Operadoras “têm pouca capacidade de entender” que monopólios acabaram, diz Cadete de Matos
Confrontado com críticas das operadoras, o presidente da Anacom relembra que se aboliu em Portugal "a lei que defendia os monopólios".
Depois das críticas duras dos gestores da Altice, Nos e Vodafone, o presidente da Anacom responde que as operadoras têm “pouca capacidade de entender que a concorrência é algo que está inscrito na lei portuguesa”, em entrevista ao Negócios e Antena 1 (acesso livre).
João Cadete de Matos referiu, neste sentido, que “desde 1975, desde a Revolução, que se aboliu em Portugal a lei do condicionamento industrial, a lei que defendia os monopólios“. As operadoras têm vindo a criticar o regulador pela sua atuação, nomeadamente, no processo de implementação do 5G em Portugal.
O presidente da Altice, Alexandre Fonseca, chegou mesmo a exigir a demissão do presidente da Anacom pelos atrasos no desbloqueio de frequências para o 5G. Mais recentemente, referiu que “no 5G estamos ao nível de países como a Bulgária, Malta e Chipre”, depois de atrasos “irremediáveis”, no podcast do ECO Insider.
Questionado sobre as críticas tecidas pelos operadores, o presidente da Anacom assegurou que os ataques não influenciam o trabalho. O responsável contou ainda que antes de iniciar funções no cargo, recebeu um “aviso” das contrapartes na Europa, de que “ia para uma zona de guerra”.
No contexto da introdução do 5G, o presidente da Anacom garantiu ainda que o roaming nacional vai avançar, mesmo se não tiver apoio dos operadores. João Cadete de Matos defendeu que acredita que os preços das telecomunicações para o consumidor final vão baixar, com o aumento da competitividade.
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