Correio continua em queda, mas encomendas crescem a dois dígitos
O volume do correio voltou a cair em 2019, mas o de encomendas subiu a dois dígitos. Ainda assim, o crescimento deste negócio não compensou a quebra nos restantes tipos de tráfego postal.
Correspondência por carta é coisa do passado. Ainda assim, as receitas totais do setor postal subiram no ano passado. Os dados publicados pela Anacom mostram ainda um crescimento de dois dígitos no negócio das encomendas, mas que não foi suficiente para compensar a queda do correio em geral.
“O tráfego total dos serviços postais em 2019 diminuiu 6,7% face ao ano anterior, situando-se nos 685,9 milhões de objetos, facto que não impediu que as receitas subissem 1,8%, com a receita média a aumentar 9,1%”, indicou o regulador. As receitas totalizaram 637,7 milhões de euros.
A diminuição do tráfego postal resulta da “diminuição do tráfego das correspondências, do correio editorial e da publicidade endereçada”, explica a Anacom. O volume de correspondências caiu 7,6%, o do correio editorial encolheu 1,1% e a publicidade endereçada afundou 17,8%.
Mas a queda no tráfego postal poderia ter sido superior, não fosse o impacto positivo do tráfego de encomendas, que cresceu 13,4% e cujas receitas subiram 11,8% em 2019 face ao período homólogo. Este fenómeno, associado ao crescimento do comércio eletrónico, não foi, ainda assim, suficiente para compensar as quedas nos restantes tipos de tráfego postal.
Tráfego postal total por tipo de objeto
Do ponto de vista do serviço universal postal, concessionado aos CTT CTT 0,00% até ao fim deste ano, este “representou 80,6% do total de objetos postais, tendo diminuído 9,1% entre 2018 e 2019”, de 607,9 mil para 552,8 mil objetos, revela o regulador. É uma redução de 2,1 pontos percentuais do peso do tráfego abrangido por este serviço e de cinco pontos percentuais face a 2015. Já as receitas do serviço universal representaram 60,5% do total do setor.
Estes dados ganham relevância por surgirem numa altura em que decorrem as negociações para a eventual renovação da concessão deste serviço aos CTT. Além disso, estará para breve a divulgação da informação sobre os indicadores de qualidade, que permitirão avaliar como se comportaram os CTT à luz das novas exigências definidas pela Anacom.
Os dados divulgados esta sexta-feira indicam ainda que a quota de mercado do grupo CTT em termos de tráfego postal total se fixou em 88,4%, uma queda anual de 2,6 pontos percentuais.
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