Wall Street cai mais de 3%. EUA somam 94 mil casos de Covid-19
Apesar de o Senado ter aprovado esta sexta-feira aquele que é considerado o maior pacote de estímulos da história dos EUA, as praças norte-americanas fecharam a sessão no "vermelho".
Após três dias de ganhos, as bolsas norte-americanas fecharam a semana em terreno negativo. Mesmo com a aprovação de um estímulo histórico de 2,2 biliões de dólares pelo Senado, o receio de os EUA se tornarem o epicentro do novo coronavírus e a ameaça de uma eventual recessão pesou no sentimento dos investidores.
O índice de referência S&P 500 recuou 3,4% para 2.540,08 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desvalorizou quase 4%, depois de na sessão anterior ter registado o maior ganho diário desde a década de 30. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq deslizou 3,8%.
Esta sexta-feira o congresso norte-americano aprovou um pacote de estímulos de 2,2 biliões de dólares — o mais elevado na história dos EUA –, por forma a mitigar o impacto do surto na maior economia do mundo, faltando apenas a assinatura de Donald Trump para ser implementado. Contudo, apesar de este ser considerado um pacote histórico, parece não dar confiança suficiente aos investidores, que continuam receosos face à ameaça de os EUA se tornarem no epicentro da epidemia e à perspetiva de uma eventual recessão.
“Ainda não entendemos completamente o grau do impacto económico”, apontou Massud Ghaussy, analista da Nasdaq IR Intelligence, à Reuters, acrescentando, que, “é necessário encontrar um equilíbrio entre conter a propagação do vírus e reabrir a economia”.
Os números de novos casos do outro lado do Atlântico não param de aumentar e a OMS já veio alertar para essa possibilidade. Segundo o último balanço do site Word o Meter, há mais de 90 mil casos confirmados nos EUA e foram já declarados mais de 1.400 óbitos. Os EUA tornaram-se esta quinta-feira o país mais afetado pelo coronavírus em termos do número de infetados identificados, ultrapassando a China.
Além disso, e a associar-se a este sentimento negativo, está a volatilidade nos preços do petróleo, com as medidas globais de isolamento a causar um colapso sem precedentes na procura pela matéria-prima. Ainda esta sexta-feira, a Agência Internacional de Energia veio alertar que a procura mundial por petróleo está em queda livre, acrescentando que poderemos ver uma quebra na procura por petróleo de “até 20 milhões de barris por dia” por causa do coronavírus.
A pesar nas cotações de petróleo, está ainda o conflito Arábia Saudita e a Rússia, que se mantém ativo, com os sauditas a injetarem produção extra no mercado. Além disso, a Rússia pediu um novo acordo à OPEP+ para equilibrar os mercados petrolíferos. Nesse contexto, Brent de referência europeia desvalorizou para dólares por barril, enquanto o crude WTI, a negociar em Nova Iorque, perdeu 4,07% para 21,59 dólares.
Perante este cenário, as empresas do setor petrolífero estão a ser fortemente afetadas. A Exxon Mobil recuou mais de 5%, já os títulos Chevron deslizaram quase 10%.
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