Portugal avança com emissão sindicada de dívida a sete anos
Operação é conhecida depois de o Tesouro ter anunciado um reforço das emissões de títulos do Tesouro para fazer face às despesas públicas adicionais geradas pela pandemia de Covid-19.
Portugal vai avançar com uma emissão sindicada de Obrigações do Tesouro (OT) a sete anos. Segundo confirmaram fontes do mercado à Reuters, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar a operação nos próximos dias.
O IGCP mandatou o Barclays, BBVA, CaixaBI, Crédit Agricole, CIB, JP Morgan e Morgan Stanley como joint lead managers para a emissão de OT com maturidade em 15 de outubro de 2027. A venda sindicada está sujeita às condições de mercado, de acordo com a Reuters.
A operação é conhecida depois de a agência que gere a dívida pública ter anunciado que vai emitir mais dívida para responder às necessidades financeiras acrescidas geradas pela pandemia de Covid-19.
No programa de financiamento divulgado esta terça-feira, a agência liderada por Cristina Casalinho aponta para um aumento de 250 milhões de euros em cada leilão de títulos de médio ou longo prazo, além de um acréscimo total de 1,3 mil milhões a curto prazo.
A venda sindicada deverá igualmente ajudar a fazer face às despesas extraordinárias do Estado devido ao surto. Esta será a segunda operação deste tipo realizada, em 2020, por Portugal (que costuma fazer apenas uma venda sindicada por ano). Em janeiro, o IGCP obteve um financiamento de quatro mil milhões de euros numa emissão sindicada de dívida a dez anos.
Então, o cenário nos mercados financeiros era muito diferente e Portugal financiava-se a dez anos com juros inferiores a 0,4%. O surto de Covid-19 fez disparar as taxas de juro em mercado primário e secundário e apenas os estímulos de emergência do Banco Central Europeu (BCE) conseguiram acalmar os investidores.
A instituição liderada por Christine Lagarde lançou um Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP, na sigla em inglês), que vai comprar 750 mil milhões em dívida pública e privada.
Este vai funcionar — pelo menos — até ao final de 2020 e as regras mais flexíveis do que as dos programas anteriores (que impunham limites do montante que podia ser comprado) permitem ao BCE comprar todas as obrigações que um país emitir. Assim, os aumentos das emissões de dívida poderão servir para Portugal aproveitar este programa de emergência do BCE.
Para já, a rede de segurança está a permitir que as taxas de juro se mantenham num intervalo limitado. A yield das obrigações a dez anos negociam em 0,81%. Já os títulos a sete anos, que estão a ser vendidos, têm atualmente um juro de 0,534%, apesar de a taxa em mercado secundário não ser diretamente comparável à emissão sindicada.
(Notícia atualizada ás 15h40)
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