios são evitáveis. Por isso, determinámos que serão proibidos todos os trabalhos em espaço rural, exceto o combate a incêndios florestais e a garantia da alimentação a animais, pelo menos até às 24 horas da próxima terça-feira“, anunciou o governante.

“O que vai ser declarado é a situação de alerta pelo Governo”, explicou Cabrita. Referiu que a situação está a ser avaliada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, numa altura em que 54 concelhos do interior Norte, do Centro, Alentejo e Algarve estão em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Essa situação de alerta “permite mobilizar recursos, dispensar de trabalho todos os bombeiros voluntários, colocar no nível de prontidão máximo todas as entidades do sistema e proibir atividades de risco”. Eduardo Cabrita sublinhou que “não é só serem desaconselhados”, mas sim que “pirotecnia, trabalhos agricolas com máquinas e uso de fogo na floresta são crime e serão tratados como tal“.

“Vivemos nos últimos dias uma dimensão muito significativa de incêndios rurais, que se tem marcado por uma média de 120 incêndios por dia no mês de julho, em especial nos últimos 10 dias. Ainda ontem [sábado] registámos 123 incêndios com a participação de 4.400 operacionais e com 103 intervenções de meios aéreos“, disse o ministro.

Os incêndios de Ponte de Lima, Vinhais e Vila Flor foram já dominados, mas continua um outro ativo em Castelo Branco. O incêndio começou no sábado em Oleiros, matou um bombeiro e fez seis feridos, tendo alastrado para uma zona com pequenas aldeias em Proença-a-Nova e Sertã. Há 700 bombeiros, 14 meios aéreos e quatro máquinas de rasto em operação no terreno.

Eduardo Cabrita admite que este incêndio possa envolver mobilização de dispositivos até terça ou quarta-feira. “A prioridade é a salvaguarda da vida humana com a realização das evacuações que se vierem a mostrar necessárias. Estamos a colocar todos os esforços na contenção do incêndio e na proteção da população“, acrescentou.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou este domingo sobre a situação dos incêndios no país, dizendo que a pandemia afetou a prevenção e está a dificultar o combate. “Quanto à prevenção, ela sofreu, há que dizer, de facto, sofreu com a pandemia. Os meses que eram meses cruciais da transição da primavera para o verão foram meses acabados por não existir“, disse o chefe de Estado em declarações transmitidas pela SIC Notícias.

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que as há “condições difíceis” de combate aos fogos porque o confinamento limitou a capacidade de implementar medidas de prevenção. Ainda assim, o Presidente da República faz um balanço positivo. “Até agora o que se pode dizer é que, na generalidade dos casos, houve capacidade de resposta, sobretudo nos grandes casos, nos grandes fogos”, acrescentou.

(Notícia em atualizada às 16h30)

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Auditoria à parte? Em Portugal, pesa pouco no negócio das “big four”

Separação entre a atividade core das auditoras e outras atividades está em foco após escândalos financeiros. Reino Unido tornou obrigatório, enquanto a Zona Euro tem apenas regras de transparência.

As grandes auditoras vão ter regras mais apertadas, no Reino Unido. As quatro maiores firmas de contabilidade — PwC, Deloitte, EY e KPMG — têm até junho de 2024 para separar as unidades de auditoria do restante negócio. Em Portugal — que reflete a legislação da Zona Euro –, não há regras específicas sobre separação de atividade, apesar de o negócio core ter um peso reduzido para as receitas do setor.

Do total de 542,3 milhões de euros que PwC, Deloitte, EY e KPMG registaram em receitas em Portugal, no ano passado, apenas 23% diz respeito a auditoria. O caso mais expressivo é o da Deloitte, que o peso da auditoria é de apenas 9% nos resultados, contra mais de 30% para as três outras firmas.

Os dados — que mostram que a auditoria não é, de longe, o negócio principal destas empresas — são conhecidos porque os princípios de normalização contabilística obrigam a que a informação seja reportada separadamente. Mas na lei da União Europeia ou de Portugal não há referência específica à separação das atividades como passará a ser feito no Reino Unido.

Serviços de consultoria têm mais peso que auditoria

Fonte: relatórios de transparências referentes a 2019 das auditores

Melhorias na qualidade da auditoria bem recebidas

O Financial Reporting Council (FRC), regulador britânico para as empresas de auditoria e contabilidade divulgou um conjunto de 22 princípios sobre a separação operacional das unidades de auditoria. As big four têm até 23 de outubro para apresentar os planos de implementação, que têm de estar executados até junho de 2024.

“As medidas não se aplicam aos países da União Europeia. Apenas a Diretiva e Regulação da Auditoria são aplicáveis”, confirmou ao ECO a Autoridade Europeia de Mercados de Valores Mobiliários (ESMA, na sigla em inglês). “Sobre este assunto, a reforma da auditoria de 2014 não introduziu uma separação formal das firmas de auditoria, mas introduziu a proibição ou limitação da provisão de serviços de não-auditoria para evitar conflitos de interesse“.

As próprias empresas não estão preocupadas com a alteração já que não antecipam que seja replicada na UE. “O enquadramento regulatório e operacional difere, naturalmente, de região para região”, diz ao ECO a Deloitte. “A Deloitte em Portugal continuará empenhada, enquanto parte da rede global Deloitte, em analisar todas as medidas suscetíveis de enriquecer a qualidade da sua prática de auditoria“, sublinhou.

"Não está neste momento em cima da mesa que a União Europeia ou Portugal adotem medidas similares ao Reino Unido.”

EY

A PwC garante igualmente partilhar os objetivos de “reforço da qualidade e consequente confiança depositada na auditoria, resiliência do mercado e atratividade contínua da profissão como carreira profissional”. E explica que o trabalho que tem desenvolvido nos últimos anos para reforçar a qualidade da auditoria, incorpora já parte dos princípios inerentes às recomendações.

Continuaremos a trabalhar construtivamente com os diversos reguladores dos mercados em que desenvolvemos a nossa atividade, para gerir adequadamente a complexidade e detalhes inerentes a esses princípios“, diz. Já a EY diz que ainda está a analisar o tema pelo que não considera “adequado” ainda comentar o tema, dizendo apenas que “não está neste momento em cima da mesa que a União Europeia ou Portugal adotem medidas similares”.

Há “tradição” de separação em Portugal

A KPMG não espera também alterações legislativas e sublinha que “em Portugal, sempre houve uma matriz de governance que promove a separação entre auditoria e consultoria“, nomeadamente as normas da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre serviços especializados a clientes de interesse público.

O que está presente na lei portuguesa são apenas questões sobre independência e restrição de atividades. Neste grupo incluem-se potenciais conflitos de interesse entre revisores oficiais de contas e entidades auditadas, requisitos legais de independência, procedimentos de organização interna ou mecanismos de controlo de qualidade internos.

"Em Portugal, sempre houve uma matriz de governance que promove a separação entre auditoria e consultoria.”

KPMG

A maior limitação diz respeito à prestação de serviços especializados a clientes de interesse público que não pode ultrapassar 70% dos honorários de auditoria por forma a não criar conflitos de interesses. Adicionalmente os serviços que não sejam de auditoria e que sejam prestados a clientes de auditoria de interesse público têm que ser previamente aprovados pelo órgão de fiscalização do cliente.

“A eventual aplicação de regras semelhantes às agora anunciadas no Reino Unido praticamente não implicariam qualquer alteração à atividade atual da KPMG Portugal, porque na prática já operamos de acordo com o essencial da nova legislação britânica”, diz.

“Na KPMG Portugal aplicamos ainda, desde há muito, um rigoroso controlo interno de qualidade e independência por forma a evitar eventuais conflitos de interesses, abrangendo transversalmente qualquer serviço prestado pela rede. Porque a transparência assenta igualmente na clara identificação das entidades da rede que possam prestar serviços a clientes”, acrescenta.

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Certificados de aforro perdidos por herdeiros rendem dois milhões ao Estado

  • ECO
  • 26 Julho 2020

Herdeiros têm dez anos para reclamar certificados de aforro de familiares falecidos. Se não o fizerem, o montante rever para o Fundo de Regularização da Dívida Pública.

Os certificados de aforro não reclamados por herdeiros rendem ao Estado uma média de dois milhões de euros por ano, segundo noticia este domingo o Público (acesso condicionado). Em causa está uma lei que determina que, caso o montante não seja reclamado num período de dez anos, reverte a favor do Fundo de Regularização da Dívida Pública, mas a Justiça já se mostrou do lado de quem reclama não ter tido conhecimento da existência dos títulos de poupança.

Há, todos os anos, herdeiros a perder poupanças feitas pelos familiares devido ao prazo de prescrição deste produto financeiro. Nos últimos dois anos, o Fundo de Regularização da Dívida Pública recebeu 4,6 milhões de euros, que acrescem a 1,4 milhões em 2017, 2,4 milhões em 2016 e dois milhões em 2015, de acordo com dados recolhidos pelo Público. Apesar de o montante ser elevado, é pouco expressivo se for tido em conta que os aforradores em Portugal têm atualmente 12,1 mil milhões de euros investidos em Certificados de Aforro.

A disposição legal já foi, no entanto, contestada judicialmente por herdeiros que deixaram passar o prazo, segundo o diário. O Tribunal da Relação de Lisboa deu razão aos queixosos, em detrimento da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, por considerar que ninguém pode reclamar o que não sabe que existe pelo que considerou que o prazo deve contar a partir do momento em que o herdeiro tem conhecimento do produto. Acrescentou ainda que como os óbitos têm de ser comunicados ao Estado, este tem mecanismos para informar os herdeiros da existência dos certificados.

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CEO do grupo Pestana pede prolongamento do layoff simplificado no turismo devia ser prolongado até março

  • ECO
  • 26 Julho 2020

José Theotónio diz, em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, que a recuperação do setor do turismo ainda vai demorar, pelo menos, entre três e cinco anos.

O CEO do Grupo Pestana, José Theotónio, pede ao Governo que prolongue o lay-off simplificado no turismo até março. Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios (acesso livre), o responsável do maior grupo hoteleiro em Portugal explica que o o verão está perdido para o setor por Portugal ter ficado de fora dos corredores aéreos do Reino Unido e devido aos focos da pandemia em Lisboa.

“Acho que o prolongamento do lay-off simplificado é aquilo que o setor precisa e não é até setembro porque algumas empresas vão conseguir trabalhar em agosto, setembro e até um pouco em outubro, mas depois o turismo português acaba e se o turismo internacional não vier, então estamos vazios novamente. Para o setor do turismo, o lay-off simplificado deveria ir até fevereiro ou março do próximo ano”, diz Theotónio em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.

O gestor do Grupo Pestana diz que o verão está perdido devido à exclusão de Portugal do corredor turístico e aos novos focos da pandemia na área de Lisboa. De forma geral, estima que o turismo só volte aos níveis de 2017 dentro de três a cinco anos. “Recuperações aos níveis de 2017, 2018 e 2019 — que foram os grandes anos — ainda vai demorar um período longo. Não tenhamos ilusões“, acrescentou.

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Tarifa social de net “pode ser boa medida” se for paga com “fundos públicos”, diz o setor

A Apritel, que representa Meo, Nos e Vodafone, vê com bons olhos a criação da tarifa social de internet. Mas quer que seja o Estado a pagar a medida para não "sobrecarregar apenas" o setor.

As operadoras consideram que a criação da tarifa social de internet é “uma boa medida”, mas avisam que “o financiamento desta política deve ser assegurado por fundos públicos e não sobrecarregar apenas” as empresas de telecomunicações. É a primeira reação da Apritel, a associação do setor, ao anúncio feito pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, na quarta-feira, no Parlamento.

“A estratégia de digitalização da economia e da sociedade exige a implementação de políticas a vários níveis de modo a garantir que nenhum segmento da população fica em risco de exclusão social, nomeadamente por motivos de insuficiência económica. Nesse sentido, a tarifa social de internet poderá ser uma boa medida”, começa por considerar a Apritel, em resposta a perguntas colocadas pelo ECO. Contudo, sem se conhecerem os detalhes do que está a ser preparado pelo Governo, considera que “é prematuro fazer uma avaliação mais profunda”.

“Não são conhecidas características fundamentais desta medida, nem a sua articulação com outras políticas tão ou mais importantes para combater aquele risco, como sejam políticas de promoção da literacia digital e de subsidiação de equipamentos terminais, dois dos principais fatores que condicionam a penetração do serviço de acesso à internet em Portugal”, reconhece a associação que tem Pedro Mota Soares como secretário-geral.

O ECO também questionou a Apritel sobre como a tarifa social de internet pode ser tecnicamente implementada, visto que o mercado é dominado por ofertas convergentes com vários serviços. A associação que reúne Meo, Nos e Vodafone, entre outras empresas do setor, salienta, desde logo, que a medida, “como o próprio nome indica, diz apenas respeito ao serviço de acesso à internet e deverá ser aplicada a uma oferta em que este serviço é prestado de forma isolada” e sem estar inserida “em qualquer pacote de serviços”. Isto pode acontecer “independentemente da tecnologia de suporte” (ADSL, 4G ou fibra) e assegura que “já hoje existem ofertas de acesso à internet sem agregação de outros serviços”.

Quanto à forma de financiamento, a Apritel descarta a possibilidade de a tarifa social vir a ser financiada pelo próprio setor. “Uma política social que visa garantir um acesso adequado à internet de banda larga a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, traz benefícios não apenas para o setor das comunicações eletrónicas, mas também para toda a economia e para a sociedade no seu conjunto. Como tal, o financiamento desta política deve ser assegurado por fundos públicos e não sobrecarregar apenas este setor”, justifica a associação.

Em causa está uma proposta do PS que o Governo já confirmou no Parlamento que vai mesmo avançar. Numa audição sobre 5G, Alberto Souto de Miranda revelou que o Governo prepara-se para criar a tarifa social de internet “em benefício das pessoas que, normalmente, beneficiam da tarifa social de eletricidade”.

O financiamento desta política [da tarifa social de internet] deve ser assegurado por fundos públicos e não sobrecarregar apenas este setor.

Apritel

Apritel não vê necessidade de um serviço universal. Mercado já dá “boa resposta”

No ano passado, o Governo pôs fim ao serviço universal de telefone fixo, que era prestado pela Nos, mas só tinha dois clientes. Na altura, foi levantada a possibilidade de ser criado um serviço universal de internet, assegurando que todos os portugueses possam ter acesso à internet a preços acessíveis, independentemente de haver já cobertura das operadoras na sua região. Para a Apritel, é uma necessidade que não se coloca, pois o mercado já dá “boa resposta” a este nível.

“O serviço universal de comunicações eletrónicas é, por definição, um instrumento de política económica e social que funciona enquanto rede de segurança, caso o normal funcionamento do mercado e a utilização de outros instrumentos não permitam assegurar que não existem segmentos da população privados de participar plenamente na sociedade”, explica a Apritel. Para a associação, o problema é outro: “A existência de franjas da população que não acedem ou que não querem aceder à internet é um problema que requer, fundamentalmente, medidas integradas de estímulo à procura por este serviço”, assegura, dando como exemplo a própria tarifa social.

Assim, “do ponto de vista da cobertura das redes, o serviço universal não é um instrumento eficiente de intervenção”, garante. “O mercado tem estado a dar uma boa resposta a este nível, Portugal é exemplar em termos de cobertura fixa e móvel, e as falhas residuais de cobertura que se verifiquem devem ser atendidas através de outras políticas, como por exemplo o financiamento público de redes de novas geração em locais onde o investimento não seja economicamente viável para qualquer operador”, destaca.

Importa recordar que esta é uma posição que já foi defendida, a título individual, pela Meo. Numa declaração recente, Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, considerou que deve ser o Estado a financiar o desenvolvimento das redes de comunicações eletrónicas em zonas onde não seja economicamente viável para os operadores privados investirem.

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Bruxelas pede investigação aos direitos dos passageiros na TAP

  • Lusa
  • 26 Julho 2020

A Bruxelas foi denunciado que a TAP e sete outras companhias aéreas europeias estavam a “impor vouchers, a prestar informações confusas aos consumidores sobre os seus direitos.

A Comissão Europeia solicita uma investigação das autoridades portuguesas à TAP relativamente à salvaguarda dos direitos dos passageiros, após terem chegado a Bruxelas queixas sobre alegada imposição de vales, em detrimento de reembolsos, e prestação de informações enganosas.

“Recebemos uma notificação da Organização Europeia de Consumidores e a TAP foi uma das oito companhias aéreas envolvidas na discussão. Cabe às autoridades portuguesas responsáveis pela defesa dos consumidores investigar e verificar se se registaram práticas concorrenciais desleais”, afirmou em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders.

Segundo o responsável, a Bruxelas foi denunciado que a TAP e sete outras companhias aéreas europeias estavam a “impor vouchers, a prestar informações confusas aos consumidores sobre os seus direitos e que, por vezes, era difícil os passageiros receberem ou pedirem reembolsos em dinheiro”, no seguimento do cancelamento de milhares de voos devido às medidas restritivas para conter a covid-19.

“É possível que estas empresas recebam milhares de pedidos de reembolso e se não pagam em sete dias [como dita a lei] isso é fácil de compreender”, mas “se o processo de pedidos de reembolso foi, intencionalmente, dificultado ou se adiado […] esse é um verdadeiro problema porque se está a pedir ao consumidor que seja credor da empresa e é nesse âmbito que podem existir investigações”, justificou Didier Reynders.

Por isso, “agora está nas mãos das autoridades nacionais verificarem se houve, de facto, práticas comerciais desleais”, frisou o comissário europeu que tutela a área dos consumidores, notando que a instituição apenas pode “pedir aos Estados-membros que estejam em total cumprimento da lei europeia”.

Além disso, “mesmo que haja uma correta aplicação da lei pelos Estados-membros, não quer dizer que os consumidores serão reembolsados pelas empresas, […] que podem não estar a cumprir as normas”, alertou o responsável. Didier Reynders ressalvou, ainda, que o consumidor “pode sempre avançar para a justiça, se possível no âmbito de uma ação coletiva”.

"Recebemos uma notificação da Organização Europeia de Consumidores e a TAP foi uma das oito companhias aéreas envolvidas na discussão. Cabe às autoridades portuguesas responsáveis pela defesa dos consumidores investigar e verificar se se registaram práticas concorrenciais desleais.”

Didier Reynders

Comissário europeu da Justiça

Na passada quinta-feira, a Organização Europeia de Consumidores (BEUC, sigla inglesa) acusou oito companhias aéreas europeias, incluindo a TAP Portugal, de violarem os direitos dos passageiros na sequência das viagens canceladas devido à covid-19, e solicitou uma ampla investigação no setor.

Segundo a BEUC – que em Portugal é composta pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) – em causa estão situações como a impossibilidade de solicitar um reembolso por ser difícil contactar o serviço ao cliente, a dificuldade em encontrar informação sobre reembolsos em dinheiro enquanto os vouchers são sistematicamente promovidos e as falhas de informação aos passageiros sobre os seus direitos.

Além da TAP, as visadas foram a Aegean, Air France, EasyJet, KLM, Norwegian, Ryanair e a Transavia, que, de acordo com a organização, foram as oito companhias aéreas com mais queixas.

As normas comunitárias preveem que, perante uma viagem aérea cancelada, as companhias tenham de dar a escolher aos passageiros entre um reembolso em dinheiro e um encaminhamento futuro, nomeadamente através da emissão de um vale para posterior uso, além de serem obrigadas a prestar informação clara. Dadas as graves dificuldades de liquidez das transportadoras aéreas, cujo negócio é dependente das receitas com bilhetes, muitas têm tentado levar os passageiros a optar pelos vouchers.

Dados do executivo comunitário enviados à Lusa revelam que, desde janeiro e até ao momento, chegaram à Rede de Centros Europeus do Consumidor cerca de 25 mil pedidos de informação sobre companhias aéreas, a maioria por recusas de reembolso, números que não incluem, porém, as queixas às associações nacionais.

Em Portugal, cabe à Direção-Geral do Consumidor (sob alçada do Ministério da Economia) assegurar o respeito pelos direitos do consumidores. No início deste ano entraram em vigor, ao nível da União Europeia, novas regras para reforçar a defesa do consumidor, que vieram vedar práticas comerciais desleais como prestação de informações enganosas e prever a aplicação de sanções por parte dos países às empresas infratoras de até 4% do volume de negócios anual.

Comissão Europeia ameaça Portugal com ação na justiça por lei dos vouchers

A Comissão Europeia, que instaurou um processo contra Portugal devido à lei dos vouchers em férias e viagens canceladas, exorta a uma “correta aplicação” das regras comunitárias, avisando que, se necessário, avançará para o Tribunal Europeu de Justiça.

“Estamos em diálogo com Portugal e esperamos que, tal como noutros Estados-membros, seja possível que Portugal mude a legislação e volte à correta aplicação [das regras europeias]”, disse em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders.

Recordando que o executivo comunitário instaurou há semanas “uma ação contra Portugal pelo facto de não existir uma correta aplicação da lei europeia”, o responsável belga precisou que o passo seguinte foi encetar contactos com o Governo português esperando que “Portugal mude”. “Se não mudar, temos sempre a possibilidade de avançar para tribunal e de pedir ao Tribunal de Justiça da União Europeia [UE] para tomar uma decisão sobre este processo de infração”, ressalvou Didier Reynders.

No início de julho, a Comissão Europeia decidiu lançar processos de infração contra Portugal e nove outros Estados-membros por violação das leis comunitárias para direitos dos passageiros, designadamente a emissão de vouchers em vez de reembolsos, no quadro da covid-19.

Bruxelas deu, nessa altura, dois meses ao país para responder ao executivo comunitário e para “tomar as medidas necessárias para colmatar as lacunas identificadas”, caso contrário, “a Comissão poderia decidir enviar pareceres fundamentados”, naquela que é a segunda e última etapa de um processo de infração antes do eventual recurso ao Tribunal de Justiça da UE.

"Se não mudar, temos sempre a possibilidade de avançar para tribunal e de pedir ao Tribunal de Justiça da União Europeia [UE] para tomar uma decisão sobre este processo de infração.”

Didier Reynders

Comissário europeu da Justiça

Antes, no início de julho, o Governo indicou à Lusa estar a equacionar uma revisão da legislação adotada temporariamente para o turismo devido à pandemia de covid-19 na sequência da advertência de Bruxelas.

Em causa está o decreto-lei adotado em abril passado com medidas relativas ao setor do turismo, no âmbito da pandemia, que prevê a emissão de vouchers em caso de cancelamento de viagens organizadas por agências de turismo e de reservas em empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento local.

Nessa resposta à Lusa, o executivo português apontou que esta lei tem um “regime excecional e temporário”, além de ter reunido “o mais amplo consenso possível, seja da parte dos operadores económicos, seja da parte dos consumidores”, tendo em conta a “excecionalidade das circunstâncias associadas à pandemia”.

Em recomendações apresentadas em maio passado, a Comissão Europeia pediu aos Estados-membros que tornassem a escolha dos vouchers numa “alternativa viável e atrativa ao reembolso de viagens organizadas e serviços de transporte cancelados no contexto da pandemia”, clarificando também que estes vouchers devem ser reembolsáveis se não forem utilizados no espaço de 12 meses e que esta é sempre uma alternativa ao reembolso em dinheiro e tem de ser escolhida voluntariamente pelo consumidor.

Para os casos em que é apenas dada a opção de receber um voucher devido ao cancelamento da sua viagem, a Comissão Europeia aconselhou a que os clientes insistam no reembolso ou que façam queixa junto das autoridades nacionais de defesa do consumidor.

Temos de repetir que os consumidores têm sempre o direito de pedir um reembolso e não é por o país ter sido alvo de um processo de infração que isso não é permitido”, adiantou Didier Reynders na entrevista à Lusa.

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