Financiamento, preços e leis são os principais riscos para as petrolíferas

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2020

As companhias energéticas enfrentam um acesso aos mercados de capitais cada vez mais difícil este ano, o que aumenta os custos e enfraquece a liquidez.

A agência de notação financeira Moody’s considerou esta quinta-feira que os preços das matérias-primas, o acesso ao financiamento nos mercados internacionais e as restrições regulamentares são os maiores riscos para as companhias petrolíferas este ano.

“Os baixos e voláteis preços das matérias-primas tiveram um efeito negativo na geração de fluxos de caixa e adiaram as amortizações da dívida, dificultando o acesso das empresas aos mercados de capitais”, escrevem os analistas da Moody’s, num comentário sobre o setor em 2020.

Os baixos e voláteis preços das matérias-primas tiveram um efeito negativo na geração de fluxos de caixa e adiaram as amortizações da dívida, dificultando o acesso das empresas aos mercados de capitais.

Moody's

No documento, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Moody’s diz que o abrandamento económico nos países mais industrializados vai manter os preços do petróleo e gás baixos e alerta que as tensões geopolíticas vão aumentar a volatilidade dos preços.

Para além destes riscos, a Moody’s aponta também que “o aumento da produção num contexto de abrandamento do crescimento da procura vai imprimir mais volatilidade aos preços, com as condições para fusões e aquisições no setor a continuarem difíceis”.

Citado no documento, um dos diretores da Moody’s, Steve Wood, considerou que “as companhias energéticas enfrentam um acesso aos mercados de capitais cada vez mais difícil este ano, o que aumenta os custos e enfraquece a liquidez, ao mesmo tempo que aumenta o risco de incumprimento financeiro [‘default’, no original em inglês] para as empresas com maturidades iminentes”.

O crescimento da produção de petróleo e gás vai ser maior do que a procura este ano, ao mesmo tempo que o setor tem de se ajustar rapidamente às tensões crescentes no Médio Oriente, concluem os analistas da Moody’s.

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