Diretor do CEiiA diz que apenas versão 2 do ventilador será submetida a certificação CE

  • Lusa
  • 25 Julho 2020

Autorização dada pelo Infarmed no âmbito do procedimento especial de autorização, para a utilização do modelo 1 do ventilador Atena teve em conta “o contexto de emergência”.

O diretor do CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento Miguel Braga afirmou este sábado que, apesar da autorização do Infarmed para a utilização do ventilador no âmbito da covid-19, apenas a versão 2 do equipamento será submetida a certificação CE.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Braga, diretor de desenvolvimento de negócio e da unidade de serviços de engenharia do CEiiA, em Matosinhos, explicou que a autorização dada pelo Infarmed, no dia 14 de julho, no âmbito do procedimento especial de autorização, para a utilização do modelo 1 do ventilador Atena teve em conta “o contexto de emergência” vivido face à pandemia.

Se vivemos uma emergência, se faltavam ventiladores para salvar vidas, tinha de existir um processo excecional e especial porque a situação, ela própria, é excecional. O que se pretendeu foi desburocratizar um processo que, tendencialmente, é demorado, para que não ficássemos nas questões burocráticas e se perdessem vidas por causa disso”, referiu.

Segundo Miguel Braga, a autorização do Infarmed, à semelhança das entidades reguladores europeias suas homólogas, foi dada com “um prazo de seis meses” com vista a, durante esse período, o CEiiA submeter o equipamento médico invasivo a um “organismo notificado” com competência para certificar o ventilador Atena.

Apesar da versão 1 do ventilador, que seguiu “rigorosamente a longa lista de ensaios e requisitos” do procedimento especial de autorização do Infarmed, estar autorizada para utilização em casos de emergência no contexto da covid-19, o CEiiA pretende submeter à marcação CE a versão 2 do equipamento, uma versão “otimizada” e com “mais funcionalidades”.

A decisão do CEiiA foi submeter a certificação CE a versão 2 do ventilador, que está em desenvolvimento desde maio e que mantém a segurança e fiabilidade do ventilador versão 1”, afirmou Miguel Braga, observando que o centro vai tirar partido da mesma base tecnológica para “melhorar do ponto de vista económico, da estrutura, do peso e das funcionalidades eletrónicas” o equipamento.

Se, por um lado, a versão 1 do Atena pretendeu responder a “uma emergência e desafio” colocado pela covid-19, a versão 2 pretende “competir com os ventiladores mais desenvolvidos que estão no mercado” e “responder à necessidade estrutural” do país se tornar “mais soberano e independente do estrangeiro”.

A versão 1 serve apenas para uma emergência, a versão 2 do ventilador, a ambição de produção será visada por aquilo que será o mercado. Não justificaria, dado que o processo de certificação demorará pelo menos um ano, olhar apenas para o que é o tratamento da covid-19. Será um ventilador para estar no mercado e competir”, disse.

Miguel Braga acrescentou ainda que o CEiiA e a comunidade 4Life estão já em contacto com o “organismo notificado” de origem alemã para que o processo “se inicie o mais depressa possível”.

O modelo 1 do ventilador Atena, que foi produzido em 45 dias, tem autorização de utilização para três dos quatro modos de ventilação – ventilação em pressão, ventilação em volume e ventilação em pressão controlada -, sendo que o CEiiA prevê nas próximas duas semanas conseguir, através de ensaios que vão ser realizados fora de Portugal, que o modo de ventilação assistida passe ser também autorizado pelo Infarmed.

Até ao momento, o CEiiA, que já produziu 400 ventiladores da versão 1 e tem capacidade “interna” para chegar às mil unidades, está a exportar os equipamentos em “função dos pedidos de ajuda que tem recebido”, nomeadamente, de países como Brasil, Angola, Moçambique e África de Sul.

“São países que neste momento, não têm ventiladores em número suficiente para apoiar os doentes que têm necessidades de ventilação invasiva”, disse Miguel Braga, acrescentando que as primeiras 100 unidades do Atena vão continuar a ser, durante as próximas semanas e meses, entregues aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde que deles necessitem.

O responsável afirmou que o CEiiA recebeu, no âmbito de uma candidatura apresentada pela Agência Nacional de Inovação (ANI), um financiamento de 2.6 milhões de euros “100% reembolsável no contexto de vendas do ventilador no mercado internacional”.

“Não houve a atribuição de nenhum apoio financeiro a fundo perdido e, ao longo, dos próximos dois anos, [o montante] será devolvido ao Estado, mais concretamente, à ANI”, afirmou Miguel Braga, acrescentando que o centro vai devolver parte do “produto financeiro” das encomendas internacionais e a totalidade do montante obtido dos donativos da sociedade civil, 220 mil euros, através de um apoio ao Banco Alimentar contra a Fome.

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Portugal regista mais 4 mortos e 263 novos casos de Covid-19. 70% em Lisboa

Nas últimas 24 horas, foram identificados 263 novos casos do novo coronavírus em Portugal, com o número total de infetados a subir para 49.955.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) identificou 263 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 49.955 o número total de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida de 0,53% face ao dia anterior. Nas últimas 24 horas, morreram mais quatro pessoas com a doença, de acordo com a última atualização das autoridades de saúde.

No seguimento do que se tem vindo a observar desde meados de maio, a maioria das novas infeções foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo. Foram identificados 183 novos casos nesta região, o que representa 69,6% do total. Ou seja, sete em cada dez novas infeções foram detetadas nesta região.

Lisboa é, assim, a região com mais casos registados até ao momento (25.293 casos de infeção e 585 mortes), à frente do Norte (18.487 casos e 828 mortes), do Centro (4.401 casos e 252 mortes), do Algarve (838 casos e 15 mortes) e do Alentejo (671 casos e 21 mortes). Nas regiões autónomas, os Açores registam 160 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 105 pessoas infetadas.

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 410 estão internados (menos 10 face ao dia anterior), dos quais 50 em unidades de cuidados intensivos (menos dois). Há 1.564 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, enquanto quase 35 mil pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, a 2 de março, já morreram 1.716 pessoas vítimas da doença, mais quatro nas últimas 24 horas. Quanto ao número de pessoas dadas como recuperadas, são agora 34.980, ou seja, mais 293.

Boletim epidemiológico de 25 de julho

(Notícia atualizada às 13h15)

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Fidelidade lança seguro de vida que quer dar 5% em 5 anos

  • ECO Seguros
  • 25 Julho 2020

A seguradora lança um novo produto Vida para dar soluções de investimento a particulares financiando empresas portuguesas. É a resposta para poupança em tempo de crise e baixas taxas de juro.

A Fidelidade vai lançar o seguro de vida individual Investimento Portugal 2020, vocacionado para a poupança e investimento. Com um prémio único mínimo de 2.500 euros, o novo seguro terá uma duração de 5 anos e 110 dias, tendo início em 28 de agosto de 2020 e vencendo-se em 15 de dezembro de 2025.

A companhia avança que desenhou esta solução “num contexto de muito baixas taxas de juro e poucas alternativas de poupança, tendo associado benefícios fiscais na tributação dos rendimentos a uma taxa de IRS mais reduzida, nos termos do regime fiscal em vigor”. A rendibilidade acumulada esperada será de 5% no vencimento do contrato, se o produto for detido até à maturidade, o que corresponderá a uma rendibilidade anualizada, líquida das comissões e bruta de impostos para o Tomador do Seguro, de 0,925% (TAEB – Taxa Anual Efetiva Bruta) e 0,944% (TANB – Taxa Anual Nominal Bruta).

A distribuição será realizada por toda a rede de mediação da Fidelidade que esteja habilitada a vender o ramo vida e nas lojas e agências próprias, não estando a companhia a comercializar esta série, cujo objetivo é captar 15 milhões de euros, nas agências da CGD.

Não garantindo nem capital nem rendimento, a nova solução de poupança e investimento terá rendibilidade dependente da performance do fundo autónomo de investimento que lhe está associado, que vai ter como principais ativos instrumentos de dívida emitidos por entidades de referência portuguesas que, segundo a companhia, gozam “de elevada reputação dando assim a Fidelidade um sinal claro de apoio e confiança no futuro da economia portuguesa”.

Entre outros investimentos, o fundo associado ao Investimento Portugal 2020 vai deter Obrigações do Tesouro (OT) e ativos da BRISA – Concessão Rodoviária SA, EDP Finance BV, GALP Energia, SGPS SA, Caixa Geral de Depósitos SA, Banco BPI SA, Banco Comercial Português SA, Infraestruturas de Portugal SA, CP – Comboios de Portugal EPE, Metropolitano de Lisboa EPE e REN Finance BV.

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Esteve em contacto com alguém infetado com Covid-19? A DGS diz-lhe o que fazer

  • ECO
  • 25 Julho 2020

Direção Geral de Saúde atualizou este sábado as normas sobre rastreio de contactos para evitar a disseminação do novo coronavírus.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou este sábado uma norma sobre o rastreio de contactos (identificação, avaliação do risco e implementação de medidas). Autoridades de saúde dizem que este é um dos “elementos-chave” para a deteção precoce de casos e limitação da propagação da Covid-19.

“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o ECDC, o contact tracing é essencial para travar a transmissão da Covid-19”, começa por dizer a DGS.

O rastreio de contactos consiste na identificação de todas as pessoas (contactos) que estiveram expostas a gotículas respiratórias ou secreções de um caso de Covid-19, na avaliação dos contactos no que diz respeito, entre outros, à estratificação de risco de exposição, e na implementação de medidas, incluindo o isolamento profilático e a vigilância (seguimento e a monitorização regular dos contactos relativamente à sua sintomatologia).

A norma da DGS estabelece os critérios para a definição de contacto, que incluem, por exemplo, a exposição a um caso de Covid-19, ou a material biológico de um caso confirmado, dentro do período temporal de transmissibilidade (desde 48 horas antes do início dos sintomas).

Após a identificação de um caso de Covid-19, deve ser assegurada a investigação epidemiológica detalhada pela Autoridade de Saúde, apoiada pela Unidade de Saúde Pública. Com base na avaliação de risco, deve ser aplicado o conjunto de medidas considerado apropriado. Isto deve ser feito o mais precocemente possível, após a identificação do caso”, refere.

Quando o contacto teve uma exposição de alto risco, “deverá ficar em vigilância ativa durante 14 dias (sujeito a contactos diários), desde a data da última exposição, e em isolamento profilático”. Entre as medidas a adotar, o contacto próximo deve automonitorizar diariamente sintomas compatíveis com Covid-19, medir e registar a temperatura corporal duas vezes por dia, e estar contactável.

Já o contacto classificado como tendo exposição de baixo risco, fica sujeito a vigilância passiva durante 14 dias e também deve automonitorizar diariamente os sintomas e medir e registar a temperatura corporal duas vezes ao dia. Nestes casos, o contacto não deve frequentar locais com aglomerações de pessoas, podendo manter a atividade laboral, com utilização adequada de máscara.

A norma indica também os procedimentos a adotar perante um caso suspeito detetado durante a identificação ou vigilância de contactos. Nestas situações, o caso suspeito será encaminhado e deverá realizar um teste laboratorial para SARS-CoV-2.

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Costa Silva alerta que problemas na administração pública põem em causa a recuperação

  • ECO
  • 25 Julho 2020

António Costa Silva aponta dimensão dos desafios que se aproximam. Ao Dinheiro Vivo, diz esperar um agravamento da crise, acompanhada de uma onda de falências de empresas, depois de setembro.

António Costa Silva considera que a ineficiência da administração pública pode colocar em risco a execução dos fundos comunitários que Portugal vai receber e, consequentemente, na recuperação económica do país. O alerta foi feito, em entrevista ao Dinheiro Vivo (acesso livre) pelo consultor que foi chamado pelo Governo para definir a visão estratégica do plano de recuperação económica.

Nós temos um problema com a administração pública. Há áreas que estão muito desenvolvidas, têm qualidade, e outras que deixam muito a desejar. Quando se olha para a quantidade de recursos financeiros que vem da Europa, como é que os vamos executar?”, disse Costa Silva ao semanário, defendendo a digitalização da administração pública e o reforço dos quadros de pessoal com profissionais mais jovens e qualificados.

O consultor aponta a “magnitude” dos desafios pela frente e a necessidade de responder e executar os programas necessários para o país se transformar. Sem mudanças, “há riscos de o plano não ser executado, pelo menos algumas partes essenciais”, refere, na entrevista ao Dinheiro Vivo. “Há sempre esse risco e é por isso que a magnitude do desafio é tão grande. A crise que estamos a viver ainda vai piorar a partir de setembro/outubro como também alerto no relatório, e podemos ter uma cascata de falências de empresas que são absolutamente cruciais para o futuro“.

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Tiago Mayan candidata-se à Presidência da República com apoio do Iniciativa Liberal

  • ECO
  • 25 Julho 2020

Liberal anunciou este sábado a candidatura, juntando-se assim a uma lista oficial que incluía apenas o presidente do Chega, André Ventura.

Tiago Mayan vai ser candidato à presidência da República. O advogado do Porto, que terá o apoio do Iniciativa Liberal, explica a candidatura dizendo-se “cansado bolha política em que o sistema vive”. “Sou candidato para que um grande espaço político, que congrega liberais e aqueles que não se reveem num Presidente que abdicou de o ser e em populistas de esquerda e de direita, tenha em quem votar”, refere Tiago Mayan, num comunicado divulgado este sábado.

Nascido do Porto, o político de 43 anos é advogado de formação. Esteve envolvido nas campanhas e movimento “Porto, o Nosso Partido”, que elegeram Rui Moreira para a Câmara Municipal do Porto e é atualmente membro suplente da Assembleia da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. Foi um dos fundadores e é presidente do conselho de jurisdição do Iniciativa Liberal.

Sou candidato contra uma sociedade dependente do Estado, contra o marasmo e estagnação, a corrupção, o nepotismo, o compadrio, as portas giratórias, as teias de interesses, o populismo, a governamentalização da Justiça. Sou o candidato liberal, que não vai ser submisso a qualquer governo, nomeadamente um governo socialista que ataca direitos e liberdades individuais e mantém o país da estagnação. Um candidato em quem o eleitorado moderado e liberal poderá votar”, acrescenta Mayan.

O liberal promete dizer a verdade aos portugueses e reconhecer cada cidadão na sua individualidade, enquanto rejeita adaptar a sua ação em função de conveniências pessoais ou remeter-se a uma posição de “impotência perante desvios éticos noutros órgãos de soberania”.

As próximas eleições presidenciais em Portugal irão acontecer em janeiro de 2021. Até agora, o único candidato oficial era André Ventura, presidente do Chega. No entanto, há outros nomes apontados, incluindo o do atual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo já disse que só irá comunicar a sua decisão sobre uma eventual recandidatura nas presidenciais de 2021 após convocar essas eleições, “provavelmente em novembro”. Outros nomes de possíveis candidatos incluem a socialista Ana Gomes ou a bloquista Marisa Matias.

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Contratações na TVI e reguladores a analisar estrutura acionista da Media Capital animam setor dos media

  • Lusa
  • 25 Julho 2020

Apesar da crise do setor, que se agudizou com a pandemia de covid-19, o mercado dos media em Portugal voltou a agitar-se na semana passada, com o anúncio do regresso de Cristina Ferreira à TVI.

As contratações da TVI e a investigação dos reguladores sobre as mudanças na estrutura acionista da Media Capital estão a animar os media, a que se soma o interesse do empresário Mário Galinha na Global Media.

Apesar da crise do setor, que se agudizou com a pandemia de covid-19, o mercado dos media em Portugal voltou a agitar-se na semana passada, com o anúncio do regresso da apresentadora Cristina Ferreira, à TVI em setembro como diretora de entretenimento e ficção, que já manifestou interesse junto da espanhola Prisa em comprar uma participação no capital social da Media Capital. A saída de Cristina Ferreira da SIC surpreendeu o mercado, uma vez que a apresentadora tinha contrato com a SIC até 2022.

Também no mesmo dia, em 17 de julho, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) comunicava ao mercado que está a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI, no âmbito do artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido, que respeita à atividade ilegal de televisão.

“Tendo tomado conhecimento de mudanças relevantes na estrutura da TVI, [o regulador dos media] está a avaliar o âmbito das mesmas e eventual configuração de nova posição”, sendo que “em análise, está a eventual alteração não autorizada de domínio, que envolve responsabilidade contraordenacional e pode dar origem à suspensão de licença ou responsabilidade criminal, tendo em conta o artigo 72.º da Lei da Televisão e dos Serviços Audiovisuais a Pedido”, referiu na altura a ERC.

Tendo em conta a “averiguação rigorosa a que vai proceder, a ERC não deixará de zelar pelo estrito cumprimento da lei e reposição da legalidade caso verifique que a mesma foi violada”, lê-se na nota do regulador.

A Media Capital, entretanto, classificou o comunicado da ERC de “enorme gravidade” e considerou que “parece evidente” que a Cofina, dona do Correio da Manhã, entre outros títulos, consegue “instrumentalizar” a ERC.

Em resposta, a Cofina – que desistiu da compra da Media Capital em março, mas garante manter o interesse na dona da TVI, embora a um preço mais ajustado “quer à realidade da empresa, quer ao contexto” atual – disse que o regulador dos media “é insuscetível de influências” e rejeitou “as acusações de que queira, de alguma forma, desvalorizar a companhia”.

Na sequência da desistência da Cofina na compra da Media Capital, Mário Ferreira, que tinha sido desafiado a entrar no negócio pelo presidente da dona do Correio da Manhã, acabaria por comprar 30,22% da Media Capital por 10,5 milhões de euros, em maio.

O empresário, dono da Douro Azul, tem uma participação de 2,07% na Cofina, de acordo com informação disponibilizada no site da empresa, que refere que as 2.125.200 ações são “imputáveis a Mário Nuno dos Santos Ferreira (75.200 a título pessoal e 2.050.00 detidas pela sociedade Pluris Investments”. Além disso, Mário Ferreira é acionista do jornal ‘online’ ECO.

Também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a analisar a relação entre Prisa e Mário Ferreira e o impacto no controlo da Media Capital. Com a equipa da direção de informação da TVI, liderada por Anselmo Crespo, já constituída e a entrar em funções em setembro, o mercado aguarda as análises dos dois reguladores – ERC e CMVM – e ainda os desenvolvimentos que envolvem a ‘guerra’ entre a Media Capital e Cofina.

Entretanto, a contratação de Cristina Ferreira, que alguns meios de comunicação apontam como “milionária”, já chegou ao domínio político: há exatamente uma semana, o presidente do PSD utilizou o regresso da apresentadora à TVI para reiterar as críticas à forma como o Estado apoia os media – através da compra antecipada de publicidade institucional, no montante global de 15 milhões de euros, cujas verbas devem começar a chegar às empresas no final deste mês -, ironizando que “realmente as despesas são muitas e a crise é grande”.

Em resposta, a Media Capital afirmou que ainda não tinha recebido os 3,3 milhões de euros de verbas destinadas, enquanto no parlamento o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur da Silva, respondeu ao PSD que “não há condições” sobre como cada órgão de comunicação social “usará essa verba” proveniente da compra antecipada de publicidade institucional pelo Estado.

Por outro lado, o empresário Marco Galinha, presidente do grupo Bel, que tinha apresentado uma proposta de compra da Media Capital no início de abril, estará interessado em ser acionista da Global Media Group, dona do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, entre outros.

Fontes ligadas ao processo admitiram à Lusa o interesse do empresário, mas fonte oficial declinou fazer comentários sobre o assunto. Marco Galinha detém 10% do Jornal Económico, através da Memorypack (grupo Bel).

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Conselho Superior de Obras Públicas critica programa de investimentos do Governo

  • ECO
  • 25 Julho 2020

A menos de seis meses do início do próximo quadro comunitário, o parecer a que o semanário Expresso teve acesso alerta que pouco se sabe sobre os projetos que irão arrancar.

O Conselho Superior de Obras Públicas (CSOP) tem dúvidas sobre o Programa Nacional de Investimentos (PNI 2030). Num parecer fechado apenas agora (apesar de o programa ter sido aprovado pelo Governo em janeiro de 2019), os técnicos questionam quantos projetos suficientemente amadurecidos tem afinal o país para concretizar no curto prazo, segundo noticia este sábado o Expresso (acesso pago).

O documento a que o semanário teve acesso diz que pouco se sabe sobre os projetos que irão arrancar, a menos de seis meses do início do próximo quadro comunitário. Além disso, o conselho alerta para a falta de análises de custo-benefício e de viabilidade financeira, bem como de calendários estabelecidos, fontes de financiamento, modelos de contratação ou mecanismos de acompanhamento definidos.

“Um certo desequilíbrio espacial em favor das duas áreas metropolitanas, em especial da Área Metropolitana de Lisboa, em detrimento do restante território continental” é também assinalado. No total, são 60 as críticas feitas nas conclusões da proposta de parecer de 51 páginas consultadas pelo Expresso. Apesar disso, o CSOP dá nota positiva ao programa devido à “coerência” e “sintonia com os diagnósticos da realidade nacional”.

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Bruxelas admite tensões e exige restrições “adequadas” para viagens na UE

  • Lusa
  • 25 Julho 2020

Numa altura em que Portugal está na lista vermelha de muitos países da UE para restrições às viagens devido à pandemia, a Comissão Europeia admite tensões entre os Estados-membros.

Numa altura em que Portugal está na lista vermelha de muitos países da União Europeia (UE) para restrições às viagens devido à pandemia, a Comissão Europeia admite tensões entre os Estados-membros, exigindo a adoção de medidas “proporcionais”.

Em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, admitiu que “existem algumas tensões entre alguns Estados-membros quando estes entendem que um país vizinho não tem agido de forma correta, não tem informado ou não tem cooperado”.

Este tipo de medidas não são más por si só, mas é importante que sejam proporcionais porque, por vezes, englobam todo o país”, quando deviam antes “ser mais direcionadas para determinadas áreas, onde existem mais problemas”, argumentou a responsável. E avisou: “[Os países] têm de agir de forma adequada”.

Para a comissária europeia que tutela a livre circulação na UE e no espaço Schengen — fortemente afetada pela pandemia de covid-19 dado o encerramento de algumas fronteiras internas durante algumas semanas — são “necessárias melhorias”.

Para haver uma boa relação entre os países é importante eles estarem em contacto uns com os outros antes de, por exemplo, colocarem outro país numa lista vermelha, [de forma a] terem um diálogo para perceber se essa é a melhor abordagem ou se existe outra forma de atuar e também para informar o outro Estado-membro sobre esse processo”, defendeu Ylva Johansson. Porém, “eu sei [que não está a acontecer]”, reconheceu a responsável.

Dados os elevados números de casos diários, essencialmente na região de Lisboa e Vale de Tejo, Portugal chegou a ser colocado na ‘lista vermelha’ de vários países europeus como Grécia, Hungria, Reino Unido ou Bélgica, com algumas destas restrições a terem sido ou a estarem a ser entretanto revistas.

As autoridades belgas, por exemplo, passaram antes a impor restrições a quem regressa de uma das 19 freguesias sinalizadas na região de Lisboa e não a todo o país.

Quando existe um aumento das infeções, claro que existe um problema, e nós temos de lidar com isso, mas isso deve ser feito de forma proporcional”, reforçou Ylva Johansson, falando também na existência de reuniões semanais entre os Estados-membros para que todos disponham das “informações certas sobre como é que a pandemia se está a desenvolver nos diferentes países”.

Em março passado, a Europa tornou-se dos maiores epicentros do surto de covid-19 no mundo, o que levou os países a imporem confinamento à população e a restringirem as viagens, com 17 Estados-membros e associados do espaço Schengen a fecharem as suas fronteiras internas.

Segundo Ylva Johansson, e uma vez que a situação estabilizou, as fronteiras internas já foram praticamente todas reabertas, excetuando-se as de países como Finlândia, Dinamarca, Noruega e Lituânia. “A minha recomendação é que levantem imediatamente todas as restrições nas fronteiras”, vincou a comissária europeia.

Isto porque, para a responsável sueca, “os Estados-membros estão agora a adotar outro tipo de medidas como a imposição de quarentena ou a obrigação de realização de testes”, o que se traduz num “método melhor do que as restrições nas fronteiras”.

Embora não consiga prever quando, a certeza de Ylva Johansson é que, em breve, a livre circulação volte a ser uma realidade: “Tenho a certeza que iremos voltar a um espaço Schengen completamente funcional, não estou preocupada relativamente a isso”.

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Moody’s reafirma rating da EDP depois da compra da espanhola Viesgo

  • Lusa
  • 25 Julho 2020

Agência de rating argumenta que a reafirmação da notação da EDP reflete "a visão da Moody's de que a aquisição da Viesgo é moderadamente positiva para o perfil de risco dos negócios da EDP".

A agência de notação financeira Moody’s reafirmou o rating da EDP em Baa3, com perspetiva estável, depois de a elétrica portuguesa anunciar a compra da espanhola Viesgo, de acordo com uma nota divulgada esta sexta-feira à noite.

“A ação de rating segue-se ao anúncio em 15 de julho, pela EDP, de que acordou a compra da Viesgo, que detém redes de distribuição elétrica em Espanha (com uma base de ativos avaliada em 1.000 milhões de euros), mais de 500 MW [megawatts] de capacidade renovável na Península Ibérica e duas centrais a carvão que serão desativadas em 2021, por um valor de 2,7 mil milhões de euros”, pode ler-se no comunicado da Moody’s.

A agência de rating norte-americana argumenta que a reafirmação da notação da EDP reflete “a visão da Moody’s de que a aquisição da Viesgo é moderadamente positiva para o perfil de risco dos negócios da EDP“, bem como “o impacto neutro da transação no perfil financeiro da EDP, dado o seu parcial financiamento por ações”.

“Na visão da Moody’s, a aquisição da Viesgo representa um enquadramento industrial e estratégico forte com as atividades existentes da EDP em Espanha”, considera a agência norte-americana.

Segundo a empresa, “a EDP combinará a adjacente rede de distribuição de eletricidade espanhola com a da Viesgo, criando assim um negócio com uma base de ativos regulada agregada de 1,8 mil milhões de euros”.

As redes de distribuição em Espanha beneficiam de visibilidade nas receitas até ao final de 2025 com rendimentos permitidos de 5,58% (nominais, antes de impostos). Através desta aquisição, a EDP também reforça a sua posição nas eólicas onshore [em terra] na Ibéria”, considera a Moody’s.

De acordo com as estimativas da agência norte-americana, “a transação permite à EDP aumentar a sua percentagem de EBITDA [ganhos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] provenientes de redes reguladas para 30%, depois de ter 27% em 2019″.

Do ponto de vista do risco financeiro, a Moody’s espera, em geral, “um impacto neutro nas métricas do crédito”, devido à compra ser efetuada por um misto de recurso “a dívida e a títulos, incluindo um aumento de capital de 1,02 mil milhões de euros e a desativação de uma carteira de ativos de combustíveis fósseis e clientes em Espanha”, referindo-se ainda à parceria com a Macquarie, que contribuirá com 700 milhões de euros em títulos e dívida.

“Em geral, o rating Baa3 da EDP continua a ser apoiado pela sua posição como a maior empresa de eletricidade em Portugal e a sua diversidade geográfica e de negócios, a sua alta percentagem de atividades reguladas e contratadas (cerca de 80% do EBITDA), o registo de rotação de ativos do grupo para aliviar necessidades financeiras e a detenção de 21,5% do capital pela China Three Gorges”, conclui a Moody’s.

Segundo a agência de rating, os pontos positivos ajudam a compensar “a volatilidade nos ganhos da produção hidroelétrica na Península Ibérica e, em menor grau, recursos eólicos globais, os riscos de execução associados aos custos de capital até 2022, os efeitos adversos do surto do coronavírus no preço da eletricidade e procura no Brasil e Península Ibérica e os seus dividendos relativamente altos e alavancagem, apesar de estar a diminuir”.

No dia 15 de julho, a EDP anunciou ao mercado um aumento de capital em mais de mil milhões de euros para financiar a compra da espanhola Viesgo, uma transação avaliada em 2,7 mil milhões de euros do valor de 100% da Viesgo, “de forma a ter um impacto neutro na dívida líquida consolidada e no EBITDA [rendimentos antes de juros, impostos, depreciações e amortizações]”.

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Pontes, aeroportos e estádios. O que se pode comprar com 15,3 mil milhões que vêm da União Europeia?

Portugal vai receber 15,3 mil milhões da União Europeia, montante que vai servir para colmatar os efeitos provocados pela pandemia. É muito? Veja o que se poderia comprar com este "cheque".

Cinco dias de intensas negociações entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) ditaram para Portugal um cheque com vários zeros. Vão chegar dezenas de milhares de milhões de euros ao longo dos próximos anos, sendo que uma parte, no valor de mais de 15 mil milhões de euros, é dinheiro que vem a fundo perdido.

O acordo alcançado entre os líderes europeus prevê um pacote total de mais de 1,8 biliões de euros para investir na recuperação da UE após a crise provocada pelo coronavírus. Na parte referente ao Fundo de Recuperação, desenhado especificamente para o pós Covid-19, há 750 mil milhões de euros para todos os países, uma parte em empréstimos e outra sob a forma de subvenções.

Desse dinheiro, Portugal receberá 10,8 mil milhões de euros em empréstimos, mas uma “fatia” mais expressiva do “cheque” vem a fundo perdido: 15.300.000.000 euros. Ou seja, 15,3 mil milhões de euros.

É mesmo muito dinheiro. São muitos zeros. Tantos zeros que não é fácil, olhando apenas para o número, perceber a verdadeira dimensão desta ajuda sem utilizar alguns exemplos.

Para ajudar a ter a real noção do “cheque”, poderá ajudar se lhe dissermos que daria para construir o equivalente a 17 Pontes Vasco da Gama, ou para dotar Lisboa de mais 36 hospitais. Ou fazer mais de uma centena de estádios iguais ao Estádio da Luz. Veja alguns exemplos.

140.000 casas de renda acessível

As verbas que vêm da UE também poderiam ser canalizadas para dar resposta a um dos problemas mais graves do país — o acesso à habitação. Tendo por base o investimento municipal mais recente, o Programa de Renda Acessível da Câmara de Lisboa, em que a autarquia vai investir 14 milhões de euros na construção de 128 casas de renda acessível em Entrecampos (média de 109.000 euros cada uma), nos terrenos da antiga Feira Popular, o Governo poderia usar os 15,3 mil milhões de euros para construir cerca de 140 mil habitações de renda acessível para os portugueses.

36 hospitais em Lisboa

A 1 de agosto de 2017, o Governo anunciou a construção do novo Hospital de Lisboa Oriental, em Chelas, em regime de parceria público-privada (PPP). Nessa altura, falava-se que esta obra iria custar 432 milhões de euros, de acordo com o Jornal de Negócios. Contudo, no ano passado, esse valor caiu para 415,1 milhões de euros. O novo hospital visa substituir os seis hospitais do Centro Hospitalar de Lisboa Central: Capuchos, São José, Santa Marta, Curry Cabral, Dona Estefânia e a Maternidade Alfredo da Costa. Esta verba que vem dos cofres da UE daria para construir 36 hospitais como este.

2.013 comboios para a CP

Em janeiro do ano passado a CP lançou um concurso público internacional para comprar 22 novos comboios, num valor base de 168,2 milhões de euros. Segundo um diploma dessa altura, a maioria do investimento em causa seria assegurada por fundos europeus, enquanto uma pequena parte (58,8 milhões) seria paga com recurso a verbas nacionais. Tendo em conta este montante e o número de material circulante, os 15,3 mil milhões que Portugal vai receber da UE poderiam ser canalizados para comprar 2.013 comboios.

17 pontes Vasco da Gama

Foi a 29 de março de 1998 que se inaugurou a ponte que faria a ligação entre Lisboa e a margem Sul do Tejo. A Ponte Vasco da Gama começou a ser construída em fevereiro de 1995 e, 37 meses depois, estava concluída. Com 17,185 quilómetros, foi considerada, até 2018, a ponte mais comprida da Europa. Esta infraestrutura custou ao Estado português cerca de 897 milhões de euros, de acordo com a construtora Mota-Engil, e hoje, com as verbas que virão da União Europeia, Portugal poderia construir mais 17 pontes como esta.

11 aeroportos do Montijo

1.300 milhões de euros. É quanto a ANA – Aeroportos de Portugal se comprometeu a investir até 2028 no novo aeroporto do Montijo. O valor inclui não só a reconversão da base onde atualmente está instalada a Força Aérea, como também a expansão do atual aeroporto de Lisboa. O novo aeroporto deverá começar a operar em 2022, segundo o acordo fechado entre o Governo e a ANA, e a intenção passa pela reconversão da atual base aérea num aeroporto comercial, para complementar o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. Com o dinheiro destinado a Portugal, o Governo poderia construir 11 aeroportos como este.

15 centros comerciais Colombo

Estava a ser um dos negócios mais ativos até ao início desta pandemia. A compra de centros comerciais, principalmente por parte de fundos internacionais, ia de vento em poupa. E essa poderia ser uma área onde o Governo poderia investir. O centro comercial Colombo, o maior do país com cerca de 115 mil metros quadrados e 342 lojas, detido em partes iguais pela Sonae Sierra e pelo fundo CBRE Global Investors, vale atualmente cerca de mil milhões de euros, disse ao ECO uma fonte do mercado imobiliário. Assim, com as verbas da UE, o Estado poderia comprar 15 centros comerciais como este.

Centro Comercial Colombo reabre ao público - 15JUN20

128 Estádios da Luz

A 25 de outubro de 2003 foi inaugurada a nova casa do clube das águias. Localizado em Benfica, o Estádio da Luz tem capacidade para cerca de 65.000 pessoas e custou na altura 118,7 milhões de euros, de acordo com o site Transfermarkt. A ideia inicial era remodelar o estádio antigo, mas acabou por se decidir demolir as instalações existentes e construir umas novas, de acordo com o site Mais Futebol. Feitas as contas, o dinheiro proveniente da UE daria para aplicar na construção de 128 estádios como este.

Estádio da Luz - 18JUN20

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Covid-19 e tensão com a China pesam em Wall Street. Intel derrapa 16%

Cotadas do setor tecnológico entre as mais penalizadas na última sessão da semana em Wall street. Destaque para o trambolhão de 16% das ações da Intel.

Wall Street terminou a última sessão da semana no vermelho, com os fracos resultados empresariais a ditarem uma pressão vendedora nos principais índices que acusaram ainda o aumento dos casos de Covid-19 na maior economia e as tensões geopolíticas com a China.

O Dow Jones perdeu 0,69%, para 26.469,34 pontos, o S&P 500 caiu 0,62%, para 3.215,62 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 0,94%, para 10.363,18 pontos, destacando-se com o pior registo.

Pelo segundo dia consecutivo, o setor tecnológico foi o que mais pesou nos três principais índices bolsistas. Destaque negativo para a Intel que viu as suas ações tombarem 16%. Esta quebra acontece depois de a empresa ter anunciado que está atrasada em seis meses no desenvolvimento da nova geração de processadores.

“Os investidores fizeram tanto dinheiro com esses títulos tecnológicos nas últimas semanas, na altura em que assistem a sinais fragilidade aproveitam para a tomada de lucros”, afirmou Oliver Pursche, presidente do Bronson Meadows Capital Management, citado pela Reuters.

Pelo terceiro dia consecutivo, os Estados Unidos registaram mais de 1.100 mortes relacionadas com o novo coronavírus, que já infetou cerca de 4 milhões de pessoas no país. Essa situação também pesou no rumo das bolsas dos EUA, acontecendo o mesmo com o crescendo das tensões geopolíticas entre os EUA e a China.

Depois de os EUA terem forçado o fecho do consulado chinês em Houston, a China já retaliou e ordenou o encerramento do consulado norte-americano em Chengdu.

As decisões representam mais um acentuar na degradação das relações diplomáticas entre as duas potências, numa divisão que já é bem visível nas relações comerciais e também na tecnologia.

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