Investimento empresarial deverá abrandar em 2020
De acordo com os dados revelados pelo INE, o investimento empresarial deverá abrandar este ano, sobretudo por culpa das pequenas empresas e da degradação das perspetivas de vendas.
O investimento empresarial, em termos nominais, deverá crescer 3,6% este ano. Tal representa um abrandamento — ainda que ligeiro — face à subida de 3,8% registada em 2019, de acordo com os dados divulgados, esta sexta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A degradação das perspetivas de vendas e o recuo do investimento nas empresas mais pequenas ajudam a explicar esta evolução.
“A ligeira desaceleração do investimento empresarial entre 2019 (3,8%) e 2020 (3,6%) é determinada principalmente pela evolução das empresas pertencentes ao primeiro escalão de pessoal ao serviço [menos de 50 trabalhadores], que passam de um contributo de 0,7 p.p. em 2019 para -1,9 p.p. em 2020, refletindo taxas de variação de 2,7% e -7,6%, respetivamente”, salienta o INE, referindo que as empresas com 500 ou mais trabalhadores deverão manter-se como aquelas que dão um contributo positivo mais significativo.
O INE frisa ainda que, nas indústrias transformadoras, é possível antecipar um recuo de 11%. Nesse âmbito, as empresas exportadoras deverão reduzir em 9,2% o investimento, um recuo, ainda assim, menos expressivo do que aquele esperado para a generalidade do setor.
A explicar este abrandamento do investimento empresarial está também, lê-se na nota divulgada esta manhã, a “deterioração das perspetivas de venda”, o que será “em parte compensado” pela redução da incerteza quanto à rendibilidade dos investimentos.
De acordo com o INE, entre 2019 e 2020, deverá verificar-se, de resto, um aumento da “importância da relativa do investimento orientado para a substituição”, em detrimento do investimento “associado à extensão da capacidade de produção e à racionalização e reestruturação”.
No que diz respeito ao ano anterior, o INE sublinha que a referida subida de 3,8% ficou 0,6 pontos percentuais (p.p.) abaixo das perspetivas reveladas em outubro de 2018 e frisa que também foram as empresas com 500 ou mais pessoas ao serviço a dar o contributo positivo mais significativo. Em contraste, as empresas com 50 a 249 trabalhadores e 250 a 499 trabalhadores deram um contributo negativo para a variação do investimento empresarial.
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