BCE desilude investidores. Ações europeias caem 2% e Lisboa vai atrás
Principais índices do Velho Continente caíram mais de 2% e a bolsa de Lisboa foi arrastada. BCE desapontou investidores ao não apresentar medidas relevantes para travar impacto do vírus na economia.
Os principais índices europeus fecharam a cair mais de 2% esta quinta-feira, com os investidores desiludidos com as medidas anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE). Lisboa, que se preparava para a quarta sessão em alta, acabou por ceder à pressão.
O PSI-20, o principal índice português, perdeu 0,62% para 4.284,18 pontos, com dez cotadas abaixo da linha de água. Mota-Engil caiu 3,85% para 1,15 euros e registou o pior desempenho, uma correção depois da forte valorização da véspera. Altri, Ren, Novabase e Navigator perderam mais de 2%.
Do grupo dos cinco pesos pesados, a Jerónimo Martins foi a única a fechar no vermelho: a retalhista dona do Pingo Doce perdeu 0,93% para 15,415 euros.
O BCP avançou quase 1% e vale agora 10,2 cêntimos. EDP, Galp e EDP Renováveis também tiveram desempenhos positivos, mas foram insuficientes para tirar a bolsa das perdas.
Lá fora, as perdas foram mais acentuadas. O alemão DAX-30 caiu 2,40%, enquanto o francês CAC-40 e o espanhol IBEX-35 perderam 2,48% e 1,95%, respetivamente. O Stoxx 600, índice de referência para a Europa, caiu mais de 2%.
O BCE reafirmou o seu plano de compras de obrigações, mas não acrescentou qualquer medida relevante para travar o impacto do coronavírus na economia. Aliviou as condições das linhas de financiamento barato aos bancos e acrescentou uma nova linha no âmbito da resposta à pandemia. Alguns analistas esperavam um alargamento das compras para soberanos que perderam o grau de investimento.
Christine Lagarde, presidente do BCE, disse que a economia da Zona Euro poderá cair entre 5% a 12% este ano devido à pandemia.
“A decisão de deixar inalterados todos os outros instrumentos mostra que o BCE quer primeiro fazer um balanço de todas as medidas tomadas recentemente“, referiu Carsten Brzeski, economista-chefe do banco ING, citado pela Reuters. “Os dados do PIB de hoje dão-nos uma primeira impressão da severidade da crise da Zona Euro”, acrescentou.
O Eurostat revelou de manhã que a economia da moeda única contraiu 3,3% no primeiro trimestre.
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